Mecânicas do Futuro
As mecânicas de Future Sight.
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22/02/2017 14:52 - 6.263 visualizações - 21 comentários

Mecânicas do Futuro 

 

Hey povo, tudo beleza? Hoje eu tô aqui para falar das mecânicas diferentes presentes no set Future Sight (aquele mesmo do Tarmogoyf). Essas mecânicas nunca tinham sido implementadas até o lançamento do set e algumas não foram implementadas de fato até hoje, e delas, algumas provavelmente nunca serão. Mas como assim algumas não saíram até hoje? Se o set tinha as mecânicas, então elas foram lançadas, não é? Pois é, não é bem assim, me acompanhem que eu vou explicar. 


O bloco de Time Spiral é singular na história de Magic The Gathering em termos de design. Com a têmatica de “brincar com o tempo” presente no bloco, muitos elementos dos sets que o compunham faziam referência ao lore ou a recursos antigos do jogo, ou que ainda não haviam sido implementados até o lançamento do bloco, como uma forma de resgatar o passado e explorar um possível futuro. Um desses elementos eram as cartas que faziam parte de um grupo especial chamado Timeshifted, presente em cada set do bloco de uma forma diferente. 


Na edição de Time Spiral, as timeshifted vieram na forma de cartas que faziam referência ao passado do jogo, mais especificamente o passado de Dominária, reprints de cartas pré Mirrodin, com o frame antigo que as cartas possuiam até 7th Edition. Mas diferente dos reprints regulares que vemos por ai, esses continham cartas que normalmente não são reprintadas em sets nomais, como lendas, além de que sua raridade era específica, dada pelo símbolo da coleção na cor roxa. Aliás, vinha uma timeshifted por booster, e como haviam mais timeshifted (121) do que raras (80) no set, isso fazia cada timeshifted ser mais rara do que as próprias raras.

 

 

Já em Planar Chaos, as timeshifted faziam referência a uma realidade paralela, isso se mostrava no design das cartas com um frame diferente, além das cartas serem normalmente reprints funcionais de cartas antigas, mas numa cor diferente da carta original, ou então cartas com a função incomum para a cor em que ela foi lançada. Um exemplo claro do segundo caso é Dizimo de Mana, uma anlulação, recurso presente normalmente no azul,  só que a carta é branca.

 

 

E finalmente, em Future Sight as timeshifted são “pré prints”, ou seja, cartas que ainda seriam lançadas em sets do futuro, com referências a planos até então não visitados, tipos de criaturas nunca antes vistos que seriam explorado em expansões futuras e as mecânicas de expansões futuras, assunto desse artigo. As timeshifted desse set possuem um frame muito diferente de qualquer outro no jogo, isso mesmo, o frame do Tarmogoyf original.

 


Falando em Tarmogoyf, ele é uma timeshifted, ou seja, um dia devería ser lançado em um set regular, ja pensou? Goyf brilhando no Standard? Talvez daqui a uns 100 anos. A mecânica de ganhar alguma vantagem por tipo de carta nos cemitérios, presente no goyf, é bem quebrada, me fazendo duvidar de que seja usada em mais cartas em algum momento do futuro. Mas, claramente a mecânica de Delírio, presente no bloco de Shadows Over Innistrad, é inspirada na habilidade do goyf, só que muito menos estúpida. 


Mas voltando ao design, um cliclo de lendárias presente no set contava com a mecânica de Grandeur, que consiste em descartar uma lenda igual a com grandeur, que você controla, para ganhar alguma vantagem. A ideia é interessante, já que até hoje temos a regra da lenda, que não permite duas lendas iguais controladas por um mesmo jogador. Logo, usar 4 cópias de uma permanente lendária no deck não seria tão prejudicial já que as cópias que ficariam mortas na sua mão acabam gerando valor. Uma coisa interessante é que todas as lendas desse ciclo fazem algum tipo de referência a criaturas lendárias do passado. 

 

 

As filterlands de cores aliadas de shadowmoor também foram previstas em Future Sight, na forma da carta Caerne Esculpido.

 

 

A "painland reversa", Bosque dos Salgueiros Igneos é conhecida, hoje com seu preço muito elevado, devido a não ter sido reprintada nenhuma vez nem em sets especiais. Muito forte em decks como o Lands e o GR Tron, essa carta demonstra em sí o porque de um cliclo de terrenos com essa habilidade nunca ter visto a luz do dia até hoje. Seu poder em estratégias que não ligam para dar vida aos adversários faz dela uma land que entra desvirada de graça, não causa uma penalidade significativa que justifique tal vantagem e ainda possibilta combos relacionados ao oponente ganhar vida, como o caso de Bosque dos Salgueiros Igneos e Fogo Punidor.  

 


Outro terreno ridículo de caro, por ser único, é Copas do Horizonte. Uma painland que não oferece meio de geração de mana sem pagamento de vida, mas oferece a conveniência de ser trocada por um draw quando não for mais necessária. Em decks que se importam menos com a própria vida e mais com draws, como o Bogles, essa carta brilha muito. Brilha tanto que eu acho que consideram ela com poder demais para printar um cliclo completo desse tipo de carta no Standard, o que favoreceria muito a ascenção de decks em apenas um tipo de arquétipo, vindo a desbalancear o formato.  

 


Não há muito o que comentar das duas últimas lands timeshifted. Ambas tem um powerlevel nada absurdo, tanto que eu nunca vi jogarem em formato nenhum. Creio que são sérias candidatas a ver a luz do dia na forma de um ciclo em futuro próximo, pois parecem bem decentes para o Standard. 

 

 

A mecânica morph já é uma velha de guerra no Magic, presente desde coleções bem antigas. Mas um detalhe interessante, é que somente criaturas possuíam essa habilidade. Em Future Sight, foram trazidas ao mundo três cartas de permanente não criatura com a habilidade de morph. Isso sim é uma ideia bem interessante, com essa mecânica o fator surpresa do morph poderia ser potencializado, uma vez que interações interessantes como remoções perdendo o alvo por não poderem atingir a permanente ao ser virada para cima seriam possíveis. 


Há também um ciclo de slivers nessa edição, cada um trabalha com uma mecânica específica que remete a uma possível mecânica futura que não foi amplamentee explorada em nenhum bloco até hoje.

 


Absorb, que previne um tanto de dano que seria causado na criatura por uma fonte, fateseal, que é um scry que pode ser usado no oponente também (como o +2 do Jace, o Escultor de Mentes), Slivercycling, que é um representante da mecânica de cycling tribal presente neste set, frenzy, que aumenta o poder da criatura caso ela não tenha sido bloqueada, e o mais curioso de todos, poisonus, que causa marcadores de veneno se a criatura causar dano no jogador. Infect é claramente um aprimoramento da habilidade poisonus, o que me faz crer de essa mecânica nunca vá ser efetivamente usada. Quanto as outras, todas parecem bem razoáveis e quem sabe as vejamos num futuro próximo.


Gravestorm é uma versão da mecânica de storm que cópia a mágica para cada permanente posta no cemitério no turno. Embora bem menos absurda que storm, a habilidade nunca será utilizada novamente, segundo Rosewater. Só existe uma carta no jogo com essa keyword.

 


A mecânica delve, do bloco de Khans of Thakir, também foi prevista em Future Sight. Nesse set há três cartas com delve: um counterspell, uma remoção e uma criatura. Nenhuma das três possui um powerlevel muito alto, o que deve ter levado o time de desenvolvimento a pensar que colocando um custo genérico alto e delve, qualquer coisa é válida. Essa é a única explicação razoável que consigo pensar pra duas aberrações serem concebidas com a keyword no bloco de Khans, Revirar o Tempo e Cruzeiro do Tesouro. Trapacear na mana é sempre uma coisa arriscada de se fazer no jogo, delve e a mana phyrexiana estão ai povoando as listas de banidas para provar isso. Mas bom, todo vidente algum dia já interpretou errado sua visão do futuro.

 

Falando agora e uma carta muito estranha do set em específico, Capitao Vapoflagelador. Essa carta é um lorde para criaturas do tipo Rigger, só tem um problema, só ela tem esse tipo até hoje no jogo. Além disso a carta faz referência a uma possível keyword “assemble”, habilidade que não foi colocada em nenhuma carta no jogo até hoje e ao tipo Contrapion, um tipo de artefato que sequer possui um representante no jogo. Agora que o bloco de Kaladesh se foi sem mostrar nenhuma dessas coisas, teremos de esperar até o próximo bloco com a temática de artefatos para talvez ter a solução dos mistérios que rondam essa timeshifted. 

 

 

O tipo de mágica tribal de Lorwyn, as mágicas não artefato incolores de Rise of Eldrazi, os artefatos coloridos de Alara, as criaturas encantamento de Theros, e a habilidade futuramente representada pela keyword Devoid, para mágicas incolores com custo colorido ,explorada amplamente em Battle for zendikar, também são todas representadas por uma carta timeshifted em Future Sight. 
  

 

No hall de mecânicas degeneadas que provavelmente nunca veremos de novo está aura swap, uma habilidade que permite trocar a aura que a possui por outra aura na sua mão. É uma habilidade interessante e versátil, mas que pode facilmente ser usada para o mal. Veja bem, usando como exemplo a única carta com aura swap que foi impressa, Asas Arcanas, ela em um cenário com Elfos de Llanowar e Conscricao dos Eldrazi

 


  

Turno 1, elfos, turno dois, aura, turno 3 elfo eldrazi batendo na sua cara e levando o pouco de permanente que você tem. Esse é só o exemplo mais bobo possível do potencial de coisas que dá pra fazer explorando uma mecânica assim. O design das cartas com aura swap ia ter de ser muito bem feito e controlado para evitar criar intereações quebradas, e creio que a Wizards não pretende gastar esse tempo e esforço pra explorar essa keyword por um bom tempo. 
 

 

Transfigure é uma habilidade presente em somente uma carta também, e é uma espécie de transmute, só que em criaturas. Você sacrifica a criatura com transfigure e tutora uma criatura com o mesmo custo de mana convertido para o campo. Pelo único exemplar que temos dela no jogo e pelo conceito de mecânica, creio que cairia bem utilizá-la em um possível retorno a Innistrad ou a algum outro plano com temática de zumbis e outras criaturas grotescas. 

 

 

A mecânica que eu acho talvez a mais interessante do set: fortificar. Fortification é um tipo de artefato que é simplesmente um equipamento para terrenos, com fortify sendo a keyword equivalente a equip para essas cartas. Não faço ideia de porque a Wizards não tr transformado essa mecanica em algo tão corrente quanto os equipamentos, mas espero que logo eles resgatem essa ideia do fundo do baú e tragam as fortificações para o jogo.

 

 

Tece-Magicas Espiriforme é uma aura para mágicas instantâneas. Esse, para mim, é o efeito mais confuso de Future Sight sendo tão contra a política de tornar o jogo mais intuitivo que a Wizards mantém que dúvido muito que algo parecido surja de novo no jogo. Uma aura para uma carta não permanente é uma ideia bem bizarra. Sem ler as regras espcíficas, você consegue imaginar em que zona ela fica? E a carta encantada? Por toda essa confusão eu espero nunca ver nada do tipo de novo no futuro. 

 

 

Mascara Imperial carrega um conceito de ser copiada para cada outro parceiro que você tenha no jogo, ou seja, a carta trabalha focada em multiplayer, mas não o mesão do amor – ela é focada em formatos onde dois ou mais jogadores cooperam, como o Two Headed Giant. Por ser específico demais, creio que esse tipo de habilidade também nunca mais veja a luz do dia. 

 


E por último, a carta Banquete Fosforescente, que tem em sí o conceito de chroma, apresentado pela primeira vez no jogo. Inclusive essa carta foi reprintada com a keyword chroma, em Eventide, não muito tempo depois de sair em Future Sight. 


Com isso, encerro as mecânicas que eu queria expor para vocês. Não apresentei todas as cartas timeshifted de Future Sight, apenas as que introduziam keywords e/ou mecânicas curiosas ou relevantes para serem utilizadas no futuro do jogo. Mas há ainda muito a ver desse set, há muitas cartas com efeitos que não são comumente vistos ou referências e easter eggs muito bons, eu pelo menos adoro essas coisas no jogo. 
 

É possível ver também que mais que uma brincadeira com referências e “previsões”, Future Sight foi uma maneira dos desenvolvedores das cartas testarem algumas coisas de uma forma diferente do habitual – aqui eles tiveram a chance de por para os jogadores usarem as cartas e verem no jogo o impacto que as ideias trariam. Isso fica claro, por exemplo, no efeito do Tarmogoyf que sendo o único do seu tipo é também uma das cartas mais poderosas do jogo. Imaginem outros “goyfs” num set que explorasse abertamente o tipo que efeito que ele possui, seria talvez um erro quase tão grande quanto os terrenos artefato foram em sua época.  
 

Enfim, espero que tenham gostado tanto de conhecer esse aspecto único de Future Sight quanto eu gostei. E vamos especular, o que vocês esperam que apareça de novo? E o que não deve aparecer? O que poderia vir a ser super broken ? Digam ai, eu vou ficando por aqui, até a próxima, planeswalkers! 

 

( LeoTzT)
Comentários
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- 24/02/2017 13:57:27

O patinho feio, rsrsrs

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- 24/02/2017 13:18:59

Então, pra mim o Flayer é o "Goyf aperfeiçoado" em termos de design das cartas. Ele é tipo o time de desenvolvimento pensando "olha não da pra largar o goyf mas a ideia é muito boa, então o que a gente faz?", as cartas são muito semelhantes em muitos pontos... É como se o Bob e o Goyf tivessem tido um filho meio zoado, mas como eles são mt fodas, o filho zoado saiu muito bom também.

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- 24/02/2017 13:11:29

Poisonous nos fractius pauper tbm faz um belo de um estrago

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- 24/02/2017 13:09:33

Eu acho que com Fatal Push até rolava, talvez, colocar o goyf no T2. O problema é que nas estratégias que ele roda com potencial máximo ele faz estrago demais... Pelo ponto de vista financeiro eu acho que seria incrível lançar essa carta numa tiragem padrão. Fora que eu aposto que ia bater record de box aberta a expansão que tivesse Goyf

(Quote)
- 24/02/2017 13:06:05

Acho que a ideia seria tipo você pode reconstruir a fortificação em outro lugar ahuuahhuauhauha

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