Olá! A nova coleção The Brothers' War chega amanhã no Magic Arena, e como de costume, sempre trago aquelas decklists especiais para os interessados em testar as novidades - dessa vez com foco principalmente em decks baseados nas novas cartas. 

Alguns deles já eram uma possibilidade pré-BRO, mas a premissa é que alguma peça fundamental do plano venha da coleção da Guerra dos Irmãos, inclusive com maior prioridade para ela em espaços flexíveis para fins de teste.

Veterano Valente veio em Dominaria United esperando pelo restante da base para ser jogado em volta, e parece que ela veio com The Brother's War: Oficial de Recrutamento, Vanguardeiro Yotiano, Harbin, Aviador da Vanguarda, Sentinela Zefira, Oficial de Ataque Celeste, Veterana de Cercos e Myrel, Escudo de Argivo oferecem desde peões para os turnos iniciais, margem de manobra com resiliência e formas de escalonar a vantagem de mesa conforme os turnos avançam. 

Thalia, Guardia de Thraben e Cataro Brutal são dois dos melhores soldados que integram a equipe, com a cereja do bolo sendo Cabeca de Ponte Fortificada para fixar a mana com um terreno que entra desvirado, gera as duas cores e ainda tem uso no jogo tardio.

Mishra, Domador de Mak Fawa e Corrida Armamentista são duas cartas com potencial de colocar artefatos absurdos na mesa a um custo de mana módico, e que se aproveitam bem dos descartes que geram valor presentes no atual Standard: Fabula do Quebrador de Espelhos e Sorte Grande. 

As recompensas escolhidas foram Devorador de Carne Phyrexiano, Nivelador de Panorama Urbano e Portal para Phyrexia, mas talvez haja necessidade de mais algumas criaturas parrudas, como Golias de Ferrugem.

Em se tratando de listas baseadas com The Brother's War, era óbvio que ao menos um baralho de Urza e um de Mishra com a mecânica de Fundir estariam presentes. Mishra, Tomado por Gix funciona ao melhor estilo Ginete do Inferno, se beneficiando de um baralho que conte com várias criaturas menores para potencializar sua habilidade de dreno.

Para aumentar as chances de um ataque bem-sucedido que resulte em fusão, foram adotadas algumas escolhas como Bateria-coelho e Buscadora de Tempestades Temerária para providenciar ímpeto principalmente ao Mishra e ao Dragão Mecânico Phyrexiano - mas mesmo quando a fusão não for possível, o deck ainda opera como um Rakdos Aggro de baixa curva que finaliza no alcance de dano direto.

Urza, Lorde Protetor e sua As Pedras de Forca e de Fraqueza pedem por um baralho "meio ramp, meio controle", e é mais ou menos o que a lista acima tenta propor. Explorando muito valor através de artefatos e Planeswalkers, é possível assim potencializar as remoções globais como Adeus e Despovoar.

Outro possível caminho seria reduzir os Planeswalkers e apostar mais em anulações (principalmente Negar e Golpe Desdenhoso, que se aproveitam da redução de custo do Urza) e em remoções 1x1 para proteger o "combo" com maior eficiência.

Corromper é a base de um arquétipo por si só desde os seus primórdios. E embora o Magic de hoje em dia esteja brutalmente diferente, muito mais focado em ameaças melhores e que geram valor, a nostalgia mantém viva o sonho de tentar um bom e velho MBC - o Mono Black Control.

As escolhas focaram principalmente em manter o máximo número de pântanos, adicionando um pouco de utilidade com Campo da Ruina (que busca o básico) e Torre de Raffine (que tem o subtipo pântano para o Corromper e ajuda a jogar Caminho dos Perigos). Para ajudar na estratégia de finalizar com o icônico feitiço, boa parte das demais mágicas trabalham com dano residual: Invocar o Desespero, Dilema Doloroso e Sheoldred, o Apocalipse incomodam bastante os pontos de vida adversários.

Gix, Pretor de Yawgmoth é uma poderosa nova carta que precisa de um deck para ser usado, e talvez uma variação de Mono Black Aggro seja essa casa. A lista foca em ter um bom número de drops 1 e 2, para tentar viver o sonho da curva 1-2-Gix e já extrair muito valor de sua habilidade caso não seja respondido imediatamente em velocidade instantânea.

Outras adições de qualidade vêm na curva dois, com Transmutado Laminacoite colaborando na recursão e Sombra da Desgraca sendo de fato uma desgraça de se jogar em volta por parte do oponente. Fundicao de Mishra faz seu nome como a "Man Land do Aggro Monocolorido" também por aqui.

Campeao de Argila é a carta que mais chama atenção para montar esse baralho da forma em que foi feita - tentar o máximo possível colocar no campo de batalha um quatro manas 8/8 (ou mesmo um seis manas 11/11 de forma relativamente frequente). 

Claro que o deck precisa ter outros ângulos de ataque, e podemos até dizer que o principal mesmo é focar na sinergia de artefatos e marcadores +1/+1: Aprendiz de Ferro, Serpente Terrestre Infante, Simulacro de Simio e Amalgama de Radifios sinergizam muitíssimo bem juntos, e até mesmo Convocadora de Feras Quirion passando os marcadores ajuda a chegar em um "megazorde natural" de turno 5 através da habilidade de Amálgama de Radifios. Kodama da Arvore Ocidental é a garantia que criaturas imensas vão ter seu dano conectando através dos bloqueadores.

Serpente Espiralamina é uma excelente forma de ganhar vantagem nos estágios avançados da partida e a clássica ameaça Midrange que escalona conforme os turnos avançam. O Celestus e Fabula do Quebrador de Espelhos ajudam a acelerar a mana e fixar as cores para melhor aproveitamento das habilidades, além de múltiplos 1x1 para ser eficiente nas trocas no começo e depois repor o recurso.

Embora seja bastante difícil dissociar a estratégia do Grixis Midrange convencional do Standard pré-BRO, algumas outras opções novas como Sombra da Desgraca e Atacar na Jugular valem o espaço, além de Rio Subterraneo na base de mana.

Um Controle baseado na recursão do cemitério com Shigeki, Visionario Jukai, Reintegracao de Urborg e várias remoções é um arquétipo que já existia anteriormente, popularizado por vários grinders japoneses nos torneios independentes no Magic Arena. O deck ganha a adição óbvia de Regioes Agrestes de Llanowar, e é a casa mais provável para absorver organicamente a combinação de Titania, Voz de Gaia e Argoth, Santuario da Natureza, realizando a fusão. Negociacoes Hostis é mais uma forma de jogar o plano controle enquanto forra o cemitério para as sinergias de jogo tardio.

Toda vez parece ser o momento em que uma nova carta é lançada para o Gruul Modify, e é claro que com Brother's War não poderia ser diferente - será que é agora que vai? Engenheiras de Balestra entra com versatilidade perfeita, podendo finalizar um Planeswalker, uma criatura ou até um oponente, aplica bastante pressão dentro da sinergia com seu marcador +1/+1 e até mesmo acelera para jogadas maiores como Amalgama de Radifios.

É inclusive a própria Amálgama o principal incentivo para o plano Gruul de modificados. Sendo feito no turno 2, ele é a melhor criatura para receber todos os bônus de marcadores +1/+1, e tem uma sinergia absurdamente insana com Halana e Alena, Parceiras.

"A nova Companhia Agrupada" ou quase isso, Reconstrucao de Kayla é um feitiço poderoso que serve tanto para vantagem de mesa quanto de mana - desde que os alvos necessários estejam lá. Ela se incorpora bem na base pré-existente do Mono White Midrange com Exemplar de Serra, embora seja necessário mudar as Sagas para artefatos como Quebrabanco Justiceiro e outras criaturas (Cataro Brutal, Guardiao da Paz Ungido, Loran da Terceira Via) para termos alvos suficientes a serem revelados na Reconstrução.

A dupla Iconoclasta da Terceira Via e Substituto Arcano são praticamente um arquétipo por si só - basta encaixar uma quantidade honesta de mágicas leves como Considerar/Organizar e interações que sua casa estava lá.

O plano de obter pequenas vantagens enquanto vai "rodando" o baralho para enfim afogar o oponente no volume de jogo é bem frequente nesse estilo de Izzet Spells, com a poderosíssima Fabula do Quebrador de Espelhos lapidando a estratégia (e ela em si dispara a habilidade do Iconoclasta, que só checa se é não-criatura) e Mente Vagante ajudando no valor de bons alvos a serem copiados, além de cavar a resposta correta nas situações.

Algumas cartas como Liliana do Veu, O Homem-corvo e Besouro-virus já estavam lá antes de Brother's Wars, mas há um grande incentivo na presença de Gix, Pretor de Yawgmoth e Fundicao de Mishra para fazer a coisa acontecer. Entretanto, a maior recompensa para permanecer no plano de descartes é Dilema Doloroso - o finalizador que contorna a fraqueza de decks que visam atacar a mão do oponente. 

Se ele não fizer nada, seus descartes funcionam mesmo nos turnos mais à frente, onde seriam piores. Mas caso faça, a dor estará lá, e 5 de dano por mágica escalona muito rapidamente. A base Mono Black como um todo também segue fortíssima, com algumas estrelas já conhecidas: Cortinas Ocultadoras, Invasora do Cemiterio, Invocar o Desespero e Sheoldred, o Apocalipse.

Guerra Mecanizada é a estrela aqui, tornando todos os pequenos danos em uma dor de cabeça de verdade (especialmente em múltiplos). Tanto a ficha de Constructo quanto a Bigorna do Culto dos Oni aproveitam-se do incremento de dano, assim como as pequenas habilidades de Epicurista Voldaren, Kumano Enfrenta Kakkazan e Chandra, Vestida para Matar.

Já a escolha de cartas "não tão aggro assim" como Coletor do Dizimo de Sangue e Fabula do Quebrador de Espelhos se dá não só por sua qualidade ímpar, mas pelo fato de criarem o artefato que alimenta a Bigorna, talvez o aspecto onde o deck mais deixe a desejar em uma primeira olhada.

Um Planeswalker que faz seu Ultimato já no turno seguinte ao que entra sempre terá a minha atenção, e Saheeli, Mestra das Filigranas entra nessa categoria. Apesar de relativamente frágil, suas habilidades funcionam muito bem juntas, podendo gerar valor imediatamente caso um artefato já esteja de prontidão (e o deck trabalha para tal), aumentar a mesa com Tópteros e, o mais importante em um Planeswalker que ulta rapidamente, funciona bem em múltiplas cópias.

Para não depender exclusivamente dela, outro Planeswalker tem nova oportunidade de mostrar sua força com as ferramentas de Brother's War: Tezzeret, Traidor da Carne. Artefatos leves como Motor de Surto, Quebrabanco Justiceiro e Refrator de Energia vão preparando o terreno para o turno quatro, o crítico da partida onde uma dessas bombas entram e daí começam a gerar bastante valor.

Uma mistura de Onisciencia com Visao do Futuro: é assim que definimos Uno com o Multiverso. O objetivo aqui é simplesmente fazer o plano de um Ramp clássico, acelerando até alguma bomba que seja capaz de compensar o fator "tempo" perdido e rapidamente dominar a partida por si só.

A interação vem na surpreendentemente versátil Trilhar, que busca um básico no começo ou ajuda a manter a mesa sob controle com sua luta. Pisoteador de Topiaria é o alvo ideal, principalmente considerando que quando o Tita da Industria adentra o campo de batalha, são altas as chances de uma situação que já se estabilizou.

Se todos os outros Planeswalkers tiveram um baralho "próprio" aqui nessa lista, com Teferi, Peregrino Temporal não poderia ser diferente. Ele entra como o ponto de "virada de chavinha" e finalizador em um Dimir Control clássico, com algumas escolhas específicas para sinergizar bem com os Espíritos 2/2 vigilância: Considerar para um bônus rápido e Escrutinio Argenteo para uma explosão repentina de poder. Até mesmo O Celestus, que ajuda a acelerar o Teferi também pode ajudar a ganhar um marcador +1/+1 "grátis" na ficha.

No mais, muitas interações 1x1, remoções globais e anulações compõem um plano clássico de controle, com destaque para Atacar na Jugular diminuindo um pouco a pressão da perda de vida de Garras Infernais.

As Pedras de Energia são acelerações relativamente baratas considerando sua restrição, e essa versão de Gruul Ramp busca aproveitar-se dessa condição para chegar em bombas artefatos como Portal para Phyrexia, Nivelador de Panorama Urbano e Batalhao de Raios Artropodes rapidamente. Karn, Legado Vivo e Escavacao Fallaji são as principais fontes de ramp, mas até mesmo uma Lotus Atemporal bem curvada pode ser esmagadora.

Meria, Erudita da Antiguidade ajuda a dar utilidade para as pedras e tesouros mesmo no jogo tardio, cavando atrás de novas ameaças enquanto gera valor.

A ausência de O Massacre do Ceu Sangrento no Standard torna mais possível a realização do sonho dos decks de fichas - e The Brother's War trouxe algumas ferramentas de valor poderosas para manter o fluxo de fichas vindo. Boas-vindas de Tocasia são mais cópias de Vampira da Recepcao, com a vantagem da resiliência de não morrer para remoção de criatura, enquanto que Distribuidor de Pelotoes é por si só a recompensa e o habilitador para as fichas. 

Despertar as Matas permite uma explosão de fichas nos turnos mais avançados do jogo, e Nas Trincheiras oferece uma remoção que "não ocupa espaço" em termos de montagem de deck, permitindo interagir com uma ou outra ameaça problemática enquanto se mantém dentro do plano "múltiplas criaturas + bônus".

Jodah, o Unificador trouxe um baralho 5C de Humanos lendários graças à ajuda de Praca dos Herois e Patio Reservado, que embora tenha aparecido por um tempo, não realmente vingou no formato por vários motivos, desde consistência, lentidão e até falta de uma massa crítica de humanos relevantes.

The Brother's War pode ter trazido a resolução para alguns desses problemas. Gwenna, Olhos de Gaia parece ter sido feita para o baralho, permitindo não somente acelerar o Jodah, mas também dobrar a jogada com uma outra criatura de custo até dois (que por sua vez, já logo busca Ashnod, Mecanista da Carne ou Vagante, Artista de Rua). A chegada de Macegal na base de mana certamente é mais um ponto em favor do aumento de consistência da estratégia.

 

E quanto a vocês, leitores, o que acharam das decklists aqui apresentadas? Mudariam alguma coisa nelas? E em relação aos outros arquétipos, sentiram falta de algum que não tenha sido citado? Compartilhem suas opiniões nos comentários!

Abraços e até a próxima!