O Burnout de Magic e seus Hobbies
Como lidar com o Burnout de maneira criativa!
Há 1 dia - 1.848 visualizações - 6 comentários

Magic: The Gathering, ou, Magia, el encuentro, para os íntimos, é, considerado por muitos, o melhor card game já criado.


A maneira que você recebe recursos(cartas na mão, pontos de vida, terrenos), é superior e mais desafiador que os outros card games e quem joga Magic competitivamente acaba, inevitavelmente passando por um burnout do jogo. A primeira opção dessas pessoas geralmente é dar uma pausa no jogo, afinal, geralmente é o correto a se fazer quando se tem burnout em qualquer área, vide o burnout de trabalho que te dá uma “mini férias” para colocar a cabeça no lugar.


Eu mesmo tive um burnout bem complicado de Magic em 2022, e minha escolha foi parar de jogar competitivo. De certa forma ainda estou aposentado, mas pelo menos voltei a jogar IRL, algo que nem isso estava fazendo até o final de 2024.


Como bom conhecedor de Burnout, posso te dizer que a melhor maneira de se recuperar é focar em outros hobbies. Todos nós temos algum hobby, certo? Seja ver futebol ou jogar videogame, mas, o que eu vou falar aqui, é que não precisamos LARGAR O MAGIC para nos recuperar do burnout, apenas entender o que está nos afetando.


Como vocês devem saber, eu vivo 100% de Magic há quase uma década, então eu não tive a possibilidade de me afastar totalmente do jogo como uma pessoa com burnout “deveria”.


O que eu fiz foi bem simples porém efetivo: Eu identifiquei o que estava me fazendo mal(me cobrar de resultados em torneios) e removi isso da minha vida por quase 2 anos e meio.


Resultado: Tive uma relação muito melhor com o jogo. Agora eu voltei a jogar IRL mas vou apenas para me divertir e testar novas techs, não preciso “ganhar ou vazar” como era antigamente. Perder é chato, claro, mas isso não afeta meu dia como antes. Tudo isso porque consegui separar as diversas facetas do Magic em níveis de importância. Estudar para produzir conteúdo/dar coach, treinar para torneios, jogar commander for fun são os tópicos que mais uso na minha vida, com essa divisão eu sei que se estiver treinando demais e não tiver nada importante para jogar, eu estou “desperdiçando” meu tempo, que poderia fazer outra coisa mais produtiva ou até algo nem um pouco produtivo.

 

Qualquer coisa que você se dedicar demais, seja em tempo ou quantidade, eventualmente vai te fazer mal. Trabalho, hobby, qualquer coisa mesmo! Não é preciso ser extremista e parar de vez com o jogo, assim como fiz. Uma vez identificado o problema, é só isolá-lo enquanto puder, e ir trabalhando os outros pontos de sua vida de uma maneira que o estresse no Magic diminua/passe e você nem perceba. Devagar e sempre se chega longe.

 

No meu caso, foram meus outros hobbies que aliviaram minha cabeça, sem eles, eu ainda estaria batendo a cabeça na parede no Magic, totalmente estressado e sem gostar do que estava fazendo.


Mas, o que exatamente meus hobbies me ensinaram?

 

Eu não sou um cara de muitos hobbies, mas os poucos que tenho, gosto de me dedicar bastante.


● Atualmente, o que mais gosto de fazer são: 


- Colecionar Transformers.
- Pintar miniaturas.
- Jogar Bloodborne.


Cada um me trazendo ensinamentos que consegui importar para o Magic.


Por mais que pareça papo de Sr Miyagi na cena da limpeza do vídeo, o impacto positivo foi real e estou aplicando até hoje.

 

● Transformers

 

 

Das coisas que eu faço, colecionar Transformers é a mais antiga, até mesmo mais antiga que minha coleção de Magic pois, já em 97 eu ia atrás de robozinhos que viravam carro ou que viravam macacos.


Se formos levar em consideração apenas o colecionismo, colecionar Transformers e colecionar Magic são bem similares: existem as raridades, existem as “reserved list”, é preciso guardar a coleção com cuidado se quiser que ela mantenha um valor de mercado, mas acredito que o que mais aprendi foi sobre como aplicar uma estratégia no colecionismo. O quanto foi importante ter uma lista real de want, ter paciência de esperar o lançamento e relançamentos(que abaixavam o valor de mercado para compra) para gastar o mínimo possível, e também em como a SUA coleção é importante para VOCÊ, e não feita para agradar outras pessoas.


Se você gosta de cartas foil, compre-as, mas compre porque você gosta, e não para impressionar os outros. Seguindo essas estratégias, você vai conseguir obter mais itens para a coleção com um gasto menor e com uma sensação infinitamente superior de realização quando você receber cada novo item da coleção. Não é uma corrida, com a estratégia certa você vai duplicar sua coleção gastando menos do que apenas sair comprando tudo apenas para aumentar a coleção.

 

● Pintura de Miniaturas

 


Comecei a pintura de miniaturas no final de 2024. Era algo que eu sempre achava legal, mas pensava ser muito difícil e caro. Após descobrir alguns contatos para comprar minis baratas e material de pintura com bom preço, me aventurei no mundo dos pequenos personagens.


Sou um cara sem paciência e bem estressado, pintar era algo que parecia totalmente contrário ao que me imagino fazendo para relaxar. No entanto, aprendi que ver a figura tomando forma com cada camada de tinta é bem satisfatório e fui aprendendo, bem devagar, a ter paciência para a sacanagem da tinta e os longos processos de layering, glazes e outras técnicas mais lentas de pintura.


O ponto mais importante no meu aprendizado com as minis foi fazer algo que eu fazia no Magic quando comecei a jogar e que hoje em dia eu acabo não fazendo muito: me desafiar.


Não sei pintar asas, então o que eu faço? Compro uma figura com asas, para aprender, nem que seja na marra. Tenho medo de estragar a pintura com uma técnica novas? Manda bala, qualquer coisa é só remover a tinta e começar de novo, afinal de contas, eu não tenho prazo de entrega, faço apenas para me divertir, o importante é sempre melhorar!

 

● Bloodborne

 

 

Esse foi meu primeiro soulslike, e devo dizer que nunca tive tanta raiva com um jogo como tive nas primeiras duas horas de Bloodborne


Após alguns tutoriais, entendi o que precisava fazer e me apaixonei pelo jogo, o platinando em 15 dias e nunca mais abandonando desde então.


Para quem não sabe, um jogo estilo Soulslike é um jogo onde o combate é mais lento e você precisa usar stamina para atacar e se esquivar, gerando um gerenciamento de recurso maior do que em um jogo como Devil May Cry ou God of War, que você pode só sentar a bordoada no adversário sem parar ou ficar esquivando infinitamente se quiser.


O meu aprendizado aqui é que, se você não consegue passar de um chefão, pode ser por não estar se dedicando o suficiente na luta, mas também pode ser que sua estratégia tenha uma falha crítica e seja inviável ou demande um gameplay impecável, algo bem difícil nesse tipo de jogo.


Se você entender que, se morrer no jogo, é só ir tentar novamente o chefão, vai passar a testar novas táticas, ao invés apenas de sair dando soco, soco, esquiva, soco para ver se ele morre. Aplicando o mesmo conceito no Magic, vai passar a criar novas maneiras de solucionar um problema. Se você vê um Elfos de Llanowar no turno 1 e tem um removal na mão, você pode apenas matá-lo e pronto. Porém, em algumas partidas o correto é guardar o removal. Se você jogar sempre igual, a derrota te encontrará mais do que se você adaptar a estratégia para cada situação. Não precisa jogar seguindo um “tutorial”, use situações previamente enfrentadas como base, mas não é preciso jogar de forma engessada, sempre se adapte!

 

Obviamente, quem não tem a obrigação de jogar todo dia, como eu que trabalho com o jogo, terá uma relação diferente com Magic, mas não quer dizer que o Burnout não possa vir.


Em épocas de CCQs é onde eu mais vejo meus alunos falando que vão parar de jogar por terem ido mal após se dedicarem tanto.


Se fosse resumir o artigo inteiro numa frase, seria: Busque outros hobbies e faça com que sua cabeça esqueça dos problemas do Magic enquanto você tem outros passatempos sem precisar largar o Magiquinho!


Vou ficar por aqui, se der, cola nos meus links, ajuda muito! Apoia-se, Twitter, Youtube.

 

Um beijo do Orelha e até a próxima!

Bruno Ramalho ( Bruno_Orelha)
Bruno Orelha é amante das estratégias de terrenos como Lands, Death and Taxes e Valakut. Capitão do Valakuteam e Youtuber nas horas vagas em www.youtube.com/brunoears.
Redes Sociais: Youtube, Facebook
Comentários
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(Quote)
- 30/01/2025 08:37:42
O problema n é q tá cansando de jogar, mas que tá cansando de ver um hobby jogado majoritariamente de forma casual, estar virando um mercado de ativos financeiros.

Tem mercado de IPOs e contratos futuros ( prevenda de PreCon e cartas), tem pump and dump,...

E cara, tu pode imprimir e jogar casual que n tem bronca nenhuma. Tu n vai ser banido de torneio, pq tu nem joga torneio.

Se tu n vai pra competição valendo 100.000 mangos mesmo, pra que pagar 500 reais pra uma carta ou deck? Imprime, man.

"Mas e as lojas?"

Vive de vender sleeve, deckbox, pokemon tcg ( que é muitas vezes o mais barato e o que mais vende), ... Sem falar que depois do precon de Valgavoth indo pra 700 reais na pré-venda e o de zumbi agr batendo 500 sem nem ter saído, só mostra a necessidade da gente imprimir.

Se os caras venderam na pré-venda, com margem de lucro, o precon do winter por 240 reais, vender por 700 é pra chamar todo mundo de otário.

Ent o burnout n é do jogo, mas do custo escroto que o jogo está ficando.
(Quote)
- 29/01/2025 16:52:22

Eu já joguei CEDH e foi a epoca que eu era mais infeliz. Montava os decks mais fortes e caros imaginaveis, e não me divertia. Hoje eu estou jogando commander forfun/premontado com os amigos, sempre com os decks mais fracos do mundo, mas me divertindo.O negócio é encontrar o que te faz bem.

(Quote)
- 29/01/2025 15:35:11
Rapaz, minha forma de me despressurizar do Magic, foi jogando Magic. Despois que vim pro Commander budget, não quero mais nada. Só commandinho lvl 5 pra baixo. Delícia demais.
(Quote)
- 29/01/2025 15:08:03

Estaremos lá !!!!!
Que notícia SABOR !!!!

(Quote)
- 29/01/2025 14:11:35

Saudades também, bentola.
Voltei pro Modern, tenho jogado de vez em quando na Mont, aparece lá qualquer dia!

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