Olá WebWalkers, Felipe Bracco escrevendo outra vez! :) espero que tenham tido um fim de semana agradável com muita jogatina, coisas que gostem e te façam bem.
Hoje meu texto é sobre uma vertente que o jogo, direta ou indiretamente, propõe: O Gathering, ou, a Reunião. Onde aqui será tratada como a reunião de ideias por um propósito, a reunião de pessoas com um fim, etc. Para exemplificar meu objetivo usarei quatro exemplos nacionais, os quais são quatro projetos cada qual com seu conceito, que acabam por permear questões sociais muito em pauta nos dias de hoje.
São eles: Iniciativa Zero Mana, Cards4Kids, Liga das Garotas Mágicas e Magic the Gathering LGBT.
Iniciativa Zero Mana
Esse projeto é uma iniciativa para estimular jogadores mais experientes a doarem suas cartas a novatos e ensinar mais pessoas a jogar.
Entre os assuntos mais discutidos nas comunidades e grupos de MTG ultimamente está o preço das cartas, não é surpresa que o jogo competitivo é caro. Mas qual hobby que se aprofunda não exige tempo e investimento? O Zero Mana nos lembra de um MTG não competitivo, onde prevalecem a diversão, fantasia e união entre jogadores ao redor da mesa. Sem preços como obstáculos para se jogar, criamos uma espécie de “Corrente do Bem” (filme de 2000) do Magic the Gathering, onde uma ação propaga toda uma cadeia de outras ações em prol da expansão e acessibilidade ao jogo.
Tentei entrar em contato com algum administrador da página, porém não houve resposta até o fechamento da matéria. O que atrai é que a iniciativa em si preza pela difusão da ideia, e não a centralização, o conceito independe de autor e nos traz outra ferramenta que podemos utilizar no dia a dia. Inclusive eu já andei doando algumas cartas, e outras estão a caminho de novos donos!
Página da Iniciativa Zero Mana.
Cards4Kids
Criado por uma colaboração entre juízes e jogadores, o objetivo é arrecadar doações de cartas e organizar eventos, onde a verba coletada é convertida à renda para instituições de cuidado aos menores e hospitais infantis.
Muitas vezes as preocupações e o ritmo de vida que levamos nos isolam de um jeito onde não vemos o outro, então que tal juntar lazer à caridade? Bem, esse é o tipo de projeto que une as duas coisas de um jeito excelente. E com isso em mente, os idealizadores tiveram força e apoio para concretizar no dia 06/02 o 1º PPTQ Beneficente da Cards4Kids, em São Paulo - SP.
O Torneio, o qual contou também com o suporte e doações de lojistas a ponto de a premiação ultrapassar o valor da inscrição, atraiu 69 jogadores e jogadoras de todo o estado de São Paulo, além de outros estados como RJ, que prestigiaram e fizeram questão de marcar presença pelo fato de ser beneficente. Com esse número a organização realizou 7 rodadas, com corte para top 8 e sorteio de 2 playmats e um fatpack.
Ah! E também teve um Caos Draft!
Enfim, entre aplausos e elogios pela organização e motivação do campeonato, a união em torno de um ideal de caridade, no caso relacionado ao MTG, mostrou-se palpável e possível.
Liga das Garotas Mágicas
Grupo unido com a proposta de agregar as mulheres jogadoras, proporcionar ambientes seguros e fortalecer a representação feminina no jogo.
Aqui mesmo na LigaMagic já foram publicados textos mostrando como a representatividade feminina ainda é baixa no ambiente MTG, e isso é um dos assuntos que constantemente temos que rever e nos perguntar o porquê. Afinal, essa é uma questão dentro da própria WotC, onde a empresa trata as personagens femininas com uma força e autonomia as quais ainda estão se concretizando em outros setores de produção cultural/comportamental, além de casos já constatados de combate a ofensas às jogadoras e funcionárias.
A fim de trazerem essas questões ao público, além da diversão proporcionada pelo cardgame, as Garotas Mágicas realizaram em 2015 o 1º Encontro da Academia Tolariana, também já divulgado aqui na LigaMagic inclusive. No qual o evento contava com palestras gratuitas sobre temas diversos, oficinas de ensino e introdução ao jogo, torneios on demand, entre outras atividades e sorteios.
Mesmo começando como um grupo fechado e exclusivo para mulheres jogadoras, a proposta das meninas cresceu, tomou forma, fama e agora conta também com mídias abertas como Instagram e uma página no Facebook, e mais projetos para futuros eventos.
Magic the Gathering LGBT
Nascido quando a WotC comemorou a união homoafetiva legalizada nos EUA, com a imagem do Bosque Vivido, o grupo vêm crescendo cada vez mais e mostrando para LGBTs que eles não estão isolados.
Sim, esse grupo revelou que há uma sensação em comum de alguns LGBTs se sentirem sozinhos no universo MTG, mas, ao mesmo tempo, vem unindo-os tanto virtualmente quanto presencialmente, possibilitando o fortalecimento e concretização dos objetivos do grupo, além de desmontar alguns estereótipos e estigmas que a comunidade LGBT carrega.
Conectando pessoas que não se conheciam até então, dos mais diversos estados do país, o MTG LGBT funciona como um acolhedor das mais diversas histórias pessoais e personalidades que cada pessoa carrega, reunindo-as em nome do jogo. Para isso, contam com um grupo no Facebook que aborda temas dos dois universos, e dos que trespassam ambos (como quando a WotC nos relevou a história da Alesha, a Que Sorri Para a Morte, discussões sobre ilustrações de cards propositalmente sem gênero como Ashiok, Tecedor de Pesadelos e Weapons Trainer , etc.) e um Whatsapp com mais de 300 mensagens diárias!
E entre as agendas do grupo, já está marcado o 1º Encontro Nacional LGBT pré GP 2016!
Empatia
Vale notar que todos os projetos citados possuem mais ou menos o mesmo tempo de criação (entre final de 2014 e meados de 2015) e todos conseguem utilizar e expandir o MTG em uma ferramenta para trabalhar necessidades humanas, doações, caridade, respeito e reconhecimento.
Com cada um ao seu modo, podemos observar um reflexo de questões demandadas pela sociedade como um todo, onde não é mais possível nem devido ignorar a existência do outro. Estamos realmente ascendendo nossas centelhas e percebendo os vários mundos que nos cercam, como a vida é plural e como nosso comportamento em relação às outras pessoas vem evoluindo.
O Gathering, enfim, expandindo-se e abrigando mais propostas, mais desdobramentos e mais ações em nome desse jogo que tanto amamos. Ajudando-nos a construir em nós mesmos algo que depois possamos compartilhar com os outros.
E isso é incrível! :D
Jogo Magic desde 2000, e hoje estou mergulhado inteiro na comunidade. Sou inclusive administrador do MTG LGBT, grupo de Magic no Facebook visando acolhimento e promoção de eventos relacionados.
Se quiser saber mais sobre, entre em contato!!!
Estamos em uma fase muito legal de divulgação do MTG no brasil, esperamos que olhem para nós com outros olhos em breve.
Nossa comunidade de jogadores merece eventos maiores organizado pelos chefões da wizard.
Os eventos que ocorrem aqui são organizados por lojas que fazem um tremendo esforço para reunir os jogadores em usas regiões e fazem muito bem.
Espero que nosso hobby possa virar profissão de alguns logo mais !
Oi Maurih, as iniciativas Zero e Cards4 podem ser apoiadas por qualquer pessoa, as meninas mágicas abriram uma página no face justamente para não se exilarem do contato com o resto da comunidade mtg, e ainda preservam o grupo fechado às mulheres por questões que cabem a somente elas realmente, e por fim o lgbt eh livre, o importante eh o respeito quanto as formas de expressões a ssuntos discutidos lá (por ex, uma vez postaram no mtg brasil uma "zoação hue hue" pq um cara no protour tinha shield e caixa do my little poney. isso seria inaceitável no mtg lgbt, uma vez que gosto pessoal e como a pessoa se expressa não devem ser motivo de piada).
sinta-se livre para navegar e entrar em contato com qlqr grupo.
abs
Me arrependo de ter "vendido" meus lixões, queria fazer numa próxima convenção da cidade decks para distribuir para interessados. O jogador de magic experiente normalmente não entende a necessidade de um fluxo de novos jogadores e que muitas das coisas que nós fazemos assusta novos jogadores.
Parabéns a quem está a frente e quem apoia.