Salve galera, beleza?
Estamos chegando ao fim de mais um ano de muito magic, e no nosso caso muito Commander! Muitas coisas mudaram desde que comecei a mais de 4 anos atrás! A mais relevante que merece ser citada por aqui foi em relação à maturidade de toda a comunidade, que passou a aceitar muito melhor a competitividade como um complemento ao formato, sem toda a segregação que havia no início, de ambas as partes.
Ao todo, durante o ano tivemos MUITOS lançamentos considerando as 4 coleções principais, os commander decks, os produtos exclusivos, parcerias e etc, e consequentemente muita coisa mudou, vários decks "evoluíram", alguns saíram do mapa e muitas staples novas apareceram.
Vale destacar que do ano passado pra cá tivemos uma enorme ascensão de formatos Budget como o CMD500 que novamente bateu recorde no número de jogadores presentes, o Conquest que também vem conquistando seu espaço em lojas com cada vez mais aceitação e por fim o Coliseu (Commander da Barão), que surpreendeu com uma forma inovadora de organizar torneios por pontuação presencialmente!
Para diferenciar um pouco as coisas, ao contrário de todos os anos onde 80% dos criadores de conteúdo (me incluindo nessa conta) fazem suas retrospectivas, eu resolvi entrar no clima de copa e trazer a minha escalação, com as minhas cartas favoritas.
Lembrando que usarei alguns parâmetros para essa lista, sendo o principal deles que apenas citarei cartas das 4 edições principais que tivemos em 2022:
- Kamigawa: Dinastia Neon
- Ruas de Nova Capenna
- Dominaria Unida
- A Guerra dos Irmãos
Vocês podem estar se perguntando sobre Double Feature que saiu em 28 de Janeiro, mas apesar de ter sido lançada esse ano ela é voltada para o Limitado, contendo reprints da duas Innistrad do ano passado.
Além disso também não irei citar as cartas que vieram em Universes Beyond: Warhammer40k, Commander Legends: Batalha pelo Portal de Baldur e Jumpstart 2022, mas para os que me conhecem e sabem do meu amor incondicional por WH40k, sabem que eu não poderia deixar de comentar sobre esses precons temáticos que ganharam meu coração. Então antes de tudo, vamos lá:
PRÉ CON DE WARHAMMER 40000
No dia 7 de outubro, depois de mais de um ano de espera após o anúncio da nave mãe, nós tivemos finalmente o prazer de aproveitar esse lançamento espetacular.
Eu Jeff, particularmente não sou um grande fã de crossovers, e consequentemente nunca fui muito chegado na ideia do “Universes Beyond”. Confesso que desde o anúncio fiquei hypado mas com aquele pézinho atrás de algo não sair como o esperado e termos um produto de qualidade duvidosa, colocando em risco dois dos meus jogos favoritos.
Mas senhores, devo dizer que desde 2017 eu não via commanders pré montados tão legais e sinérgicos quanto esses. Vou ressaltar aqui algumas qualidades:
- Um conjunto de 100 cartas com absolutamente TODAS as artes refeitas com a temática, incluindo os reprints, que também trouxeram muitas staples.
- Comandantes e sub comandantes muito sinérgicos e com estratégias bem definidas.
- Lore de Warhammer cuidadosamente estudada e respeitada desde a aplicação nas novas cartas exclusivas, até a arte dos reprints.
- Os 4 decks são muito bem equilibrados e proporcionam jogos muito legais entre eles.
Tudo isso me surpreendeu positivamente e, apesar de vocês me conhecerem como um entusiasta do power level que sempre promove a aplicação de updates para deixar os decks mais fortes, dessa vez eu devo dizer que eu iria totalmente contra qualquer tipo de modificação.
Quando vejo o cuidado que a Wizards teve em criar artes exclusivas até para os terrenos básicos (que poderiam ser os mesmos para os 4 decks), sinto que o propósito desses pré-construídos vai muito além do habitual, criando quase que um board game para os fãs das duas franquias.
Se você conhece a história de WH40K e já viu um mesão desses decks você provavelmente já sentiu o que eu estou tentando expressar nesse texto.
Então para finalizar eu diria, se você tiver a oportunidade de comprar um desses produtos junto de alguns amigos, levem as cartas da caixa pro shield e aproveitem os decks como um jogo “separado”, pois vale muito a pena!
Mas isso não quer dizer que você não possa usá-los da forma que bem entender, então divirtam-se.
Commander Legends: Battle for Baldur’s Gate
Não irei me prolongar muito para falar sobre essa nova Commander Legends, que assim como WH40k também é um crossover muito bem feito entre dois universos detidos pela Wizards of the Coast.
Devo admitir que quando vimos os primeiros spoilers das habilidades que estariam presentes na coleção, “Background” me deixou com uma enorme pulga atrás da orelha pela possibilidade de uma nova onda de power creep que já presenciamos com os antigos “Partners” dentro do Commander. Para o nosso alívio, com o tempo e as cartas sendo reveladas fomos surpreendidos muito positivamente.
Essa coleção como o esperado, trouxe muita coisa legal para os jogadores de commander com muitas novidades, e o mais importante: com muito equilíbrio!
Citá-la aqui é mais uma forma de não deixar que ela passe em branco nesse texto pois tenho um grande apego à D&D, mas como ja disse anteriormente, é algo que nao irei me prolongar.
Enfim, indo finalmente ao que interessa, vamos falar sobre os destaques das coleções padrão desse ano.
KAMIGAWA: DINASTIA NEON
Começando por Kamigawa, podemos dizer que ela foi responsável por uma das novidades mais impactantes para os formatos multiplayer competitivos do ano, e que sem dúvidas isso veio através de seu novo ciclo de terrenos com habilidades que são maleáveis e com efeitos de bastante relevância.
Vale destacar especialmente a grande Boseiju, a Persistente, que porta o melhor entre os efeitos e se tornou uma grande staple como removal, tanto por remover artefatos, encantamentos ou terrenos quanto por ser dificilmente respondida.
Outra carta que gostei muito em Kamigawa foi o Constructo de Contenção, que me surpreendeu mas não teve nem de longe o impacto que esperei.
Essa criatura de 2 manas genéricas tem tudo que eu sempre exalto numa carta de Magic quando a incluo num desses rankeamentos.
Além de ser facilmente adaptada à praticamente qualquer deck e estratégia, ele é barato e proporciona uma enorme recursão de caras além de ampliar recursos já existentes como os lootings.
O grande problema foi que o crescente power creep das coleções e o aumento da velocidade dos formatos competitivos vem deixando muito pouco espaço para que novos cards se solidifiquem com efeitos variáveis, já que existe uma demanda muito grande pelo melhor de cada possibilidade. E isso não quer dizer que é um ponto ruim do competitivo, muito pelo contrário, e sim que para a minha infelicidade essas cartas não vão ter o destaque que eu gostaria num ambiente cEDH.
Apesar de tudo isso, nas variantes com limitações, principalmente de budget, criaturas como ele que trazem novas possibilidades para algumas estratégias ja estabelecidas são sempre muito bem vindas.
Talvez por um fator afetivo o Constructo poderia facilmente ser o capitão do meu time nessa escalação!
Agora irei para um lado muito diferente do meu habitual, e ressaltando o fato de que esse texto se trata das minhas cartas favoritas, resolvi trazer uma criatura lendária da qual eu gostei muito.
Isshin, Dois Céus em Um foi uma surpresa muito agradável para o meu lado casual pois é um deck Mardu (que tenho pouca intimidade), com uma tribo que aprecio mas que não tinha muitas opções, e com um efeito que considero muito legal.
Gosto muito da possibilidade de criar decks sinérgicos e com muitos efeitos, sobreposições e principalmente consistência, por mais casuais que sejam, e seu efeito de desencadear mais de uma vez um efeito traz tudo isso sem deixá-lo “quebrado”.
Também irei aproveitar pra dizer aqui o quanto eu gostei do design dos novos samurais e como eles ficaram estéticamente bonitos!
RUAS DE NOVA CAPENNA
De todas as coleções e produtos lançados esse ano, admito que Ruas de Nova Capenna foi uma das únicas que não me chamaram muito a atenção.
Reforço que essa é minha opinião pessoal e que ela foi sim uma excelente coleção com várias cartas que já estão muito conhecidas, mas ao contrário das demais ela não me trouxe nada particularmente excitante. Mesmo assim, acho que não posso deixar de expressar meu carinho por três cartas que não serão nenhuma surpresa para vocês.
A primeira delas é a nossa vampira Grixis Cormela, Ladra de Glamour, que trouxe um kit de habilidades que me agradou muito.
Seu efeito permite loops, recursões, e listas muito legais e consistentes mesmo em ambientes casuais ou otimizados, apesar de não ser exatamente uma comandante competitiva.
O fato de ser uma spellslinger Grixis com efeito de ramp sempre me traz um sossego ao coração por saber que ambas as suas habilidades se complementam, fazendo dela uma membro do meu time sem muitas dúvidas.
A outra delas é a nossa Quebra-cara Profissional, que logo se tornou uma grande personagem dos decks competitivos por possuir um efeito de ramp muito forte através da criação em massa de tesouros combinada a sua segunda habilidade que gera um enorme card advantage.
Acho que não precisarei me extender muito ao falar dessa criatura pois ela foi facilmente uma das cartas mais fortes da coleção.
Por fim, mas não menos importante temos Jaxis, a Desordeira.
Confesso que ela foi uma descoberta recente que “fiz” durante uma conversa com meu companheiro da cEDH Brasil, o não tão grande Guilherme.
Então vou resumir em poucas palavras e duas imagens o que o efeito dessa criatura fez que me deixou apaixonado:
DOMINARIA UNIDA
Vamos agora para Dominaria Unida, um dos dois sets mais aguardados do ano pelo fator nostalgia e por ser seu segundo retorno a um dos planos mais queridos e famosos de todo o universo de Magic the Gathering.
Facilmente a segunda carta que eu mais gostei em todo ano (sim, fiquem surpresos).
Depois do Constructo de Contencao que ja citei anteriormente eu criei uma relação especial com essa criatura.
Com a habilidade de Alistar somada ao seu efeito que cria um tipo de vantagem, temos na mesa uma carta que eu considero muito completa, com corpo e custo descendentes e muito justa.
Diferente da onde “Ragavans” de Commander, a Flamissábia consegue ser muito simples e muito complexa ao mesmo tempo, sem passar muito dos “limites”, e por isso ela está aqui como uma das minhas favoritas.
E vamos agora de RG Urza, mais conhecida como Meria, Erudita da Antiguidade, uma comandante Gruul com muito potencial e que ganhou o coração de muitos deckbuilders que gostam de budget.
Só de olhar pra ela já vemos o quanto essa nossa elfo tem um pézinho no Stax, já que assim como o Urza, Grao-lorde Artifice ela também é capaz de contornar efeitos como o da Orbe Hibernal por exemplo, mas nada a impede de estar presente em várias outras estratégias que possuem artefatos como core.
E por último temos Lagomos, um Rakdos que também custa 3 manas e de cara te mostra possível potencial gigantesco como tutor.
Apesar de parecer dificil, a morte de 5 criaturas numa mesa de commander é algo muito simples e recorrente, principalmente pelo fator de que por si só ele já cria suas próprias fichas 2/1 que são propícias à servirem de food ao decorrer do turno.
Até agora vi poucas builds muito otimizadas de Lagomos, sendo algumas delas para o Conquest, mas sem dúvidas ele merece ser muito mais testado, especialmente nos ambientes de budget restrito.
A GUERRA DOS IRMÃOS
E finalmente a nossa última e talvez mais esperada das coleções padrão do ano, trouxe de volta um dos maiores eventos da lore de todo jogo, a guerra entre Urza e Mishra, responsável por quase tudo que conhecemos hoje.
Admito que BRO não me surpreendeu tanto quanto achei que fosse, mas também não deixou a desejar e conseguiu mostrar muita coisa interessante, principalmente para nós, os amantes do Commander otimizado.
Começando pela carta que mais gostei dessa coleção, vamos falar de Hurkyl.
Essa maga está sem dúvidas longe de ser muito forte, quebrada, ou competitiva, mesmo em formatos com mais restrições, mas ela com certeza oferece muito do que eu procuro num comandante.
Já falei dela no meu top cartas da coleção e reforço o fato de que ela seria um ótimo comandante para estratégias de tempo onde a prioridade é gerar vantagem a longo prazo através da recursão.
E por último, mas não menos importante vou colocar nossa Myrel, Escudo de Argivo, e creio que ela vai ser uma escolha controversa.
Além de muito específica no Commander, ela tem o efeito de uma carta que já existe por menos mana (Abolidor-Mor), e isso faz com que ela fique cada vez mais de fora quando filtramos nossas listas, mas ainda assim eu amei tudo nela.
Um pseudo efeito Najeela, a Flor Afiada, uma arte muito linda, e o mais importante: a possibilidade de um tribal monowhite de soldados existir de verdade dentro do Commander casual sem que seja necessário optar pelo Darien, Rei de Kjeldor.
Enfim, essas foram minhas 11 cartas favoritas das principais coleções desse ano que nos trouxe inúmeras novidades.
Eu realmente espero que vocês tenham gostado e gostaria de saber, na opinião de vocês, Quais foram as suas 11 cartas favoritas?
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