Salve galera, beleza?
O ano de 2023 já começou bem movimentado, e grande parte disso é por que a próxima coleção que já está logo aí tem um apelo muito forte entre os jogadores, e pra ajudar ainda trouxe uma enorme polêmica por conta de leaks.
Mas como a gente é do mundo dos commandeiros, eu resolvi falar um pouco sobre Phyrexia de um jeito diferente.
No mês passado fiz uma enquete no meu Instagram (instagram.com/jeff3nd) perguntando quais eram os Pretores favoritos do pessoal comparando os novos aos antigos, e como meu público é majoritariamente composto por jogadores de Commander eu presumi que os resultados fossem justamente levando em consideração o formato.
Pensando nisso resolvi fazer aqui um comparativo entre as versões antigas e novas dos Pretores a partir do meu ponto de vista, justificando minhas escolhas baseadas na maneira que eu jogo e nos formatos que eu sou mais ativo.
Lembrando que a minha opinião não é uma verdade, então sintam-se livres para discordar e comentar o que vocês acham melhor, ou o que discordam de mim.
Então sem mais delongas, vamos ao que interessa.
● Urabrask the Hidden X Urabrask, Heretic Praetor
Começando pelo nosso Pretor vermelho, e o que eu considero "pior" entre todos, já podemos ressaltar o quanto seu reprint em Streets of New Capenna foi infeliz para o Commander.
Em sua versão antiga ele era uma criatura de 5 manas com dois efeitos muito legais para a proposta de sua identidade de cor, lidando com a questão da velocidade da mesa de forma eficiente, já que além de conceder ímpeto para suas criaturas ele fazia com que as criaturas dos oponentes entrassem no campo de batalha viradas.
É muito comum que no commander casual hajam decks BR (preto/vermelho) que lidam com reanimate, o que torna nosso Urabrask uma boa criatura para integrar essas listas.
Outras também mais otimizadas como tribais de goblins, por exemplo, utilizavam dessa vantagem do ímpeto como forma de levar o seu jogo à frente do seu oponente que sofreria na tentativa de criar novos blockers que entram em jogo virados.
Em formatos de jogo com propostas mais competitivas já é um pouco mais complicado faze-lo rodar como tanta eficiência, primeiro por que o ímpeto é geralmente usado de maneira pontual para complementar combos através de opções mais baratas, como também pelo fato de que onde o reanimate é presente outras criaturas cumprem papéis muito mais importantes.
Se formos analisar dentro de um Mono Red, por exemplo, Worldgorger Dragon seria uma forma de finalizar o jogo vinda de um Animate Dead, enquanto nosso Urabrask não traria nenhuma mudança significativa a curto prazo para uma estratégia competitiva.
Agora falando de seu retorno em 2022 com New Capenna, creio que ele tenha se consolidado como o pior entre todos os Pretores.
Assim como o antigo, ele também é uma criatura 4/4 de custo 5, mas ao contrário de seu passado suas habilidades agora vieram com foco no "card advantage" vermelho.
Basicamente, permitir que no início do seu turno você exile a carta do topo do grimório e possa jogá-la esse turno não é uma habilidade ruim, afinal nós vemos isso presente em diversas outras cartas que são muito bem utilizadas para suprir a falta de card advantage que até pouco tempo atrás era realmente um problema do vermelho. Mas....
Infelizmente estamos falando de uma criatura que veio quando isso já não é mais um grande problema e agora existem muitas opções diferentes para essa função.
Sua segunda habilidade, pasmem, faz com que no início da manutenção de cada oponente, a próxima vez que ele compraria um card nesse turno, ao invés disso ele exile o card do topo do grimório e possa jogá-lo nesse turno.
Não preciso nem me alongar pra explicar que na grande maioria dos casos esse efeito é inútil, já que além de afetar apenas 1 draw, ele não traz uma punição de fato, e sim uma opção de jogar o card como já faria. Na prática é uma forma de revelar os draws do oponente.
Num early game casual onde você consegue conjurá-lo nos 3 primeiros turnos nosso Urabrask até ganha um pouco mais de funcionalidade, já que a cada draw que seu oponente não tiver mana para conjurar, ele irá perder um card permanentemente, mas isso é tão raro quanto alguém querer usá-lo na zona de comando.
Esse foi o resultado da enquete do nosso Pretor vermelho. Deixa sua opinião nos comentários sobre ele!
● Jin-Gitaxias, Core Augur X Jin-Gitaxias, Progress Tyrant
Agora na parte azul vamos começar falando da versão antiga de 10 manas da nossa grande Jin-Gitaxias.
Uma das cartas mais amedrontadoras de se ver num cemitério do cara que está jogando de Reanimate, e com razão.
Já adiantando aqui que não estamos falando de uma criatura competitiva por inúmeros motivos, mas basicamente pelo mesmo que a maioria dos outros pretores também não entram em decks cEDH ou Coliseu: Seus efeitos a longo prazo são muito melhor aproveitados em decks casuais, desde a parte ofensiva presente em cada um deles, quanto a parte impeditiva.
Um exemplo disso é que no Commander 500 o big boss azul passou a ser nosso tão antes odiado Nezahal, Primal Tide que tem um efeito muito mais impactante mesmo que lado a lado pareça inferior à Jin Gitaxia.
Mas voltando ao casual, estamos lidando com uma criatura que possui lampejo (importante mesmo que na maioria das vezes ela venha a partir do cemitério), e que dá um efeito de card advantage massivo e sem enrolação: "No início da sua etapa final compre sete cartas".
E se não bastasse tem acoplado um efeito de subtrair o número máximo de cards da mão de CADA oponente em 7, fazendo com que no final de cada turno que eles não tenham gasto tudo que podiam, eles descartem todas as cartas que sobraram em sua mão.
Na minha opinião um dos designs mais legais de criaturas casuais já feitos até hoje.
Mas vamos ver sua nova versão de Kamigawa, onde ela reapareceu no ano passado com uma proposta completamente diferente.
Dessa vez nós temos uma carta de custo menor (7) e uma habilidade que pode ser muito melhor aproveitada.
Diferente da anterior, posso dizer que essa pode sim integrar algumas versões de decks competitivos desde o Conquest até o Coliseu, onde acho que ela se adequa muito bem, já que uma vez a cada turno você pode copiar uma mágica instantânea, feitiço ou artefato conjurado.
Em seu segundo efeito também temos outra habilidade muito forte dentro do aspecto competitivo, já que ela anula a primeira mágica instantânea, artefato ou feitiço de um oponente a cada turno, tornando o jogo muito vantajoso para o seu controlador.
Essa combinação é com certeza um pacote que traz muito impacto ao jogo de várias maneiras, e que merece espaço em diversas listas.
No casual ela se encaixa em quase tudo onde possa entrar, tanto por conta dos efeitos úteis quanto pelo seu custo de mana que não soa tão intimidador para o ambiente onde mass mana é menos raro.
Para concluir, esse foi o resultado da enquete no insta. Comenta aí se vocês concordam com ela!
● Sheoldred, Whispering One X Sheoldred, the Apocalypse
Na cor preta temos ninguém mais ninguém menos do que Sheoldred, minha pretora favorita por uma questão nostálgica.
Sua versão de Nova Phyrexia é simplesmente genial para o casual, mas assim como já foi dito, por motivos de custo e velocidade do impacto na mesa ela acaba não sendo uma boa opção para quem quer jogá-la em formatos competitivos.
Se não fosse seu alto preço eu recomendaria fortemente que ela fosse cogitada para listas de Commander 500, mas infelizmente por alguns reais de diferença temos acesso a Vilis, Broker of Blood, Razaketh, the Foulblooded, entre outros que são efetivamente melhores.
Mas quando vamos falar de casual, ela é simplesmente fantástica.
Desde a cor que facilita sua integração nos decks, até seu conjunto de habilidades que são complementares muito fortes para um late game consistente.
Reanimar uma criatura todo turno e fazer com que os oponentes sacrifiquem criaturas a cada turno é uma forma muito eficaz de lidar com vários grandes problemas presentes nesse ambiente, como grandes bosses indestrutíveis, vide Darksteel Colossus por exemplo, ou setups baseados em Darksteel Forge que são difíceis de lidar a partir de remoções pontuais.
Isso sem falar de um detalhe que merece ser citado, que é a facilidade com que o swampwalk permite que dano de comandante seja uma opção viável de vitória por preto ser uma cor muito presente no Commander.
Em Dominária unida tivemos o seu retorno, e surpreendentemente com uma cara nova e tão forte quanto a anterior.
Não podemos ignorar o fato de que ela é muito mais forte dentro dos formatos construídos do que nos formatos multiplayer, já que dessa vez seu impacto é na forma de drenagem de vida a partir de draws, a tornando um bom complemento para listas com esse foco, e não necessariamente o foco da lista.
Apesar disso ela é uma carta muito interessante para alguns decks competitivos, como listas de coliseu e conquest, onde esse efeito de ping é realmente uma estratégia sustentável, muito mais do que no casual e no cEDH.
Dessa vez, apesar de ser um amante da competitividade, eu vou ficar do lado da versão antiga.
E esse foi o resultado da enquete da nossa pretora preta. Comente o que você achou.
● Vorinclex, Voice of Hunger x Vorinclex, Monstrous Raider
Acho que agora estamos falando do Pretor mais querido do casual, e que pra muitos é considerado um dos melhores entre todos: Vorinclex;
Em sua versão de Nova Phyrexia temos uma criatura que é o retrato de todo um arquétipo, onde ele é repetidamente introduzido como uma jóia nas listas.
Já vou desde já adiantar que ele não é uma carta presente em formatos competitivos, já que ele não apresenta habilidades muito requisitadas para o ambiente, e assim como ele, sua versão nova também é muito forte em decks casuais onde o foco não é utilizá-los como condição de vitória ou ponte para a vitória a curto prazo.
Como já citei antes, nosso antigo Vorinclex é um símbolo para os arquétipo de ramp e mass mana onde gerar mais de 10 manas verdes é uma tarefa simples se considerarmos que os primeiros 5 turnos do jogo são completamente dedicados à criar um setup para o late game. A partir disso tê-lo na mesa amplifica ainda mais essa capacidade visto que sua habilidade faz com que seus terrenos gerem um mana a mais do que gerariam normalmente. Mas na minha opinião, a grande força dessa criatura está na sua parte impeditiva ao oponente, onde ele faz com que os terrenos virados para gerar mana que seus oponentes controlam não desvirem na sua próxima Untap Step.
Isso é simplesmente insano, pois como Urabrask e Sheoldred, efeitos que se complementam dessa forma dentro de uma mesma carta criam situações de jogo muito favoráveis mesmo que permaneçam por um ou dois turnos completos.
Em Kaldheim vimos sua nova versão, que foi a primeira entre os 5 a ser lançada.
Dessa vez ele veio em forma de uma criatura 6/6 com atropelar e ímpeto com uma proposta completamente diferente, dessa vez lidando com marcadores de forma muito eficaz, outra estratégia bem presente em decks com cores verdes.
Sua maleabilidade é o que na minha opinião o torna muito forte em sua nova versão, pois como ele não especifica tipos de marcadores nem para sua habilidade de dobrar nem para a de reduzir os marcadores colocados pelos oponentes, ele se torna uma grande pedra no sapato de inúmeros decks e estratégias presentes dentro do ambiente casual, inclusive quando falamos de combo.
Esse foi o resultado da enquete referente ao Vorinclex. Você concorda?
● Elesh Norn, Grand Cenobite x Elesh Norn, Mother of Machines
Por fim, nossa querida Elesh, que na minha opinião é sem dúvidas a melhor entre todos os 10 Pretores. E sim, estou considerando sua nova versão nessa conta.
Desde sempre o branco foi uma cor de suporte muito injustiçada, e sua ascensão vem de pouco tempo, mas podemos dizer que a Elesh é com toda certeza uma das pioneiras em níveis de poder para a cor, equivalente à importância da Akroma, Anjo da Furia para o casual. Mas contrariando todas as expectativas, nossa Grand Cenobite é sim uma criatura que vê jogo em algumas listas competitivas, inclusive como parte do cEDH!
Apesar de ser um caso muito específico não podemos desconsiderar o quanto essa criatura é importante nos decks de winota por ser uma resposta ao grande aumento dos staxes no formato. Além disso, ela é peça chave quando falamos sobre potencializar e deixar viável as estratégias baseadas em beatdown.
Diferente do casual, quando ampliamos nosso escopo aos formatos competitivos percebemos que em sua maioria as criaturas presentes cumprem papéis de portadoras de efeitos passivos, sejam de taxes ou de vantagens diversas, mas que geralmente tem seu poder e resistência baixos. E é aí que a Elesh mostra um grande valor em ambas as suas habilidades.
Vamos usar de exemplo um Esper Sentinel em cada lado da mesa.
Enquanto o seu ficará com 3 de poder, tornando sua habilidade ainda mais difícil de ser evadida por aumentar o custo em 2 incolores para os oponentes, o Sentinela do outro lado da mesa não sobrevive ao efeito passivo de -2/-2 da nossa pretora, tornando um lado da balança muito mais pesado do que o outro, e isso a torna fantástica.
Tudo isso sem contar que no Conquest e no Coliseu onde o beatdown são estratégias recorrentes, ela é ainda mais forte e presente.
Em Guerra dos Irmãos, a coleção que fechou o ano de 2022 tivemos o relançamento da nossa diva branca, mas assim como os outros ela veio com um design completamente diferente do anterior.
Dessa vez seu pacote de habilidades conta com efeitos relacionados à ETB, que desencadeiam com permanentes entrando no campo de batalha.
Na sua primeira parte ela dobra os ETB do nosso lado do campo, e na segunda impede que as habilidades de ETB dos seus oponentes desencadeiem.
Não dá pra negar que é um bom kit, mas voltamos ao que já falei antes sobre serem habilidades melhores para ambientes casuais onde a velocidade do jogo é menor.
Dito isso, não só considero a primeira Elesh como a melhor entre as duas, como também a melhor pretora entre todos os 10.
Esse foi o resultado da enquete do Instagram.
Espero que vocês tenham curtido esse tipo de artigo, e se vocês quiserem participar desse tipo de enquete e interação para os próximos artigos, não deixem de seguir lá no insta e na Twitch (twitch.tv/jeff3nd) onde faço lives sobre Commander!
Agradeço também a todos que leram até aqui, e também a Barão Geek que vem nos apoiando e ajudando a sempre trazer um conteúdo de qualidade.
Até a próxima pessoal, e um grande abraço