Feliz ano novo! Mais um ano com muito Magic e de quebra, que começa com o Magic Spotlight, um análogo ao Grand Prix, com 1400 jogadores no formato Standard. Ou seja, começa o ano e tem muito assunto para falar sobre.

 

Ano passado foram anunciados os Magic Sportlights, eventos nos EUA, Japão e Europa similares aos antigos Grand Prixes, em diversos formatos, dando prêmios em dinheiro e vaga para o Pro Tour. O primeiro aconteceu esse fim de semana e teve local em Atlanta, nos EUA, no formato Standard.

 

Esse ano será marcante para o Standard, já que temos mais de uma temporada de CCGs nesse formato e ainda Pro Tour e Grand Prix, o que garante, junto com os torneios online, um ano repleto de eventos importantes. E mais eventos significam mais desenvolvimentos do meta e inclusive hoje, temos um capítulo nesse sentido.

 

O formato chega com Dimir midrange e Gruul Prowess como principais decks, mas com uma série de outras estratégias válidas, como Boros, Tokens, Domain, e nessa última semana o Esper Pixie, que vem fazendo vários resultados online e prometia ser a sensação do fim de semana.

 

 

 

Esse é o metagame do primeiro dia de evento, 1400 jogadores e um meta dentro do esperado. Gruul e Dimir como os mais jogados e o resto do formato bem diverso. Destaque para o Golgari como o terceiro mais jogado, o que acompanha uma crescente do deck no Magic Online, e destaque para o Esper Pixies, que já tem uma representação interessante para um baralho que ainda é recente.

 

Seguindo para o segundo dia:

 

 

Enquanto Dimir e Gruul se mantêm como os mais jogados no segundo dia, mostrando sua força, assim como Tokens e Domain, Golgari foi a grande decepção, com uma conversão pífia, e Esper Pixie com uma conversão quase em 60%.

 

No caso do Golgari, eu considero que não é um deck nem um pouco fácil de achar a lista ideal. Normalmente o crescimento do deck passa por uma lista que ataca corretamente o metagame, como inclusive aconteceu em um Super Qualifier recente do Magic Online. Existem diversas abordagens dessa estratégia e nem todas acertam sempre o ambiente. O melhor Golgari ficou em 37º lugar, fazendo 11-4.

 

 

Sobre o Esper Pixie, como eu já disse, ele é uma adição recente ao formato, mas promete pressionar os midranges, loopando Pesadelo Sem Esperanca, que lentamente vai quebrando recursos da mão do oponente, para que na mesa loops com Stormchaser's Talent e Nowhere to Run façam sua parte, e tudo isso potencializado por This Town Ain't Big Enough. Para quem joga Pauper, o deck lembra muito o gameplay do Boros Bully.

 

Apesar de não ter feito top8, o deck pegou várias posições das primeiras mesas e promete mudar o metagame, daí, inclusive, Baloth Obstinado aparecendo tanto.

 

 

 

E falando sobre o top8, o deck com mais representantes no top8, inclusive o campeão, foi o Gruul Prowess, com 3 representantes, fora um Gruul em Nono:

 

 

É muito comum a gente falar de versões do mesmo deck no Standard porque o formato tem estado em constante mudança e cada um aborda essas mudanças à sua maneira. Por exemplo, no último Mundial o francês Jean-Emmanuel Depraz jogou com Leyline of Resonance no maindeck, uma tech que não exatamente “pegou” no Standard, mas Nicholas Odenheimer, campeão do Sportlight novamente apareceu com a Leyline e cá estamos nós falando de sua lista.

 

 

De fato, essa lista lembra muito o que o Depraz uso no mundial, mêses atrás, mas com pequenas atualizações, como Pawpatch Recruit e Screaming Nemesis, que melhoram muito a match contra atrito, e a mirror, respectivamente.

 

Outros destaques desse top8:

 

A final foi contra Scott McNamara, grinder do Magic Online, com sua versão do Dimir, com encantamentos:

 

 

A ideia aqui é que se o Esper Pixie ganha das listas tradicionais de Dimir, porque não adaptar essas ideia ao Dimir e vencer a mirror? Alguns jogadores tiveram essa sacada e jogaram com essa versão do Dimir, que teve um WR de 60% no evento.

 

 

É a mesma base tempo do Dimir que tem sido tão presente no formato, mas com uma quebra da mirror que ainda te ajuda contra qualquer match de atrito. Detalhe que algumas listas de Esper já usam Kaito, Bane of Nightmares para ter uma carta com mais qualidade individual e uma ação extra que volta Fear of Isolation para a mão, então realmente pareceu facil essa adaptação.

 

O side continua o mesmo do Dimir tradicional, mais mid versus aggros e mais leve versus decks grandes.

 

 

cftsoc ou Rei Zhang, é uma das pessoas que mais revolucionou o Standard nos últimos anos, tendo vencido um Magic Fest com o Sultai, que seria o predecessor do Temur Lands, além de ter criado decks como o 5c Legends, do Standard anterior. É do seu grupo de treinos, o Sanctum of All, que nasceu o Temur Otters e sem novidades em ver neste top4, o que significa dois Grand Prixes jogados, um título e um top4.

 

 

Esse deck em si precisa de um artigo só para ele, mas estamos falando novamente sobre loops envolvendo This Town Ain't Big Enough e Stormchaser's Talent, e com Enduring Vitality e Valley Floodcaller garantindo mana, junto com as fichas, para loopar tudo em sua mesa e dar bounce na mesa do oponente, e assim vencer o jogo. O deck tem alta complexidade e tem poucos, mas fiéis, seguidores.

 

Por fim, nesse top8 tivemos Eli Swafford, de Azorius Oculus:

 

 

Eu falei muito sobre loop de This Town Ain't Big Enough e Stormchaser's Talent, o que evidencia um ambiente sem hates de cemitério, e isso significa que decks como o Azorius ficam bem mais interessantes. Claro que o Standard tem Descanse em Paz, Ghost Vacuum, entre outras opções, mas se todo mundo não está usando, decks de cemitério ficam felizes.

 

 

A lista do Eli tem de tudo, Mao Amiga para fazer Abhorrent Oculus turno dois; Traquinas Arrombador // Libertar as Fadinas para acelerar seu jogo, colocando algo no cemitério e achando um efeito de Reanimar; Genio Arrogante como finalizador rápido, e até no side Mentor do Monasterio, para quando jogaríamos contra hates de cemitério. Mas acima de tudo, um torneio sem muitos hates.

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Primeiro que é muito bom ver um metagame diverso em um evento de mais de 1400, e Atlanta nos entregou tudo isso. Segundo que mais de um mês antes da nova edição, temos novidades surgindo, o que evidencia um formato que ainda tem muita coisa para explorar, em plena temporada de CCGs. Ou seja, os próximos meses serão ótimos.

 

Até mais!

 

Ruda