Olá!
Pouco mais de um mês depois do anúncio dos banimentos e desbanimentos no Modern, temos o nosso City Class Showdown/Regional Championship acontecendo nos dias 25 e 26 de janeiro valendo vagas no Pro Tour, Mundial e 25 mil dólares de premiação.
O formato abriu bastante nesse período, e mesmo que tenhamos alguns velhos nêmesis como variações de Energy, Murktide, Belcher e Amulet Titan, a combinação de Mox de Opala, Gemea Estilhacadora, Pilhagem Infiel e Zenite do Sol Verde abriu infinitas possibilidades, e por incrível que pareça possivelmente ainda não desvendamos todas as possíveis até o momento – e é aí que há a chance de alguém vir com um baralho fora da curva e se dar bem no Showdown. O que não muda o fato de ser importante estar por dentro do que ocorre no metagame e quais são as estratégias esperadas, tema de nosso artigo de hoje aqui na LigaMagic!
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A ausência de O Um Anel, Raptor Amplificado e Jegantha, a Fonte, não impediram o Boros Energy de continuar sendo o arquétipo mais jogado. Criaturas e remoções hiper eficientes, forrar o campo de batalha nos turnos iniciais e pressionar os pontos de vida do oponente com ameaças resilientes segue um plano sólido e vitorioso no Modern.
Embora não esteja nos mesmos patamares de dominância de quantidade e percentual de vitórias, ainda é a estratégia a ser vencida no Modern, e todos os decks precisam respeitá-lo – remoções globais leves como Piroclasma e Diluvio Toxico cumprem bem o papel, sem a necessidade de ir tão extremo com coisas como Purificadora Solar.
Para compensar no recurso, a maioria das listas têm optado por Piromante Experiente, mas Confronto dos Skalds também tem sido visto. Ragavan, Afanador Agil e Phelia, Pastora Exuberante ajudam a manter a contagem de criaturas alta, sendo ameaças que demandam respostas imediatas ou geram valor caso comecem a conectar.
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Sem divergir muito do padrão, algumas listas de Boros Energy têm optado pela excelente Fabula do Quebrador de Espelhos ao invés de Piromante Experiente.
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Algumas outras listas também têm optado por uma abordagem mais rápida, com Goblin Condutor ou Pirossurfista Imprudente, apostando em fechar a partida mais agressivamente ao invés de ir para o atrito.
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Dentre os adeptos da Energia, temos ainda o Mardu Energy, que batendo o olho é capaz de nem percebermos a ausência das cartas banidas, já que utilizar-se de uma terceira cor abre um leque de possibilidades muito maior. Capturar Pensamento, Empurrao Fatal e Mestres Arqueiros Orcs fazem parte do “kit básico”, que leva o deck a um caminho muito mais Midrange, enquanto que Overlord of the Balemurk é a novidade como forma de alimentar o cemitério para Phlage, Tita da Furia Ignea e ir gerando valor – e sinergiza particularmente bem com Phelia, Pastora Exuberante.
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Sapo Psiquico segue como uma das principais ameaças do formato, e a versão com preto dentre as combinações possíveis de Murktide Tempo segue como a mais popular. Abhorrent Oculus não para de aumentar sua quantidade nas listas (e, por tabela, seu preço), e o deck num geral funciona muito bem como o “xerife” do formato, mantendo outros baralhos na honestidade com as interações eficientes por trás de ameaças que fecham a partida rapidamente caso não respondidas.
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Perder Jegantha, a Fonte é algo que pouco afeta o Ruby Storm – e na figura macro, os desbanimentos de Mox de Opala e Pilhagem Infiel criam um mundo onde o “hate” (cartas de ódio) das reservas dos baralhos passa a direcionar mais artefatos e cemitérios de forma específica, diminuindo as quantidades de Esfera Amortecedora, Canto de Orim e Lagarto Antimago presentes por aí. Considerando esses fatores, o Storm segue uma ótima opção para quem curte o caminho do combo puro e quer apostar em “esquivar” do “hate” pesado.
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Se existe uma chance de que desbanir Mox de Opala foi um movimento errado, ela vai acabar passando diretamente pelo Temur Breach, o talvez deck do momento que vem subindo cada vez mais no metagame. Com mãos capazes de ganhar até mesmo no turno 1 (e sem muitas dificuldades no 2 ou 3, caso não seja interagido), a velocidade que a Mox providência ao combo é incomparável, especialmente por se tratar de um baralho que também consegue dobrar suas chances de mana rápida usando Mox de Ambar.
O combo do baralho não demanda muitas peças específicas, basta que a Estacao de Trituracao esteja no campo de batalha junto de Ruptura do Submundo que algumas cartas no cemitério e as Mox para começar o “loop” de autotriturar fazem o trabalho.
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“O Amulet Titan permaneceu no Tier 0 ou 1 através de metagames com KCI, Hogaak, Eldrazi, Oko, Opal, Cruzeiro/Revirar o Tempo, Pilhagem/Trol de Túmulo, Uro, Prowess, Lurrus/Yorion decks, e até hoje o deck é sempre a coisa mais quebrada no Modern e apenas evita banimentos por ser difícil de jogar.”
A famosa Copypaste do Amulet Titan pode ser uma brincadeira, mas ela não é totalmente inverídica, considerando que o deck vem se reinventando e se mantendo relevante no formato desde que surgiu em sua primeira versão com Floracao Estival.
Perder O Um Anel foi um golpe duro, mas ganhar Zenite do Sol Verde é um prêmio de consolação adequado – ficou ainda mais fácil e mais consistente estabelecer o “novo loop” do deck, com Analista em Retrospecto, Bosque Mutavel, Campo de Lotus e Amuleto de Vigor, que consiste em transformar o Bosque Mutável em Analistas de modo a gerar mana infinita retornando e desvirando os Campo de Lótus. Variações do combo também permitem destruir as permanentes do oponente recursando Boseiju com alguma das Bouncelands, criar fichas infinitas com Poco-espelho, ganhar vida infinita com Fonte Radiante, dano infinito com Valakut, o Pinaculo Derretido e por aí vai.
Zênite do Sol Verde torna o plano de sempre ter o Tita Primordial ainda mais consistente, já que junto de três Pacto do Invocador e duas Tolaria Ocidental permite ao deck operar com virtuais 13 Titãs.
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Um dos prejudicados pelo desbanimento de Mox de Opala, considerando que o próprio deck não consegue fazer bom uso do artefato acelerador e, com a Mox habilitando outros decks de artefatos, aumenta-se o “hate” para artefatos – que acaba pegando Canhao de Fogo dos Goblins de tabela.
Ainda assim, muitos baralhos não conseguem lidar muito bem com a velocidade e inevitabilidade do baralho de ganhar as partidas ativando o Canhão tão cedo desde o turno 4 com Desabrochar do Lotus.
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Outro baralho que vinha em baixa, mas ganhou um reforço gigante com o anúncio dos desbanimentos foi o Golgari Yawgmoth. Zenite do Sol Verde infelizmente não busca o próprio Yawgmoth, Medico de Thran, mas garante desde uma aceleração turbinada com Arvoredo Driade, “toolbox” (caixa-de-ferramentas buscável) com Fungo Insidioso, Taverneiro Prospero, Resistencia, e mais opções na reserva, além do acesso imediato à Lobo Jovem, Hapatra, Vizir dos Venenos e Grist, a Onda Faminta.
Em um mundo de Energy com menos explosão e recursos de jogo tardio, Yawgmoth acaba se tornando uma opção interessante, capaz de controlar o campo de batalha de criaturas pequenas, além de ir para o combo com dois Lobo Jovem e Artista do Sangue para drenar vida infinita.
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Passos Desabalados é uma das cartas que ninguém mais esperava ver rodando o Modern em um mundo sem Surto Violento, já que parte primordial do plano Tempo do deck envolvia ser capaz de colocar dois rinocerontes no final do turno.
Porém, a versão de quatro cores adotou de vez um caminho mais Midrange, com Agente Sem Fragmentos + Suplica Ardente servindo como os habilitadores da cascata em velocidade feitiço, e um pacote de interações mais robusto e capaz de performar em jogos mais longos com Amarras da Linha de Forca e Phlage, Tita da Furia Ignea. No mais, outras peças que consagraram o plano mais Tempo ainda estão lá, como Forca da Negacao e Sutileza.
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Importado diretamente do Pauper, Escamoso Preguicoso encontrou no Modern um parceiro de combo ainda mais acessível: Espada do Grao-Vampiro, um artefato de uma mana que se encaixa em qualquer combinação de cores (inclusive Mono Green) e que é buscável com Saga de Urza, tornando o combo muito mais consistente e com um plano secundário digno.
Expurgador de Carne Reluzente ajuda a criar Proles Eldrazi pré-combo, além de fornecer um bom plano agressivo de ataque. Dobrar em Agitacoes do Passado e Estrondo Malevolo garante bastante consistência e velocidade em encontrar as peças, assim como o Comando de Kozilek brilha como interação/cavador. Além do Expurgador, Balista Ambulante é um ótimo finalizador que também funciona bem em jogos “normais”, sem combo acontecendo, e que sinergiza muito bem com o Caldeirao de Almas de Agatha.
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Mox de Opala trouxe ao menos um resquício de esperança de volta para a mente dos adeptos do Hammer Time. Um deck com vários artefatos leves e jogadas de uma mana, especialmente um que quer fechar a partida nos turnos iniciais do jogo via Martelo do Colosso + Auxilio de Sigarda se beneficia intensamente desse salto na mana que potencializa todas as outras sinergias do deck. Paladino de Aco Puro ativa antes, as fichas de Saga de Urza ficam maiores, e até mesmo o recente Machado da Linha de Forca ajuda na ativação da Maestria com Metais e em pagar o custo de equipar 3 “na raça”. A combinação de Golpe Duplo + Atropelar providenciada pelo Machado facilita fechar algumas partidas onde o Hammer Time poderia sofrer com bloqueadores pelo chão para o Martelo do Colosso, por exemplo.
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Falou em Mox de Opala, falou em Saga de Urza, falou em artefatos – o Scales aparece para uma saudação. Combinando as sinergias de marcadores de Devastador Arconexo, Balista Ambulante, Zabaz, a Vespa Tremeluzente e Caldeirao de Almas de Agatha (todos potencializados por Escamas Endurecidas) é possível fazer um jogo absurdamente difícil de ser interagido e que finaliza oponentes incautos no passar dos marcadores na primeira remoção no momento errado. Embora objetivamente esteja fazendo algo “menos poderoso” que outros decks de Opala (como o Temur Breach) e que também sofra para o “hate” de artefatos, o Scales é sempre um deck perigoso na mão de especialistas do arquétipo, e é um que inclusive já vinha fazendo alguns resultados aqui e ali pré-Mox.
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A intenção de desbanir a Mox de Opala era trabalhar com a nostalgia dos jogadores, e de fato, funcionou – a volta do Lantern Control, mesmo que obscuramente em alguns 5-0s aqui e ali no Magic Online, significa ao menos a tentativa do retorno a uma era onde o Modern representava vários arquétipos da história do Magic, sendo Control Prision um deles.
Saga de Urza reforça os planos alternativos e principais de modo nunca antes visto em outras épocas do Lantern, mas a verdadeira força do deck realmente reside na Mox de Opala. Afinal, é com ela que o deck consegue “bater” a mão rapidamente para ativar a Ponte Traicoeira para zero tão rapidamente. Depois disso, é executar o controle dos topos combinando Lanterna de Introvisao com Triturador de Codices e Pyxis do Pandemonio até a vitória.
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O queridinho do povo retornou: Gemea Estilhacadora, a carta que era mais pedida que a volta do Circuito LigaMagic pelos jogadores, mas dessa vez em um mundo novo, com interação gratuita capaz de punir o combo (como Força do Vigor, Força da Negação e Solidão). Mas, ao mesmo tempo, o deck nunca foi tão independente do combo – ameaças como Tamiyo, Estudante Inquisitiva, Abhorrent Oculus e Ragavan, Afanador Agil (presente em algumas listas) permitem um plano mais Tempo com sucesso.
A própria peça do combo, Fear of Missing Out, é uma ameaça digna por si só, que também funciona bem cavando atrás do combo e pode representar mais problemas pro adversário do que um bastante enfraquecido nos dias de hoje Exarca Enganador.
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E é claro que quando falamos de “Plano B do Twin”, o Temur Twin não poderia ficar de fora. Combinar a pressão de ameaças como Tarmogoyf com a interação leve de Perfurar Magica, Cilada Magica, Raio e Contramagica é definitivamente uma receita para forçar a remoção nos causadores de dano e abrir espaço pro combo (ou vice-versa).
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Talvez a carta menos utilizada dentre as desbanidas até o momento, Pilhagem Infiel ainda não chegou a brilhar de vez – Izzet Phoenix parece lento demais e vulnerável demais aos “hates” de cemitério para funcionar bem em 2025, Dredge sofre de problemas parecidos, e poucas outras estratégias se beneficiam dessa combinação de seleção + peças no cemitério. Trepadeira Vingativa? Griselbrand + Vinganca de Goryo? São possibilidades que sofrem em um mundo de Resistencia, Ghost Vacuum, Extracao Cirurgica e afins, que por vezes nem estão direcionados para eles.
Mas, uma estratégia que já vinha sendo empregada até pré-banimento de Pilhagem Infiel abraçou o feitiço vermelho com todas as forças: o Rakdos Hollow One. O encaixe de um ou mais Ocos nos turnos iniciais da partida ganhou muito mais redundância e seleção com Pilhagem Infiel, de um baralho que já vinha se beneficiando de adições recentes como Fenix do Detetive e Fear of Missing Out. A lista acima ainda é uma versão bastante crua, mas tem tudo para seguir evoluindo em algo mais concreto e perigoso.
E quanto a vocês, leitores, quais suas expectativas para o metagame do City Class Showdown/Regional Championship nos dias 25 e 26 de janeiro? Acham que algum deck do metagame seja superestimado? Ou acreditam que algum deck que não tenha sido citado possa vir a surpreender? Compartilhem suas opiniões nos comentários!
Abraços e até a próxima!
Embutir na Liga
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