Manipulação temporal é uma categoria de magia associada aos magos azuis. O que também é associado aos magos azuis são as mágicas de ilusão. Isso é uma grande coincidência, visto que pelo tempo ser relativo, ele é uma ilusão. Um único dia pode passar como um piscar de olhos, enquanto uma partida contra seu amigo jogador de Stax pode parecer uma eternidade. Dessa forma, mais um ano se passou - mesmo de que forma relativa para cada um - e estamos em novembro novamente. 2024 foi um ano interessante e estranho para nós, jogadores de Magic: The Gathering. Tivemos polêmicas (Como o fim do MTG impresso em português), colaborações das mais diversas (agradando e aborrecendo muitos) e MUITAS coleções.
Sabendo que nem todos têm a mesma quantidade de tempo que eu tenho para Magic (que é uma das grandes paixões da minha vida), nesse nosso especial de fim de ano irei fazer o papel de Teferi e desacelerar um pouco o fluxo do tempo, retornando para um momento no passado em janeiro de 2024. A proposta deste nosso penúltimo artigo deste ano é fazer uma recapitulação dos principais eventos da Lore de 2024. Dessa forma vocês, meus amigos que amam essa história, podem relembrar e conhecer os pedaços de histórias perdidos no fluxo de coleções desse ano e começar 2025 prontos para uma nova saga de aventuras.
Lembrando que não sou um mago azul (jogo de verde), então alguns fatos podem ser deixados de lado neste grande resumo que estou fazendo. Caso achem necessário, deixem os pontos que acham que merecem ser lembrados na sessão de comentários para enriquecer ainda mais esse artigo. Dito isso, vou conjurar nossa Distorção Temporal
● Portais, Detetives e Cowboys
Iniciamos o ano com a segunda metade do Arco dos Omenpaths. Iniciado em As Terras Selvagens de Eldraine, esse pedaço da história de Magic seguiu principalmente a jornada de Kellan, um jovem meio-fada em busca de seu pai, o Planinauta Oko. Acompanhamos a jornada Kellan por Eldraine para derrotar as 3 irmãs bruxas responsáveis pela praga do sono e posteriormente sua visita a Ixalan. Embora Kellan não tenha sido o foco da história, foi em As Cavernas Perdidas de Ixalan que tivemos a importante revelação da existência dos Fomori, uma espécie de conquistadores extraplanares que existiram em tempos pré-emenda.
Na primeira coleção do ano, Assassinato na Mansão Karlov, acompanhamos a ainda planinauta Kaya investigando o misterioso assassinato de sua amiga Teysa Karlov. Com a ajuda de Kellan (que decidiu virar um detetive para obter informações do paradeiro de seu pai) e posteriormente de Alquist Profit e Etrata (nosso Sherlock Holmes de Ravnica e a principal suspeita do assassinato, respectivamente), Kaya descobre uma conspiração arquitetada por uma das cabeças de Trostani, Oba, que ao vigiar os Ravnicanos através das raízes de Vitu Ghazi e descobrir supostas traições, resolve limpar a cidade-plano usando flores com capacidades hipnóticas para efetuar uma série de assassinatos.
Aqui tivemos uma cena bem interessante que será muito importante para a conclusão desse arco, onde um misterioso telepata rouba informações da mente de Alquist.
Seguindo para Foras-da-Lei de Encruzilhada Trovão, somos apresentados a Encruzilhada Trovão, um plano anteriormente vazio que foi tomado pelos piores foras-da-lei do multiverso, que buscavam riquezas e poder. Kellan começa a história como um operário nas obras de uma rede de comunicação interplanar estabelecida por Niv-Mizzet, mas logo se torna guarda-costas de Ral Zarek. Durante o exercício de sua função, o menino fada acaba tendo seu primeiro encontro com Oko, traindo Ral e se tornando parte da gangue de vilões do planinauta.
Aqui também conhecemos Annie, uma ex-criminosa recrutada por Oko graças a sua habilidade de visão mágica e que busca vingança por seu sobrinho, que foi envenenado pelo Dragão Escorpião Akul. Mesmo sendo um grupo totalmente disfuncional e cheio de intrigas internas, a gangue consegue superar os desafios e conseguir seu prêmio: a chave para um antigo cofre dos Fomori. Kellan percebe a índole duvidosa de seu pai, e decide junto de Annie impedir que os mesmos cheguem ao cofre e adquirem mais poder. No clímax da história, o grupo é traído por seu contratante, Ashiok, que se revela sendo Jace disfarçado usando suas ilusões com o conhecimento que roubou de Alquist. O telepata e sua esposa Vraska partem com o que buscavam desde o início: um pequeno bebe Fomori.
Tivemos então um flashback revelando como Jace e Vraska sobreviveram à phyrexia. Após ser empalado pela Espada de Halo de Elspeth, Jace tem sua mente temporariamente liberta da corrupção, e utilizando uma técnica psiconica, consegue cortar os efeitos do óleo phyrexiano em seu corpo temporariamente. Indo atrás de Vraska, o telepata consegue levar a mesma e a si para Vrynn, onde sua mãe trata de ambos utilizando o fogo da pena de fênix para limpar seus sistemas do óleo. O casal então percebe que a górgona perdeu sua centelha, decidindo seguir seu caminho sem ter o peso do multiverso nos ombros. Jace se lembra de uma de suas missões pelo consórcio infinito, onde sentiu a mente de uma criança e stasis no plano de Encruzilhada Trovão. Voltando ao presente, o casal e seu novo filho, Loot, decidem que o próximo passo de sua jornada será Tarkir. Descobrimos que os Fomori possuem a capacidade de prever a aparição do Omenpath.
Seguindo os acontecimentos da Batalha do Cofre. Ral Zarek retorna a Ravnica, onde está frustrado pela traição de Jace e Vraska. Seguindo os conselhos de seu marido, o mesmo decide seguir o paradeiro do casal, sendo levado a Bloomburrow, um carismático plano onde todos, inclusive visitantes, são convertidos em animais fofos. Aqui conhecemos Helga, uma sapa que tem sua vila destruída por Maha, um dos elementais conhecidos como Bestas da Calamidade. Com a ajuda de uma party recrutada pela camundonga Mabel, Helga resolve investigar o ataque da coruja da noite. O grupo conhece Ral e juntos descobrem que o rei dos sapos, Glarb, roubou um dos ovos de Maha com o intuito de controlar uma Besta da Calamidade e ganhar poder. Ganhando confiança em si mesmas, Mabel e Helga conseguem vencer Glarb e seus capangas e trazer a paz para o vale novamente. Nesse final, tivemos uma grande profecia envolvendo o mago de azul e o retorno “deles”
Finalizando as coleções principais desse ano, cheio de gêneros de narrativa diferenciados, tivemos Noctorumbra. Essa história - que procura homenagear o gênero dos filmes de terror - acompanha a jornada de Errante e sua equipe de resgate explorando Noctorumba, um plano consumido por uma única casa dos horrores, em busca de Nashi, filho de Tamiyo. Como todo bom filmes do gênero, a equipe acaba se separando em 3 grupos: Errante e Niko, Tyvar e Zimone e o solitário Kaito.
Após se encontrar com o sobrevivente Winter, Errante e Niko são traídos pelo mesmo, que deseja sacrificá-los para o mestre do plano, o demônio mariposa Valgavoth, para conseguir voltar para seu plano de origem. A dupla é libertada por Zimone e Tyvar e posteriormente salva por Kaito, que após um encontro (e mais uma traição) com Jace, desenvolve um Omenpath artificial com a ajuda de Alquist e Ral. No fim vemos que Valgavoth conseguiu um prêmio muito mais importante para seus planos: o pequeno Loot.
● Fundações de um novo ano.
Para quem acha que isso é tudo que tivemos esse ano, sinto informar que não é só através dos contos que nos Vorthos vivemos. Na mais recente coleção, MTG Foundations, tivemos algumas pequenas pistas do que está por vir. Mais especificamente, no ciclo de terrenos full art da coleção nós pudemos ver os principais personagens do set (e que imagino que terão bastante destaque nos próximos anos) em diferentes cenários pelo multiverso, sendo que dois deles me chamaram atenção: Chandra em Kaladesh (o que não surpreende tanto já que é sua terra natal) e Loot em Amonkhet. Essa informação é bem interessante, visto que já foi revelado que dois dos três planos onde Aetherdrift se passará são justamente esses dois. Isso já nos revela que teremos em breve um dos eventos mais aguardados por muitos dos leitores: O encontro de Jace com Chandra. Dois antigos amigos, dois novos inimigos. Ambos buscando o Aetherspark para a pessoa que amam. Para então, tudo se resolver no cenário já predito: Tarkir.
● Conclusão.
Tenho que dizer que curti muito toda a jornada que tivemos nesse último ano. Embora as histórias tenham variado em qualidade e quantidade, gostei como tudo foi bem pensado e amarrado. Desde o fim de Guerra das Centelhas, eu estava sentindo a lore muito episódica e solta. Por outro lado, a saga das sentinelas era muito presa e linear (assim como foi a saga de Nova Phyrexia). Nessa nova fase da história de Magic:The Gathering pudemos ter o melhor dos dois mundos: temos histórias que a primeiro plano parecem serem soltas umas das outras, mas que no plano geral estão contando uma série de acontecimentos sequenciais. No Arco dos Omenpaths, ao mesmo tempo em que acompanhamos a história de Kellan, tivemos várias pistas do grande acontecimento que culminou no fim de Thunder Junction. Agora no Arco da Tempestade do Dragão, temos histórias que embora pareçam aleatórias, estão todas ligadas novamente a Jace e a seu grande plano.
Como todo final de ano, teremos no próximo mês a terceira edição do nosso prêmio Vorthos, a premiação popular dos melhores do ano na Lore. Vocês já podem votar aqui e garantir que seu preferido será o vencedor.
Peço que me ajudem nessa empreitada compartilhando este e outros textos com seus amigos. Dêem também uma olhada nos meus artigos na LigaYuGiOh! e conheçam um pouco da lore desse jogo incrível. Ficaria honrado em ter a participação de vocês na seção de comentários deste artigo. Como sempre, deixo uma pergunta para vocês: Qual foi o personagem que você quer de volta no próximo ano?
Um grande abraço a todos e até o mês que vem!