Salve galera, beleza?
Conquest é um formato derivado do Commander que já apareceu por aqui algumas vezes, e tento sempre trazer algumas atualizações na nossa coluna para manter a comunidade movimentada.
Nesse mês de Outubro rolou a Conquest Cup, então resolvi trazer por aqui um artigo diferente com algumas opções de listas para quem quer começar a se aventurar no formato.
Aos que não conhecem, vou deixar aqui um pequeno resumo, e um documento na íntegra onde vocês poderão ler melhor sobre esse formato!
● O CONQUEST!
Conquest é um formato nascido em meados de 2022 com a proposta de trazer o balanceamento competitivo para o Commander, algo muito discutido por aqueles que defendem uma separação de banlist.
Para que o balanceamento fosse feito de maneira eficiente, foi preciso trazer diversas mudanças pensando em pontos como um ambiente que permitisse uma maior variedade de arquétipos, um metagame mais abrangente, além de outras coisas.
Dito isso, aqui vai um resumo das principais mudanças!
Ps¹: O formato é testado e possui uma base de dados extensa, além de contar com 2 membros brasileiros em seu comitê. Então, por mais que algumas decisões pareçam não funcionar, na prática em seu ambiente, ele funciona perfeitamente bem.
• Pontos de vida e tamanho do deck
No Conquest, a fim de fazer com que decks aggro tivessem seu espaço no competitivo de maneira satisfatória, a quantidade de pontos de vida foi diminuída para 30, ao invés dos tradicionais 40.
Isso também faz com que decks que utilizam vida como recurso tenham que dispor de estratégias mais bem calculadas.
Por fim, vale citar que os jogos de Conquest costumam ser mais rápidos (média de 30 minutos), não só por conta da quantidade de vida, mas também das outras mudanças que somadas a isso fazem o jogo ser um pouco mais rápido.
Sobre o tamanho do deck, ao contrário das 100 cartas permitidas no Commander, o deck é composto por no mínimo 80 cartas.
Nesse caso a mudança foi feita pensando em proporcionar uma maior consistência para as estratégias, equilibrando a falta dos tutores hiper eficientes e mana rocks positivas, além também da possibilidade de se montar um deck com Yorion, Nomade Celeste e Battle of Wits.
• Planeswalker na Zona de Comando
Uma das grandes diferenças trazidas pelo Conquest é que a sua Zona de Comando pode ser formada por criaturas lendárias, partners, backgrounds ou planeswalkers. E não só aqueles específicos para a Zona de Comando, e sim qualquer planeswalker que não esteja presente na lista de cartas banidas.
Essa mudança traz uma quantidade maior de decks para serem testados sem desequilibrar o power level, já que naturalmente Planeswalkers são predados por decks onde existem decks capazes de criar um board formado por criaturas.
• Dano de Comandante
Talvez a mudança que mais soe diferente (e absurdo) para quem não conhece o formato, é que ao invés dos 21 pontos de dano de comandante exigidos para eliminar um jogador, no Conquest só é necessário 12 pontos de dano de comandante para isso.
Por mais que 12 seja assustador por parecer pouco, ele não é uma escolha aleatória, e sim uma maneira de fazer com que decks voltron consigam traçar sua estratégia de maneira mais clara, já que é possível definir quantos ataques precisam ser dados para que 3 oponentes sejam eliminados com mais precisão.
Normalmente, com 21 pontos de dano os decks voltron acabam demorando muito para conseguir se estabelecer, e após uma interação forte com um oponente eles acabam virando o foco da mesa e são rapidamente eliminados. Mas com a diminuição da quantidade necessária para 12, você aumenta a velocidade de ação dessa estratégia e a coloca pareada com decks de combo que são naturalmente mais rápidos.
• Scry Mulligan
Um problema intrínseco ao Commander é que muitas vezes a sua posição na mesa vai afetar muito o seu jogo ao decorrer da partida, e isso fica muito mais evidente quando entramos no âmbito competitivo, já que a ordem das prioridades segue a ordem definida pela mesa antes da partida começar.
Pensando nisso, o Scry Mulligan foi introduzido no Conquest em 2023 pensando em diminuir o impacto de não ser o primeiro jogador em um ambiente construído para ser mais competitivo.
Ele funciona da seguinte forma.
- Após definida a ordem da mesa, é feito o mulligan normalmente.
- Após decididos os keeps, os jogadores partindo do segundo faz Scry X, dependendo de sua posição:
- Primeiro - Não faz Scry
- Segundo - Scry 1
- Terceiro - Scry 2
- Quarto - Scry 3
Dessa maneira, todos os jogadores têm um equilíbrio maior e um early game mais balanceado, evitando floods e bricks para que o jogo não trave logo no início.
• Banlist
E o mais importante e esperado, que é sua banlist.
Como o formato é pensado para um balanceamento que permita que os decks sejam mais competitivos, a banlist é feita usando parâmetros de power level já testados no cEDH e outras variantes otimizadas de Commander.
Talvez algumas dessas decisões pareçam “estranhas”, mas elas foram amplamente testadas e trazem resultados muito benéficos ao ambiente de jogo.
Vale citar que existe uma pequena parte dedicada às cartas que são banidas como comandante, o que quer dizer que são cartas que não podem ser usadas na sua Zona de Comando, mas podem ser utilizadas dentro do seu deck.
Isso ajuda alguns decks a terem acesso à cartas fortes, mas sem possibilitar seu uso indiscriminado na Zona de Comando, que é uma zona 100% disponível durante o jogo.
Alguns grupos de cartas também são banidos por completo, e são eles:
- Todas as cartas de aposta
- Todas as cartas de borda prateada
- Todas as Fetch Lands
- Toda a Reserved list
Além das cartas singles que também são banidas e fazem dela uma Banlist única.
Vou deixar alguns links aqui para que você possa checar todos os detalhes, e alguns para complementar sua leitura.
Documento em Portugês sobre o formato.
Artigos interessantes sobre o assunto:
(Por conta da data de lançamento desses artigos, eles podem ter informações datadas, mas servem como referência para alguns pontos gerais)
Você conhece o Conquest? | Artigos LigaMagic | LigaMagic
Desmistificando o Conquest | Artigos LigaMagic | LigaMagic
Vídeo com 2 membros do Comitê explicando o formato
E agora que fomos devidamente introduzidos ao Conquest, vamos conhecer um pouquinho do seu ambiente com alguns arquétipos e listas?
Já aproveitando para agradecer aqui à toda equipe da Conquest Brasil, especialmente ao Rony, Jack e Nogueira que trabalharam para compilar e criar várias listas diferentes para colaborar com esse texto!
Ps²: A banlist faz com que esse formato seja muito mais acessível financeiramente se comparado ao cEDH, porém ele ainda possui cartas caras em sua pool, e como o objetivo do formato é a otimização, é normal ver decks caros. Isso por sua vez, não é um impeditivo, visto que decks baratos também conseguem se adequar ao ambiente de jogo, por isso tentei trazer versões mais baratas das listas escolhidas.
● HARD CONTROL
Para representar os nossos decks de controle, escolhemos um deck bem diferente mas que é muito legal no ambiente do Conquest: Vren, the Relentless.
Esse Dimir tem uma pegada bem diferente do tradicional, e abusa muito de sua habilidade de exilar as criaturas dos seus oponentes que iriam para o cemitério ao morrer.
Além desse poderoso efeito que deixa muitas estratégias em xeque, ele também possui uma segunda habilidade que desencadeia em cada end step (incluindo as dos seus oponentes) criando fichas de rato.
Dito isso, essa build é feita com muito controle e remoções que irão alimentar o seu exílio, além de muitas cartas de proteção que servem para preservar seu comandante sempre em jogo.
Com esse plano de jogo focado no controle e que cria ameaças cada vez mais fortes com a presença do seu comandante no campo, esse deck é uma ótima pedida pra quem gosta de um jogo sem combos, mas com muita consistência.
Seguem as listas (Full e Budget)
Vale citar que apesar de ter um budget limitado de 500 reais, o plano de jogo continua o mesmo e com muitas cartas que fazem com que o deck mantenha a mesma essência, perdendo muito pouco em desempenho.
● VOLTRON
Para representar os decks Voltron temos aqui um Orzhov que muitas vezes é esquecido pelos jogadores: Karlov of the Ghost Council.
Com esse comandante o plano é claro: Ganhar vida para deixar seu Comandante cada vez maior e possibilitar que sua habilidade te ajude a controlar o campo de batalha.
Uma grande vantagem dessa lista é o custo de mana do Karlov, garantindo que ele será muito presente na mesa e desde o início do jogo já vai deixar vários oponentes preocupados com seus pontos de vida.
Além disso, o deck mantém uma curva bem baixa, garantindo um controle bem maior de suas manas para agir em situações adversas, já que orzhov costuma ser uma combinação um pouco inferior à outras (em termos de opções).
Como vocês podem ter percebido, essa é outra lista competitiva que abre mão de linhas de combo e prioriza seu objetivo principal, que é derrotar os oponentes através do dano de comandante.
Mas caso você queira, Heliod, Sun-Crowned + Walking Ballista são uma opção legal.
Em sua versão budget a ideia é a mesma, mantendo tudo que for possível para reforçar e proteger a presença do comandante no campo de batalha, porém por conta do budget é necessário partir para a desaceleração de maneira mais pesada. Isso porque para compensar a perda de velocidade que temos ao retirar algumas cartas mais caras, trazer seus oponentes para trás através de Staxes e hatebears é uma opção excelente para melhorar a consistência do deck.
● STAX
Já aproveitando aqui o gancho do Stax, vamos falar um pouco da Arabella, Abandoned Doll, que é um deck que pesa a mão no controle em forma de Stax e segue a linha dos decks de beatdown que tem ficado cada vez mais populares no competitivo.
Sua habilidade desencadeia quando ela ataca, causando dano em todos os oponentes e recuperando vida igual ao número de criaturas que você controla com poder 2 ou menor.
Como a maioria das criaturas que carregam habilidades de Stax costumam ter poder baixo, a presença delas é suficiente para criar perigo na mesa simultaneamente enquanto travam o jogo.
A vida recuperada pela comandante também é algo a ser valorizado, já que te permite usar cartas como Eidolon of the Great Revel de maneira ofensiva sem sofrer tanto pelo seu drawback.
Outras cartas de dano direto também fazem parte da estratégia, o que deixa aquele gostinho bom na boca de quem gosta e sente falta de um deck Burn!
Outra lista sem combos.
No budget o deck se mantém inteiro, já que a maioria das economias são feitas substituindo algumas cartas caras pelas suas redundâncias que são mais baratas, mas que também não ficam muito atrás em nível de poder.
Outro ponto legal é que em ambientes budget o Stax de modo geral é bem presente por permitir decks densos sem muitos gastos, e isso faz com que você tenha que abrir mão de muitas poucas cartas para deixá-lo adequado ao seu gosto, então você vai ter uma experiência muito parecida sem precisar dispor de tanta grana.
● FAST COMBO
Representando os Fast combo não poderíamos deixar de citar um Pirates, mas dessa vez um Izzet pirates!
Como o arquétipo já sugere, esse deck tem como objetivo chegar ao combo o mais rápido possível aproveitando a ótima interação das cores e os combos compactos gerados pelo Malcolm, Navegador da Hipervisao.
Kediss, Familiar Igneogarra por sua vez serve como um ampliador para os efeitos do Malcolm, permitindo uma aceleração absurda e te garantindo recursos que vão te proteger, ou te impulsionar dependendo do momento do jogo.
Esse deck é um clássico que dispensa apresentações, e conta com os combos de Glint-Horn Buccaneer, Curiosidade e outros. Todos combos muito consistentes e que sinergizam de maneira excepcional no deck.
Dentro do Budget o deck chega muito próximo do que temos hoje no Commander 500 e consegue manter todas as suas linhas de comboio.
Sua perda mais significativa é com certeza em cartas genéricas como free counters, Jeska's Will, Ragavan, Nimble Pilferer (que é um pirata) e etc.
● Midrange
Para o midrange temos o mestre Urza, Lord High Artificer. E você pode estar se perguntando agora - “Mas Urza midrange? Ele é fast combo!” - E é essa dúvida o que reforça mais ainda sua presença nesse arquétipo.
Urza é um deck que consegue fazer uma mudança de postura com muita facilidade, podendo correr gerando valor através de sua habilidade e partindo para o combo como primeiro plano, como também consegue se aproveitar do efeito de desaceleração de várias cartas que são desligadas facilmente pelo seu próprio efeito, como Winter Orb por exemplo.
Dessa maneira, temos um deck com muita resiliência e capaz de se adaptar aos mais diversos boards.
Uma curiosidade é que depois do desbanimento de Isochron Scepter, Urza ainda é um dos poucos decks que consegue usar o combo tirando o máximo de seu valor, visto que com a baixa presença de manas rocks positivos no formato, os decks normalmente exigem um setup grande que o Urza consegue gerar naturalmente pela sua habilidade.
Apesar disso, sua linha principal é a Polymorph.
Essa é sem dúvidas uma das listas que faz mais mudanças em sua versão budget, afinal temos que utilizar muitos artefatos duvidosos e perdemos cartas muito fortes por conta do preço. Porém, a linha principal baseada em Polymorph ainda se mantém, assim como a de Cetro Isocrono e Paradox Engine.
Com certeza pra quem gosta de listas clássicas e fortes, essa é uma ótima pedida para entrar no formato.
● AGGRO
E por fim, para representar o famoso aggro, temos um deck Gruul que curiosamente no database é o deck com maior winrate com +100 jogos: Karlach, Fury of Avernus e seu background Hardy Outlander.
Como fica explícito no arquétipo, esse é um deck que representa um Aggro em sua melhor forma.
Aqui temos uma lista sem combos, com muitas (36) criaturas e que tem um Comandante capaz de gerar uma fase de combate adicional, além de um background que vai aumentar o dano de uma de suas criaturas não só uma vez, mas sim quantas vezes você conseguir atacar no seu turno.
Além de ser possível matar um oponente com a comandante em praticamente um ataque dependendo do andar da partida, com toda pressão das criaturas desse deck e o combate extra garantido em quase todo turno, é quase certo que seus oponentes serão derretidos facilmente depois da entrada da comandante.
E por fim, sua lista budget perde algumas staples e cartas genericamente boas como tutores, algumas proteções e aceleração, mas que quase não afetam seu plano de jogo por conta da não necessidade de cartas específicas, já que não usamos combo.
Outro fator facilmente contornado nessa lista é que sua base de mana é simples, e perder alguns terrenos caros também não causa danos significativos à estrutura do deck.
E se você quiser ver mais decks e entender melhor o formato e seu ambiente de jogo, dá uma passadinha no Database Conquest, que é gerido pelo Rony Ramos, um membro brasileiro do comitê do formato e que desenvolveu e mantém esse projeto de forma exemplar.
Lá você consegue filtrar informações, procurar decks e informações gerais de listas, campeonatos, entre outras coisas.
De modo geral, Conquest é um formato novo mas que tem uma comunidade muito forte aqui no Brasil.
Espero que vocês tenham gostado desse texto, e que de alguma maneira algum deck tenha chamado a sua atenção para conhecer o formato.
Se você gosta de Commander otimizado e suas variantes, considere se inscrever no meu canal do Youtube e me ajudar a manter esse projeto por ainda mais tempo!
Um grande abraço, e até o próximo!
e o metagame tem espaço pra deck baseado em combos então? |
Com certeza mano. Inclusive se você olhar no database, continua sendo o arquétipo com maior winrate no formato. Combar em multiplayer é sempre a linha mais fácil de se vencer afinal
e o metagame tem espaço pra deck baseado em combos então? |
Sim. Há muitos decks de combo.
Cara aqui em Brasília a gente começou os "torneios" com 4 pessoas kkkk fomos chamando mesmo a galera do commander e o formato foi crescendo. Hoje tem torneio quase todo dia aqui, em quase todas as lojas da cidade.Uma coisa que pode chamar atenção dos players é a possibilidade de montar decks aggro/midrange bons no formato, sem precisar apelar pra decks fastcombo. Tenta usar esse argumento pros seus amigos porradeiros :) |
e o metagame tem espaço pra deck baseado em combos então?
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