Olá! Tradicionalmente, ao final de cada ano, escrevo um artigo de Retrospectiva trazendo um balanço do meu ano que passou enquanto jogador competitivo e criador de conteúdo de Magic: the Gathering - aqui vocês podem encontrar os de 2019, 2020 e 2021. 

Particularmente gosto sempre de dar uma olhada neles para ver quais pontos se concretizaram, quais surpresas aconteceram e, claro, até mesmo repensar estrategicamente algumas ideias e projetos. E agora, 2022!

O PLANEJAMENTO INICIAL

Mesmo enquanto jogador competitivo que mirava classificatórios e afins, a minha preocupação em perseguir o circuito profissional oficial através dos Pro Tours/Championships foi sempre a mesma: jogaria os classificatórios que me fossem alcançáveis, sem sacrificar uma quantidade absurda de investimento de tempo, esforço ou recursos financeiros para tal. Isso implicava principalmente em jogar qualificatórios de circuitos independentes e os do Magic Arena, ao menos enquanto o sistema do Magic Tabletop não tivesse se reestabelecido por completo pós-pandemia.

Apesar de sempre figurar nas famigeradas listas extra-oficiais estilo "maiores jogadores nacionais que nunca participaram de um Pro Tour/Championship", essa estatística não particularmente me incomodava, e eu me planejava para focar em um 2022 cada vez mais focado para a criação de conteúdo: não apenas estava diversificando jogos e formatos na minha live (com Brawl e o próprio Commander ganhando cada vez mais espaço, inclusive com meu Commander Omnath, Locus da Criacao finalmente saindo do papel depois do amigo secreto LigaMagic 2021).

O TÃO ESPERADO PRO TOUR / CHAMPIONSHIP

Se em 2021 passei longe de uma vaga no Championship/Pro Tour, sendo o mais perto o Top 8 em um PTQ Pioneer independente logo no comecinho do ano, em 2022 a vaga praticamente "caiu no colo" com a vitória do Qualifier da Five Color Hub ainda em janeiro, um torneio que joguei com foco na produção de conteúdo e na premiação (o report pode ser encontrado aqui). 

Isso mudava tudo de forma drástica, já que eu passei a priorizar treinar para participar dessa competição, mesmo que ainda fazendo boa parte disso como produção de conteúdo em live (a preparação pode ser vista em detalhes aqui).

A preparação rendeu bons frutos, e logo no meu primeiro evento de nível profissional passei para o segundo dia, terminando em 66° lugar - e com 2.000 dólares de premiação embolsados (o report do torneio está aqui).

Passado o Neon Dynasty Championship de março e após o primeiro trimestre totalmente focado em Magic competitivo em nível mais alto, já estava psicologicamente preparado para voltar para outros projetos e a produção de conteúdo. 

O Alchemy vivia um momento de grande incentivo no Magic Arena, e era o formato que eu mais curtia jogar - chegando a fazer Top 4 em um dos Torneios do Crokeyz, com premiação em dólares e que também daria vaga para o Ruas de Nova Capenna (SNC) Championship para o campeão. 

Tendo jogado bastante o formato, com a experiência desse resultado e a vaga garantida para o Qualifier Weekend Alchemy de Abril, resolvo trazer um arquétipo "rogue" como aposta de metagame - o Izzet Saiba com splash para Arconte de Emeria, ou Jeskai Saiba. O palpite acaba se pagando, e com o Jeskai Saiba me classifico para o SNC Championship novamente através do Magic Arena, dessa vez através do circuito oficial (o report do Qualifier pode ser encontrado aqui).

Era no mínimo curioso para quem já estava completamente alheio ao "sonho do Pro Tour" e focando totalmente na produção de conteúdo com as lives emendar duas classificações para Championship em sequência, mas a vida tem dessas. Seriam mais algumas semanas de trabalho duro na preparação para o evento.

Infelizmente, o segundo Pro Tour não foi bom em termos de resultados. Nosso humilde time formado por grinders que ganharam a vaga aqui e ali não passaram nem perto de conseguir a organização e volume de jogo que os supertimes já estabelecidos no circuito tiveram.

Aqui faço também minha autocrítica, não conseguimos nos organizar para treinar partidas específicas junto à minha equipe de preparação, tendo de depender mais das conclusões de cada um no MTGO e no Arena. Lá, mesmo fazendo bons desempenhos na Ranked/Eventos e até mesmo ganhando um Standard Challenge no MTGO, o nível é completamente diferente do que viria no Championship. Com isso, a realidade bateu forte, como relatado em meus artigos falando sobre a preparação e o report.

O GRIND DOS TORNEIOS

O segundo semestre foi um pouco mais devagar em termos de eventos. Não participei de todos os Qualifiers Weekends e Arena Opens, e as poucas participações que houveram não chegaram a ser relevantes ou com uma grande premiação além de algumas gemas aqui e ali.

Nos torneios independentes, teve uma segunda colocação em um 1K Community Gaming Open logo no começo do ano (com Mono Green Aggro no Standard), mais alguns Tops e Dias 2 nos torneios do Crokeyz, e uma vitória no 1K Community Gaming Open em novembro (com o Grixis Midrange no Standard). Fecho o ano com dois 3° lugares em torneios valendo dólares: o Pizza Box Open Explorer (com Mono Green Devotion) e o New School Open (formato de Trono de Eldraine em diante com uma pequena lista de banidas, jogando de Dimir Rogues). De maneira geral, o próprio circuito independente deu uma "esfriada", com vários torneios menores acontecendo, mas com frequência e premiações totais bem abaixo do que tínhamos em 2020 ou 2021.

PRODUÇÃO DE CONTEÚDO

Fico muito feliz em dizer que renovei o contrato com a LigaMagic Bolts pela quarta temporada consecutiva, seguindo como um dos membros desde a formação inicial e fazendo parte dessa iniciativa gigante como a principal equipe de Magic: the Gathering no Brasil e América Latina, com os jogadores do time obtendo destaque tanto no Tabletop quanto no Online.

Sigo também com a coluna de artigos semanais, sendo esse o artigo de número 53, repetindo a marca do ano passado e mantendo a média ligeiramente superior a um por semana. Com a continuidade do trabalho de forma consistente, nesse ano atingi e superei a marca de 300 artigos publicados aqui pela LigaMagic desde 2015, ano em que o primeiro deles saiu aqui no site.

Junto com outros projetos de forma independente (como organização própria de torneios e atuação como comentarista/caster em torneios internacionais), esse foi o meu quarto ano consecutivo onde foi possível continuar vivendo da produção de conteúdo, através de plataformas como a Twitch e hoje principalmente o Apoia.se, além do sétimo ano em que a totalidade da minha subsistência é ligada direta ou indiretamente ao Magic. Do momento da escrita do artigo, são mais de 11.400 seguidores, 3,7 milhões de visualizações na Twitch e 83 apoiadores no Apoia.se.

Gostaria de novamente agradecer aos que tornam possível para eu continuar vivendo e realizando esse trabalho todos os dias: espectadores, apoiadores, inscritos, patrocinadores, colegas de trabalho e membros da Staff da LigaMagic, ou seja, todos os que investem e acreditam em mim enquanto produtor de conteúdo do jogo que tanto amamos.

E 2023 - SERÁ QUE AGORA VAI NO TABLETOP?

Para esse próximo ano, pretendo continuar focando mais na produção de conteúdo, e gostaria muito de ver o cenário de circuitos independentes se fortalecendo, dando uma chance para quem disputa exclusivamente no Magic Arena e para quem mora em cidades/regiões pouco privilegiadas em termos de distribuição de grandes torneios de Magic Tabletop.

Aliás, minha grande torcida pessoal é que em 2023 o preço das cartas dê uma aliviada para tornar formatos em tese mais acessíveis (como Standard e Pioneer) de fato, acessíveis, permitindo que mais jogadores ingressem e se mantenham no circuito. 

A abertura da loja física na minha região (a Bolovo Games na Baixada Santista) interessada em organizar classificatórias e torneios mais competitivos (como os City Class Qualifiers) é uma perspectiva animadora em termos pessoais, que torna para mim muito mais viável reingressar no circuito Tabletop de forma mais saudável logística e financeiramente. 

Ainda nos torneios competitivos queridos pela comunidade, não foi em 2022 que tivemos a volta do Circuito LigaMagic (#voltaCLM), mas ainda é sempre possível sonhar. E se já fui bicampeão desse evento no Modern, hoje em dia atuando mais na produção de conteúdo e bastidores a vontade de trabalhar em um como comentarista é gigantesca!

E quanto a vocês, leitores, como foi o Magic de 2022 para vocês? Bastante grind de eventos e torneios? Conseguiram reaproveitar o Tabletop com vários torneios classificatórios e Commander Fests? Qual a perspectiva de vocês para 2023? Compartilhem suas opiniões nos comentários!

Boas festas a todos, abraços e até a próxima!