Neste mês teremos um dos eventos mais importantes do Pioneer, desde o Regional Players Tour, lá no começo de 2020. Acontecerá por todo o mundo o Showdown, e teremos diversos jogadores mostrando tudo o que sabem sobre esse formato, jogando por vagas no Pro Tour e no Mundial, além de uma premiação em dólares.
Por mais que a nova edição, A Guerra dos Irmãos, será válida e que terá seu impacto, por conta do lançamento ser às vésperas do Showdown, eu espero mais mais um ambiente com os velhos conhecidos do formato, do que necessariamente um mar de novidades, que até podem aparecer, mas com maior peso conforme novas cartas tenham tempo de ser testadas.
No artigo de hoje eu vou discutir detalhes de uma opção que considero bem sólida no formato e que tem detalhes para serem trabalhados, o Rakdos Midrange.
Para quem não conhece, uma breve introdução, o Rakdos midrange é uma opção bem estabelecida no Pioneer e que faz ótimos resultados a um bom tempo. E estilo de jogo lembra os midranges clássicos do Magic, também conhecidos como The Rock, ou o famoso Jund Boomer com DMU ele ganhou Liliana do Veu e Sheoldred, o Apocalipse que deram ainda mais força a estratégia, sendo que Liliana do Véu faz uma “força de presença”, ele não precisa estar nas listas para mudar o ambiente, apenas a opção dela já fez com que as listas de Rakdos mudassem suas 75.
Falando sobre o maindeck, diminuir Liliana do Veu tem sido uma tendência. Isso porque o número de decks agressivos que têm aparecido fazem essa carta cada vez pior. Ela é forte vs controles, combos e midranges maiores, caso do 5c, mas essas estratégias não tem sido tão populares e no lugar delas tem aparecido cada vez mais Mono Green e decks Aggros, onde a planeswalker ainda tem impacto, já que é uma boa carta, mas que vai caindo caso não esteja na sua situação ideal. Mono Green é um ótimo, ela é forte feita cedo e comendo a mão do oponente, mas piora se já tiver alguma mesa do outro lado, já que poucas criaturas doles valem a pena de mandar sacrificar e com facilidade eles atacam em cima da nossa mesa, tornando ela mais difícil de proteger. Versus aggro costuma ser um édito de três mana e não é esse tipo de efeito que eu quero nessa match.
Nas duas matchs que citei Liliana do Véu sendo pior, Kalitas, Traidor de Ghet e Sheoldred, o Apocalipse são ótimas cartas; Ambas bloqueiam bem e punem um oponente que deixa o tempo passar. Além de que são boas cartas forçando o jogo, atacando em cima da mesa do oponente, e nessa postura do maindeck, com mais criaturas, propor o jogo é muito bom, você consegue virar a chave durante o jogo para uma race que o oponente não vai acompanhar. Lembrando que as Fichas de Sangue e outras fontes de draw, com Sheoldred, o Apocalipse na mesa, são uma maneira de ganhar a corrida do oponente, enquanto filtramos as cartas ou geramos card advantage.
Para o slot de remoção flex eu tenho gostado de Abrasao por cada vez mais aparecem Abzan Greasefang e a ascensão do Gruul Edel, com Soberana Celeste, Capitania do Consul, uma carta que temos grande dificuldade de bater e precisa ser respondida rápido.
Esse tem sido o main e confesso que estou feliz com ele, e recomendo bastante para quem for começar a trabalhar nessa estratégia para o Showdown, ou mesmo para um RCQ.
No Sideboard, eu já gostaria de discutir mais opções.
A lista que postei tem um side que considero padrão, sem grandes invenções, o "kit de cóleras variadas", um kit de remoções específicas, hate de grave e cartas de card advantage. Meu problema é que é possível fazer um side mais específico. Especialmente quando falamos de Mono Green.
Mono Green é a match mais complexa do Rakdos, a regra já diz que um midrange tende a perder para um ramp porque o que o midrange faz, no mesmo turno o ramp faz maior, quebrando completamente a curva de power level. No caso do Mono Green Devotion, Nykthos, Shrine to Nyx faz isso muito acima do normal, o que faz com que um turno do Mono Green tenha uma explosão de mana surreal. Nesse plano de side, a melhor carta é Evento de Extincao, que pune quando o Mono Green coloca várias criaturas na mesa, o que ele faz sempre para aumentar a devoção. O problema dessa linha, e sendo sincero, ela funciona se o seu oponente vier mais “justo”, vulgo, não tão rápido, é que ela falha quando o oponente está na play e falha se ele vier rápido. Mãos que fazem Troll cedo, ou Kiora, Invocadora de Behemoths, são bem difíceis de bater nesse plano porque eles vão gerar um nível tão grande de vantagem, que o impacto da Cólera, mesmo feita turno 4, é baixo. Kalitas, Traidor de Ghet, Sheoldred, o Apocalipse já são cartas que punem um adversário que abriu mais lento. Uma mesa que já tenha Coletor do Dizimo de Sangue e depois tem um Kalitas entrando, é potencial para dominar um jogo lento, mas perde para o mesmo cenário. Meu ponto é, você usa um slot genérico do side para vencer uma match que pode ser 10% do evento, enquanto talvez pudesse usar slots dedicados, como Queda Epica e Zumbi Ceifador de Vidas, para realmente vencer essa match. Coagir é outra opção genérica para pressionar os planeswalkers do Mono Green, novamente, uma opção genérica.
Não estou falando que você devia colocar Queda Epica e o Zumbi Ceifador de Vidas, mas questionar seus slot de side para um grande evento e sentar para testá-los.
Outro slot de discussão é o de hate de cemitério. Rabecao Clandestino é uma ótima carta, mas tanto Izzet Fênix, quanto Abzan Greasefang resolvem essa carta com facilidade. Inclusive sendo decks que mudam seus planos de side já prevendo que virá um hate. Você pode começar a testar outras respostas menos no radar, como Linha de Forca do Vacuo, que sai bastante do plano de Abrasao do Izzet, ou mesmo Dar Branco, que como hate não é tão forte, mas pega algo em comum do Izzet e do Abzan, o fato deles virem mais resilientes pós side, e aí você sobe um hate que faz 2 pra 1 e pune um oponente mais lento. Inclusive, eu gosto de como Dar Branco me abre mais slots como descarte, porque dependendo do meu plano de side, eu posso não usar Coagir e usar Dar Branco. Outra ideia é ir responder no foco, eu gosto bem mais de Abrasão contra Abzan, do que de hate de cemitério, porque essa carta quebra o combo e responde o jogo pós side com Carruagem de Esika.
Por fim, Quebrabanco Justiceiro é um ótimo side para a mirror de Rakdos por punir a Liliana do Veu, seja sendo uma opção para atacá-la, seja recompondo a mão, mas em um ambiente com mais UWs, ou mais cópias de Abrasao na mirror, aumentar planeswalkers pode ser melhor. Sorin, o Infeliz é muito bom, mas Jaya, Negociadora Flamejante é incrível, inclusive não tendo o perigo de tomar um Pisar bobo. Jaya faz corpo na mesa e é uma fonte de card advantage, além de um ultimate que vence jogos.
Pensando em um plano mais agressivo, poderíamos ir assim:
4 Linha de Forca do Vacuo
2 Jaya, Negociadora Flamejante
2 Queda Epica
3 Dar Branco
2 Hidetsugu, o Grande Devorador
Ainda que seja muita aguda essa linha e ter slot genéricos tem suas vantagens, eu gosto de testar cartas que possam ter grande impacto em matchs que estejam sendo difíceis. Convido vocês a fazerem o mesmo, qual carta tem maior impacto em cada match?
Até mais!
Ruda
Seria muito bom pro magic no Brasil, se a liga proporcionasse mais decks budget pra jogar nas lojinhas. Faria mt mais sentido e dava um gás legal no jogo.
Acho que é pelo corpo com destreza. Ele deu a opção dela no lugar de um sorin, a comparação é mais próxima.