O Scales com Mox
Atualizações do deck Simic Scales no Modern, novidades e o novo meta.
Há 18 dias - 3.890 visualizações - 0 comentários

 

O dia 16 de Dezembro deste ano vai entrar para a história do Magic como uma das atualizações mais ousadas da banlist do Magic, para o bem, ou para o mal. Enquanto Legacy e Pioneer tiveram mudanças, em um caso esperadas e em outro inesperadas, mas com peso menor, no Modern essa data fez muita gente olhar novamente para o formato. Ban em O Um Anel? Ok, esperado, os números da presença da carta no formato estavam bizarros. Ban em algo do Energy? Esperado também, ainda que eu seja da opinião que Raptor Amplificado é apenas mais um caso de Ponte das Profundezas e que precisamos de ainda mais bans nessa estratégia. No entanto, o papo quente de verdade são os unbans.

 

Primeiro que uma das justificativas de desbanirem cartas, e isso vem desde que Preordenar foi desbanido, é sobre cartas que foram banidas em 2011 e como o formato mudou muito desde então. Eu gosto muito dessa linha de pensamento. Magic evoluiu e seu design mudou, o que faz Magic chegar aos 30 anos não é Leoes da Savana sendo bom, mas justamente essa carta hoje ser horrível. A evolução faz parte do sucesso do jogo, e entender que listas de banidas precisam ser revistas quando os tempos mudam é uma auto-crítica necessária e que todo formato dito Eternal devia fazer.

 

O Zenite do Sol Verde é um dos melhores exemplos dessa discussão. A carta foi banida após o Pro Tour Filadélfia, em 2011, o primeiro grande evento do Modern, e que solidificou a base do formato que tivemos por muitos anos. Na época, decks verdes tinham uma consistência incrível e usavam Zênite como base para um jogo toolbox, que começava com Arvoredo Driade e passava por Informantes de Cozinha e Mago do Bando Qasali, além de ter qualquer outra “bala de prata” necessária. Tanto que foi uma das cartas importantes do Counter-Cat, deck que a Channelfireball usou nesse Pro Tour. Mas de lá foram 13 anos, e o Modern mudou muito, mesmo pensando na consistência que decks como o Amulet podem ganhar, vale a pena provar que mais de uma década de jogo mudou muita coisa.

 

Um ponto importante que ressaltaram no anúncio é como 31 de Março será uma data chave, sendo o “rebound” dos anúncios do dia 16 de Dezembro, onde podem analisar os resultados dos Regionais Modern, que começam em Janeiro, e nada impede do ban cantar novamente para alguns.

 

Além do Zênite, tivemos o desbanimento de Gemea Estilhacadora, Pilhagem Infiel e Mox de Opala. E enquanto eu quero muito falar sobre esses unbans, eu vou focar hoje em uma carta e em um deck, Mox de Opala e o Scales.

 

Scales é um desses decks que mesmo quando é muito forte (o que não acontece tanto) não é popular. Suas sinergias são bem específicas e quando mal sequenciado o deck piora muito, tornando uma experiência péssima para quem não está acostumado com a estratégia. Um dos auges da estratégia foi justamente quando Mox de Opala era válida, inclusive eu usei uma lista assim no CLM 12:

 

Scales Robot
Por Ruda
 
19/04/2019
R$ 3.389,82
R$ 8.254,39
R$ 30.977,05
 
19/04/2019
Visualização:
Padrão
Cor
Custo
Raridade
Visual
Grid
CMC
Comprar Deck
Gerar Imagem
Criaturas (20)
  
50,00
  
0,86
 
0,08
 
26,00
 
17,00
 
1,00
Mágicas (4)
 
0,45
Artefatos (12)
 
1,75
 
684,25
 
7,19
 
0,46
Encantamentos (4)
 
6,75
Terrenos (20)
1,88
17,75
6  
0,00
0,06
36,90
3,95
0,13
60 cards total

Sideboard (15)
 
7,67
 
1,90
 
2,00
  
0,64
4  
   
6,69
  
1,19

 

O formato era bem diferente, claro, mas a essência do deck está aí, sinergia de marcadores, artefatos, e Escamas Endurecidas potencializando tudo. Inclusive fica o link para o texto da época falando sobre o deck.


Mox ajuda muito porque, obviamente, é mana extra, mas principalmente porque o Scales é um deck que foca muito nas suas cartas de custo 2. Mais do que acelerar a mana, a Mox de Opala permite que você faça o drop2 antes e por vezes que faça uma ação mais no mesmo turno. Então você ainda pode fazer uma criatura de custo dois no segundo turno, mas com o adicional de ter Escamas Endurecidas na mesa no mesmo turno, o que te acelera para que no turno seguinte tenha uma vantagem bem maior. Essa aceleração encurta os turnos de set up, aqueles que você está preparando o jogo e adianta os turnos de ação direta.

 

Simic Scales
Por Ruda
 
23/12/2024
R$ 5.904,33
R$ 12.312,44
R$ 50.966,66
 
23/12/2024
Visualização:
Padrão
Cor
Custo
Raridade
Visual
Grid
CMC
Comprar Deck
Gerar Imagem
Criaturas (19)
  
50,00
 
7,90
 
0,70
 
2,74
 
26,00
  
4,48
Mágicas (3)
 
0,45
Artefatos (13)
 
5,19
 
1,75
 
684,25
 
7,25
 
0,25
1  
 
84,00
 
188,90
Encantamentos (8)
269,90
 
6,75
Terrenos (17)
199,00
75,52
248,99
42,90
1,88
2  
0,00
36,90
3,95
8,42
60 cards total

Sideboard (15)
 
2,70
 
0,06
 
9,91
 
7,67
 
0,45
 
37,30
3  
   
6,69
   
0,82

 

Essa é minha lista atual e tem muita coisa para comentar sobre:

 

A primeira é como o deck se atualizou se comparado com a primeira versão que postei. O jogo em si mudou e especialmente Caldeirao de Almas de Agatha trouxe outro nível à estratégia, essa carta nos dá mais velocidade, já que permite letais novos e mais rápidos, fora dar mais um nível de sinergias, todos se tornam Devastador Arconexo, ou todos se tornam Zabaz, a Vespa Tremeluzente, podendo pagar a habilidade de Voar com qualquer mana. O Caldeirao de Almas de Agatha traz novos níveis de complexidade ao Scales e se estamos discutindo essa estratégia ainda, é justamente porque essa carta existe.

 

A Saga de Urza é outra carta importantíssima porque ela dá novas opções de deckbuilding, onde trabalhamos um toolbox nos drop1. Aqui as minhas cartas favoritas são O Ozolito, que é uma das cartas que permite mais letais inesperados, e Botas de Lavaspora , que abre linhas mais agressivas, por exemplo fazendo o token da saga, equipando e atacando. Os tokens da Saga de Urza, por sinal, são um ponto muito importante por serem um plano B consistente contra hates específicos, como Silêncio Pétreo.

 

E falando em hates chegamos na cor Azul, que é algo mais recente nesse deck, que inclusive apareceu ainda na época de O Um Anel, com Entregar a Memoria. Ainda que tenha Emry, Espreitadora do Lago no maindeck e essa carta seja muito boa, a segunda cor tem mais ligação com os hates do que com ações proativas. O Scales usar uma segunda cor não é novidade, já foi Branco, para usar Lurrus da Toca Onírica, e já foi Vermelho para que a Zabaz, a Vespa Tremeluzente “sacrificasse” coisas. O Azul aqui é pelos counters de side, que podem te ajudar contra Fusão ou Fúria dos Céus, inclusive usar Cirurgia Invasiva é justamente para punir essas cartas, ou você pode anular a peça de algum combo, que historicamente são matchs difíceis.

 

 

Claro que, se pensarmos só nas cóleras, poderíamos usar Mono Green e jogar com Intervencao Heroica, mas primeiro que o splash não custa muito para nossa base de mana, e segundo que ter uma resposta contra combos também ajuda bastante.

 

Por fim, outra resposta para hates tem sido Ladrao da Existencia, que responde o já citado Silencio Petreo, além de cartas que nos atrapalham em outras abordagens, como Descanse em Paz. Eu poderia tranquilamente usar aqui alguma resposta genérica para artefatos/encantamentos, como Reivindicacao da Natureza, ou mesmo Sabio da Reivindicacao, mas tenho testado essa opção e não me arrependo. Ladrão foi uma carta que fez muito sentido na época de O Um Anel porque respondia a carta, mas hoje em dia é mais sobre o corpo ¾. Outro ponto é que posso pegar ele com Agitacoes do Passado. Caso queira resposta rápida, use Reivindicacao da Natureza, e se a mana incolor te assusta, use Sabio da Reivindicacao. Para todos os outros, Ladrao da Existencia.

 

Falando do metagame em si, Energy tem sido um dos melhores decks do formato e enquanto sua versão anterior não fosse uma match tão complexa, a atual com Silencio Petreo e até Linha de Forca do Vacuo, no Mardu, ou Descanse em Paz, no Boros, colocam um nível a mais porque podemos ter o jogo travado (lembrando que hates como Descanse em Paz nos atrapalham porque cortam Caldeirao de Almas de Agatha e Modular). O Dimir agora usa splash para Fusao, nos obrigando a ter counters pós side.. Dois outros decks que cresceram foram o Creativity, que tem mais recursos para reanimar, e o Amulet Titan, que sempre foi uma match difícil.

 

Esse ambiente novo não é bom para o Scales, ainda que o deck não seja impossível de adaptar às matchs que citei. O grande problema, ironicamente, tem sido que por conta de Mox de Opala, muito hate de artefato voltou a aparecer. E por conta de Pilhagem Infiel, muitos decks de cemitério voltaram, o que faz alguns hates que nos incomodam também serem opções. Pense que onde Temur Breach é um bom deck, muito hate direcionado a ele volta para nós.

 

Não considero que esse deck seja a melhor escolha para o Modern atual, mas não nego também o quão estou feliz de poder fazer mãos mais rápidas e talvez exista um universo onde a lista possa chegar no ponto ideal, e Escamas sejam boas novamente.

 

Atá mais!


Ruda

 

Rudá Andrade dos Reis ( Ruda)
Rudá joga Magic desde 2003, sendo que em 2012 começou a produzir conteúdo sobre o jogo, fazendo artigos, streaming e narração. Como jogador tem diversos resultados, destacando top8 no Magic Fest São Paulo em 2019 e participações no Regional Player Tour Europe e Kaladesh Championship.
Redes Sociais: Facebook, Twitter
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