Bom dia!
Tudo bem com vocês amigos? Nos últimos tempos o Pioneer tem sido o grande formato dentro do mundo competitivo do MTG, ficando cada vez mais popular no MTG Arena, através do Explorer. Como sempre digo, é o meu formato favorito dentro da plataforma e eu tenho incentivado os novos jogadores que aparecem nas lives ou participam dos meus artigos a iniciarem nele ao começar no jogo, pela diversidade e qualidades que os jogos oferecem, frente a um pouco empolgante Standard.
Dessa forma, como meu foco acaba sendo nesse conteúdo e muitos de vocês vem pedindo um guia direcionado ao Pioneer/Explorer, trago hoje um guia completo de um dos grandes, se não o melhor deck do formato, Mono Green Devotion.
Não muito distante, tivemos o lançamento de Marcha das Máquinas e Consequências, que trouxeram algumas novidades para o formato abordado, dentre elas, destaco Polucrano Renascido e Invasao de Ixalan.
O MonoGreen Devotion já é uma figura carimbada dos formatos há bastante tempo e o lançamento dessas cartas deram um gás extra para o baralho, resolvendo alguns problemas e trazendo formas diferentes de avançar nas partidas.
Diante dessas novidades, vamos abordar nos detalhes essa estratégia, que poderá ser utilizada tanto para o Pioneer, como para os jogadores do MTG Arena, no Explorer.
Ao falarmos da lista, existe um padrão nas cartas utilizadas quando mencionamos o Mono Green Devotion, onde apenas poucas vagas são mais genéricas. Todavia, com a chegada do Polucrano Renascido, o que era pouco, ficou ainda menor, já que nossa Hidra favorita, para a surpresa de quase ninguém, virou uma staple do baralho, melhorando muito a partida contra decks mais agressivos e acelerando na consistência das cartas de custo 3, ainda mais pelo fato do seu custo ser todo de manas verdes.
No caso da minha lista, estou usando 1 Nivelador de Panorama Urbano, já que com a adição do Polucrano Renascido, temos muito mais presença no início do jogo e conseguimos puxar mais partidas com consistência para o late game, onde essa carta vai brilhar muito, resolvendo quase todas as permanentes problemáticas e exercendo uma pressão significativa em campo.
Outras cartas que podem ser utilizadas nessa última vaga são, principalmente, uma cópia de Invasao de Ixalan, Nissa, Abaladora do Mundo ou Vorinclex. Existe uma outra opção fresquinha aparecendo no mundo do MTG, mas vou deixar para falar dela no final do artigo.
Notem que de modo geral, essa última vaga tem um padrão, sendo uma carta mais impactante na mesa com um custo mais elevado e que interaja de forma positiva com o Invadir o Festival.
Vale destacar que no Pioneer, podemos ter acesso a planinautas coloridos que se beneficiam do Juramento de Nissa, como Teferi, Atrasador do Poente e Nicol Bolas, Dragao-deus. Essa estratégia acabou perdendo um pouco de espaço nos últimos tempos pela inconsistência que ela gera. Honestamente não é algo que eu gostei em algum momento e não indicaria esse tipo de carta no atual cenário.
Inclusive, existem várias listas fazendo resultados no Magic Online que estão dividindo essas vagas das cantrips no Pioneer, usando 3 cópias do Juramento de Nissa e 1 cópia da Invasao de Ixalan e até mesmo uma divisão igualitária de 2 e 2, o que me surpreendeu. Esse alcance de 5 cartas pode realmente colocar nossa batalha em uma posição de destaque para a consistência do jogo? Eu tenho minhas dúvidas e no geral, ainda vejo uma vantagem para o nosso encantamento de uma mana.
- APRENDENDO A COMBAR
Grande parte dos jogadores sabem que esse baralho tem um combo dentro dele, mas uma boa parcela não entende como ele funciona direito ou como efetivar a sua utilização, então vou esclarecer o funcionamento básico:
● Primeiro passo é ter acesso a 14 de devoção verde e outros 2 terrenos em campo, para ativação do Nykthos, Shrine to Nyx;
● Agora, importante ter 1 Karn, the Great Creator e 1 Kiora, Behemoth Beckoner em campo e uma segunda cópia de cada um no cemitério ou em sua mão, que acabarão indo para o cemitério no decorrer do combo;
● Utilizar o -1 da Kiora, Behemoth Beckoner desvirando o Nykthos, Shrine to Nyx;
● Com o -2 do Karn, the Great Creator, vamos tutorar o Pestilent Cauldron, mas com a intenção de usar o Restorative Burst;
● Tendo as 14 manas, vamos usar 5 delas para conjurar o Restorative Burst, voltando nossos 2 planinautas do cemitério para a mão e exilando a carta;
● Sobrando 9 manas, podemos conjurar novamente o Karn, the Great Creator por 4 manas e a Kiora, Behemoth Beckoner por 3 manas, sobrando exatamente 2 manas, que serão usadas para ativar novamente nosso terreno;
● Repita o processo de desvirar o Nykthos, Shrine to Nyx e tutorar o Pestilent Cauldron, fazendo com que ambos os jogadores ganhem 4 de vida em cada utilização;
● Depois de ganhar vida suficiente maior que a quantidade de cartas no deck do seu oponente, basta fazer a parte do Pestilent Cauldron, millando o baralho inteiro do seu adversário, finalizando a partida.
Uma forma alternativa de finalizar o jogo é fazer um loop com O Cerebro de Pedra e ir retirando as cartas do baralho do seu adversário.
Entendido como o combo em sua forma principal funciona, vamos aprender algumas peculiaridades e muitos de vocês devem estar se perguntando, como que eu sou capaz de gerar uma mana preta para fazer o artefato que vai acabar com o deck do oponente?
E a resposta é através do Reckoner Bankbuster! Uma vez tendo o combo realizado, podemos interagir o veículo com a Kiora, Behemoth Beckoner, na mesma estrutura feita com o Nykthos, Shrine to Nyx, mas agora como temos manas sobrando, não vamos precisar mais dele, comprando cartas e desvirando com nossa planinauta três vezes, até que o veículo gere uma ficha de tesouro, que vai ser capaz de gerar essa mana preta.
Uma ausência sentida do MonoGreen Devotion no Explorer, para os jogadores do Pioneer, há uma forma de proceder com o combo de uma maneira mais simples com o The Chain Veil.
Com acesso a 4 manas, seremos capazes de utilizar as habilidades dos nossos planinautas novamente, o que faz com que menos recursos sejam necessários para chegar no mesmo objetivo. Importante destacar que a ativação do Véu faz com que os planinautas tenham uma ativação extra em seu turno, não necessariamente os que estejam em campo, isso pode ser relevante no desenvolvimento do seu turno final.
Existem formas alternativas de combar o adversário, como por exemplo desenvolver suas manas e ativações dos planinautas e fazer o Surto Restaurador falhar no final do processo, exilando seu próprio cemitério com a Cripta de Tormod, fazendo com que ele vá para o cemitério, posteriormente jogando ele para o topo com o Cavaleiro dos Espinhos e, através do Invadir o Festival, colocá-lo em campo e finalizar o jogo, “esquivando” da necessidade da mana preta, mas tendo um pouco mais de trabalho no processo.
- MULLIGANS
Mulligan é certamente uma das coisas mais difíceis dentro do Magic, inclusive, é um tema bem rotineiro nas nossas lives, abordando perspectivas interessantes.
Sem dúvida isso ganha ainda mais força em baralhos como esse, tidos como Ramps, onde ter um início correto é essencial para gerar a vantagem que a estratégia busca em um curto espaço de tempo.
Isso significa que ficar com as mãos medíocres está fora de cogitação, principalmente com 7 ou 6 cartas! Force o mulligan sem medo, em busca de aceleração e desenvolvimento, o deck tem muita força e é totalmente capaz de ganhar com mãos de 5 cartas que alinhe bem nos turnos iniciais.
Vamos então fazer um exercício de keep ou mulligan!
Eu escolhi essa mão, porque ela é uma clara armadilha, onde muitos jogadores vão escolher ficar com ela, por ter uma curva de desenvolvimento do turno 2 ao 5.
Porém, essa mão no meu entendimento é um Mulligan e o grande motivo é a honestidade. Quando jogamos com esse tipo de baralho, nós precisamos na essência de curvas punitivas e jogadas robustas, principalmente nos dois primeiros turnos. Tenho a convicção que toda mão de 7 cartas sem aceleração nos dois turnos é um mulligan natural.
Claro que vai depender do deck do seu oponente e estamos assumindo que é um G1 desconhecido, mas mãos como essa ganham valor extra contra baralhos cheios de interações, como Rakdos Midrange e Azorius Control em que a consistência muitas vezes vai prevalecer frente a pressão.
2x Floresta, Elfos de Llanowar, Refugio do Salgueiro dos Lobos, Kiora, Behemoth Beckoner, Karn, o Grande Criador, Invadir o Festival
Esse é um exemplo da mão ideal, o que é certamente um Keep. Mãos com um acelerador no primeiro turno merecem destaque, já que vão nos colocar em um cenário que queremos estar, de desenvolvimento máximo sobre o nosso adversário nos turnos iniciais. Dificilmente uma mão que faz Elfo no turno 1 e Kiora no turno 2 será um mulligan, mas se atente ao fato da importância de ter algo para desenvolver com as manas extras geradas pelas suas cartas.
De modo geral, o nosso plano vai caminhar no exposto, então como eu disse, seja agressivo e busque mãos em que desenvolvam o plano abordado.
É bastante comum ver as pessoas falando por aí que a vantagem de jogar de Mono Green Devotion é de não ter que se preocupar em sidear, já que na maioria das vezes teremos acesso a 15 artefatos tutoráveis pelo Karn, the Great Creator. Reforço que essa é uma das grandes bobagens e quem menciona isso, certamente não tem total controle do baralho.
Em muitos cenários, nós teremos cartas fracas em determinada partida e uma ordem comum de cartas que serão buscadas no sideboard, onde uma carta extra no deck pode ser muito mais benéfica, diante do fato de que ela raramente será tutorada pelo nosso planinauta e seremos beneficiados matematicamente por isso.
Essas mudanças são específicas e vão variar de acordo com o jogo, mas vou dar alguns exemplos que vão facilitar o entendimento.
Jogando contra decks muito interativos, como Rakdos Midrange e Azorius Control, ter acesso a 8 criaturas que geram mana não é uma vantagem muito grande, pois dificilmente seremos recompensados pela aceleração tão brutal, ficando reféns de remoções globais e interações como descartes e anulas que vão tornar ineficiente o plano.
Tendo isso em mente, subir a Cidadela de Aco Negro pode nos dar uma segurança melhor na evolução dos nossos turnos, pela consistência que um terreno extra terá frente a uma criatura que pode ser removida de jogo com extrema facilidade.
O mesmo podemos dizer de As Pedras de Forca e de Fraqueza, que não são prioridade na busca do Karn, the Great Creator, que dará atenção maior ao Reckoner Bankbuster, Nivelador de Panorama Urbano ou algo mais robusto e poderá ser uma forma de gerar vantagem de cartas, importante nesse tipo de jogo.
Então, reduzir 2 aceleradores de mana por essas 2 cartas é algo que eu costumo fazer, que agrega de modo geral no plano em que precisamos ter nos jogos 2 e 3.
Novamente falando do Nivelador de Panorama Urbano, essa carta é bem melhor contra baralhos lentos, sendo bem ruim contra decks agressivos, onde o nosso plano principal será ter força nos turnos iniciais e impedir que o jogo fuja do controle rapidamente.
Normalmente nossas ativações de Karn, the Great Creator serão focadas na Soberana Celeste, Capitania do Consul e no O Silex Filigranado, então subir cartas como Acaro do Curto-circuito, Shadowspear e As Pedras de Forca e de Fraqueza podem recompensar nossa necessidade de interação com o adversário, reduzindo a curva do baralho.
Vale destacar que Invadir o Festival tem pouco impacto contra baralhos agressivos que utilizem de anulações, como principalmente os Espíritos, que ainda tem a ajuda do Errante do Mausoleu. É ficar de olho e fazer alterações pontuais para diminuir essa carta.
Outro exemplo bem esclarecedor são os nossos dois hates de cemitério. Jogando contra um Greasefang, Phoenix ou Izzet Magma, na imensa maioria das vezes vamos focar na Cripta de Tormod, para ter um efeito mais seguro de desenvolvimento das manas.
Dessa forma, colocar uma interação extra de cemitério será recompensadora.
São alguns exemplos, mas acho que bastante esclarecedores sobre a forma que devemos olhar o nosso plano de side, onde mesmo que de maneiras bem objetivas, podemos aumentar nossa vantagem nos jogos com acesso ao sideboard.
Caso alguém tenha alguma dúvida diferente de alguma match específica, podem postar nos comentários que vamos debater a respeito.
- DICAS E TRUQUES
Vamos agora a algumas dicas para utilização do baralho:
● O Karn, o Grande Criador busca cartas de fora do jogo ou exílio, isso é muito importante na hora de definir o que será tutorado, uma vez que um Nivelador de Panorama Urbano pode ser buscado caso ele tenha sido exilado para sua própria habilidade ou o The Stone Brain, por exemplo. Até mesmo uma carta exilada por uma carta do oponente pode ser tutorada, vamos dizer que o oponente tenha exilado algo em uma Amarras da Linha de Forca;
● Nykthos, Shrine to Nyx gera devoção para suas manas verdes, o que significa que suas cartas que custam uma mana verde cheia são “de graça” antes da ativação do terreno. Tenham isso em mente na hora de sequenciar suas cartas, como Elfos de Llanowar, Elvish Mystic e Juramento de Nissa ou até mesmo cartas de custo maior, caso sobre mana antes da ativação;
● Se tiver um Nykthos, Shrine to Nyx em campo com duas manas sobrando e conjurar um Cavalier of Thorns, com a habilidade do cavaleiro na pilha, utilize seu terreno, uma vez que ele é lendário e o Cavaleiro pode achar outro dele, possibilitando que você gere uma quantidade maior de manas e não desperdice a ativação;
● Situação parecida pode acontecer com o Invadir o Festival e planinautas em campo. Lembre-se de ativar seus planinautas, se possível, antes de fazer sua mágica, já que se achar planinautas iguais, também poderá perder as ativações;
● As Pedras de Forca e de Fraqueza só geram manas para mágicas de artefato, mas podem ser utilizadas para a ativação dos terrenos, em especial Nykthos, Shrine to Nyx;
● Wolfwillow Haven pode custar apenas uma mana caso você tenha uma outra carta para sequenciar no próprio turno, tenha isso em mente na hora de definir a ordem das suas jogadas;
● Por conta da habilidade da Kiora, Behemoth Beckoner é quase sempre benéfico encantar vários Wolfwillow Haven no mesmo terreno, de preferência uma Floresta, para evitar de tomar cartas como Field of Ruin ou Boseiju;
● Kiora, Behemoth Beckoner tem uma interação natural com seus terrenos, mas é bom lembrar que ela pode desvirar sua criatura depois do combate para ter um bloqueador adicional no turno do oponente;
● A habilidade do Polukranos, Engine of Ruin funciona para todas as suas hidras que não sejam fichas e o terreno Covil da Hidra, compartilha esse tipo de criatura.
Falamos nesse artigo mesmo sobre algumas vagas que existem no baralho que ainda não são muito consolidadas e chegando em Wilds of Eldraine temos uma criatura com enorme potencial.
Além de entrar no custo 4, uma curva até que reduzida no geral, ainda é capaz de acelerar o jogo para garantir a presença do Cavaleiro dos Espinhos ou um Invadir o Festival.
Vale destacar que ela é capaz de voltar qualquer terreno, inclusive terrenos criatura e claro, o nosso amado Nykthos, Shrine to Nyx, sendo bem relevante.
Fora isso, ainda reduz o custo das ativações, o que também pode ser importante na hora de desenvolver o jogo, por fim e não menos importante, o +1/+1 pode agregar com ataques letais em parceria com o Covil da Hidra, interagindo bem com o deck com todas as suas habilidades.
Com certeza bem promissora e estou animado para testar umas cópias dela no Mono Green Devotion e falando em especial no Explorer, diminuindo a quantidade da Invasao de Ixalan e até mesmo podendo roubar a vaga do Nivelador de Panorama Urbano.
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Então é isso amigos, espero que tenham gostado do artigo e que as informações sejam esclarecedoras para quem joga com o baralho ou até mesmo para saber como ele funciona de uma maneira mais aprofundada, aumentando as chances de vencer esse que é um dos grandes vilões tanto no Explorer como no Pioneer.
Para quem quiser acompanhar meu trabalho no Magic, acompanhe as Lives que eu faço no Canal da LigaMagic, todas as Segundas e Quartas, das 19h30 às 00h, onde jogo principalmente Explorer, além é claro de Standard, Limited, Brawl, Historic e eventos na plataforma.
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Abraço a todos.
LuCaparroz
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Contra Humans eu faço:
-2 Invadir o Festival, -1 Leveler
+1 Ácaro, +1 Silex, +1 Shadowspear
Os jogos foram:
MonoBlack Midrange (Vitória)
Azorius Field (Empate)
Rakdos Midrange (Vitória)
Rakdos Sacrifice (Vitória)
Humans (Empate)
Top4 - Humans (Vitória)
Final - Rakdos Midrange (Vitória)
Fiz apenas duas mudanças na lista para respeitar um pouco mais os aggros e coloquei +1 Polukranos, -1 Oath of Nissa e no side +1 Shadowspear, -1 Estátua.
O combo pode ser feito de várias formas, errado ele certamente não está, tanto que existe a explicação no próprio artigo sobre como gerar a mana com o Reckoner Bankbuster, mas a vontade de groselhar nos comentários é maior do que ler o artigo. xD