Salve galera, tudo certo com vocês?
Hoje, depois de uma longa semana discutindo com alguns amigos, eu resolvi trazer um artigo com um tema que dentro da comunidade do Commander infelizmente ainda é um Tabu: Ad Nauseam!
Sabemos que essa carta já é uma velha conhecida do pessoal e que construiu uma má fama ao longo do tempo por fazer parte das grandes cartas chaves de muitos decks de cEDH, e não é pra menos.
Para os que ainda não conhecem, vamos falar um pouquinho sobre a Ad Nauseam!
Essa mágica instantânea de custo 5 (3BB) foi e ainda é uma peça chave em alguns decks dentro do Commander competitivo, fundamentalmente presente na criação do que chamamos hoje de farm no cEDH.
Com ela, graças a baixa curva de mana de muitas listas, é possível gerar um card advantage muito alto e inúmeras vezes garantir um setup de vitória antes do mid game, e tudo isso em instant speed, o que aumenta ainda mais seu alcance de eficácia.
Por volta de 2015 durante o lançamento do bloco de Tarkir tivemos talvez a primeira grande aparição dessa carta em decks competitivos, antes mesmo da consolidação do nome “cEDH”, com a comandante Mono Black Sidisi, Undead Vizier.
Nesse deck era prioridade a presença de muitos mana rocks positivos, rituais e cartas de custo 1 e 0, já que a comandante entrando no campo poderia se sacrificar para colocar na mão uma Ad Nauseam e começar um storm sem fim até a vitória.
Apesar de hoje vermos a quantidade de inconsistências que essa lista apresenta, na época foi o suficiente para trazer ao pessoal mais casual essa má fama que viria a perseguir a carta nos anos seguintes.
Já que tocamos nesse assunto podemos já adiantar que apesar de muito forte em decks competitivos a nossa mágica instantânea nunca foi popular e muito menos forte em decks casuais, e isso se dá por inúmeros motivos como a alta curvatura de mana, falta de linhas consistentes de vitória e a baixa presença de tutores, rituais e outros aceleradores de mana.
Com o passar dos anos Ad Nauseam ganhou espaço nos decks farm, começando no Mad Farm com Bruse e Vial Smasher e se escalando até os grandes e imponentes Blue Farms, já que além de poder levar (na maioria das vezes) a uma linha de vitória, na “pior” das hipóteses ainda gerava um card advantage incomparável.
Vale lembrar que em 2017 tivemos o desbanimento de um outro importante personagem do Commander competitivo, nosso Protean Hulk, que fez com que todos os holofotes se voltassem a ele por garantir junto a Flash uma das estratégias mais populares até então vistas, o famoso Breakfast Hulk, que ficaria ainda mais forte e popular em 2020 com o lançamento de Theros, Beyond Death, a coleção que nos trouxe Oraculo de Tassa.
Nesse intervalo de tempo mal poderíamos imaginar a crescente que os decks de Naus teriam, até que ainda em 2020 tivemos um dos anúncios que mais mudaram a história do nosso formato, a banlist que tirou Flash e acabou com a estratégia então chamada de Sushi Hulk.
Depois desse episódio muita coisa passou a ser testada dentro do competitivo, e nessa época era comum decks IsoRev que utilizavam Isochron Scepter e Dramatic Reversal, listas de Stax, Reanimates, e também os combos de tutores proibidos com Oraculo de Tassa que trariam de volta, graças ao seu setup incrivelmente compacto e baixo custo de mana, nossa Ad Nauseam aos holofotes.
Anos depois (13 anos após a o bloco de Alara e 6 anos após Tarkir) tivemos também o lançamento de Peer into the Abyss que funciona como redundância para a estratégia, mas que não a substituiu.
Agora estamos em 2023 e os chamados decks Straight Foward têm sido naturalmente menos usados graças ao crescimento dos decks midrange, algo que acontece organicamente no formato conforme novas mecânicas são lançadas.
Como consequência, muitos decks acabaram abrindo mão do uso de Naus, ou passaram a utilizá-la como uma carta de valor, ao contrário de uma protagonista que um dia ela fora.
No Commander 500 por sua vez nunca tivemos uma verdadeira presença dessa carta por motivos óbvios, como a falta de mana rocks positivos, a falta de espaço no budget para alguns combos e até mesmo para a Shell, mas ainda assim é do 500 que vamos falar já já.
Agora que vocês sabem um pouco da história e importância dessa carta para o cenário do Commander competitivo, vamos falar de uma carta recém lançada que me deu idéia para esse artigo.
Nesse mês de Setembro tivemos Wilds of Eldraine chegando com uma das coleções mais surpreendentes deste ano, e não estou falando de power level, mas sim da variedade surpreendente de cartas interessantes para o formato, o que tem ajudado a tirar aquele leve gosto ruim da boca que a Wizards vinha deixando em coleções anteriores.
Nessa coleção ganhamos Rowan, Scion of War.
Essa nova comandante Rakdos (BR) custa 3 manas, é uma 4/2 com ameaçar e com um efeito que infelizmente só pode ser ativado como um feitiço.
Esse efeito faz com que até o final de seu turno suas mágicas vermelhas e pretas custem X a menos para conjurar sendo X a quantia de pontos de vida que você perdeu nesse turno. Seja essa perda causada por dano, pagamento de vida como custo, perda por efeito de card e etc.
E só de ler essa carta vocês já sabem onde podemos chegar, né?
Rowan, Scion of War não só permite que você jogue grandes ameaças por um custo reduzido, o que por si só já faria com que ela fosse excelente, mas também possibilita que algumas cartas comuns se tornem finishers.
Dessangrar por exemplo vem como uma forma de aproveitar sua redução de custo para causar perda de vida aos oponentes e ainda te faz recuperar essa mesma quantidade.
Essa habilidade de redução da comandante pode ser reduzida com untappers, como por exemplo o Selo de Patriar, praticamente dobrando seu efeito.
Além também da enorme quantia de cartas que fazem com que vida seja perdida em troca de efeitos que trazem vantagem ao jogador, também podemos utilizar de métodos de perda de vida forçado como Cidadela de Nicol Bolas e Bond of Agony, que sozinha consegue te garantir uma possível vitória.
Por fim deixarei uma lista de Commander 500 feita pelo Carlos (Vandersued) um dos nossos apoiadores que vem refinando e trabalhando para melhorá-la.
Aqui vão os dados originais de valores da lista.
Mas e aí, o que você acha sobre decks de Ad Nauseam?
Conte sua experiência aí nos comentários. E deixem também algumas opiniões sobre o deck e sugestões.
Se você não gosta de Commander competitivo e quiser fazer um comentário, tente não ser desrespeitoso com os leitores que procuram esse assunto e tente aproveitar o que for útil para o seu estilo de jogo favorito.
Espero que tenham gostado e muito obrigado a todos que leram até aqui.
Um grande abraço e até a próxima!