Salve galera, beleza?
Esse é o nosso primeiro artigo do ano, então gostaria de iniciar agradecendo a todos vocês por terem acompanhado a nossa coluna em 2024. Um ano de muito aprendizado, contato com um novo formato que foi o Duel, e também de muito trabalho!
Com os agradecimentos feitos, vamos ao que interessa.
Pensei bastante no que seria mais adequado pra abrir 2025 com chave de ouro, e de todas as ideias a que mais me agradou foi trazer um deck tech de um deck que eu realmente gosto. Então hoje vamos falar de A Necroflor, um comandante que descobri recentemente mas que foi uma surpresa muito positiva!
Mas antes de começar, vou deixar aqui alguns pontos sobre o texto.
1 - O deck irá seguir um budget de 500 reais;
2 - Vou trazer uma versão casual otimizada, e no fim do texto vou deixar uma referência à versão do deck para o commander 500;
3 - Nessa lista evitei ao máximo incluir combos que finalizam o jogo;
4 - Alguns preços e cartas podem alterar desde a criação do deck até o dia em que você estiver lendo este artigo.
Então sem mais enrolação, bora pro que interessa!
The Necrobloom
Como é de costume, vamos conhecer um pouco do nosso comandante.
A Necroflor é uma planta de 4 manas, na combinação Abzan e que tem um corpo generoso de 2/7, além de possuir dois outros efeitos.
O primeiro deles é uma habilidade desencadeada com a entrada de terrenos no campo de batalha, que gera tokens de planta 0/1, ou zumbis 2/2 caso você já tenha 7 ou mais terrenos com nomes diferentes.
Apesar dessa habilidade de landfall chamar a atenção e ser o centro da maioria dos decks que encontrei pela internet, não é nela que iremos focar. E daqui a pouco explico o por quê;
Continuando para a sua segunda parte, temos uma habilidade passiva que faz com que todos os seus terrenos no cemitério tenham Dredge 2.
Isso significa que ela cria um efeito de substituição que permite que você tombe duas cartas do topo do seu deck caso fosse comprar uma carta. Vou deixar aqui embaixo uma definição do efeito como ele é escrito.
"Dredge N (Se você fosse comprar uma carta, em vez disso, você pode colocar exatamente N cartas do topo do seu grimório no seu cemitério. Se fizer isso, devolva esta carta do seu cemitério para sua mão. Caso contrário, compre uma carta.)"
E é justamente essa capacidade de transformar seus terrenos no cemitério em combustível para alimentá-lo que vai ditar o ritmo desse deck.
Então vamos lá. Começando pela versão casual otimizada, o ponto de partida foi aproveitar das vantagens das cores Abzan, que possuem muitas criaturas de alto impacto, além de uma boa pool para uma Shell de soft control, que vai se apoiar em bons removals e cartas de disrupção para definir o passo do jogo. Dito isso, a capacidade de encher o cemitério voluntariamente funciona como um atalho até essas criaturas que normalmente são difíceis de acessar através de cast, mas que podem ser colocadas na mesa facilmente através dos reanimates.
Vou deixar com vocês a lista!
Com a lista em mãos a visualização da estratégia fica mais fácil, e podemos começar destacando a importância da presença massiva de dorks e criaturas de custo baixo que são fundamentais para acelerar o início do jogo.
Isso é importante pois ter a comandante em jogo rápido, apesar de não ser necessário, vai te ajudar a gerar valor desde o início.
Além disso vocês devem ter percebido que o deck também possui algumas criaturas com landfall e algumas outras que permitem múltiplos land drops no mesmo turno, e talvez devam estar se perguntando: “Mas você não falou que o deck não seria de Landfall?”
E sim, ele não é.
Porém, quando pegamos um deck pensando em otimização, por mais que ele seja um casual, é importante saber explorar bem tudo que o seu comandante possa oferecer da maneira que seja mais conveniente para a sua estratégia principal.
No caso de A Necroflor, o foco não são as plantas ou os zumbis, e sim o fato de que elas serão bons blocker para o seu início, servirão de food para ativação de cartas que precisam de sacrifício, e no fim do jogo podem até servir como uma ameaça.
Além disso, ter outras cartas com Landfall serve para aumentar a redundância de efeitos, já que como o deck já vai estar fazendo drops extras por que seu foco são terrenos, nada melhor do que gerar algum tipo de valor com isso.
Um grande exemplo é a Provisionista Incansavel, que é uma criatura que por apenas 3 manas, te gera mana constante em forma de tesouros que podem ser guardados para usar durante, ou fora de seu turno.
Outro bom exemplo é o Loot, Explorador Exuberante, que além de te garantir um land extra para acelerar o seu early game, ainda é um ótimo sink para que você aproveite seu mana acumulado caso você o tenha em campo no mid/late game.
Cartas como Semeador de Virapau ou Vitimar também ilustram muito bem a utilidade das plantas como forma de dar um gás a mais pro deck, fazendo com que algo que por mais que não seja o foco da estratégia, se torne útil para impulsionar o seu objetivo principal.
Então agora que falamos de como o início de jogo funciona, vamos partir para o núcleo do deck, que é ser um clássico Dredge!
Pensando nisso, temos vários terrenos com habilidades que permitem que sejam descartados da sua mão voluntáriamente, como Cycling, e se você já conhece o famoso sapão Monstro Gitrog, já deve ter pensado o terrenos que podem se ciclar são fortes aqui.
Isso porque pra quem não sabe, ao usar a habilidade de Cycling, você paga o seu custo e descarta o terreno. Quando a compra da habilidade for resolver, esse terreno já estará no seu cemitério, e com Dredge que a comandante fornece. Então, quando esse Draw fosse ser resolvido, você pode substituí-lo devolvendo o terreno que acabou de ser descartado para a sua mão, e tombar duas cartas do topo do seu deck. Contanto que você tenha mana, poderá usar esse efeito diversas vezes com o propósito de encher seu cemitério com facilidade (mais pra frente falo do combo).
E antes de falar da parte mais pesada do deck, também vale destacar a importância de se ter cartas de recursão nesse deck.
Testemunha Eterna e Testemunha Atemporal serão grandes aliadas do jogador, afinal, durante o processo do jogo é inevitável enviar coisas boas para o cemitério, o que vai exigir do jogador uma boa administração dos recursos.
Mas também é muito importante lembrar que sempre que jogamos com decks baseados em cemitério, temos que adotar uma postura de desapego. Não ter medo de millar coisas boas, ou de perder cartas. Afinal, o importante é você ter um controle mesmo depois dessas cartas terem ido para o cemitério.
No topo de Curva, que é onde moram as criaturas de maior relevância, temos que ter opções que consigam ganhar o jogo sem dar a chance para os seus oponentes reverterem com facilidade a sua posição. Por isso temos Ashaya, Alma da Natureza que além de ser uma criatura imponente, ainda protege de maneira indireta o seu campo de algumas remoções (Pra quem não é habituado, cartas que destroem “nonland permanent” não podem destruir suas criaturas caso a ashaya esteja na mesa).
Também temos Mecanotita Cataclismico, que é uma redundância para a carta Cataclismo que pode ser reanimado, e que com certeza vai causar caras feias quando entrar em campo.
Baloth dos Pes de Trovao dispensa comentários, e da um proveito grande para suas fichas de criatura no final do jogo, potencializando suas condições de vitória. E por fim, Arconte do Coliseu da Bravura que particularmente é minha criatura grande favorita. Isso por que além de ter várias keywords que permitem a ele ser um ótimo beater, ele também possui um efeito disruptivo MUITO forte que pode te ajudar a definir o estado do jogo.
Claro que além dessas temos algumas outras, mas com os nossos exemplos já fica bem claro como o plano de jogo vai se completar.
E o Combo?
E como ninguém é de ferro, vou deixar aqui pra vocês um dos combos que o deck acaba tendo de maneira involuntária, com cartas que normalmente já fariam parte da lista.
Claro que se você não for um fã de combos, poderá facilmente retirá-lo ou não usar, mas já aviso aqui que ele não é uma win condition, o que pode ser uma faca de dois gumes caso você não saiba aproveitá-lo.
Mas para que você consiga tombar quantas cartas quiser do topo do seu deck, é preciso apenas do Flutuador e mais qualquer terreno com Cycling da sua mão.
Com esse setup, seu custo de Cycling passa a ser 0;
Feito isso, você pode descartar sua land e substituir o seu draw pelo dredge, devolvendo o mesmo terreno para a mão e tombando 2 cartas;
Repetindo esse processo, você pode escolher colocar quantas cartas forem necessárias até que você encontre o que procura no deck. Ou seja, caso você use a habilidade indiscriminadamente, pode acabar perdendo o jogo por deckout caso não consiga encontrar uma maneira de finalizar (Ou pode simplesmente adicionar um Ulamog, o Vortice Infinito e ser feliz tentando fazer os loops não determinísticos).
Pra concluir vou deixar aqui minha opinião sobre esse deck, que vai soar suspeita pois já falei no início que gosto bastante, mas acho que pode agregar à experiência de quem quer jogar com ele:
De modo geral, acho que essa é uma lista muito boa para ambientes casuais com um pouco mais de otimização, mas que exige um bom nível de pilotagem, já que ela exige um controle de recursos muito alto e pode tropeçar no próprio pé em algumas situações. Também acho legal frisar que o deck tem uma postura bem midrange, tentando manter a comandante na mesa enquanto constroi seu jogo em cima do jogo dos oponentes, jogando de maniera reativa e com calma. Geralmente os turnos decisivos serão únicos, então não chamar a atenção para si é fundamental.
O melhor caminho é ir construindo seu plano de jogo, respondendo ameaças diretas e que podem interferir nos seus objetivos como grave hates, e deixar o campo preparado para a janela onde você vai tentar encaixar uma jogada com o maior impacto possível. Pra isso, ser discreto durante o jogo é fundamental.
Para o commander 500 a lista é bem diferente, afinal estamos falando de um ambiente bem mais competitivo onde o plano de jogo precisa ter mais consistência sem perder a capacidade responsiva, o que reduz muito os slots para jogadas que não ganharão o jogo. Além disso, ao contrário dessa nossa lista, todos os finishers envolvem combo.
Dito isso, vou deixar aqui a lista dela que estou utilizando no commander 500 caso tenham curiosidade.
Como ela não é o foco do texto, caso queira ver com mais detalhes o funcionamento da Necrobloom no 500, vou deixar aqui minha sugestão de vídeo.
No mais é isso. Espero que tenham gostado, e deixem aí uma sugestão de outros decks casuais, mas otimizados que poderíamos trazer pra vocês.
Agradeço muito a todos que leram até aqui, um grande abraço, e até o próximo!
É literalmente só dobrar o número de cascudos, não tem nenhum mistério. Só vira lambança se tiver refúgio de felidar ou algo similar envolvido.
Pode não ser o foco do deck, mas pequenas modificações fariam o deck ser melhor em usar a parte de landfall como plano B sem comprometer a estratégia principal. Chamar esse deck de otimizado e não usar terrenos nevados chega a ser cômico
A ideia das mdfcs é justamente "diminuir" a quantidade de terrenos sem realmente precisar diminuir a quantidade de terrenos