Vamos chegando ao fim de mais um ano e eu adoraria fechá-lo falando sobre Banimentos no Modern. 

Acontece que estou numa janela de que o artigo será enviado antes do anúncio dos bans e publicado depois, e digamos que minhas previsões ficam irrelevantes se elas não forem PRÉ-Visões.

Ao invés de falar sobre bans(algo ruim) vamos falar sobre algo bom: Os decks que mais gostei de jogar durante o ano.

 

É importante ressaltar que esse foi o ano que menos joguei Magic desde 2010(quando voltei a jogar). Passei por diversos problemas pessoais além de agora ter minha própria loja e isso consumiu grande parte do meu tempo. Não é por que não joguei com 100+ decks no ano que as opções são limitadas ou entediantes.

É claro que vamos começar com meu deck preferido, o Death and Taxes(DnT), e vou usar a lista RW como exemplo, mas as listas BW e Mardu têm um espaço especial no meu coração.

DnT foi um dos decks que mais ganhou cartas em Modern Horizons 3. Essa lista usa 5 delas, mas a versão BW usa mais que o dobro.

 

    

Com Ajani, Paria Nacatl agora o deck consegue grindar de uma maneira nunca vista antes, ganha reach com o 0 e ainda consegue ficar brincando de Karakas no Ajani para dar chump blocks e ficar fazendo fichinhas enquanto isso.

O meu ponto preferido do vermelho é o Bombardeiros de Bordo, Bomba Patch, para os íntimos. Ele traz uma dinamicidade ímpar para a partida. Você ganha um SUPER RAIO com Menace e Haste, e que ainda pode tacar uma Solitude Evokada ou Kaldra Compleat na boquinha da garrafa do oponente. Assim como o Ajani, dão o alcance de Burn que o deck jamais teve, e se tem uma coisa que me deixava chateado, era perder após deixar o oponente com 3 ou menos de vida. Não mais, meus amigos, não mais!

2024 foi um ano que testei muitas brews, e essa de Bant Knightfall foi a pedido do Caio, um grande amigo meu.

Com a volta do CLM, Caião me pediu para montar um Bant Knightfall para que ele jogasse até se classificar. A ideia dele era jogar com o deck que ele mais joga, ao invés de ir apenas para decks tier. Não é muito o estilo dele, apesar de ter as cartas para montar decks “melhores”.

 

    

Essa é a segunda versão do deck. A primeira era muito mais focada em Bill Espeto, Semeador de Espinhos e Nantuko do Coracao Primaveril, mas senti que o deck sofria um pouco para fechar jogos que não achasse Knight of the Reliquary, com isso, fui para a build de Malevolent Rumble + Eladamri's Call para garantir que sempre teremos alguma ação. Desta maneira, o deck joga mais como um Maverick Legacy do que como o full combo que jogava em 2015.

Além do clássico combo de Retreat to Coralhelm + Knight of the Reliquary, que você gera muita mana, deixa a cavaleira gigante e vira todas as criaturas adversárias, você tem como fazer jogadas bem injustas com o Bill espeto, deixando tudo seu gigantesco, e o Nantuko fazendo várias tokens ou grindando infinito com ativações de Relicário e Elvish Reclaimer, gastando apenas 2 maninhas a mais para fazer uma cópia, transformando sua criatura única em um exército de xerox de bichinhos ou bichões.

Não é o deck tier 0, mas é bem mais competitivo do que parece!

Quem me passou essa lista foi o grande Brenden McCarley, o criador do RG Eldrazi Breach do Modern e quem popularizou  4C Nadu no Legacy.

Na hora que vi a decklist, lembrei do meu querido Natural Order RUG de 2014, onde eu jogava com Savage Knuckleblade, com um plano mais midrange para grindar, mas tinha Progenitus e Craterhoof Behemoth para roubar partidas transformando uma Noble Hierarch em um satanás de goiás.

 

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Essa lista é bem similar, mas o plano A é “combar” de Nadu, entre aspas pois não temos kills determinísticas que não envolvem Behemoth no turno do combo, mas também temos o plano Unfair de Atraxa, Grand Unifier no Natural Order e uma kill do nada com o Behemoth(que a classificação indicativa não me permite fazer a piada de rima do “Behemoth”).

Canivete suíço é uma definição bem precisa sobre o deck, com um pack BEEEm diverso de Zenites e Natural Order, temos Hate de Grave, hate de draw, ódio a artefatos e claro, cartas que corroboram com seu próprio plano de jogo mesmo que não seja combando, como é o caso do Bill Espeto, Semeador de Espinhos e Ice-Fang Coatl.

A base de mana é bem sofrida por ser um 4 colors com splash no main deck mas que abusa das fontes pretas post board, não recomendo enfrentar hates de terreno, você não vai se dar bem. Nas partidas que você não estiver tomando Loam+Wasteland ou milhares de Moon Effects, seu plano A de “Naduzar” vai ser o suficiente para garantir umas vitórias.

Como citei no meu artigo do mês passado, meu único deck IRL atualmente é o Amulet Titan, e não me arrependo nem um pouco. Cada partida é uma caixinha de surpresas. Vou combar turno 2? Vai ser na fase de combate ou através de alguma linha maluca que envolve voltar as lands do grave? Para mim é sempre muito divertido pensar em tudo isso.

Ano passado eu já estava jogando de Titan, mas após o falecimento do meu pai, acabei deixando o Magic de lado e vendi o deck. 

Esse ano eu não pretendia jogar IRL, mas a oportunidade bateu à minha porta e acabei pegando o Amulet Titan do Marcão, como disse no artigo.

Após horas e horas de treino sozinho e contra oponentes reais, posso dizer que sei jogar com o deck e que ele me traz tanto prazer quanto da primeira vez que joguei com o deck, ainda com Summer Bloom, Simian Spirit Guide e Gitaxian Probe.

O deck me faz lembrar da época boa de Valakut no Standard, a época que realmente me apaixonei pelo Magic e quando decidi que ia me dedicar de verdade ao joguinho.

Essa brew de CAL(Creativity Assault Loam) foi um dos decks mais legais que montei em anos.

Ele mistura umas 50 coisas numa só, tipo um Whey da Growth.

Joguei com ele no auge do Rhinos, por isso tinha tantos “remands” e pierces para me precaver de ser combado, mas com meu plano de colocar um ou mais arcontes em campo “do nada”, ou até mesmo uma chuva de 2 de dano com Assault + Loam.

 

    

Uma grande mistura de Brasil com Egito, o CAL tem o propósito de atacar com diversos ângulos e deixar o oponente sem saber exatamente qual seu próximo passo. É plano de Assault? De Creativity? De conjurar Arconte na mão? Respeite a dica de Bruce Lee e seha como água: fluído e se adaptando ao momento.

 

Claro que houveram outros decks legais que usei esse ano, mas os supracitados foram os mais marcantes, afinal de contas, jogar Magic é minha profissão, mas me divertir é opção.

 

2024 foi um ano bem diferente para mim no Magic: abri minha loja, precisei me afastar do Magic irl e online por um tempo, redescobri o amor pelo deckbuilding, Stoneforge Mystic voltou a ser tier 0, CLM voltou!

Muita coisa boa que sobrepõe tudo de mediano e de ruim que aconteceu, e espero, de coração, que ano que vem tenhamos muitas boas notícias como foi o caso de MTG Foundations, a melhor coleção lançada na última década.

 

Infelizmente não estarei presente no CLM(ou estive, já que este artigo será publicado só depois) para dar um abraço na galera pois sofri um acidente e arrebentei a mão, fica aqui a fotinha da tristeza:

 

No próximo CLM estarei lá, nem que seja só para passear, tenho MUITA saudade de eventos grandes que fortalecem tanto o gathering como o nosso “GP LIGAMAGIC”.

 

Me despeço aqui dando AQUELE abraço e AQUELE beijo do Orelinha, um feliz Natal e feliz Ano Novo para todos vocês e nos vemos no ano que vem!