Salve galera, acabamos de começar o ano de 2023 e, assim como eu, muitos de vocês ainda estão digerindo tudo que aconteceu nos anos anteriores, e sim, isso se aplica ao nosso tão querido joguinho de cartas que não para um minuto de ser atualizado.
Tivemos muitas coleções, conteúdos adicionais, torneios, polêmicas, variações de cartas e etc, mas no fundo de cada jogador de Commander tem sempre aquela parte imutável, que são os nossos pet decks.
Apesar de menos comum, até dentro das comunidades mais competitivas temos casos de jogadores que carregam consigo suas listas desde de seu ingresso no formato e isso acaba os associando de uma certa maneira, como chamamos os “signature decks”.
Dito tudo isso eu queria com esse primeiro texto do ano trazer algo que até agora não tinha feito, que é falar um pouquinho para vocês sobre o meu comandante favorito e minhas listas favoritas!
Antes de tudo, se você gosta de conteúdo multiplayer como Commander, Conquest, Coliseu e etc, você pode me encontrar na Twitch e também no Instagram onde falo bastante sobre o assunto.
Agradeço também desde já a todos que participaram do último ano e agradecer a todos que pretendem ajudar um produtor de conteúdo a começar 2023 com o pé direito, pois tudo isso dá muito trabalho.
Agora vamos ao que interessa!
SULTAI
Se você já me acompanha à algum tempo, talvez isso não seja uma novidade, mas Sultai é a minha combinação favorita de cores dentro do Magic.
Essa nomeclatura apareceu pela primeira vez no bloco de Khans de Tarkir, onde algumas tribos de 3 cores que ainda não tinham aparecido no bloco de Alara acabaram ganhando um foco maior.
É justo dizer que Sultai, ou BGU, sempre teve um enorme destaque quando falamos de commander devido à sua enorme abrangência quando se diz respeito à staples e cards que são “must in” em muitos decks, reunindo o melhor das 3 cores mais populares do formato.
Se olharmos por uma ótica competitiva isso se intensifica ainda mais, já que os decks buscam sempre estar aproveitando da margem de poder disponível, colocando cada cor no seu maior nível de funcionalidade.
Se analisarmos cada cor individualmente podemos facilmente delinear suas funções dentro das listas, como por exemplo:
O cor preta sempre foi a melhor fonte de tutores do magic, colocando à nossa disposição cartas de baixo custo com busca irrestrita de cards do deck. A cor também permite um card advantage massivo em troca de recursos menos “convencionais”, como vida, descarte de cartas e etc, além de ótimas e abundantes remoções globais e pontuais. Seu ponto fraco é com certeza a remoção de artefatos e encantamentos, onde se encaixa perfeitamente a cor verde, que supre essa lacuna com inúmeras formas de lidar com esse problema.
Essa segunda cor também traz tutores, mas de forma mais delimitada, geralmente buscando criaturas. Seu card advantage não é tão expressivo, porém temos um potencial gigantesco quando falamos de aceleração de mana, seja em forma de dorks, ramp spells e etc.
Apesar de também termos à nossa disposição boas cartas verdes de proteção, é onde colocamos a cor azul para ocupar essa vaga.
Com muitos counters em seu arsenal, removals em forma de bounces e taxes agressivos como Estudo Ristico, a cor azul assume uma posição essencial como parte retroativa desse conjunto criando uma shell protetiva ao mesmo tempo que consegue impulsionar as outras cores para um melhor desenvolvimento do jogo.
Obviamente que é possível fazer uma análise positiva de qualquer combinação de cores, afinal, com o tempo, o vermelho e o branco ganharam tanto destaque quanto as que foram citadas anteriormente, mas como esse não é o foco deixarem para falar da ascensão do Boros em outro momento.
Voltando ao tópico principal, Sultai sempre foi meu ponto fraco, é que além de tudo isso que falei antes essa combinação espetacular sempre me pegou muito com suas criaturas lendárias, desde casuais quanto competitivas.
Alguns leitores mais novos talvez não se lembrem ou não conheçam um grande personagem que permanece banido à seis anos, e que com toda certeza teve um grande impacto na forma com que muitos jogadores olhassem para o Commander: nosso querido Leovold, Emissary of Trest.
E sim, vou tirar algumas linhas aqui para advogar à favor de uma das minhas criaturas mais amadas de todo o jogo.
Já deixando claro que não acho que ele deva ser desbanido, por que sei que deixá-lo existir dentro de comunidades casuais é impossível por ser uma carta extremamente desagradável e “unfun”, como diria nosso CRC (apesar de Tergrid, Deusa do Pavor e Fenda Ciclonica ainda estarem aí até agora).
Mas para a comunidade competitiva, quando o colocamos num patamar de poder mais elevado, ele passa a ser uma carta forte, mas não desbalanceada.
Agora que já passei meu pano pro meu Leovoldzinho, vou falar de um outro comandante que também sempre fez parte da minha história como jogador de Commander, e até hoje é um dos meus mais usados.
Tasigur, the Golden Fang
Também originário de Khans, Tasigur é um personagem não só muito importante para mim, mas também para a Lore do jogo e para o Commander de modo geral.
Dentro da ótica competitiva estamos falando de uma criatura que sempre estará presente onde houver espaço.
Seu kit é muito bom, permite uma redução de custo “fácil”, uma habilidade que pode ser usada como sink de mana infinita além de ser o próprio combo, e tudo isso dentro de uma criatura que tem um corpo 4/5.
No Cmd500 o nosso Tasigur já se consagrou como um dos grandes favoritos pois possui uma maleabilidade incrível dentro de budgets reduzidos, apoiando seu plano de jogo no tempo e controle. E em 2021 ele ganhou seu animal de estimação que ajudaria seu deck a construir um nome ainda maior, a lesma Toxrill, a Corrosiva.
E eu poderia continuar nesse texto citando mais alguns outros comandantes Sultai que me fazem amar as cores, sejam casuais ou não, como Muldrotha, a Mare Tumular, Zaxara, a Exemplar, Yarok, o Profanado, entre outros. Mas o foco aqui é fazer toda uma introdução enorme para chegar até a minha comandante favorita. Meu pet deck. Minha musa!
Sidisi, the Brood Tyrant
E sim, hoje irei me dar uma liberdade poética e usar do meu lado passional para fazer uma análise diferente do habitual, passando pano para os defeitos da carta e ressaltando tudo que ela tem de bom pelos olhos de um jogador apaixonado pela criatura.
Minha Naga Shaman é um bom exemplo de como alguns detalhes às vezes podem ser essenciais para a construção de toda uma estratégia, já que ela não possui de fato grandes habilidades que a tornam melhor do que outras opções.
Na prática, escolher a Sidisi é apenas um detalhe definido por gosto, pois em qualquer linha competitiva que se encaixe no BUG, existe uma criatura mais eficiente.
E pra entender melhor isso, quero falar também das minhas estratégias favoritas.
Começando por Cadeia Alimentar, que a princípio parece legal, visto que apesar de não ter acesso ao vermelho, podemos ainda facilmente por conta das cores chegar até o nosso Flagelo Eterno para gerar mana infinita.
À partir daí a comandante se torna o sink, já que conjura-la múltiplas vezes faz com que sejamos capazes de millar todo o deck, deixando o finisher por conta do jogador que precisará muito provavelmente formular loops bizarros e não convencionais para que ele funcione.
E aqui fica claro que se você quer um Food Chain Sultai que não vai te deixar na mão, é melhor montar um Ukkima, Sombra Espreitadora e Cazur, Espreitador Impiedoso que já possuem um payoff embutido na zona de comando.
Depois acho válido falar de algumas linhas de Reanimate com Rastejador de Tumulo e alguns big bosses por conta apenas de um dia terem existido, mas que nunca foram realmente eficientes por exigir um setup muito grande somado à sorte, o fator menos determinante desse jogo.
Repetindo o que já disse antes, talvez para os que me acompanham a um pouco mais de tempo não seja uma grande novidade que minha estratégia favorita é sem dúvidas Brutamontes Multiforme, que assim como o Opala Comodoro já saiu de linha faz anos, não é tão bom quanto as opções populares, mas quando pega no tranco é lindo de se ver.
E foi de uma das linhas mais feias e complexas de Hulk que nasceu toda minha paixão por combos.
Agora se acomode na sua cadeira ou onde estiver sentado pois vamos começar com a receita da palmirinha!
Para os ingredientes vamos precisar de:
- Brutamontes Multiforme
- Druida Eremita
- Narcoameba
- Xama do Ritual Mortfifero
- Lodo Necrotico
-Saqueador de Mogis
- Aberracao Elfica
- Pili-Pala
- Invocador do Ritual de Sangue
- Retorno Aterrorizante
- Qualquer sac outlet
Modo de preparo:
Passo 1 - Com o Hulk na mesa junto ao sac outlet poderemos iniciar os trabalhos fazendo com que ele vá para o cemitério para buscar as criaturas do combo direto para a mesa.
Passo 2 - Traga para a mesa Xama do Ritual Mortfifero, Saqueador de Mogis e Druida Eremita.
Passo 3 - Pelo efeito do Marauder você dará ímpeto tanto para o Shaman quanto para o Druida, permitindo que você possa gerar 1 mana verde e ativar a habilidade de tap. (Sim, você precisa que haja um terreno em algum cemitério).
Passo 4 - Com o Druida ativado e nenhum terreno duplicado no deck, você irá se millar até que acabem as cartas do grimório.
Passo 5 - Com Retorno Aterrorizante no cemitério você irá ativar seu efeito de flashback pelo custo de 3 sacrifícios, que serão as 3 criaturas trazidas inicialmente pelo Hulk. O alvo do reanimate será o Lodo Necrotico.
Passo 6 - Como o Lodo possui a habilidade de todas as criaturas no cemitério, ele poderá virar para adicionar 3 manas e desvirar por 2, criando mana infinita.
Passo 7- Use a mana infinita para drenar seus oponentes usando o efeito do Invocador do Ritual de Sangue do cemitério.
Obs: A Narcoameba serve como uma food para caso você faça o Druida sem o Hulk e o Retorno Aterrorizante possa ter criaturas para o sacrificio do flashback.
E sim, por mais horrendo que pareça, esse deck foi um dos meu xodós por anos apesar de ser uma estratégia muito ruim.
Acho que mesmo que seja óbvio vale ressaltar que era uma época diferente, com menos recursos, e que hoje ele sequer funcionaria em um ambiente minimamente competitivo, mas acho legal ver o quanto evoluímos em tão pouco tempo.
Por fim, vou deixar aqui com vocês a minha lista atual e falar um pouquinho sobre ela.
Como vocês podem ver, o tempo mudou muito o deck reduzindo a quantidade de peças e dando mais consistência às linhas presentes nele.
Ainda hoje admito que é um deck bem longe do nível de poder que temos acesso, mas continua sem dúvidas sendo o meu favorito, seja pelo afeto à comandante, ou pelo tempo que já o piloto.
De forma geral a lista funciona como um midrange padrão, avançando sob as brechas deixadas pelos oponentes e tentando controlar o jogo a seu favor.
O efeito da comandante permite que reanimates sejam possíveis, mas pode também ser uma faca de dois gumes e te tirar algumas possibilidades.
Resolvi manter o Hulk, mas dessa vez com uma versão diferente que utiliza Spellseeker + Blood Pet + Thassa’s Oracle.
Ela também pode trazer Preservador Silvestre substituindo o Pet caso haja mana sobrando.
Dessa vez o Druida Eremita entra como uma linha secundária mas muito efetiva que possibilita que um self mill volte uma Oraculo de Tassa do cemitério através de uma Retorno Aterrorizante com facilidade.
E como já é de praxe, ambos os tutores proibidos podem ser utilizados junto da Oráculo para uma vitória caso eles venham na mão ou sejam diretamente tutorados.
Pretendo em breve trabalhar numa lista para o commander 500, e com certeza ela estará disponível aqui pra vocês.
Espero que tenham gostado e entendido um pouco do meu amor por essa comandante.
Agradeço a todo mundo que leu até aqui, e também à loja Barão Geek que tem me ajudado a produzir um conteúdo bacana!
Se você quer me ajudar e sugerir diretamente temas, ou assuntos especificos, considere passar pelo meu Apoia-se.
Um grande abraço a todos, e até a próxima!
Quote: gustavolt
Ah, minha reclamação não é sobre Reanimar não, é que você tem o mill do seu Comandante mas não tem muitas maneiras de tirar elas da sua mão caso você dê azar e compre um dos três bichões do deck, por isso eu recomendei o Shredder.
Abraços.
Opa! Valeu pelas críticas. Você ta certo mesmo.
Sobre a Naus, é que faz muito tempo que ela é vista como uma carta muito diretamente ligada à wincon, mas nessa lista é exclusivamente pra valor (não se importando muito em comprar metade do deck). A curva é realmente alta em alguns pontos, mas como ja disse anteriormente, a intenção não é rodar como farm. Antes eu usava Necropotencia, mas acabei cortando pq o downside me prejudicava demais.
Sobre a Culling Ritual estar faltando foi um erro grotesco que não percebi. Preciso revisar a lista pra recolocar e ver em que momento eu bati a cabeça e tirei kkkk
Sobre o reanimate, ele está aí como uma opção bem secundária pra reaproveitar de um ponto que é quase um defeito: O efeito de mill.
Muitas vezes eu acabo millando uma toxrill no processo e comprar um reanimate me desinutiliza 2 cards. É bem diferente do Tasigur, por exemplo, que te oferece controle sobre a recursão do cemitério. Reforçando o que ja disse no artigo, a Sidisi é um comandante desatualizado e "fraco" em comparação a outros que poderiam fazer as mesmas funções.
E sobre as lands, demorei pra chegar numa quantidade agradável, e por se tratar de um deck que pode se mostrar mais lento, com perigo de self mill te prejudicar, as 32 lands se mostraram um numero legal.
Obrigado pelo feedback, vou considerar estudar algumas mudanças 3
Abraço
Sua curva de Naus é alta porque tu roda Hulk, Toxril, Raza e Snuff Out (aliás, você não mata algumas criaturas relevantes com Snuff Out, não faz tanto sentido colocar num Sultai).
Falta mais maneiras de filtrar a sua mão no caso de um dos bichões de Reanimar cairem na sua mão, então acho o Ledger Shredder mais interessante que Gilded Drake por fazer esse papel triplo de filtro + descarte + defesa aérea.
Senti muita, muita falta de Culling Ritual, é simplesmente a carta que ou vai te ganhar o jogo ou mandar todos seus oponentes de volta à idade da pedra.
Você precisa mesmo de 32 lands?
Enfim, ficam aí as minhas críticas. Ainda acho a versão Turbo Hermit melhor 😅. Abraço.
