Olá!
O anúncio do retorno do Circuito LigaMagic anunciado no final de julho era algo muito esperado da minha parte. O evento tem um lugar especial no meu coração, sendo a Final do CLM 10 Modern o primeiro troféu de relevância nacional que eu levantei na minha carreira, com o bicampeonato vindo na então última edição realizada, a Final do CLM 12 Modern. Além disso, tive a oportunidade de trabalhar na equipe de cobertura do evento nos primeiros CLMs, e acumulei um Top 8 na Final do CLM 11 Pauper.
No momento do anúncio, eu apenas possuía decks físicos nos formatos de Commander Mesão/Casual e um quase Izzet Phoenix Pioneer, faltando algumas “staples” (pilares) importantes. Mas o universo parecia convergir para meu retorno ao Pauper, formato que deixei bastante de lado nos últimos anos com o foco maior nas lives e no Magic Arena.
● A Escolha dos Decks
Quando o calendário de torneios nas lojas locais foi divulgado, tive, enfim, a confirmação: era hora de voltar para o Pauper. A Bolovo Games, em Santos, realizaria as etapas classificatórias para Duel Commander, Modern (formatos que eu não tinha deck) e Pauper (cujos decks são bem mais acessíveis e não rotacionam). Após um estudo do metagame, optei por montar de uma vez dois baralhos: o Grixis Affinity e o Gruul Ramp.
A ideia por trás da dupla foi escolher um dos principais decks do metagame e que eu já tinha afinidade (com o perdão do trocadilho) jogando com. Afinal, tanto nas épocas de Atogue quanto nas de Tudo que Reluz eu tive meus momentos jogando com ele no Magic Online, e com a entrada de MH3, Familiar Recondicionado dava nova vida à estratégia.
Já o Gruul Ramp foi uma escolha que combinou fatores financeiros com estratégicos – sendo o Affinity um deck que é facilmente "hateado” (onde os oponentes podem colocar cartas como Po ao Po, Xama dos Gorilas, Diglamirizar, Rancor Antigo e afins), é importante ter uma opção complementar que não sofra para as mesmas cartas nos sideboards alheios, e o Gruul Ramp cumpria esse papel sendo também um deck extremamente barato, considerando as listas sem Termocarse e Limo Acido de Mwonvuli.
Meu primeiro teste com o baralho em mãos foi um Super Classificatório para o Nacional Pauper realizado na própria Bolovo Games, onde alcancei o Top 8 com as 75 de Grixis Affinity do momento do torneio usadas pelo LuffyDoChapeuDePalha (conhecido mestre do arquétipo no MTGO). Acabei sendo eliminado por Kuldotha Red nas quartas-de-finais, mas foi bom para “sentir o gosto” do Pauper em versão Tabletop novamente. Também fiz algumas mudanças na lista pensando na primeira etapa do Circuito LigaMagic na Bolovo Games alguns dias depois.
Num geral, ainda tinha bastante da versão anterior, mas dessa vez adotando a tecnologia de Analise de Toxinas, o grande encaixe para fazer o “combinho” com Xama do Cla de Krark e responder principalmente os Gruul Ramps/Ponzas. Aumentei a quantidade de Magibomba Niilista por conta das mirrors e Tolarians que esperava enfrentar. Porém, a primeira etapa não terminou da melhor maneira: 3-2 em 7° lugar, vencendo de Grixis Affinity, Caw Gates e Kuldotha Red, e perdendo para Grixis Affinity e Gruul Ponza.
Para a segunda etapa, resolvi estrear o meu Gruul Ramp, mas optei por adotar três cópias de Limo Acido de Mwonvuli para punir Mirrors, Gates e outros baralhos lentos. Nessa etapa, o Gruul foi uma escolha estratégica, considerando a grande quantidade de Affinity que vinha aparecendo na loja, seria bem plausível o aumento das cartas de “hate” nas reservas, e eu queria evitar ser muito punido pelos mesmos. Eu comentei de forma bastante aprofundada sobre o baralho nesse artigo aqui.
Nessa etapa terminei 3-0-1 em 1° lugar nos desempates, vencendo de Gruul Ramp, Azorius Familiars, Kuldotha Red e empatando de forma intencional com um Grixis Affinity também 3-0 na última rodada.
Para a terceira etapa, voltei para o bom e velho Grixis Affinity, pensando principalmente na partida contra Glee Combo, baralho que vinha sendo utilizado pelo primeiro colocado do ranking no momento. Com as datas sendo divulgadas com antecedência, eu já sabia que teria que faltar na quarta etapa por conta da minha participação na transmissão do City Class Showdown (nosso Regional Championship do Brasil), então precisaria estar forte para o confronto direto, mesmo que pudesse sofrer um pouco mais com o “hate” dos sideboards.
Trabalhei bastante a lista para enfrentar as Mirrors, com Maca do Horror como remoção para os terrenos indestrutíveis 3/3 ativados via Artifice Kenku (mas sem abrir mão de uma remoção que conseguisse matar Terror Tolariano e outros bichos grandes) e três cópias de Lancar ao Fogo na reserva também pensando nessa partida.
Nessa etapa terminei 3-0-1 em 1° lugar isoladamente, empatando a primeira rodada contra Grixis Affinity (o plano funcionou bem, mas não tive tempo de terminar os três games depois de um G1 onde ambos compraram praticamente o deck inteiro, e fiquei com o empate em um G3 onde eu ganharia) e depois vencendo de Mardu Blade, Azorius Familiars e Golgari Glee Combo, o do primeiro colocado do ranking. Nesse momento, eu estava na segunda colocação, mas só jogaria de novo na última etapa, a de número 5 valendo o dobro de pontos.
Sabendo dessa limitação, aproveitei a oportunidade para me planejar a disputar algumas etapas classificatórias em outra loja em Santos: a Arena Geek. Descobri a loja justamente por conta do Circuito LigaMagic, através do localizador no site, e consegui manejar minha agenda para frequentar duas das etapas: a terceira e a última, valendo o dobro de pontos. Como a quantidade de jogadores frequentando os torneios era menor, talvez fosse possível classificar para o Top 8 mesmo jogando poucas etapas, e ter uma segunda tentativa caso eu falhasse em conquistar a vaga pela Bolovo Games.
Para essa etapa resolvi trazer o Gruul Ramp, já que não esperava enfrentar o algoz Glee Combo no metagame dessa loja. Apostei na lista com 14 Florestas e 3 Montanhas para mais terrenos desvirados, bem como Ladra de Joias para mais fontes vermelhas, além de melhorar nas partidas contra os aggros, especialmente Kuldotha Red. Também cortei os Limo Acido de Mwonvuli, indo por um caminho totalmente de Ramps/Bichões. Vale lembrar que minha lista foi por um caminho econômico, onde não tenho os Diglamirizar e uso Obsolescencia Natural no lugar!
Nessa etapa terminei 3-0 em 1° lugar, ganhando de dois Kuldotha Red e de Jund Gardens na final. O resultado me colocou dentro do Top 8 após três etapas disputadas, e me deixaria com chances de classificar na etapa dobrada.
Enquanto isso, houve a quarta etapa na Bolovo Games, onde eu acabei caindo para a 3ª colocação após não disputá-la. A “matemática” para eu conseguir me classificar passando em 1° no Ranking na quinta etapa era a seguinte: o único resultado que eu dependia de outros jogadores seria em relação ao primeiro no ranking, onde eu precisaria fazer duas vitórias a mais que ele para ultrapassá-lo (exemplo: eu fazer 5-0 e ele 3-2, eu fazer 4-1 e ele 2-3, etc.). A minha diferença de pontuação para o 2° colocado era de menos de uma vitória, então apenas com o confronto direto seria possível consegui-la (e nesse cenário seria inevitável o confronto, já que se ambos estivessem 4-0 nos enfrentaríamos diretamente na última rodada).
Considerando que as chances de um confronto direto com o 1° colocado eram bem altas, inclusive até desejáveis para que eu dependesse de menos resultados que fugiam ao meu controle, novamente trouxe o Grixis Affinity como forma de ter jogo contra o provável Glee Combo. A lista foi metagamizada de forma pesada pensando também nas mirrors, com 2 cópias de Maca do Horror já no deck principal para compensar a menor quantidade de Artifice Kenku no G1. Voltei com Municoes Improvisadas como alternativa para as partidas de atrito, assim como as Estrela Cromatica voltaram a aparecer nas listas como material sacrificável barato.
Nessa etapa terminei 4-1 em 2° lugar. Nas duas primeiras rodadas, venci Gruul Ponza e Gruul Ramp, porém logo na sequência enfrento um terceiro Gruul Ramp inspirado, onde nos dois games ele me dá uma janela curtíssima para fechar o “combinho” das Analise de Toxinas com o Xama do Cla de Krark – e eu falho em ambos. Esse não era um dos meus oponentes diretos na busca pelo 1° lugar do ranking, e foi uma derrota que certamente me custaria caro para as pretensões de terminar com a vaga sem depender das partidas eliminatórias do Top 8.
Na sequência, enfrento o atual 1° colocado do ranking (que eu preciso abrir duas vitórias de vantagem), mas ele não está jogando com Golgari Glee Combo. Sua escolha foi o Mono Blue Faeries, com vários Ninjas e interações rápidas. Perco o Game 1 rapidamente para muitas sinergias e shenanigans, e quando estou mulligado a 5 no Game 2 prestes a ser derrotado, uma compra do topo de Fonte Icoridia encontra a cópia solitária de Municoes Improvisadas – e a partir daí consigo estabilizar o campo de batalha, sem deixar o oponente conectar uma criatura sequer, e eventualmente acho outros bichos para fechar o jogo. No terceiro jogo, consigo fazer um controle de mesa melhor nos turnos inicias, e levo o confronto direto.
Ainda assim, precisava que meu oponente de Mono Blue Faeries perdesse a última a rodada contra outro jogador, eu precisava vencer a minha última rodada, e caso essa vitória não viesse especificamente contra o 2° colocado antes de o torneio começar (que também estava 3-1), eu precisaria torcer por uma derrota dele também.
O roteiro improvável de cinema parecia se desenhar quando enfrento Temur Ramp na última rodada (não é um oponente direto). Em um Game 1 em que compro o meu baralho inteiro, consigo passar o dano letal com exatamente zero cartas no deck, antes do meu próximo turno onde seria obrigado a comprar e perderia. No Game 2, ele consegue controlar com bichões alcance e remoções de artefato, mas no Game 3 o Grixis Affinity mostra seu poder com as várias remoções pretas e termino o evento 4-1, na segunda colocação.
Entretanto, ambos os meus concorrentes diretos venceram seus jogos, de modo que termino em 3° colocado no Ranking Geral, cinco pontos atrás do 1° colocado. O 5-0 nessa última etapa me classificaria, assim como um mero 2-2 na etapa em que faltei, mas como Inês é morta, nessa altura restava a etapa dobrada na Arena Geek e a preparação para o Top 8 da Bolovo Games.
Seguindo a tendência das listas online, resolvi testar uma abordagem mais pra frente com Rancor no Gruul Ramp, minha escolha para a etapa dobrada da Arena Geek – considerando que, novamente, não esperava enfrentar Glee Combo e queria ir com algo menos “hateável”.
Nessa etapa terminei 2-1 em 5° colocado, perdendo o primeiro jogo para Dimir Terror, e vencendo as rodadas seguintes contra Gruul Ramp (de 1x0, com vitória por deck no Game 1) e Elves (onde sou destruído no Game 1, mas Arma de Sopro brilha nos Game 2 e Game 3). Com o resultado, me classifiquei para o Top 8, e tinha essa cartada na manga caso fosse eliminado no Top 8 da Bolovo Games que aconteceria alguns dias antes.
● A preparação para o Top 8
O Top 8 dos Circuitos LigaMagic de lojas locais sempre tem uma dinâmica diferente de outros torneios que costumamos disputar. Ao contrário de eventos abertos, com centenas de jogadores, ou digitais, onde a chance de não conhecermos o oponente é bem alta, no Top 8 do CLM de loja temos outros sete competidores que conhecemos bem, sempre enfrentamos nos eventos toda semana, e que por vezes possuem limitações de baralhos ou disponibilidade de cartas para jogar (o que era o meu caso, que só tinha o Grixis Affinity ou o Gruul Ramp/Semi-Ponza). Isso acaba criando um subjogo mental/psicológico de escolhas de decks e cartas específicas, principalmente nos sideboards.
O primeiro colocado do Ranking dropou do Top 8 por já ter a vaga, o que diminuía drasticamente as chances de aparecer algum Glee Combo. Esse fator incentivava a adoção do Gruul Ramp por minha parte, um deck que não se importa de enfrentar aggros, controls ou midranges do outro lado, mas basicamente não quer nenhum combo aparecendo. Só que o deck sempre teve um certo problema de variância, por vezes mulligando muito ou ficando a mercê do que o adversário faz. Além disso, eu não teria como trazer a versão Ponza por não possuir os Termocarse, e eu sabia que até quatro jogadores do Top 8 poderiam ter acesso a uma mirror onde eles teriam destruição de terreno e eu não.
Portanto, recorri ao bom e velho Grixis Affinity – um baralho consistente, poderoso, customizável, com alternativas de sideboard e que possui chances de vencer qualquer partida no formato. Seu ponto fraco era o “hate” dos sideboards alheios, e algo que eu com certeza esperava enfrentar pelos oponentes que viessem no meu chaveamento pelo fato de eu possuir o deck e ter ido com ele em três das quatro etapas que joguei durante as classificatórias na Bolovo Games. Mas eu precisava de algo a mais além das listas tradicionais, e acabei topando com uma inovação bastante recente, que não tinha sido amplamente adotada pela “mente coletiva” do Grixis Affinity no Magic Online.
Alguns dias antes do Top 8, as listas com Serpente Mecanivora começaram a fazer sucesso em torneios Tabletop grandes e Ligas no Magic Online, cortando Explosao Galvanica das 75 e apostando em uma versão mais Dimir com um sutil “splash” para Xama do Cla de Krark e Explosao Elemental do Vermelho, o que aliviava bastante alguns dos problemas de mana que o deck possui. As Serpentes também ajudavam a contornar o “hate”, sendo um bichão grande não-artefato, funcionava em mesas travadas na mirror e contra Gruul, além de ser um ótimo alvo para ganhar quantidades grandes de vida com Analise de Toxinas e Barganha do Justiceiro contra Kuldotha Red.
A minha leitura do metagame esperado foi ao menos algumas cópias entre Gruul Ramp/Ponza e Kuldotha Red, decks que estiveram presentes em quantidades maciças nas etapas classificatórias e que sei que estavam na zona de conforto de alguns dos jogadores classificados. Não esperava nenhum outro Grixis Affinity, considerando o potencial do deck ser “hateado”, e pensando em termos de níveis, eu imaginei que outros jogadores não trariam o Affinity porque haveria bastante “hate” para o “Affinity do Sandoiche”, já que era um dos dois decks que eu tinha acesso e chances altas de trazer pelo histórico. Por esse mesmo motivo, eu também não apostei em nada diretamente específico para a Mirror, como Xama dos Gorilas ou Lancar ao Fogo (e também para diminuir a pressão na mana vermelha). Entretanto, ainda mantive duas cópias de Maca do Horror nas 75, para respeitar um eventual Artifice Kenku.
Para caber as quatro Serpente Mecanivora e tudo o mais que eu queria usar no deck principal (incluindo Trilha de Doces para ajudar na afinidade, no ganho de vida contra Kuldotha Red, no desenvolvimento dos turnos iniciais e anti-flood para os 20 terrenos que a lista usava), acabei cortando as Magibomba Niilista. Não esperava combos de cemitério e nem Mirror de Affinity, e contra Terror e decks azuis com Mistico dos Murmurios, onde a Magibomba atrasa os turnos iniciais e gera valor, eu tinha mais cópias de Demover do que normalmente usava, e resolvi apostar nisso. Para fechar a reserva, duas cópias de Coagir, que seriam um bom curinga caso enfrentasse algo muito fora da curva, para compensar baixar uma cópia de Explosao Elemental do Vermelho no sideboard nas partidas contra azul, e arredondar as entradas e saídas contra baralhos que não tivesse muito side específico, mas houvessem muitas cartas para sair (como uma possível Mirror). Pensando em respeitar Kuldotha Red, fui com 4 Explosao Elemental do Azul mais uma Explosao Hidrica ao invés de 4 e 4 com a Explosão Elemental do Vermelho.
Claro que praticamente nada da minha leitura se confirmou na hora que o Top 8 começou – as Explosao Elemental do Azul e Explosao Hidrica viraram enfeites no meu sideboard. O metagame enfrentado era praticamente o pior possível: quatro decks brancos com Po ao Po na reserva, sendo dois deles no meu lado do chaveamento, totalizando um metagame de 2 Mono White Aggro, 2 Grixis Affinity, um de cada entre Azorius Familiars, Dimir Terror, Boros Synthetizer e Slivers.
Praticamente todas essas partidas eram jogos onde Explosao Galvanica faria muita diferença para mim lidando com Pescador Celeste Kor e Falcao Cintilante, e apenas contra Dimir Terror que as Serpente Mecanivora realmente brilhariam – além de não ter Municoes Improvisadas no deck principal nem Arma de Sopro na reserva, o que poderia dificultar para resolver fichas de pássaro 1/1. Bom, ao menos eu teria a vantagem de começar contra praticamente todos os oponentes, exceto numa eventual final contra o 2° colocado do ranking.
● O Top 8 da Bolovo Games
Meu primeiro oponente foi o Boros Synthetizer, partida que ainda não enfrentei no Magic Online desde o meu retorno ao Pauper. Orzhov e Mardu, sim, mas não tinha a prática dessa versão em particular. No Game 1, consigo lidar com boa parte da mesa dele com Xama do Cla de Krark, embora ele consiga lidar com a minha Serpente Mecanivora combinando o dano do próprio Xamã com a uma cópia de Municoes Improvisadas dele. O encantamento vermelho acaba por ser decisivo, já que ele consegue me finalizar no dano direto mesmo com pouquíssimas permanentes no campo de batalha quando estou tentando estabilizar.
Perder o Game 1 de Affinity nunca é um bom sinal, ainda mais quando eu não tinha muita coisa para me ajudar na reserva e sabia que viriam os Po ao Po do outro lado. Porém, no Game 2 meu oponente mulliga a 5 e compra meio mal, o que me dá a chance de fazer bastante valor com as minhas sinergias de artefato e vencer mesmo com um Circulo de Protecao: Azul segurando minhas Serpentes. O Game 3 acaba sendo absurdamente disputado, com ele me deixando a pouquíssima vida por várias vezes (podendo ganhar caso topdeckasse uma Explosao Galvanica em um momento crítico) e eu me debatendo para estabilizar com pequenos ganhos de Barganha do Justiceiro e Analise de Toxinas. Eventualmente consigo tirar a partida do alcance dele com o valor gerado a mais pelas compras, que deixou meu deck com pouquíssimas cartas ao final – também tirei três das Serpentes Mecanívoras para jogar em volta do Círculo, fazendo o encantamento branco ser no máximo 1x1, e sacrificar essa uma Serpente para ganhar sete pontos de vida quando o Círculo estava na mesa foi o respiro que eu precisava para escapar da morte. Em ambos os jogos sideados, Po ao Po acaba não vindo tão cedo a ponto de me tirar completamente do jogo zicando mana, interagindo mais com Familiar Recondicionado e Fonte de Sangue.
Na semifinal, meu oponente seria o Azorius Familiars, outro baralho com Po ao Po na reserva. No Game 1, consigo estabelecer uma dominância absurda de cartas e mesa, mas sem interagir com as criaturas dele. Vou passando dano contra os Fiel do Farao-Deus e pássaros 1/1 dele, mas mesmo cavando, cavando e cavando, não encontro nenhum dos meus Xama do Cla de Krark, tampouco Maca do Horror ou Demover para ao pior ajudar a não tomar as gracinhas de Arqueomante voltando Efemerar. No último turno, ainda tento desesperadamente usar a Toxina para comprar com a pista, podendo sacrificar o excedente de terrenos para o Xamã que limparia a mesa no “modo duro”, mas falho em encontrar, permitindo que ele volte com o combo infinito de dois Familiares com Arqueomante e Bruxuleio Fantasmagorico. Não ter acesso a Magibomba Niilista cobrou caro aqui, mas, de novo, Inês é morta e eu precisava lutar com as ferramentas que eu tinha disponíveis na hora para os jogos sideados.
No Game 2, consigo vir muito mais forte, quebrando algumas jogadas dele enquanto desenvolvo meu jogo com múltiplos Familiar Recondicionado até o ponto de ele ficar sem gás e conceder. O Game 3 flui melhor para mim, onde ele mulliga e compra mal, e consigo pressionar enquanto tenho infinitas proteções e interações na mão. Novamente dei sorte que em ambos os jogos os Po ao Po não apareceram tão cedo quebrando terrenos e me tirando do jogo, com ele sendo forçado a interagir com ameaças como Impositor Myr e Fonte de Sangue.
Para a final valendo o troféu e a vaga, meu oponente está de Slivers – partida que mesmo que eu não estivesse esperando enfrentar, em tese a vantagem é do Affinity por conta das remoções, bichos grandes e valor gerado, além do infame combo de Análise de Toxinas + Xamã do Clã de Krark (que por eu estar esperando muito Gruul Ramp e Kuldotha Red, eu tinha acesso a quatro cópias de cada nas 75).
Dito e feito: no Game 1, ele desenvolve com três Fractius parrudos, apenas para o combinho vindo da mão inicial lidar com todos eles. Mesmo fazendo algumas compras com Caminho Tortuoso e Guiar o Estouro, ele não consegue acompanhar o ritmo do valor gerado pelo Affinity e sucumbe. O Game 2 tem um pouco mais de disputa, já que não consegui encaixar o combinho com tanta facilidade por conta de Cordoes Prismaticos no cemitério. Entretanto, eu consigo travar os ataques com bloqueadores parrudos e remoções alvejadas pretas em Fractius Alado. O jogo se prolonga por muitos turnos, com ele eventualmente descartando uma segunda cópia de Cordões Prismáticos para a habilidade do meu Familiar Recondicionado. Vou acumulando recursos na mão, esperando ter múltiplas cópias de Xama do Cla de Krark e Analise de Toxinas para tentar limpar tudo de uma vez só usando a pilha em meu favor.
Porém, quando consigo encontrar três de cada carta, dou alvo no primeiro Xamã com a primeira Toxinas, ele deixa resolver, o que me dá uma janela de nem precisar gastar os outros recursos para limpar tudo – bastava ativar novamente o mesmo Xamã e pronto. Depois de ter quase uma dezena de Fractius mortos, meu oponente concede a segunda partida, e eu me consagro campeão do Top 8 Pauper da Bolovo Games!
Esse foi o meu 11º troféu de CLM de loja local conquistado – o que me possibilita ir à busca do meu 3° troféu grande de Final do CLM! Essa foi a conclusão da minha saga desde o planejamento inicial até a classificação. Vejo vocês na Final do Circuito LigaMagic 13, no Frei Caneca!
Abraços e até a próxima!
Realmente peguei o mono blue fadas para jogar contra o seu grixies, uma vez que o Glee Combo iria me deixar sem o que fazer...
O top deck de munitions foi muito forte, acabou com o jogo kkk
Até a final no Frei Caneca!