Jogadores Brasileiros no Pro Tour
Conheça os jogadores que irão representar o Brasil neste final de semana
14/02/2023 16:05 - 6.648 visualizações - 10 comentários

Olá, 

 

Este final de semana aproximadamente 250 jogadores estarão presentes na Filadélfia para disputar o Pro Tour. Esse torneio marca o retorno do Magic competitivo ao tabletop depois de anos de pandemia. Os formatos escolhidos para o primeiro Pro Tour da temporada foram: Pioneer e Limitado

 

O torneio conta com uma premiação total de U$500,000, além de convites para os próximos eventos. Você pode encontrar mais informações sobre o torneio, clicando AQUI

 

O torneio começa na sexta-feira(17/02) a partir das 13:00, vocês poderão acompanhar todas as emoções ao vivo no Canal da LigaMagic

 

 

Entre os 250 jogadores classificados, nós temos 10 brasileiros convidados para o Pro tour. Infelizmente entre estes dez jogadores, apenas cinco conseguiram o visto e também cobrir com as despesas de uma viagem para o exterior. Conheça um pouco mais sobre Paulo Vitor, Willy Edel, Eduardo dos Santos, Tulio Jaudy e Pedro Avena.

 

 


Paulo Vitor Damo da Rosa

 

Eu sei que Paulo Vitor dispensa apresentações, ele é hoje considerado um dos melhores se não o melhor jogador de todos os tempos. Multicampeão, Campeão de Pro Tour, Mundial, Grand Prix, Nacional e tudo mais que já inventaram, Paulo Vitor é o jogador mais bem sucedido de Magic na história. 

 

Paulo começou a jogar Magic com apenas 8 anos de idade de maneira "for fun", mas aos 13 anos de idade no ano de 2000 ele já disputou o seu primeiro Campeonato Brasileiro de Magic, aos 14 seu primeiro Grand Prix, e com 16 anos seu primeiro Mundial em Berlim. 

 

 

Aos 19 anos Paulo Vitor experimentou o grande sucesso pela primeira vez, ao terminar em segundo lugar no Pro Tour Charleston com seus companheiros de time, Willy Edel e Celso Zampere. Parece que aquele foi o "gatilho" que Paulo estava esperando para realmente brilhar e se tornar a estrela que ele se tornou e é até hoje. Ainda em 2006, Paulo foi Campeão Brasileiro e chegou ao Top 8 do Mundial pela primeira vez(resultado que ele repetiu mais 4x na sua carreira). 

 

 

Não demorou muito tempo para Paulo Vitor ganhar todos os tipos de torneio de Magic que já inventaram, culminando com o ápice no Mundial em 2020. Até mesmo o prêmio eSports Brasil ele já levou! Ele é um dos 2 brasileiros que estão no Hall da Fama do Magic, Paulo chega para este torneio provavelmente no momento mais incerto de sua carreira. Ele chegou a anunciar sua aposentadoria ano passado, mas resolveu dar mais uma chance e utilizar o seu convite de Hall da Fama para participar do primeiro Pro Tour da temporada. 

 

Paulo já deixou bem claro em suas redes sociais o quanto ele está insatisfeito com a direção que o Magic competitivo tomou e não parece estar muito interessado em jogar Qualifiers para voltar ao Pro Tour caso ele não consiga a marca de 27 pontos na Filadélfia esse final de semana. Podemos enfim estar assistindo o último torneio dessa lenda que já deixou os torcedores brasileiros muito felizes muitas vezes. Será que este final de semana teremos a "last dance" de Paulo? Infelizmente talvez não seja a única Last Dance do final de semana...

 

 


Willy Edel

 

Willy Edel também é um jogador que dispensa apresentações, uma das maiores lendas do Magic brasileiro. Diferente do nosso prodígio anterior, Willy teve uma caminhada um pouco mais tardia no magic profissional, Willy é de uma família muito bem sucedida academicamente e no mercado de trabalho, então para ele era impossível sonhar em viver este sonho antes de se formar na faculdade e conseguir um bom emprego, e foi exatamente o que ele fez. Willy se formou com honras em uma das melhores faculdades do país, conseguiu um bom emprego em uma das maiores empresas do Brasil e tudo isso enquanto dava os seus primeiros passos no Magic profissional e já era reconhecido como um dos melhores jogadores do Brasil. 

 

 

 

Tudo mudou para Willy em 2006, no Pro Tour Charleston enquanto cursava dois mestrados e ocupava uma posição de importância na empresa em que trabalhava, Willy junto de seus companheiros terminou em segundo lugar no Pro Tour, mas não foi apenas isso... 

 

Este vice-campeonato foi o PRIMEIRO de TRÊS Top8's de Pro Tour seguidos de Willy o tornando não só o melhor jogador brasileiro naquele momento mas também um dos melhores se não o melhor jogador do mundo. 

 

Com grande sucesso no circuito, Willy resolveu então tomar a decisão mais difícil de sua vida, reuniu seus familiares e informou que iria trancar todos os cursos, se demitir do emprego e se dedicar 100% a sua carreira profissional de Magic. Obviamente que seus pais acharam tudo aquilo muito estranho (lembrando que estamos falando no ano de 2006), mas com o apoio fundamental de Fernanda, sua esposa, tudo deu certo.

 

 

No ano de 2015, um pouco menos de 10 anos depois de mudar toda sua vida e perseguir o sonho de se tornar o que ele acabou se tornando, Willy recebeu a maior honra que um jogador de Magic pode receber e foi introduzido ao Hall da Fama


Neste momento de sua carreira, Willy era conhecido como uma espécie de "Padrinho" dos novos jogadores brasileiros, algo que começou com jogadores brasileiros mas depois se estendeu a toda América do Sul. Assim como este mesmo que vos escreve, Willy guiou, orientou e ajudou muitos jogadores a terem a oportunidade de correr atrás deste sonho assim como ele correu e alcançou. 

 

 

Não satisfeito em apenas guiar e aconselhar, Willy correu atrás de patrocinadores para os jogadores brasileiros e também fez conexões internacionais entre o Brasil - Europa - Estados Unidos. Willy foi durante muitos anos um verdadeiro líder dentro do circuito profissional de Magic, sem distinguir de onde a pessoa vinha, ele abraçou muitos jogadores de todos os lugares do mundo. Willy não estava satisfeito em apenas se tornar uma lenda dentro das "quatro linhas" e também se tornou uma lenda fora delas. 

 

 

Já afastado do Magic Profissional, Willy decidiu então se tornar um organizador de eventos junto a Wizards e lutar para termos cada vez mais eventos de grande porte na América do Sul. O que vinha dando muito certo até a pandemia...


Willy organizou o primeiro LATAM que foi um sucesso, o segundo teve que ser cancelado por conta da pandemia e o Magic mudou completamente, afastando completamente nosso "Padrinho" do jogo. 

 

Ele que sempre foi ativo nas redes sociais sobre o Magic, se calou, estava cansado de lutar. E apesar de continuar amando e jogando Magic Online, provavelmente veremos apenas raras aparições de Willy Edel no circuito profissional. Esta é mais uma das nossas lendas que pode estar jogando a sua "last dance". 

 


Eduardo dos Santos Vieira

 

Eduardo dos Santos é de uma geração posterior à de Willy e Paulo, a "geração online", L1x0 como é conhecido no Magic Online é um dos jogadores mais temidos do Software. 

 

Mas não é apenas no Online que Eduardo tem muito sucesso, ele é um dos poucos jogadores brasileiros a ter Top 8 de Grand Prix nos Estados Unidos (Denver 2011), e faz parte de um seleto grupo com CINCO Top8's de Grand Prix. Ele é conhecido e respeitado por todos como um dos mais talentosos e habilidosos jogadores brasileiros de todos os tempos. 


Eduardo se classificou para o Pro Tour no novo sistema e desde então vem se dedicando arduamente para ter um bom resultado neste final de semana!

 


Tulio Jaudy

 

Tulio Jaudy também é um grinder muito conhecido no cenário nacional, ele que morava distante dos grandes centros (Cuiabá), encarou por muitas vezes longas viagens para se tornar um jogador profissional de Magic. 

 

Com muita raça Tulio conseguiu vários bons resultados e por diversas vezes participou do Pro Tour, ele ainda foi capaz de manter a sua essência desde o início da sua carreira como um jogador criativo, jogando com muitos decks mirabolantes durante todos estes anos e sempre conseguindo ter sucesso. Uma expressão comum no cenário sempre foi "esse é um deck do Tulio, ele pode ganhar com este deck, você não". 

 

Tulio se classificou para o Pro Tour, com o novo sistema de torneios e já colocou em suas redes sociais que seu companheiro Yorion, Nomade Celeste está com ele, veremos o que essa dupla vai aprontar neste final de semana!

 

 

Pedro que começou a jogar Magic em 2003 em sua escola, chega para sua segunda participação no Pro Tour. Eu entrei em contato com Pedro e pedi que ele me contasse um pouco mais de sua história no Magic e ele fez um relato tão interessante que resolvi trazer na íntegra para vocês:

 

"Meu primeiro contato com Magic foi em 2003, na escola, quando alguns amigos me apresentaram o jogo. Joguei por períodos intermitentes até 2006 ou 2007, mas sempre aquele Magic de mesa de cozinha, com amigos da escola ou meus primos, não sabia nada sobre formatos competitivos ou nada disso.

 

Meu primeiro vislumbre mais sério sobre o Magic foi em 2013, não lembro exatamente o que recapturou meu interesse no jogo mas ali descobri o que eram os formatos competitivos e tive minha primeira experiência num torneio de loja. Durou bem pouco, acho que joguei somente um ou dois FNM's na época.

 

O momento que realmente eu credito como meu início no magic veio nos últimos meses de 2016, vendi as cartas que eu tinha acumulado na minha infância e adolescência e montei alguns decks standard da época. Passei a ir aos torneios da minha loja local com regularidade e fui tomando gosto pela coisa, fazendo amizades e melhorando no jogo. 

 

Fui jogando os finados PPTQ's e tendo resultados progressivamente melhores em cada um deles, até que tive a sorte de ganhar um que me classificou para o RPTQ Dominaria, que, se não me engano, aconteceu em Abril de 2018. Chegando lá tive mais uma vez a sorte de ser, até aquele dia, o maior RPTQ em número de jogadores até então, pela primeira vez dando oito vagas ao invés das quatro costumeiras. O evento era selado e eu tive a sorte de abrir uma pool com bombas muito boas, ganhei minhas primeiras cinco partidas e fui um dos quatro jogadores que puderam dar double ID e lockar o top 8 e minha primeira vaga no Pro Tour. 

 

Minha performance no Pro Tour Dominaria foi um total fracasso, fui totalmente despreparado no limitado e fiz uma escolha de deck bastante ruim no construído. Desde então, participei de mais alguns RPTQ's, antes destes serem extintos, e de seus sucessores espirituais, batendo na trave em um RPTQ que joguei no Magic Online e tendo resultados pouco expressivos nos outros.

 

Quando o magic retornou após a pandemia eu estava num hiato de provavelmente mais de um ano sem jogar, mas, logo que o novo circuito foi anunciado, meus amigos e eu começamos a nos reorganizar para voltar a jogar, dessa vez no formato pioneer, uma vez que o standard faleceu no nosso cenário local. Ganhei o primeiro qualifier que houve na cidade, provavelmente com umas 70 cartas iguais da lista que eu eventualmente conquistaria a vaga no Pro tour meses mais tarde.

 

De uma forma um tanto quanto irônica, meu pensamento no final de semana indo para o CCG Showdown foi que esse seria o meu último grande torneio de magic em algum tempo, pois eu precisava focar em algumas outras coisas da vida no futuro próximo, mas pelo visto o universo tinha outros planos hahaha."

 

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Estes serão os 5 brasileiros que irão nos representar este final de semana no Pro Tour! Lembrando que você acompanha tudo ao vivo a partir das 13:00 na sexta-feira dia 17/02 no Canal da LigaMagic.

 

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Juliano Gennari ( Juliano_Bolts)
Jogador competitivo desde 2010, já tendo participado sete vezes do Pro Tour, Vice-Campeão Grand Prix Santiago 2018.
Redes Sociais: Facebook, Twitter
Comentários
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(Quote)
- 16/02/2023 16:06:17
Pq em artigos que fala do Willy, a Liga nunca fala que ele é um dos sócios do Bazar de Bagdá, que é uma puta loja importante no Magic da América Latina? Ou estou enganado?
(Quote)
- 16/02/2023 12:00:22

MH2 é ruim pq é caro. Mas foi a melhor coisa que aconteceu pro formato em anos. E se essa é sua percepção beleza, mas eu diria que está tudo ao contrário. Tem infinitamente mais stream de modern do q pioneer. Como eu disse, o único incentivo pra esse formato nada interativo são os qualifiers aqui no BR. E quanto a ser divertido, sei lá, pra mim qnt mais interativo melhor. Aí tu compara moderno com pioneer

(Quote)
- 16/02/2023 11:00:36


você VIVE ONDE? modern nos seus melhores dias? tá é super parado, pessoal odiando pq tudo gira em volta MH2, fazendo até pre-modern. streamers parando de fazer videos modern, não sei quais melhores dias são esses. Até os grupos de modern são parados, pessoal só vendendo carta. Pioneer sim está nos seus melhores dias, grupos agitados, novos decks, formato super divertido.

(Quote)
- 16/02/2023 09:41:35

Parei de ler no "formato cagado".

(Quote)
- 15/02/2023 16:19:25
Só espero q nao surja um deck completamente broken, pq o formato tá bem bacana
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