Reprints são uma coisa curiosa no Magic, nesses anos jogando eu já vi muita gente feliz com algum reprint, seja porque a carta baixou de preço, ou porque ela se tornou válida em um formato a partir desse novo lançamento. A Liliana do Veu é um ótimo exemplo, sendo uma carta que estava “esquecida” em outros formatos, com um preço alto,mas que relançada no Standard, se tornou válida no Pioneer, por tabela e viu seu preço cair. Além da própria visibilidade da carta que voltou a ser um assunto e inclusive apareceu novamente em listas Modern em uma ação de “ei, essa carta é realmente legal”.
Por outro lado, existem as pessoas que não gostam de reprints, seja por uma questão de economia, preferem que o card mantenha seu preço alto, e aí poderíamos entrar até em uma discussão de Reserved List, mas eu não estou tão sem assunto assim. E tem até quem não goste pelo impacto que aquela carta pode ter, por exemplo em Magic 2014 tivemos o reprint de Caverna Mutavel, que foi uma staple do seu Standard, especialmente durante os deck monocoloridos de Theros e teve quem reclamasse que essa carta não deveria estar nesse Standard por ser uma carta de inclusão fácil demais para esse tipo de baralho.
O ponto é que Reprints são algo que acontece no Magic, e lidar com eles de uma forma positiva acaba entrando em uma relação positiva com todo o jogo. E para hoje eu vou falar sobre alguns reprints que eu gostaria para o Standard, já que em breve teremos o lançamento de Cavernas de Ixalan, a volta ao plano dos piratas, vampiros, dinossauros e tritões, que é importante lembrar, já tem confirmado o reprint de Caverna das Almas, extremamente necessário, quando pensamos no preço, e que pode mudar muita coisa no Standard e no Pioneer.
O Bloco de Ixalan no Standard teve vários momentos para serem analisados, porque foi uma edição que jogou com outras muito fortes, o que diminui o impacto imediato, ainda que tenha cartas importantes. Um exemplo ótimo, e que seria um desejo legal para reprint é Desembarque da Legiao.
Durante a semifinal do Pro Tour Guildas de Ravnica, LSV fez uma das grandes jogadas da história ao induzir o francês Jérémy Dezani a um ataque que acabaria com o jogo e a lista acima foi uma das sensações do evento. Cartas como Desembarque da Legiao, Aspirante a Marchadora Celeste, Vanguarda de Adanto e Orgulho dos Conquistadores são todas adições do Bloco de Ixalan que ajudaram esse deck a ser um dos principais da sua época, e por mais que eu tenha começado falando do Desembarque, todas seriam bem vindas para esse Standard, dando suporte ao Mono White que já temos no formato e que gostaria de novas opções agressivas, dando inclusive mais possibilidades à Cavaleira Errante de Eos, que vê jogo no Soldiers atual.
No ciclo de Desembarque da Legiao, Busca por Azcanta seria outra carta muito bem vinda.
Usada pelo americano Greg Orange na porção Standard do Pro Tour 25 anos, que era Trios Modern/Legacy/Standard, justamente no time vencedor do evento, essa lista de Azorius Control tem tudo o que um jogador do arquétipo quer, boas remoções, counters, Teferi, Heroi de Dominaria, e principalmente, muito card advantage. Busca por Azcanta te dá uma inevitabilidade espetacular, já que ela te ajuda no começo do jogo a selecionar suas compras e ao se transformar, se torna uma fonte de card advantage e de seleção de cartas, e tudo isso por um custo muito baixo. Recentemente Greg Orange fez Top 8 no Mundial com sua lista de Bant Control onde podemos, a grosso modo, dizer que Subir no Pe-de-feijao tinha uma função parecida com a da Busca por Azcanta, mas eu prefiro muito o encantamento de Ixalan, por arrumar aquele começo do jogo onde o controle ainda precisa achar as respostas certas. A volta dessa carta poderia colocar os controles em destaque novamente, já que por hora, eles ainda estão em baixa no Standard.
Outra carta interessante, vendo ambas as listas acima, é Assentar nos Destrocos. Por mais que eu tenha odiado jogar contra isso por muito tempo no Standard, eu reconheço que é uma carta que coloca um nível a mais na partida, deixando várias decisões mais complexas, e também vou confessar que adoro essa carta como tech para usar em mirror de decks agressivos, como inclusive é o que acontece na partida que citei entre LSV e Jérémy Dezani. Por mais que seja bem chato jogar contra, eu gosto de cartas que exigem mais dos jogadores, seja para tirar mais proveito, seja para fazer combates melhores.
Indo para outras cores, duas cartas que eu gostava muito de Ixalan são Ferocidonte Enfurecido e Fenix Reavivante, algumas das bases do icônico Mono Red dessa época.
Wyatt Darby venceu o Pro Tour Dominaria com essa lista e por mais que ela não tenha o Ferocidonte Enfurecido, que conseguiu ser banido e desbanido em sua passagem pelo Standard, mostra bem o poder da estratégia da época. Mono Red era muito rápido e aguentava bem remoções, sendo que Fenix Reavivante é justamente uma das principais cartas nesse aspecto. Eu entendo que ela pode parecer lenta, mas sua capacidade de gerar “2 pra 1” era muito forte e estamos falando de uma carta que conseguiu ser staple em uma época que Desprezo de Vraska era uma das remoções mais usadas.
Eu considero o Mono Red atual do Standard um bom deck, mas que sofre quando focado pelo metagame, e ter ameaças de maior poder, como as duas criaturas que citei, pode ajudar no pós side ou os oponentes focam em ganhar vida e matar criaturas.
Por sinal, eu falo de Desprezo de Vraska, e a carta foi fantástica em sua época de Standard, mas para o Standard atual eu não queria um reprint dela por ver mais como um caso de Queda do Heroi do que de Liliana do Veu. Vejo como uma opção lenta em um formato que tem snowball no turno 3 e com encantamentos mais presentes do que planeswalkers, preferindo assim outras remoções, como o próprio Destruir o Mal, do que um reprint dela.
Por fim, uma carta que eu gostaria novamente no Standard é Tomadora de Refens.
Essa lista foi utilizada pelo americano Seth Manfield para vencer o Pro Tour Ixalan e tem muito do porque considero Tomadora de Refens uma das melhores cartas do Bloco. Primeiro que ela é uma janela de card advantage, e não apenas contra criaturas, mas também artefatos, que sim, pode ser algo bem relevante. Por mais que pareça uma engine lenta para gerar vantagem de carta, ela tem o conjunto de palavras que permite um abuso muito grande ao fazer o deck “entra em campo”. Toda vez que eu conseguir fazer a Tomadora de Reféns entrar novamente, eu tenho mais e mais vantagens e de novo, parece lento, mas é uma inevitabilidade que em uma partida no Standard fica bizarra. Ter uma jogada de early game que abre caminho é bom, e se eu desvirar com a Tomadora, eu tenho uma vantagem clara, por ter tirado a ameaça e colocado ela do meu lado, mas quando falamos de late game, Tomadora de Reféns se torna uma das melhores compras possíveis em matchs de atrito, e esse é o ponto onde ela se destaca.
Claro que o Esper Midrange é uma casa para essa carta e eu consigo ver tranquilamente uma mirror matchs sendo decidida em uma Tomadora que “trocou” uma Raffine, Vidente Ardilosa de lado na mesa. E talvez com ela como fonte de card advantage o UB volte a aparecer. As possibilidades com a carta são incríveis.
Foi divertido pesquisar novamente sobre o Standard da época de Ixalan, desbloqueando algumas memórias da época e lembrando de cartas que eu tinha um carinho enorme. Isso que nem falei dos decks baseados em um tipo de criatura, que nem sempre faziam resultados, mas eram os grandes destaques do flavour do bloco.
Até a próxima!
Ruda
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Falou tudo mano, no T2, mal da para variar as estratergias e fazer coisas diferentes. Por exemplo, no arena, eu gostava demais, usar cartas que voltam a criatura pro campo se morreu, por 1 mana preta, mas tudo exila, até cartas vermelhas exilam.
Falando nisso, vai sair um ciclo de criaturas que ao morrerem, viram terrenos e podem voltar a ser criaturas, mas pelo mesmo motivo que citei acima, não irão jogar.
E o mono red? 800 pilas?
Mano... Que saudade de gastar MENOS DE UM SALÁRIO num deck altamente competitivo.