E aí, galera, tudo bem? Aqui quem vos escreve é o Heli e hoje venho fazer uma retrospectiva do ano de 2022. Na verdade, quero relembrar e repaginar um artigo que escrevi em Maio/22 (aqui). Nele comecei a fazer uma análise do metagame daquele momento, mas devido a agenda de lançamentos e calendário acabei perdendo o timing para fazer uma continuação. Com isso, posso trazer uma atualização do meta e relembrar o que de mais importante aconteceu no ano. Mas antes quero destacar as novas adições da provável última edição do ano, Jumpstart 2022. Em 2020 tivemos a primeira experiência com essa forma de jogar Limitado. O grande problema de Jumpstart foi ter saído durante a pandemia, o que afetou diretamente seu sucesso, inclusive fazendo com que a WotC a lançasse no MTG Arena.
Jumpstart 2022 traz 835 cartas no total, sendo que 51 delas são novas. Para o Pauper temos 13 adições (com um downgrade). Quero destacar três delas aqui:
● Chains of Custody: esse encantamento tem um efeito muito similar a um Anel do Esquecimento, com a diferença fundamental de precisar encantar a sua criatura para remover a criatura de seu oponente. Outro detalhe aqui é que sua criatura ganha Salvaguarda 2, o que faz dela uma carta com efeito bem único no formato.
● Soul Read: cartas modais são sempre úteis, ainda mais nesse caso em ela contempla uma anulação ou compra de cartas.
● Dutiful Replicator: chega com um efeito muito singular, criando uma sinergia com fichas que ainda não temos no formato. As cartas que criam fichas e são relevantes fazem criaturas pequenas. Gostaria muito de ver algum deck jogável com essa carta.
- RELEMBRANDO 2022
O início de ano do Pauper foi bem agitado, já que nos primeiros dias de Janeiro foi anunciado o Pauper Format Panel (PFP), que seria o responsável pelos banimentos do formato. A ideia do comitê me pareceu muito boa no começo, já que associamos com o que acontece com o Commander. Entretanto, vimos que o PFP não teria a mesma autonomia e a decisão me pareceu muito mais favorável a WotC do que a comunidade. É claro que haveria benefícios e celeridade nas decisões, já que alguns dos membros são grinders ou jogadores assíduos. Mas o fato de Gavin Verhey ser um membro transmitiu a ideia do PFP ser um grupo opinativo, com menos poder de decisão que gostaríamos.
Antes de completar um mês de efetivação, o PFP já trouxe seu primeiro banimento, levando Atogue, Ornamento dos Vinculadores e Prisma Profetico. Em Março mais duas cartas foram banidas: Rele Galvanico e Discipulo da Camara. Esses banimentos visavam diminuir a força do Tron e parar o reinado absoluto do Affinity e vejo que ambos objetivos foram cumpridos.
Entre um banimento e outro, Kamigawa: Dinastia Neon saiu e trouxe quatro cartas que abalaram o formato. A Era Moderna, Hacker do Circuito Lunar, Barganha do Justiceiro e Sintetizador Experimental. Adições sensacionais que transformaram o metagame, sendo fundamentais nos decks onde jogam. Inclusive três delas aparecem em listas de três dos quatro decks mais jogados do formato.
Ruas de Nova Capenna não foi muito efetiva em trazer adições, sendo que a Ladra de Joias e o Supervisor Inspirador acabaram aparecendo no metagame. A primeira se tornou uma boa opção nos deck de LD e a segunda como uma boa opção para estratégias midrange com branco.
Chegando em Maio, escrevi o artigo que citei lá no começo. Nele trouxe vários dados que reforçavam a prevalência do Affinity no metagame, tanto em presença quanto em taxa de vitórias. O deck estava muito coeso e parecia que nada poderia superar essa eficiência.
Junho trouxe a controversa edição Commander Legends: Batalha pelo Portão de Baldur. Nela recebemos a mecânica de Dianteira (vamos deixar para falar delas daqui a pouco) além de ótimas adições como Arma de Sopro, Bracos de Hadar e Artifice Kenku. Inclusive o Artífice se mostrou bem versátil ao entrar no Affinity e oferecer uma boa resposta ao metagame cheio de remoções. Ainda estamos na metade deste ano frenético e em Julho chegou Double Masters 2022 com uma quantidade absurda de downgrades.
Soberana Vampira, Oraculo Habitante do Escuro e Corneteiro da Milicia se mostraram ótimas adições, melhorando decks já existentes, mas a Lanca Veloz do Monasterio foi talvez a maior adição ao formato. Uma criatura de custo baixo com ímpeto que ainda pode ficar mais forte é tudo que qualquer deck agressivo pode sonhar. Ela que tanto já fez ao MTG em vários momentos hoje reina soberana em deck voltados para extrair todo seu potencial. Em Agosto ainda víamos o reflexo de Baldurs Gate, já que os primeiros decks de portões começaram a fazer resultado, mostrando que a estratégia vinha para ficar.
Agora que chegamos ao fim dessa retrospectiva podemos ver como está o metagame atualmente. Acho que, depois de muito tempo onde três decks reinavam, hoje quatro decks despontam como as melhores escolhas do formato. São eles:
O Burn tradicional se reformulou e trouxe essa versão que aproveita de artefatos para se fortalecer. A adição de Lanca Veloz do Monasterio e do Sintetizador Experimental possibilitaram esse deck chegar aonde está, de forma merecida. Você pode pensar em linhas de jogos e mudá-las durante a partida, ao mesmo tempo que não perde tantos recursos, repondo suas mão com ameaças. Impulso Temerario se mostrou uma carta sensacional nesse deck, bem como o Sopra-fogo de Kessig trouxe aquele alcance em partidas acirradas. É claro que a pressão imposta por seu plano de jogo pode trazer uma frustração a seu oponente, mas seu grande trunfo é te possibilitar não ter derrotas automáticas como as versões antigas.
O todo poderoso Affinity ainda resiste, mas com bem menos imponência. O Artifice Kenku foi adição unânime, porém a Infiltrada Gixiana tem começado a aparecer mais e pode entrar em definitivo nas listas. Quase nada mudou tanto em opções como no plano de jogo do deck.
O deck nasceu com a vinda do Portao do Basilisco para o formato. Um terreno que parecia não oferecer tanto risco ao formato, mas sua habilidade única dentro de um ambiente que não te pune muito por usar terrenos virados se mostrou muito relevante. O deck adotou o nome de Caw Gates numa referência ao antigo Caw Blade, já que ambos usam o Falcao do Esquadrao. É claro que o Guardiao do Pacto das Guildas ganha muito jogos, mas eu destaco duas cartas:
● Gato Sagrado – sua recursividade e ganho de vida, oferecem o tempo necessário para controlar o campo e chegar à vitória;
● A Era Moderna – a melhor Saga do formato veio quieta e se mostrou versátil dentro de vários decks. O fato de se transformar em uma criatura com evasão, eleva ainda mais seu potencial dentro do deck.
Uma das maiores surpresas do ano, já que apenas uma adição fez o UB Fadas sumir do metagame. O Terror Tolariano fez o deck do Pescador de Grumag ressurgir, já que agora possui um belo companheiro para ameaçar seus oponentes. Um deck que pode ser incrivelmente rápido, mas que também consegue controlar o início de partida para definir no late game. O Aquifero Contaminado ajudou em não precisar de nenhuma terreno para buscar, o que favoreceu sua base de mana. A Arqueologa Fallaji entra como uma bela opção no lugar do Augure de Nicol Bolas, já que sua habilidade te permite escolher não pegar nenhuma carta, o que pode acelerar seu plano de jogo.
Claramente temos uma ampliação nas cores presentes no metagame, já que o Azul não reina mais absoluto no formato. Vejam as carta mais jogadas no formato, segundo o MTGoldfish:
Meu amigo Ricardo Mattana fez uma thread no Twitter essa semana que comenta exatamente sobre essa mudança e prevalência do vermelho no Pauper. Muito se deve ao fato de agora termos um deck agressivo que se impõe, punindo decks mais lentos que procuram adquirir pequenas vantagens ao longo do tempo. Mesmo que saibamos quais os principais decks do formato, me alegra saber que ele está se tornando mais amplo, permitindo que vários decks possam ir e vir, mesmo que não se mantenham no topo. Esse final de ano ainda marca o retorno do Tron, já que o Refrator de Energia tem possibilitado a correção de cores que o deck precisa, sem necessariamente criar cenários proibitivos para outros decks.
Espero que tenham gostado da análise. O final do ano de 2021 foi bem mais melancólico, já que tínhamos um metagame estagnado e sem perspectiva de ações corretivas eficientes. O Affinity dominava e várias cartas estavam vindo para o maindeck para tentar combatê-lo, mas sem sucesso. Vendo como foi o ano de 2022, podemos voltar a ficar otimistas com o formato. Temos uma diversidade maior, principalmente pela grande entrada de cartas, tanto novas quanto downgrades. Essas adições fazem parte dos principais decks do formato, o que reforça que é possível trabalhar em prol do formato sem grandes mudanças em design. Além disso, esse foi um ano onde o pudemos, de fato, jogar MTG no tabletop, reencontrando amigos e desfrutando o melhor do jogo, o Gathering!
Foi um ano bem difícil pessoalmente, mas recompensador. Ser pai, trabalhador e estudante exige bastante e por vezes falho. Porém, tenho uma família maravilhosa e consegui um trabalho sensacional! Por isso, peço desculpas se em algum momento meus textos deixaram a desejar. Continuarei meu processo de evolução e conto muito com o feedback de vocês para me guiar. Boas Festas a todos e um excelente 2023 a todos, com muita paz e prosperidade!
Galera, vou ficando por aqui e espero que tenham gostado da análise. Um abraço a todos e até 2023!
Heli Mateus conheceu o Magic em 1998, mas começou a jogar em 2015 quando conheceu o
formato Pauper. Hoje é entusiasta do formato e produtor de conteúdo, principalmente como
podcaster sendo cohost do RakdosCast.
Excelente artigo heli, uma coisa que está me incomodando, assim como uma boa parte da glr aqui é o preço. E ainda mais em cartas que facilmente poderiam ser reprintadas, mas a wizards fica de fuleiragem e nao nos ouve
Excelente artigo heli, uma coisa que está me incomodando, assim como uma boa parte da glr aqui é o preço. E ainda mais em cartas que facilmente poderiam ser reprintadas, mas a wizards fica de fuleiragem e nao nos ouve
Na minha opiniao o pauper ficou bem brochante depois que os decks tier comecaram a ficar na casa dos $400+.É tipo o anuncio do bank of america, parece que a wizards ao tentar agradar todo mundo, n esta agradando de verdade ninguem, as cartas caras perdem valor sem realmente deixar o jogo mais acessivel, nem commander groselha ta se salvando desse paradoxo mais ultimamente.
Assim mano, concordo em parte contigo, mas tem alguns pontos que vc em que pesar 1. Inflação, 1 real hoje nao é a mesma coisa que 10 anos atrás 2. O preço alto está restrito a algumas cartas, tanto que da pra montar varios decks com 200 reais, até menos, se vc nao tiver dust to dust por ex, ou pyroblast, snuff out e sao cartas que dao pra comprar aos poucos, depois de montar os decks, e vc depois de comprar, consegue utilizar em uma infinidade de decks 3. Realmente o valor nao está tao acessivel mais, como antigamente, mas um formato mais budget seria o pioneer, os decks "budget" do formato beiram 500 reais, e não são necessariamente fortes, ou tier, o que já nao acontece no pauper, com esse valor vc vai em qualquer campeonato e vai ter um bom resultado - se for pro mol o valor despenca
[quote=MasterP=quote]Na minha opiniao o pauper ficou bem brochante depois que os decks tier comecaram a ficar na casa dos $400+.É tipo o anuncio do bank of america, parece que a wizards ao tentar agradar todo mundo, n esta agradando de verdade ninguem, as cartas caras perdem valor sem realmente deixar o jogo mais acessivel, nem commander groselha ta se salvando desse paradoxo mais ultimamente.[/quote]Assim mano, concordo em parte contigo, mas tem alguns pontos que vc em que pesar1. Inflação, 1 real hoje nao é a mesma coisa que 10 anos atrás2. O preço alto está restrito a algumas cartas, tanto que da pra montar varios decks com 200 reais, até menos, se vc nao tiver dust to dust por ex, ou pyroblast, snuff out e sao cartas que dao pra comprar aos poucos, depois de montar os decks, e vc depois de comprar, consegue utilizar em uma infinidade de decks3. Realmente o valor nao está tao acessivel mais, como antigamente, mas um formato mais budget seria o pioneer, os decks "budget" do formato beiram 500 reais, e não são necessariamente fortes, ou tier, o que já nao acontece no pauper, com esse valor vc vai em qualquer campeonato e vai ter um bom resultado - se for pro mol o valor despenca
Na minha opiniao o pauper ficou bem brochante depois que os decks tier comecaram a ficar na casa dos $400+.É tipo o anuncio do bank of america, parece que a wizards ao tentar agradar todo mundo, n esta agradando de verdade ninguem, as cartas caras perdem valor sem realmente deixar o jogo mais acessivel, nem commander groselha ta se salvando desse paradoxo mais ultimamente.
opa! essa questão financeira q atinge o Pauper é geral do mtg, não só do formato. Ele continua sendo o menos caro, mas não significa que não seja pesado, ainda mais na realidade brasileira. valeu!
O problema ta basicamente em algumas cartas que sao stapples, snuff out e dust to dust. A snuff out ate da pra jogar sem mas é dificil, vc perde muito nao tendo a jogada de jogar uma dual virada e ainda poder responder a uma swiftspear do oponente. Dust to dust é bronca, sem ela o side contra affinity fica beem prejudicado, mas da pra jogar com revoke existence de boa, em campeonatos que eu recomendaria fortemente comprar, agora depois de comprar essas mais caras os decks sao sim bem em conta, eu atualemte estou montando uma boa pool, com 8 decks pra tentar movimentar o pauper aqui na minha cidade e minhas compras nao foram tao caras, em geral da pra montar sim decks na faixa de 150 reais sem medo, ainda é uma bem barata de jogar um formato competitivo, ainda mais se vc for pro mol, com uns 10 a 20 tix consegue montar a maioria dos decks, facil facil
640 conto um deck pauper ?? meee, deixa eu com meu deckzinho humilde tier 2, pq pelo jeito ele vai me acompanhar por um bom tempo kkk
[quote=helimateus=quote][quote=MasterP=quote]Na minha opiniao o pauper ficou bem brochante depois que os decks tier comecaram a ficar na casa dos $400+.É tipo o anuncio do bank of america, parece que a wizards ao tentar agradar todo mundo, n esta agradando de verdade ninguem, as cartas caras perdem valor sem realmente deixar o jogo mais acessivel, nem commander groselha ta se salvando desse paradoxo mais ultimamente.[/quote]opa! essa questão financeira q atinge o Pauper é geral do mtg, não só do formato. Ele continua sendo o menos caro, mas não significa que não seja pesado, ainda mais na realidade brasileira. valeu![/quote]O problema ta basicamente em algumas cartas que sao stapples, snuff out e dust to dust. A snuff out ate da pra jogar sem mas é dificil, vc perde muito nao tendo a jogada de jogar uma dual virada e ainda poder responder a uma swiftspear do oponente. Dust to dust é bronca, sem ela o side contra affinity fica beem prejudicado, mas da pra jogar com revoke existence de boa, em campeonatos que eu recomendaria fortemente comprar, agora depois de comprar essas mais caras os decks sao sim bem em conta, eu atualemte estou montando uma boa pool, com 8 decks pra tentar movimentar o pauper aqui na minha cidade e minhas compras nao foram tao caras, em geral da pra montar sim decks na faixa de 150 reais sem medo, ainda é uma bem barata de jogar um formato competitivo, ainda mais se vc for pro mol, com uns 10 a 20 tix consegue montar a maioria dos decks, facil facil[quote=MagoEmanoel=quote]640 conto um deck pauper ?? meee, deixa eu com meu deckzinho humilde tier 2, pq pelo jeito ele vai me acompanhar por um bom tempo kkk[/quote]
640 conto um deck pauper ?? meee, deixa eu com meu deckzinho humilde tier 2, pq pelo jeito ele vai me acompanhar por um bom tempo kkk
opa! acho q é um dos sideboard mais caros q vi ultimamente...metade do valor do deck está ali...
[quote=MagoEmanoel=quote]640 conto um deck pauper ?? meee, deixa eu com meu deckzinho humilde tier 2, pq pelo jeito ele vai me acompanhar por um bom tempo kkk[/quote]opa! acho q é um dos sideboard mais caros q vi ultimamente...metade do valor do deck está ali...
Na minha opiniao o pauper ficou bem brochante depois que os decks tier comecaram a ficar na casa dos $400+.É tipo o anuncio do bank of america, parece que a wizards ao tentar agradar todo mundo, n esta agradando de verdade ninguem, as cartas caras perdem valor sem realmente deixar o jogo mais acessivel, nem commander groselha ta se salvando desse paradoxo mais ultimamente.
opa! essa questão financeira q atinge o Pauper é geral do mtg, não só do formato. Ele continua sendo o menos caro, mas não significa que não seja pesado, ainda mais na realidade brasileira. valeu!
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