Modern Horizons 3 está em todos os lugares e gera várias discussões, mas o assunto desse artigo e do próximo, está longe de Modern Horizons ou dos formatos que ele afeta, porque estamos chegando no momento que define o Standard, aguardado e temido: a rotação. No dia 2 de Agosto um bloco de edições deixará o formato e hoje vou falar sobre cartas que deixam o formato e deixarão (ou não) saudade.
Primeiro vamos falar das edições que vão embora do Standard. São elas: Innistrad: Caçada à Meia-noite, Innistrad: Voto Carmesim, Kamigawa: Dinastia Neon e Ruas de Nova Capenna.
Innistrad: Caçada à Meia-noite e Innistrad: Voto Carmesim
Lançadas no final de 2021, as duas edições se passam no plano de Innistrad, que tem uma boa parcela de fãs. Falando sobre cartas, são duas edições bem importantes para o Standard.
Ambas as edições deram suporte para um Standard que tinha dois decks agressivos: O Mono White Humans e o Mono Green.
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Esses decks eram mais baseados nas cartas nevadas de Kaldheim, mas Caçada à Meia-noite deu um bom suporte também, especialmente com Adeline, Catara Resplandecente, Cataro Brutal e Ausencia Fatidica, cartas que veriam jogos em outros formatos; já no verde, Crescimento Antinatural, Mestre da Caca de Tovolar e Wrenn e Sete, uma das cartas mais hypadas da edição, durante o seu lançamento. Ainda que esses decks tenham deixado de existir na rotação passada, foram importantes para dar uma base aggro ao formato.
Ainda sobre aggros, a edição tem os lobisomens como tema, e por mais que o Gruul Lobisomens não tenha sido exatamente um dos melhores decks, fora um pequeno momento bem no começo, é legal destacar como Buscadora de Tempestades Temeraria foi uma carta que apareceu muito em vários formatos e deve continuar como opção para qualquer deck agressivo no Pioneer.
Mas Caçada à Meia-noite também é sobre controles, e diversas staples desse tipo de estratégia estão aqui. O Diluvio da Memoria é incrível e deixará muita saudade em muita gente. A frase que resume essa carta é do Lucas Caparroz, que durante um coverage falou “quando você faz Dilúvio da Memória no Recapitular sem estar sendo pressionado, o jogo acabou”. Card advantage e card selection em uma única carta são opções fortes demais e não à toa, essa aparece no Standard desde o seu lançamento.
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Essa lista, usada no Mundial de 2021 ainda tem outra carta importante para controles, mas que depois ficou mais tímida em aparições, Lier, Discipulo dos Afogados, que foi diminuindo conforme os controles tinham maneiras melhores de criar vantagem e em precisar de tanta mana, assim como Iteracao Galvanica.
Mas é impossível falar dessa edição sem falar de O Massacre do Gancho de Carne. O impacto desse encantamento no formato foi gigante e não por acaso foi banido em Outubro de 2022. O grande ponto sobre o Gancho não é apenas sobre ser um efeito de cólera que ganha vida, é que ele fica na mesa. E ficar na mesa ganhando/drenando vida a cada interação, ajuda muito.
Se eu estou sendo agressivo, drenar vida dá aquele turno a mais de clock; se estou me defendendo, toda vez que mato algo, eu ganho fôlego. Isso que no Standard não falamos de interações dessa carta com Familiar do Caldeirao, que teve um bom impacto no Pioneer também. O Massacre do Gancho de Carne foi a grande carta de Caçada à Meia-noite para o Standard e por um ano que essa carta foi válida, o formato era sobre ela.
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Última menção vai para Invasora do Cemiterio, que teve altos e baixos, mas sempre foi uma ótima carta, sendo inclusive bem presente nesse final de formato onde RDW, Gruul e Boros estão jogando bem.
Em Voto Carmesim temos os vampiros e uma das cartas mais lembradas por quem joga Standard é justamente um vampiro, Coletor do Dizimo de Sangue.
Esse cara está a 3 anos no Standard e é até difícil de lembrar de uma época sem ele. Após o banimento de Fabula do Quebrador de Espelhos ele deixou de ser tão presente, mas ainda é uma das cartas mais utilizadas nesses 3 anos de formato. O corpo 3/2 é um clock bem real quando o deck precisa pressionar, além dele ser uma potencial remoção, ajudando quando precisamos nos defender.
Além disso, a ficha de Sangue é tanto base para cartas que sinergizam com artefato, quanto uma maneira dos midranges filtrar seu lategame, especialmente no G1 quando esse tipo de estratégia tende a ter alguma carta morta na match. O Coletor do Dizimo de Sangue faz parte de uma geração de cartas que não apenas jogou múltiplos formatos, mas fez Rakdos um deck tier em mais de um lugar, com seu kit de pressão e que se defende bem.
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Eu falei do Mono Green e do Mono White lá no começo, e Voto Carmesim também ajudou muito esses decks com Bizarrice de Ulvenwald, Iniciado Esperancoso, Thalia, Guardia de Thraben e Anuncio de Casamento.
Anúncio é a carta mais importante dessa edição para o Standard, o impacto dela foi enorme para os decks baseados em criaturas, de aggros à midranges, e por vezes apareceu até em estratégias mais lentas quando queria uma fonte de vantagem para qualquer partida longa. O fato da carta te dar fichas ou draws e depois te ajudar a dominar a mesa, faz dela uma estrela em vários formatos e deve continuar jogando por muito tempo.
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Outros destaques da edição são Caminho dos Perigos e Sorin, o Infeliz, estrelas dos controles e midranges que sempre apareceram no formato, além de irem muito bem no Pioneer. Por fim, Chandra, Vestida para Matar é um caso curioso. A carta é muito boa e apareceu em boa parte dos decks vermelhos que jogaram esses 3 anos do Standard, no entanto, por conta de ser mítica, foi por muito tempo uma das cartas mais caras do Standard, chegando a mais de R$ 399 reais em Junho de 2022, um patamar bizarro para essa carta. Hoje ela está entre seus R$ 50 e R$ 60, o que sinceramente considero um preço justa para uma boa mítica e que joga outros formatos, mas em decks e momentos específicos.
Kamigawa: Dinastia Neon
Essa é, sem sombra de dúvida, a melhor edição do Standard em muito tempo. O impacto de Kamigawa: Dinastia Neon é inegável e até mesmo irônico, dado que a última vez que visitamos esse plano as lembranças de muita gente não eram exatamente das melhores.
Aqui temos o ciclo de terrenos com Canalizar: Boseiju, a Persistente; Sokenzan, Crisol da Afronta; Takenuma, Charco Abandonado; Otawara, Cidade Flutuante e Eiganjo, Sede do Imperio. O fato de você não precisar de nenhum setup prévio para usar essas cartas, faz delas staples do Magic por muito tempo. São opções relevantes para combater situações de flood, te dando efeitos mesmo comprando muitos terrenos. Fora que ter efeitos em terrenos torna cartas como Auspicio Silvestre muito melhores.
Kamigawa também tem 3 cartas banidas no Standard, Fabula do Quebrador de Espelhos, Invocar o Desespero e Quebrabanco Justiceiro - cartas que dominaram sua época de Standard. Uma curiosidade é que Fábula ficou válida em 2022, desde então, só não venceu um Pro Tour, sendo que em 2023 ela venceu um Pro Tour de cada formato, isso vindo de ter vencido um Mundial em 2022.
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É importante lembrar que essa edição tem uma estrela que brilhou muito antes de seu amigo, Magma Opus, ir embora: Hinata, Coroada pela Aurora. Essa criatura está esquecida, mas dominou o Standard por um tempo, chegando inclusive perto do banimento. Ou você não se lembra do Jeskai Hinata? O deck cheio de interações que colocava esse espírito na mesa e depois fazia um Magma Opus quase de graça, em uma chuva de tempo e card advantage.
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Em Caçada tivemos lobisomens, em Voto Carmesim tivemos vampiros e em Kamigawa tivemos o deck de encantamento, que por muito tempo foi uma ótima estratégia no formato:
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O Naturalista Humilde foi uma bela carta nesse deck e em tempos que Adeus, outra carta de Kamigawa, não aparecia tanto, essa estratégia era bem popular e dava muito trabalho aos midranges tradicionais.
Dito tudo isso, a grande carta dessa edição e que continuou válida, é A Imperatriz Errante. Essa planeswalker será até seu último segundo de Standard uma staple do formato e tem seu espaço no Pioneer e às vezes até no Modern. O ponto é sua versatilidade.
Ela é muito comum em controles e midranges, já que fazer um corpo e exilar uma criatura a tornam uma ótima maneira de surpreender oponentes, ainda mais com seu design e poder ser feita e ativada no turno do oponente, mas com o tempo, mais gente se tocou que ela é uma carta interessante também em decks agressivos quando querem trocar recursos. Não à toa, se vai branco, vai A Imperatriz Errante.
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Ruas de Nova Capenna
Capenna tem o problema clássico de uma edição que é lançada depois de algo muito forte, tal qual um filho mais novo, ela é comparada sempre com a anterior, o que não é muito justo. Essa edição tem cartas com grande impacto em outros formatos, como Picotador de Livros-caixa e Rabecao Clandestino, além dos triomas, que foram do Standard ao Legacy.
Para o Standard, a grande estrela sempre foi Raffine, Vidente Ardilosa. Desde o seu lançamento, Raffine é o pé de apoio do Esper Midrange. O formato teve o Grixis com Avaliador de Cadaveres (com certeza é um cadáver!), teve o Rakdos, várias estratégias, mas o Esper sempre esteve lá, firme e forte, graças à Raffine, Vidente Ardilosa.
Sua capacidade de filtrar as compras sempre foi muito importante para os midranges ajustarem sua mão à match enfrentada, chegando ao ponto que ficava impossível o jogador de Esper não ter uma resposta.
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Capena contribuiu muito com o Standard com cartas como Fazer Desaparecer, Azarao Tenaz e Tita da Industria, que brilharam por um bom tempo no formato, ainda que hoje já tenham sido substituídos.
Por fim, a última contribuição ao Standard está no Temur Lands:
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No apagar das luzes, com MKM, os terrenos comuns de Ruas de Nova Capenna se tornaram a base de uma nova estratégia, um combo com terrenos que faz uma quantidade enorme de mana e uma Furia da Anima Mundi para letal. O fato desses terrenos ganharem vida, mesmo entrando virados, dá um tempo absurdo para o combo, fora que quando você começa o loop com Analista em Retrospecto, fica impossível zerarem sua vida na volta.
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Essa foi uma pequena retrospectiva do que passamos nos últimos 3 anos, destacando as cartas que deixarão o formato. Para o próximo texto falarei sobre quem fica, focando nas estratégias que continuam fortes e de cartas que tem potencial de aparecerem mais.
Até mais!
Ruda
De resto texto maravilhoso, e algumas dessas cartas vão deixar saudade, outras nem tanto (sim, eu tô falando de vc Raffine)
Será que a Boseiju agora dá uma abrandada no preço? 🤧 |
Tambem queria saber
Bom sentirei saudades, só faltou o rakdos sacrifice
Embutir na Liga
DECK ID
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Paisagem -
Retrato