Olá! A nova coleção de Phyrexia: Tudo Será Um e será lançada logo mais, portanto pretendo comentar hoje aqui na LigaMagic algumas das cartas que mais me chamaram a atenção inicialmente, seja por entrarem em algum arquétipo (ou elas próprias criarem um) ou apenas pela chance de se encaixarem em algo - com uma ênfase maior no Standard, mas com possíveis menções a outros formatos.
● Elesh Norn, Mother of Machines
Uma das mais esperadas legendárias de Phyrexia, a pretora Elesh Norn recebe uma versão que funciona bem para travar estratégias específicas (como decks de ETB/Blink/Yorion) bem como potencializar as próprias sinergias - jogando muito bem com as Sagas. Praticamente todos os decks hoje em dia no Standard têm permanentes de valor ETB (Entrar no Campo de Batalha) em maior ou menor escala, e ela pode incomodar mesmo quando não for necessariamente um "hate" (carta de ódio).
O que pesa contra a Elesh Norn é o famoso "morre para remoção", e em um mundo de Atacar na Jugular e Destruir o Mal em grande presença por conta de outro pretor (a Sheoldred), provavelmente ela fique relegada mais ao espaço do Commander e outros formatos mais casuais.
Mesmo sem contar com um Ultimato poderoso, Kaito, Dancing Shadow tem o "kit completo" do Planeswalker ao combinar autoproteção com capacidade de gerar valor no decorrer dos turnos - e o fato é que uma habilidade final não é realmente necessária depois de comprar quatro ou cinco cartas a mais que o adversário no decorrer dos turnos.
Enquanto sua versão anterior Kaito Shizuki se encaixa bem em estratégias mais agressivas, como o Esper e seus vários drops 2, Kaito, Dancing Shadow parece se encaixar melhor numa base mais midrange, especialmente se conseguir combinar sua habilidade estática com criaturas que tenham habilidades ETB. Avaliador de Cadaveres e Coletor do Dizimo de Sangue são ótimos exemplos de criaturas que adorariam gerar valor adicional depois de conectar dano.
Juntando-se como mais uma forma de redundância legendária em forma de permanente para proteção além de Hajar, Guarda-costas Leal, pode ser que Melira permita uma versão mais consistente de Jodah, o Unificador no Standard. Sua outra habilidade também pode vir a calhar para se proteger do combo Tóxico + Proliferar, caso veja jogo.
Apesar de seu elevado custo inicial, Nissa Ascended Animist é um excelente Planeswalker que aumenta sua presença de mesa com a habilidade de +1, além de oferecer uma solução elegante e recorrente para os vários artefatos e encantamentos presentes nos formatos construídos atuais. Inclusive, dentro os Phyrexianos, é um dos que mais entrega mesmo com a redução de lealdade, sendo 3GG por um PW com 3 de lealdade que ainda consegue dar -1 duas vezes antes de precisar subir.
Se no Standard ela é a esperança do verde ganhar mais força, no Pioneer/Explorer ela pode acabar se encaixando diretamente no Mono Green Devotion, já que com Nykthos ela é não apenas um excelente finalizador, mas também uma forma de gerar ameaças constantes e lidar com permanentes problemáticas, além dos quatro de devoção.
O custo de seis manas parece algo impeditivo para The Eternal Wanderer nos formatos construídos, porém seu efeito estilo Arrogancia Tragica para criaturas vem bem a calhar estando acoplado a um Planeswalker que gera presença de mesa sem gastar lealdade. Sua habilidade estática também ajuda a se proteger, permitindo no máximo um atacante por turno (e podendo, assim, bloquear com mais facilidade).
Sua casa ideal seriam decks estilo Yorion, com muitas criaturas e artefatos com efeitos ETB, podendo ser inclusive uma ótima dupla para jogar junto com a Elesh Norn na sequência da curva.
Para a turma dos símbolos de mana preto, o Mono Black recebe uma grande adição na forma de Obliterador Phyrexiano. Uma ameaça peso-pesado que pune qualquer tipo de combate e remoção baseada em dano, a curva quatro dos decks pretos vai ser o terror dos Mono Reds junto de Sheoldred, o Apocalipse.
A grande tensão é a necessidade de jogar sem terrenos incolores de utilidade, além de ter um limite de drops 4 justamente por conta da Sheoldred (que, sendo lendária, deve ficar com menos cópias num Mono Black).
Uma das cartas que mais demonstra o aumento do nível de poder (power creep) dos últimos anos: quando comecei a ler Bloated Contaminator nos spoilers, estava procurando qual era a desvantagem. Bom poder/resistência pelo custo, habilidades positivas e sinergia por si só com a mecânica de Tóxico, tanto como habilitador quanto como recompensa. Até o custo de somente uma verde me soou estranho, já que geralmente uma criatura assim sem desvantagens seria 1GG ou até mesmo GGG.
Só que o mais irônico disso tudo é que mesmo assim, é bem capaz que Bloated Contaminator não veja muito jogo no Standard, ou em nenhum formato - as remoções pretas como Atacar na Jugular seguem extremamente punitivas, e o tamanho 4/4 é perfeito para ser devorado pela onipresente Sheoldred, o Apocalipse. No fim das contas, mesmo com todo o power creep empregado aqui, é bem possível que ainda não seja o bastante.
Exceto pelo Twilight vermelho (que entra mais como material de sideboard), todos eles são jogáveis a nível Standard/Alchemy. White Sun's Twilight talvez seja o menos interessante deles pelo seu primeiro modo, já que fichas que não podem bloquear e que são "somente" 1/1 dificilmente são aproveitáveis pelas estratégias mais lentas, enquanto que o custo é ineficiente para os Aggros.
Porém, existe um cenário que funciona bem: como finalizador em baralhos Control, de modo similar ao antigo Golpe Marcial. Em um mesmo movimento, limpar o campo de batalha enquanto retorna com várias fichas tóxicas por vezes vai ser a jogada definidora da partida.
Apenas com seu primeiro modo Controlar Magica o feitiço azul do ciclo de Twilights já entrega uma jogável digna para construído, assim como Golpe do Confisco e Melodia Arrebatadora foram recentemente. Mas na guerra de atritos Blue Sun's Twilight vai ainda além, sendo capaz de gerar um 3x1 no x = 5, com potencial ainda maior caso a criatura escolhida seja algo como Avaliador de Cadaveres.
Embora bastante fraco ao pagar um X menor que 5, Green Sun's Twilight lembra muito Onda de Gênese, podendo ser até uma forma de simular o efeito em um eventual Green Devotion Explorer/Pioneer mais voltado para criaturas (com Emissario da Arvore Flamejante) e ganhar redundância para formatos como Commander e Brawl Historic.
Já no Standard/Alchemy o suporte parece inexistente, tanto em termos de aceleradores quanto de recompensas para serem "rampadas" no campo de batalha.
Uma das mais interessantes do poderoso ciclo de Twilights, o Black Sun's Twilight ser uma remoção em velocidade instantânea que lida com indestrutíveis e pode ser usado também como truque de combate no começo é passável, mas ele realmente brilha quando seu X = 5 é atingido - lidar com uma ameaça do adversário enquanto retorna uma sua em velocidade instantânea pode ser definidor.
A remoção fica ainda melhor em decks como Jund, que podem trazer um Tita da Industria que pode proteger alguma outra permanente com marcador de escudo em resposta a uma remoção ou um 4/4 no meio do combate. Mas até mesmo criaturas mais "simples" como Sheoldred, o Apocalipse, Avaliador de Cadaveres, Invasora do Cemiterio e afins já vão ser bastante valorosas nas guerras de atrito do Standard.
O mais próximo de uma Madre das Runas que teremos para os formatos construídos sem edições suplementares, Skrelv, Defector Mite deve se encaixar com duas ou três cópias em um eventual White Weenie Standard, e quem sabe até Alchemy ou Explorer/Pioneer/Historic (aqui com menos chances, já que não é um Humano). Até mesmo baralhos como Esper Midrange podem se beneficiar dele, já que Skrelv pode ser excelente para proteger outras ameaças melhores, como Raffine, Vidente Ardilosa e Adivinha de Destinos.
Uma versão potencializada do antigo Thrun, o Ultimo Trol, a nova versão possui num geral mais pontos fortes do que desvantagens - não pode ser eternamente bloqueado por criaturas pequenas, já que passa o dano do atropelar, além de não precisar pagar mana para regenerar no próprio turno.
A contrapartida vem com sua fraqueza às remoções globais de destruir e ao fato de poder ser removido 1x1 por remoções com verdes (efeitos de lutar/causar dano igual ao poder e remoções diretas como Pulsar do Maelstrom ou Soltar o Inferno).
Se vai ser o suficiente para trazer algum protagonismo de volta ao verde no Standard? Talvez seja pedir demais do Thrun por si só, que por enquanto consigo enxergar espaço como uma opção na reserva dos Junds.
Venerated Rotpriest não é exatamente um Elfo Brilhante ou Santuario dos Moldadores, mas uma espécie de mistura de ambos que tende a uma agressividade maior comparada à resiliência do Santuário ou de Desprezador de Magica. Embora as listas de Infect no Modern e Legacy sejam bem fechadas, com pouca margem de encaixe, essa pode ser uma opção a mais para ser considerada.
Um clássico dos Midranges pretos, Arena Phyrexiana é um excelente reforço para melhorar as partidas de atrito, sendo também uma ótima alternativa para contornar interações e remoções globais nos Mono Blacks e Rakdos Aggros/Sacrifices.
Até mesmo Midranges e Sacrifices no Pioneer, como o Rakdos e o Jund Food podem se aproveitar de algumas cópias da Arena para reforçar o campo dos recursos.
Praticamente todo formato Standard (para não dizer toda coleção) tem seu dragão ímpeto por 3RR com habilidades adicionais, e Phyrexia: All Will Be One não poderia ser diferente. Aqui ele aparece na forma de Dragonwing Glider, equipamento que já entra com uma ficha "Por Mirrodin!" (similar ao Germe de Arma Viva)
Anuncio de Casamento acabou de ganhar um grande parceiro para o Standard e Pioneer/Explorer: Skrelv's Hive ajuda a fornecer redundância de efeitos geradores de fichas, fortalecendo o plano resiliente dos Aggros contra remoções globais e quem sabe até mesmo habilitando algum deck mais focado em Tóxico/Proliferar. Mardu Sacrifice junto de Bigorna do Culto dos Oni também é uma possibilidade.
O mercado para criaturas sem ETB anda meio devagar, mas Sheoldred, o Apocalipse provou que é possível e até mesmo Sarulf na mesma curva chegou a ver algum jogo antes de rotacionar ao final do ano passado, então ainda há esperanças para Glissa Sunslayer.
A combinação de toque mortífero com iniciativa a torna praticamente impossível de ser bloqueada de forma proveitosa, e sua combinação de habilidades ao conectar torna-a boa tanto em cenário de mesa vazia, quanto para lidar com encantamentos problemáticos como Anuncio de Casamento e Fabula do Quebrador de Espelhos.
Uma carta que praticamente diz "sou uma carta hate para Morte Vivida no Modern", Soulless Jailer não tem muito espaço no Standard, mas pode até se encaixar no Pioneer/Explorer para segurar algumas mágicas poderosas, como Invadir o Festival e Ultimato Emergente.
Uma opção para lidar com criaturas e planeswalkers no branco, podendo vir até a substituir Ausencia Fatidica como remoção premium em algumas listas de Azorius Control e nas reservas de White Weenie, já que não dá um recurso adicional ao oponente.
A desvantagem vem na velocidade feitiço, além do requisito de terreno-básico para ser encantado (que é bem contornável) e deixar aquela semente de dúvida no ar caso o oponente possa ter uma remoção de encantamento, trazendo de volta a ameaça removida. Entretanto, é excelente para lidar com o Goblin 2/2 da Fabula do Quebrador de Espelhos sem dar a pista para o adversário.
Um Renascimento de Kuldotha para habilitar aggros e sacrifices rápidos como Boros, Rakdos e Mardu (sinergizando muitíssimo bem com os Sangues e geradores de fichas Phyrexianos), mas que também é versátil para poder ser usado como um Fundir para lidar com uma ameaça do adversário (pense em uma Bigorna do Culto dos Oni na mirror), Gleeful Demolition tem minha atenção como uma das melhores recompensas para essas estratégias.
Pode até ser um certo desperdício Tyrranax Rex vir na mesma coleção que o novo Thrun, mas a nova versão de bichão verde resiliente com lasers traz um adicional: combina a evasão Tirano da Carnificina com o ímpeto e tamanho de Baloth da Couraca Rochosa. Vai ser o suficiente para fazer com que ramps/midranges/aggros pesados com verde voltem à ativa?
Mesmo sem ser legendário e com todo esse conjunto de habilidades, sete manas ainda é uma quantidade alta a se pagar em uma criatura, e em um metagame recheado de Sagas e Quebrabanco Justiceiro ter uma interação adicional em Tita da Industria acaba sendo um ponto a mais em favor da rara já existente.
Uma das espadas mais proativas do histórico ciclo de equipamentos que fornecem dupla proteção mais dois efeitos de valor quando a criatura conecta dano no adversário, Sword of Forge and Frontier traz a inédita proteção ao verde + vermelho, duas cores que vêm se destacando bastante nos últimos anos de formatos construídos novos (Fabula do Quebrador de Espelhos sendo responsável por boa parte do vermelho, enquanto que o Mono Green Devotion faz o papel no verde).
Pagar três manas para descer e mais duas para equipar enquanto ainda precisa ter uma criatura disponível sem enjoo de invocação parece uma pedida e tanto para o Magic de 2023, com muitas interações eficientes e onde as permanentes precisam ter impacto imediato por si só no momento que entram no campo de batalha, mas talvez alguns aggros como Azorius Soldiers possam aproveitar-se da resiliência extra advinda da reserva nas partidas corretas.
Um dos maiores problemas que os "efeitos édito" encontram é quando a criatura relevante é protegida por uma modesta fichinha, fator que é facilmente contornado por Sheoldred's Edict. O aumento do nível de poder em relação aos efeitos similares anteriores é real, já que tem a versatilidade de resolver a melhor ameaça não-ficha, uma ficha propriamente dita (pense em um Marit Lage no Legacy, por exemplo) e até mesmo Planeswalkers, tornando-a a melhor opção de Édito em todos os formatos e que provavelmente encontrará algum espaço no mar de Midranges pretos que é o Standard atualmente.
Uma anulação com muito potencial para os formatos antigos, lidando tanto com os decks injustos de mágicas sem custo como Morte Vivida, Passos Desabalados e Vislumbre do Amanha quanto como decks justos, com Raio, Capturar Pensamento, Empurrao Fatal, Ragavan, Afanador Agil e Canalizadora da Ira do Dragao. Até mesmo no Vintage, ao lidar com todas as Power Nine artefatos, Cripta de Mana e Reconvocacao Ancestral além de poder ser exilada para Forca de Vontade e Forca da Negacao a tornam uma peça válida.
Já nos formatos de nível de poder mais baixos, como Standard e Pioneer, a frequência de custos 0 e 1 são bem menor - alguns decks não chegam nem a utilizar cartas nessa curva.
● Ciclo de Fast Lands Amigas (Costa do Mar de Cromo, Bosque das Margens Cortantes, Penhascos de Fenda Negra, Litorais de Mancha Negra, Desfiladeiro da Linha de Cobre)
Complementando ainda mais uma base de mana já robusta do Standard com Pain Lands, Triomas e Slow Lands, as Fastlands são terrenos perfeitos para decks Aggros (Azorius Soldiers e Selesnya/Naya Enchantments agradecem), mas também devem entrar alguns números nos Midranges para reduzir o dano causado pelas Pain Lands.
No Pioneer vários baralhos também agradecem a chegada das FastLands, principalmente o Rakdos Midrange, o Gruul Veículos e Azorius/Bant Spirits, e finalmente equilibra-se a base de mana de cores aliadas com cores inimigas no formato.
E quanto a vocês, leitores, o que curtiram mais de Phyrexia: All Will Be One? Alguma carta que chamou a atenção? Quem sabe alguma com potencial escondido? Alguma carta que não tenha sido citada no artigo? Compartilhem suas opiniões nos comentários!
Abraços e até a próxima!