Com a aproximação do Pro Tour, um dos torneios mais importantes do calendário competitivo de Magic: The Gathering, sete brasileiros conquistaram suas vagas para representar o país no evento. Para entender melhor como está sendo a preparação e as expectativas para o torneio, entrevistamos os classificados: Vinicius Karam, Jonathan Lobo, Willy Edel, William Bossaneli, Gabriel Martinez, Douglas Rosa e Marcos Henrique. Eles compartilharam suas opiniões sobre o Draft de Aetherdrift, o impacto da nova coleção no Standard e as mudanças no sistema de classificação para o Pro Tour na América Latina.
O Pro Tour terá início na sexta-feira 21/02 às 14:00 e terá transmissão ao vivo no Canal da LigaMagic.

- PREPARAÇÃO PARA O DRAFT DE AETHERDRIFT
O Draft será uma parte crucial da competição, e os jogadores têm se dedicado intensamente para dominar o formato. Aetherdrift trouxe novas mecânicas e desafios, e cada jogador tem sua própria abordagem para se preparar.
• Vinicius Karam
"Joguei muitos drafts, basicamente no Magic Online. A Wizards permitiu que os jogadores do Pro Tour participassem do acesso antecipado no Arena, então fiz alguns drafts por lá também. Acredito que os decks agressivos estão mais difíceis de construir, e veículos estão um pouco abaixo do esperado em comparação com o bloco de Kaladesh. No geral, daria uma nota 7 para a coleção—os jogos são bem interativos, mas algumas estratégias, como Branco/Vermelho, ficaram mais fracas."
• Jonathan Lobo
"Minha preparação começou no pré-lançamento, para entender a jogabilidade das cartas no formato Selado, e tem sido constante desde então. Testei todos os arquétipos, mas meu favorito no momento é UR Cyclers. Acho o Draft desta coleção bem interessante, com mecânicas complexas e sinergias que exigem boas decisões. Eu daria uma nota alta para o formato."
• Marcos Henrique
"Participei de dois pré-releases e, desde o lançamento no Arena, tenho jogado quase todos os dias. Além disso, acompanho artigos e vídeos de especialistas e conversei com a Elisa (Migucheras) para ajustar minha estratégia. Tentei explorar o máximo de arquétipos possível e percebi que o verde está disparado como a melhor cor no formato. Como sou fã de Draft, joguei bastante e daria uma nota 9 para a coleção, apenas pelo desgaste mental que ela exige."
• Gabriel Martinez
"Comecei jogando bastante no Arena para entender melhor o desempenho das cartas. Depois, junto com o Team Navinha, passamos a focar nos arquétipos que acreditamos serem os mais fortes: GU e GB. Notamos que muita gente já percebeu que o verde é a melhor cor, então estamos trabalhando em um plano B caso essa cor esteja muito disputada na mesa de Draft."
• Willy Edel
"Acredito que a melhor cor do Draft seja o verde, enquanto o branco é a mais fraca. No entanto, o branco ainda pode funcionar bem ao lado do verde. Por outro lado, a combinação branco e vermelho parece ser a pior opção, e vou evitá-la ao máximo. Minha estratégia será me direcionar para as cores verde ou azul, pois elas oferecem mais possibilidades e flexibilidade. Infelizmente, com o tempo curto entre o lançamento da coleção e o torneio, não consegui jogar tantos drafts quanto gostaria, mas o formato me parece sólido. Continuarei testando nos últimos dias para ajustar minha abordagem."
• Douglas Rosa
"Minha preparação tem sido intensa, treinando ao lado do Vinicius Karam (aka Mortadela). Jogamos diversas ligas no Magic Online e discutimos os picks em detalhes. No momento, meus arquétipos favoritos são UR Discard e os Affinitys (UW e UB). Quanto à coleção no formato Draft, daria uma nota 7. Embora apresente alguns momentos de board stall que podem ser frustrantes, gosto do fato de não ser um formato excessivamente agressivo, onde começar no play define automaticamente o jogo."
- O IMPACTO DE AETHERDRIFT NO STANDARD
Aetherdrift trouxe novas cartas para o Standard, mas será que a coleção realmente revolucionou o formato? Os jogadores compartilharam suas primeiras impressões sobre o impacto no metagame.
• Vinicius Karam
"Não acho que tenha causado um impacto tão grande. No meu deck, por exemplo, estou considerando apenas duas cartas novas. Mas ainda é cedo—talvez algumas estratégias ainda não tenham sido descobertas. Estou de olho nos decks vermelhos agressivos, no Domain com Zur e no Esper Pixie, que ganharam destaque recentemente."
• Jonathan Lobo
"Devido ao pouco tempo entre o lançamento da coleção e o prazo de submissão das listas, acredito que a maioria dos jogadores vai manter decks já estabelecidos, apenas adicionando algumas melhorias. No entanto, daqui a alguns meses, podemos ver um Standard completamente diferente."
• Marcos Henrique
"Por enquanto, Aetherdrift não parece ter impactado tanto. Os principais decks do formato antes da coleção ainda devem estar presentes no Pro Tour. O deck de bounce, por exemplo, ganhou novas ferramentas, como Momentum Breaker e Grim Bauble, mas talvez seja uma estratégia muito visada. Estou considerando uma variação de Gruul, mas ainda estou ajustando minha lista para enfrentar o metagame."
• Gabriel Martinez
"Infelizmente, tivemos pouquíssimo tempo para testar as cartas novas. Acredito que existe um deck muito forte baseado em Exhaust, mas não tive tempo hábil para refiná-lo. Acho que para este Pro Tour os principais decks serão Esper Bounce, RG Aggro e Domain. Algumas cartas de Aetherdrift foram incorporadas, como os terrenos e Ride's End, mas ainda não fechei minha lista definitiva."
• Willy Edel
"Até o momento, a nova coleção não causou um grande impacto no Standard. Os decks já estabelecidos, como Gruul, Pixie e Domain, ainda parecem ser os mais fortes, e as cartas de Aetherdrift não trouxeram mudanças significativas para essas estratégias. Talvez alguma equipe tenha encontrado um novo ângulo para o formato e surpreenda no torneio, mas, sinceramente, não apostaria nisso. Com mais tempo de exploração, poderemos ver novas listas surgirem, mas para este Pro Tour, acredito que os decks tradicionais continuarão dominando. As adições mais relevantes da coleção devem ser os terrenos e, possivelmente, os Gearhulks ou algum deck que explore a mecânica de Exhaust."
• Douglas Rosa
"Acredito que a coleção impactou pouco o formato. Algumas cartas novas podem complementar estratégias já existentes, mas não vejo nenhum deck completamente novo surgindo por causa da edição. No meu caso, minhas 75 cartas não incluem nenhuma adição de Aetherdrift. Para o Pro Tour, vou jogar de RG Aggro, e meus treinos têm sido focados principalmente nos matchups contra Mirror, Pixie e Domain."
- EXPECTATIVAS PARA 2025 E NOVOS DESAFIOS
Os jogadores também comentaram sobre seus planos para o futuro e suas expectativas para a temporada competitiva de Magic: The Gathering.
• Vinicius Karam
"Minha ideia inicial era focar nos estudos este ano, mas acabei me classificando para o Pro Tour Las Vegas (junho) e para o Mundial (dezembro). Magic Spotlight e Circuito LigaMagic não estão no meu radar no momento."
• Jonathan Lobo
"Meu objetivo principal é me classificar para mais Pro Tours! No momento, estou focado em Chicago, mas depois quero tentar a vaga para Las Vegas. Também não descarto jogar algum Magic Spotlight no futuro."
• Marcos Henrique
"Quero participar de todos os PTQs possíveis! Meu grupo de jogo em Patos de Minas ficou muito empolgado com minha classificação e já organizamos mais torneios Standard na cidade. O Circuito LigaMagic foi um desafio para mim em 2024 devido à distância, então por enquanto não penso em jogá-lo novamente. Quanto ao Magic Spotlight, só me interessaria se chegasse à América do Sul."
• Gabriel Martinez
"A temporada de 2025 não terá Pioneer, mas acho interessante ver o Standard ganhando mais espaço. Com certeza vou jogar o Circuito LigaMagic, e os novos Grand Prix apenas se tivermos algo mais próximo para encaixar no calendário."
• Willy Edel
"Na temporada profissional, estarei presente em todos os Pro Tours. No entanto, não pretendo participar dos Magic Spotlights enquanto eles não forem realizados na América do Sul. No cenário competitivo brasileiro, minha participação dependerá de oportunidades específicas, e, por enquanto, o mais próximo que devo chegar de um evento nacional é se for convidado para comentar as transmissões do Circuito LigaMagic."
• Douglas Rosa
"Estou um pouco apreensivo com esta temporada. A introdução dos Universes Beyond ao Standard e o aumento no número de coleções por ano me deixam preocupado com a evolução do formato. No entanto, sigo acompanhando e jogando sempre que possível. Quanto aos torneios, costumo participar de qualquer evento competitivo próximo a mim, então, se as lojas de Porto Alegre fizerem parte do Circuito LigaMagic, certamente estarei presente."
- O NOVO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO NA AMÉRICA LATINA
Recentemente, a Wizards of the Coast anunciou um novo sistema unificado para a América Latina, alterando o formato dos Regional Championships (RCs) e impactando a classificação para o Pro Tour. Os jogadores deram suas opiniões sobre essa mudança.
• Vinicius Karam
"Se será positivo ou não, depende muito de onde os torneios serão realizados. Já é custoso viajar várias vezes para São Paulo, então se os eventos forem em outros países, pode ser ainda mais complicado. Mas, analisando os números, parece que ficou um pouco mais fácil conseguir a classificação para o Pro Tour, então estou de olho nos impactos dessa mudança para os brasileiros"
• Jonathan Lobo
"Ainda não temos informações suficientes para avaliar se será uma mudança positiva ou negativa. Se bem executado, pode ser uma boa ideia, mas precisamos aguardar mais detalhes."
• Marcos Henrique
"Gostei da mudança. Apesar do aumento nos custos para viajar para outros países, o número de vagas será maior, e isso pode beneficiar os jogadores brasileiros. Fui a apenas três PTQs até hoje e adorei a experiência, então viajar pela América do Sul para jogar Magic deve ser algo muito legal. Agora é esperar por mais informações!"
• Gabriel Martinez
"Hoje sou um dos privilegiados pelo sistema atual, pois ter o torneio sempre em São Paulo facilita minha logística. Vai depender muito da distribuição dos novos RCs, e pode ser que algumas temporadas fiquem inviáveis para mim se precisar sair do Brasil. Além disso, gostei bastante da City Class à frente dos eventos. A Devir terá que provar que consegue manter esse padrão de qualidade."
• Willy Edel
"A mudança na estrutura do sistema de classificação é extremamente positiva para a América do Sul. Agora, teremos um torneio mais interessante e competitivo, além da oportunidade para os jogadores viajarem e competirem em outros países, o que pode acelerar o crescimento da nossa comunidade regional. Desejo muito sucesso para a DEVIR nessa nova fase e espero que eles consigam entregar não apenas um torneio de alto nível, mas um evento que realmente envolva o público, com atividades paralelas e atrações que recriem a experiência de um Grand Prix na América do Sul."
• Douglas Rosa
"Essa mudança me preocupa bastante. Como sou do sul do país, já não é fácil viajar para São Paulo três vezes ao ano. Se for necessário viajar para o Chile uma ou duas vezes para competir, o custo pode se tornar inviável, o que dificultaria manter o ritmo competitivo."
- O caminho até o Pro Tour Chicago
Com o Pro Tour Chicago se aproximando, os jogadores brasileiros continuam suas preparações para enfrentar os melhores do mundo. Seja no Draft de Aetherdrift, no Standard ou nos ajustes finais para suas estratégias, cada um deles está buscando o melhor desempenho possível. Acompanhem todas as emoções com a nossa equipe de transmissão a partir das 14:00 de sexta-feira ao vivo no Canal da LigaMagic!