O Modern tem um novo Xerife
Um deck que estava esquecido ressurgiu no Modern
Há 1 dia - 5.412 visualizações - 9 comentários

A criação de um deck depende de muitos fatores. O mais comum é o lançamento de uma carta nova, mas, vez ou outra, temos um ponto fora da curva como é o caso do Lantern Control, que surgiu sem ter adaptado nenhuma carta recém lançada, só as “velhas”.


Outra maneira de um deck “surgir”, é a mudança de field, tornando mais favorecido algo que estava esquecido, mesmo sem ganhar novas tecnologias.


Essa segunda ocasião é o que ocorreu com o Death and Taxes/BW Sewers do Modern, apesar de estar com cartas diferentes das que usava antigamente, todas elas já estavam no formato há meses(ou anos).


E, pela primeira vez na história da humanidade, vamos falar sobre como o BW Death and Taxes/Sewers se tornou Tier 1 no Modern!

 

Primeiro nós precisamos entender O QUE é o Death and Taxes para depois COMO ele dominou o formato.

 

    

 

Death and Taxes(ou DnT, para os íntimos) foi criado em 2007, com o lançamento de Mangara of Corondor, que funcionava muito bem com Karakas, sendo ativada, dando alvo em alguma permanente adversária, e, segurando a prioridade, bounceando o Mangara com a Karakas, exilando apenas a permanente que foi alvo enquanto você mantém o Mangara. Tudo ficava ainda melhor se você tivesse um AEther Vial com 3 marcadores para recolocar o 1/1 de volta ao jogo ainda no passe, basicamente um Punishing Fire + Grove of the Burnwillows, só que para qualquer permanente.


Há 18 anos de mudanças de formato e power creep, não temos uma lista que seja tão similar às do começo do Modern, mas o conceito do deck é o mesmo.


O plano principal de qualquer DnT é fazer exatamente o que seu nome diz: Trazer a morte e os impostos, dã! 


O ponto aqui é usar cartas de custo baixo para interagir com o oponente de forma que o jogo dele fique cada vez mais difícil de ser operado quanto mais o jogo se estende, e, uma vez, que o oponente está devidamente “taxado”, você traz a morte com o clock.

BW Sewers
 
08/02/2025
R$ 3.411,51
R$ 6.716,62
R$ 40.804,46
 
08/02/2025
Visualização:
Padrão
Cor
Custo
Raridade
Visual
Grid
CMC
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Gerar Imagem
Criaturas (31)
  
7,98
  
35,44
  
22,74
   
4,89
   
0,10
   
60,00
  
90,83
  
4,30
  
14,76
   
248,00
4  
   
127,29
Mágicas (8)
4  
 
14,25
 
4,99
Artefatos (4)
 
33,99
Terrenos (17)
24,00
1  
0,00
3  
0,00
82,80
55,00
24,95
59,40
60 cards total

Sideboard (15)
 
44,18
 
11,24
 
11,20
  
8,90
 
4,75
   
18,00
  
7,98
   
4,89
   
60,00

Usaremos essa lista como base.


Obviamente que não há um consenso da melhor lista absoluta. Alguns players preferem com Aerther Vial, enquanto outros preferem sem. Thoughtseize de main deck e outras pequenas mudanças, mas, no geral, as listas contém todas as cartas acima.

 

    


Phelia, Exuberant ShepherdFantasma da Orquidea Branca e Flickerwisp são as principais armas do “Taxes”, enquanto Overlord of the Balemurk e Emperor of Bones fazem o trabalho sujo da “Death".

 

  


O deck precisa de mãos interativas já que suas criaturas são todas pequenas ou caras, no caso do overlord, portanto, é um baralho que vai funcionar melhor se você souber QUAIS peças de taxação keepar contra os decks, já que Skyclave Apparition é inútil contra decks sem permanentes e Aven Interrupter não faz nada se o oponente vomitou a mão rapidamente.


Com a escolha da mão inicial, temos sua maior arma: O Mulligan!


Muitos decks preferem não mulligar para não sair com recursos a menos na partida, já o DnT não, ele PREFERE mulligar e te as cartas certas, já que uma mão de 7 com as peças erradas é virtualmente uma mão de 5 ou 4 cartas, enquanto a mão de 6 bem esculpida pode ter todas as 6 cartas de impacto.


Por ser um deck de sinergia, você não vai ganhar o jogo fazendo um “Tarmogoyf” como outros decks podem fazer, você precisa ligar diversas sinergia(Phelia + White Orchid ou Solitude por exemplo) para ficar na frente do jogo, no entanto, não é por isso que o deck é ruim, apenas que não temos aberturas insanas como o Boros Energy mas temos maneiras de voltar para praticamente qualquer jogo com jogadas em cadeia como Overlord para Flickerwisp que blinka o Avatar e acha um Recruiter of the Guard. Você foi de 0 recursos para 4+ em apenas um ciclo, e isso que o deck nem tem Yorion como a versão do Legacy!

 

O que faz o deck ter melhorado tanto no metagame nesses últimos dois meses é sua capacidade de bater de frente com todos os decks do formato. Diferente do DnT do passado, que tinha partidas boas e partidas abissais, a versão BW consegue bater de frente com porcentagens mais interessantes. Quando antes você tinha algumas partidas 70-30 para você e e outras 30-70, agora você vai ter mais 60-40 ou 65-35 a seu favor, só que as desfavoráveis também não serão muito abaixo de 40-60, tornando o deck basicamente sem free wins mas beeeeem sólido contra quase qualquer oponente.

 

Considerando os 9 decks mais jogados segundo o MTG Goldfish, temos as seguinte matchups:


Boros Energy: Salvo partidas de abertura insana do outro lado, o Boros tem muita dificuldade em lidar com o grind que Flickerwisp, Phelia, Exuberant Shepherd, Overlord of the Balemurk e Recruiter of the Guard te geram. Um bom sequenciamento de remoçoes nos primeiros 3 turnos podem te ganhar 5 ou 6 turnos de vida para poder grindar. 45%-55%.

 

● Eldrazi Ramp: Essa é bem difícil. Sem diversos blinks de White Orchid Phantom, sua pressão anêmica não vai dar conta quando os bichões ou dezenas de Spawns entrarem em jogo. Desfavorável 40%-60%.

 

Dimir Murktide: Tomou Psychic Frog com remoção + Unearth no Abhorrent Oculus? Não? Então ganhou. O oponente tem muita dificuldade de grindar em cima de um deck cheio de remoções e que consegue bloquear o Sapo por alguns turnos até estabilizar. 60%-40%.

 

Temur Breach: Como todo combo, o Game 1 é complicado devido à falta de hates específicas, mas no Game 2 com mais Aven Interrupter, Drannith Magistrate e hates de storm/cemitério, tornam a partida bem mais tranquila. Sem The One Ring ele não consegue te outgrindar. 65-35%.

 

BW Sewers: Os Mirrors são sempre complexos pois não é só comprar melhor, é preciso saber sequenciar. A lista sem AEther Vial e com Wrath of the Skies de main é favorecida no mirror, mas a fim de estudo, vamos considerar que todo mirror será 50%-50%.

 

Belcher: Aqui temos outra matchup bem complexa. O baixo clock do deck te prejudica demais aqui, muito difícil taxar o suficiente enquanto consegue pressionar essa partida. Salvo jogos de milhões de LD, vai sofrer bastante. 30%-70%.

 

Ruby Storm: Mais um saco de “ruim e depois bom”, já que o side vai te resolver bastante problemas. Os White Orchid são secretamente bons aqui por cortar a mana branca, que é usada para remover o hate da mesa, então você tem chances de cortar o oponente de anti-hate com 1 ou 2 LDs. Dranniths, Interruptors e Thoughtseize brilham demais aqui. 55%-45% se considerar pré board e post board.

 

Amulet Titan: Fácil, beeem fácil. Quanto mais o Titan demora pra finalizar, mais difícil vai ficando. Solitude e Ephemerate e múltiplos LDs são os free wins da partida. Até Syclave brilha aqui, principalmente se tiver AEther Vial. 70%-30%.

 

Yawgmoth: Uma partida complexa. Se o oponente fizer Yawg, azedou o pé do frango. Não fez Yawg? Você tem boas chances de vitória. Com o tempo, a partida fica delicada pela facilidade de achar um Yawg no long game, mas você também terá acesso a Solitudes, Interruptors e Ephemerates para responder a altura. 40%-60%.

 

 

Como deu para ver, o deck é muito próximo do famoso 50-50 nas partidas, e é justamente isso que o torna tão interessante, você raramente vai jogar partidas impossíveis(tenho 0 saudades de Titan Shift vs Ad Nauseam). Já existem listas com splash para Consign to Memory e outras com splash para Wear // Tear, tudo para tentar resolver ainda mais as partidas acentuadamente negativas. Se fosse jogar hoje com o deck, iria com azul para Consign, PODE VIR EMRAKUL QUE O PAE TÁ PRONTO!

 


É bem legal ver o meu arquétipo preferido no topo de algum formato, e apesar do medo de Mox Opal ser um problema nos próximos meses, acredito que o Modern está bem diverso e mais divertido do que esteve desde o lançamento de Modern Horizons 2!

 

Antes de ir, desta vez vou fazer algo um pouco diferente. Ao invés de compartilhar minhas redes sociais como jabá, eu vou me despedir por tempo indeterminado. Estou com alguns problemas sérios de saúde que estão me dificultando produzir conteúdo, portanto, creio que é melhor me afastar até que eu possa melhorar um pouco.


Em 2025 faço 8 anos ininterruptos de LigaMagic e agradeço imensamente a oportunidade de estar aqui, era realmente um sonho de criança poder escrever artigos.


Não é um adeus, é apenas um até logo!


Um beijo e um abraço do Orelha, fiquem bem!

Bruno Ramalho ( Bruno_Orelha)
Bruno Orelha é amante das estratégias de terrenos como Lands, Death and Taxes e Valakut. Capitão do Valakuteam e Youtuber nas horas vagas em www.youtube.com/brunoears.
Redes Sociais: Youtube, Facebook
Comentários
Ops! Você precisa estar logado para postar comentários.
(Quote)
- 14/02/2025 11:41:37

Rapaz, essa época foi boa demais também. Thalia, Árbitro Leonino, Aven Mindscisor, Abolidor Mor, Eidolon do Labirinto. Rapaaz, coisa linda.

(Quote)
- 13/02/2025 21:34:29

ruim

(Quote)
- 13/02/2025 16:32:19

Infelizmente foi deixado no passado. Sem path to exile o leonino já perde mt força, e ter acesso à fetches e surveil já compensa mais que arbitro só pra fetches adversárias

(Quote)
- 13/02/2025 15:23:52
Cadê o bom e velho árbitro leonino com quarteirão fantasma?? 🥲
(Quote)
- 13/02/2025 14:25:57

Valeu!
Sinto saudades também. Lembro que quando stoneforge desbaniu, eu ganhei um fnm na mesma semana com uma lista com ranger captain of eos pra pegar giver e mais umas bagunças no deck, era bem divertido

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