Olá! Continuando a série dos arquétipos de Magic, cujos artigos anteriores podem ser encontrados AQUI (Aggro, Control e Combo) hoje falaremos sobre um dos primeiros derivados dos macroarquétipos, e um que sempre traz bastante polêmica quanto à sua categoria - e até mesmo quanto à sua existência - os decks Midrange!
A ESSÊNCIA DO MIDRANGE
Afinal, o que é um Midrange? Eles existem mesmo? Do que se alimentam? Onde vivem? Seriam eles apenas um Aggro lento, ou com crise de identidade? Midrange: "Médio-alcance" seria a tradução literal; já "Meio-termo", uma adaptação com maior licença poética; talvez fossem eles um descendente distante dos antigos "Aggro-Control"?
O fato é que independentemente de como queiramos chamá-los ou classificá-los, existem, sim, decks Midrange - e não somente no Magic, mas como arquétipo em vários outros cardgames.
A melhor definição que tenho para Midrange atualmente seria: "um arquétipo versátil tanto para agressão quanto para defesa que se utiliza de disrupção/remoção para interferir no plano de jogo do adversário enquanto joga com permanentes que geram valor para se colocar à frente na partida para, então, finalizá-la". Bastante abrangente, mas que contempla a ampla capacidade desse estilo de jogo de se portar dentro das partidas.
Para enxergar a postura do Midrange na partida, devemos mais do que nunca voltar aos conceitos clássicos, como o de "Who is the Beatdown?" (Quem é o Beatdown, ou quem é o jogador agressivo?) e o de inevitabilidade. Basicamente, contra os decks detentores da inevitabilidade, como Ramps, Combos e Controles, os Midranges devem tomar a postura agressiva; contra decks Aggros, a postura defensiva, porém sempre de olho na oportunidade para "virar a chavinha" e começar a atacar quando o oponente estiver ficando sem gás.
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Um dos primeiros e o mais notável pioneiro dos Midranges foi o "The Rock and His Millions", durante o Standard de 1999/2000 e pilotado pelo jogador Sol Malka em diversos torneios estadunidenses. O baralho foi o cerne do arquétipo, trazendo criaturas que geram 2 pra 1 e alguma dose de disrupção para atacar os combos presentes no metagame da época.
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Sideboard (15)
Sideboard (15)
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A chegada do bloco de Invasão trouxe duas das cartas mais marcantes para os adeptos "Old School" de Midrange: Vendilhao de Espiritos e Ato Pernicioso, combinação que sacramentou o The Rock como um dos principais decks do Extended até sua eventual rotação. Contando também com outras formas de disrupção e valor, o grande trunfo dessa versão é o Tutor Vampirico, capaz de buscar "silver bullets" (as balas de prata, cartas que são direcionadas para atacar um deck em específico) para levar certas partidas, especialmente no pós-side.
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Sideboard (15)
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Sideboard (15)
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Nem todos conseguiram desfrutar dos antigos "The Rock", mas muitos jogadores tiveram um primeiro contato ou formaram grandes laços com o arquétipo Midrange com uma das listas acima: o Jund Cascade de Elfo Trancas-de-Sangue e Detonar, o Jund Midrange com Mestre da Cacada Selvagem, Liliana do Veu e Thragueopresa ou o Abzan Midrange com Rinoceronte de Cerco.
Dado o respectivo contexto, cada um desses decks fazia o clássico jogo que consagrou o Midrange: quebrava as sinergias do adversário com remoções e descartes, fazia ameaças que geravam 2 pra 1 progressivamente até conseguirem eventualmente levar a partida no jogo de valor.
COMO VENCÊ-LOS
Jogue pesado, MUITO PESADO. Ramps são o terror dos Midranges, já que costumam chegar às bombas pesadonas antes de serem pressionados por criaturas de curva média. Permanentes resilientes também costumam ser um problema - Titãs Eldrazi, Maquina a Vorme Espiralado, Arrasta-sonhos e até mesmo alguns 2 para 1 mais simples como Trol Vetusto e Cavaleiro dos Espinhos já são problemáticos para os Midranges.
Outros decks como Controles e até mesmo as mirrors devem apostar mais no caminho do valor. Tente extrair o máximo das suas cartas, com paciência, se possível gastando as interações "ruins" nas permanentes "boas" do seu adversário, enquanto não dá a chance dele fazer o mesmo.
Um exemplo prático seria matar uma criatura do oponente somente no final do turno na mirror de Grixis Standard, dessa forma já voltando com o seu Avaliador de Cadaveres sem dar a chance do oponente tirar valor do Avaliador dele - e até mesmo não descer uma criatura sua que morreria pra remoção caso o oponente esteja com muitas cartas paradas na mão para não dar a chance dele próprio fazer essa jogada.
Outra grande principal fraqueza dos Midranges é também derivada de sua força. Enquanto podem se preparar para vencer praticamente tudo no metagame, dificilmente conseguem fazê-lo ao mesmo tempo em somente 60+15 da decklist. Isso significa que um Midrange que esteja mais bem preparado para vencer Aggro e Control, provavelmente vai sofrer mais contra Combo e Ramp, um que esteja preparado para o jogo pesado das mirrors e Controles fique mais frágil contra Aggros rápidos, e por aí vai. Portanto, jogar hiperfocado e tentar atacar por aquele ângulo onde o Midrange não está tão guarnecido pode ser uma estratégia de sucesso.
TUDO QUE TEM INTERAÇÃO, VALOR E PROATIVIDADE SEM NECESSARIAMENTE DEPENDER DE SINERGIA É UM MIDRANGE!
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Sideboard (15)
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Acima temos dois exemplos de baralhos Midrange, um que se aproveita bastante da sinergia entre a mecânica de energia, com alguns topos de curva e interações eficientes além da mesma (casos de Portador da Gloria, Abrasao, Espalhar Essencia e Esguicho de Magma) e outro que é só um conjunto de remoções, descartes e valor (embora haja uma pequena sinergia entre os vampiros com "ETB", as habilidades de entrar no campo de batalha, junto de Fabula do Quebrador de Espelhos). O "check-list" de Interação, Valor e Proatividade está não só nesses dois decks supracitados, mas serve para todos os Midranges presentes no artigo (e os que também estão fora dele, mas se encaixam no arquétipo).
Também é possível dizer que uma boa parte dos Aggros, Controles e até mesmo Combos de hoje em dia jogam com um plano que se assemelha aos Midranges, quem sabe até com um sideboard transformativo mais direto para de fato torná-los Midranges. Isso acontece porque muitas das cartas lançadas atualmente são capazes de cumprir essa dupla função, e por vezes até peças que jogam bem no plano principal são versáteis o suficiente para migrar pro plano Midrange sem tanto esforço.
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Sideboard (15)
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Red Deck Wins podia fazer isso contra outros Aggros e Midranges ao entrar mais remoções e cartas de valor como Boi de Agonas enquanto tira cartas somente de agressão, como Brasolamina. Cartas como Gigante Esmaga-ossos // Pisar e Anax, Temperado na Forja jogam naturalmente bem para gerar 2 pra 1, o que facilita mudar abruptamente a estratégia mexendo em poucas peças.
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Sideboard (15)
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O Abzan Greasefang é um exemplo de Combo capaz de fazer esse mesmo esquema. Capturar Pensamento e Empurrao Fatal são o que há de melhor em disrupção preta no Pioneer, e por ser um combo de somente duas cartas, ele tem bastante espaço para jogar com interações enquanto retém um potencial explosivo. Veículos como Carruagem de Esika e Soberana Celeste, Capitania do Consul são ótimos para fazer um plano de valor, enquanto sinergizam também com a Presa-de-graxa, Chefe Okiba.
E quanto a vocês, leitores, concordam com a teoria aqui abordada sobre os Midranges? Como definiriam o arquétipo? Consideram ele um derivado de qual? Ou também acreditam que ele "não existe"? Compartilhem suas opiniões nos comentários!
Abraços e até a próxima
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A pequena discussão gerada é aonde se encaixa o termo Midrange, junto aos outros 3 tipos (aggro, control e combo) ou junto aos subtipos (Tempo, Blitz, Tax, etc). Eu me sinto mais confortável colocando o Midrange como subtipo (ou sub-arquétipo), pois a própria ideia dos elementos contidos no deck é uma mistura do Aggro + Control, já explicado no artigo.
O Tempo, na minha opinião, é o antagonista do Midrange, pois aquele sempre procura propor o jogo primeiro. Enquanto esse, o Midrange, em tese lida melhor com jogos se defendendo.
Eu reconheço ambas válidas, só prefiro pensar da outra forma.
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Embutir na Liga
DECK ID
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Paisagem -
Retrato