Olá galera, eu queria contar uma experiência, que não é uma experiência nova. 

“Por que o Molinari quer contar isso?” 

Porque simplesmente cada história é uma história vivida, única. Quando nesta última sexta-feira fui jogar um Friday Night Magic, eu optei por utilizar um deck que nunca tinha jogado ou treinado antes. Foi uma experiência que amei fazer. Eu não tive tempo de jogar ou treinar antes e resolvi viver isso. 

O que vocês acham sobre isso? Até que ponto essa experiência é válida? Eu particularmente acho que a gente tem sempre que arriscar. Por quê não? Podemos arriscar sim, e daí? Curtir e aprender com os erros sempre vale e é muito legal.

 

- ATO UM: Antes de começar já na loja

 

 

Cheguei na loja todo feliz. Cumprimentei as pessoas e sentei no meu cantinho, vim de uma semana cansativa no trabalho. A loja que eu jogo é pequena e organizada, nesse dia estava bem cheia.   

Ao sentar na mesa, pude notar que estava cheia de pacotes de fralda de bebê de um colega da loja que vai ser pai, aqui cabe meus parabéns a ele. Ser pai é uma honra e uma missão e uma dádiva.

Depois que me ajeitei no meu cantinho, tirei as coisas da mochila. Já faltavam uns 15 a 20 minutos para começar, aproveitei para conversar com o dono da loja. Conheci ali uma pessoa que acompanha meus artigos aqui na LigaMagic e trocamos bastante ideias. Obrigado por ler meus artigos. Ficamos conversando sobre o que ele mais gostava, coisas da loja e etc, foi lindo.

Estar em um ambiente positivo é algo ótimo. Meu conselho: Se não é um ambiente agradável (tem ambientes que são assim) com todo respeito afirmo, alguns são podres, você vai se sentir mal em algum momento. Alguns ambientes parecem que querem te comer vivo. Na Bolsa do Infinito o ambiente é saudável. Muitas lojas tem ambientes ótimos. Cabe aqui um parabéns ao dono da loja. 

Todos queriam jogar. Houve o emparelhamento, mas a rodada não foi iniciada. 

O dono da loja alertou: “vou esperar 5 minutos. O pessoal já vai estar chegando, mas vou esperar um pouquinho” . E não é que a galera que faltava chegou!

O mais importante é aquela expectativa que é boa, não é? Você troca ideia, abraça todo mundo. Fiquei conversando com as pessoas e sentindo aquela energia boa em um local onde me sinto bem.  

Digo de novo: É a minha visão apenas, mas se você está num ambiente ruim por muito tempo, você também pega essa energia ruim do ambiente. Se é bom o ambiente, curta, abrace e cumprimente as pessoas, seja ela quem for. Então, perdoe para ser perdoado, se perdoe, amigos são feitos e refeitos.

 

"Quando você olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você."

 

- ATO DOIS: Rodada um foi uma surra.

 

 

A primeira rodada foi uma surra...

Como assim?

Eu estava jogando de UW soldados. Eu achei que o deck estava montado corretamente, mas depois vi que estava um pouquinho acima da curva. O deck “empacou” no  primeiro game e meu oponente me atropelou. 

No segundo game ele também me atropelou. Ele estava jogando de Orzhov jogando com 62 ou 63 cartas. Resumindo: Foi uma derrota justa.

Eu aprendi que tinha de acertar o deck em vários pontos. Isso foi bom.

Eu não perdi, eu aprendi. Para quem não sabe isso chama-se mindset. O meu não é “mindset fixo”, mas sim “mindset de crescimento”. Quem quiser saber mais sobre mindset, leia o bestseller “Mindset” de Carol E. Deck". O meu mindset está em atualização constante. Eu aprendo com meu erro. Eu aprendo com você que está lendo. Eu aprendo com você que joga comigo. Eu aprendo com cada um. Eu aprendi, mas também curti.

 

- ATO TRÊS: O deck funcionou e deck do oponente bugou

 

 

A segunda rodada foi diferente...

O que eu fiz? 

O oponente estava jogando de RG aggro. E percebi que a melhor opção era mulligar e tentar pressionar, resolvi arriscar. Consegui botar meu soldados na mesa rapidamente para pressionar e ataquei sem pensar duas vezes.

Meu oponente jogou muito bem, porém ele quase não tinha defesa contra os meus soldados no game 1. Joguei todos os solados possíveis na mesa e dei voar para todos, quando eu ia atacar ele desistiu.

Veio o segundo jogo e eu mudei o plano. Desta vez ele tentou e me neutralizou, ele ganhou. Ele conseguiu me ganhar porque o deck dele encaixou ou talvez porque ele jogou um pouco melhor e entrou com algumas cartas que me surpreenderam. 

Game 3: O que eu fiz? Tomei a iniciativa e ataquei como no primeiro jogo. A gente aprende jogando. E olha o que aconteceu, ele não tinha defesa novamente contra o meu ataque voador. Dessa vez bati quase 20 voando.  Ganhei por 2-1.

Acreditem:  Tive câimbra no meio do game 2.

Eu continuei sentado no meu canto. Se eu fosse levantar, derrubaria tudo. Me contorcia de dor, mas ao mesmo tempo me segurava ao máximo, e não podia gritar!!! O oponente nem percebeu! Cerrei os dentes e fui! Consegui me segurar até a dor passar.

Posso afirmar: Eu me superei. A gente tem que aprender com nossas limitações também. 

A concentração foi tanta que ganhei o jogo. Foi uma vitória na raça, meus soldadinhos foram lá e não me deixaram na mão!!!

 

"O teu melhor professor é o teu último erro"

 

Ato Quatro: a derrota justa

 

 

Pessoal, a terceira rodada foi um aprendizado também. 

No primeiro game eu perdi. Meu oponente estava de Esper, na verdade era um UW com um splash para Preto. Ele controlou todas as minhas ações.

Mas veio o segundo game e eu consegui encaixar melhor o meu jogo bem rápido e atacar. Parti para cima e ganhei, estava agora 1-1. Oba! 

E o terceiro game? Consegui bater, bater , bater, mas ele no final conseguiu me controlar.

No fim do FNM o dono da loja, o João, disse que poderia haver mais uma rodada. Tudo nesse dia foi muito rápido e organizado. Mas eu não podia ficar por não ter combinado com a minha esposa, então para mim foram só 3 rodadas e eu estava feliz. 

Acabei ficando no meio da tabela, porque afinal a pessoa que ganhou de mim na primeira rodada acabou levando o torneio. O deck dele realmente estava muito bem montado. Ele já havia ganho 2 ou 3 torneios lá com o mesmo deck, um Orzhov.

Eu resolvi apostar em um deck tribal para experimentar. Achei interessante, mas valeu e por fim achei o deck bem legal. 

Eu gosto disso: De experimentação. De testar, de variar.

 

"O verdadeiro método de conhecimento é o experimento"

 

ATO CINCO: A despedida e a volta

 

Ao sair um amigo, Erick, que é juiz de Magic, mas tinha ido apenas para conversar na loja, ele também é de TI e conversamos um pouco antes de eu ir embora.

Um abraço ao Erick, eu adoro ele. Como pessoa é um cara fantástico, joga muito. Mas ele estava lá só de bobeira. O papo foi ótimo, mas eu não podia demorar. Tinha de pegar o táxi.

Conclusão: Mesmo perdendo, aprendi muito. Novas jogadas e novos estilos. Na minha opinião, o meu deck UW soldados tem de jogar com 24 lands e ter no máximo 2 permanentes de custo 4 e, ter muitos soldadinhos. E atacar e pressionar no maindeck. Counters e cartas para matar ou exilar são opções de sideboard. Esta foi a conclusão que eu tive após ter a experiência. Tem jogadores que conseguem chegar a tais conclusões apenas com a teoria, mas tem certas experiências que você precisa viver para sentir, principalmente o contato com outros seres humanos. Você prefere ter a experiência ou está satisfeito com a teoria?

Às vezes experimentar é bom, algo positivo, então nunca devemos ter medo de testar e aprender. Mas nunca devemos deixar de acreditar em nós mesmos, mesmo que o deck esteja torto ou não. 

Obrigado galera!!!