Olá galera, vou fazer aqui um exercício lúdico através de 3 situações que vivi, mas todas giram em torno de uma mesma questão: quando não sabemos o que fazer e temos somente 1 de vida, a não ser se defender e esperar pela derrota ou... não? O que fazer? Desistir ou acreditar? Há regra ou não? Boa leitura e acredite no texto, se puder.
******Um de vida*******
- Uma partida perdida no Arena
Sim, eu estava jogando com uma partida de BO1 com um deck URG no Arena em 2021. No início do jogo consegui jogar uma criatura UG que colocava uma serpente verde ao final do turno. A criatura possui vários efeitos, mas isso não importava. O jogo estava aparentemente controlado naquele momento. Estava com Koma, Cosmos Serpent.
Estava quase ganhando e meu oponente pouco fazia, não entendi nada. Foi aí que comecei a desconfiar. Era um deck de combo. Ele conseguiu baixar um artefato branco que colocava um marcador em um terreno, que virava criatura. O marcador indicava que ele não podia perder o jogo. Ele estava com The Book of Exalted Deeds.
Era claro que a derrota era certa. Se eu não pudesse destruir o terreno eu iria perder por não ter mais cartas no deck. Mas nem sempre a derrota é certa.
Comecei a bater e nem liguei. Sempre procurando neutralizar as outras ameaças. Mas não tinha como vencer... até que me lembrei que havia uma carta. Poderia ajudar a tal carta?
E sempre o oponente dava um “Ops” ou indicava algo como “não há como me vencer”. Eu continuei mesmo assim...
Batia e nada...
Batia e nada. Estava ficando sem cartas, O oponente já estava negativo e continuava me ironizando. Dava raiva. Mas continuei paciente.
Procurei ficar com alguns counters na mão por precaução.
Finalmente a carta veio. Era Kiora Supera a Deusa do Mar. No turno I criei a Serpente. Agora era torcer para chegar no turno III da saga.
Turno II da saga e nada do oponente fazer algo. Suspense.
Turno III. Sabe o que fiz? Roubei o terreno com o marcador. O terreno era o Faceless Haven, pronto!!! Ele perdeu o jogo. O impossível aconteceu, ganhei de alguém que não podia perder o jogo. Vibrei como nunca na cadeira! Yes!!!
- Uma partida ganha no Arena
Dessa vez eu resolvi brincar e jogar um BO1 com o deck de combo, utilizando o The Book of Exalted Deeds.
Joguei sério. O combo estava torto. Era “se veio legal, beleza, se não veio eu continuo brincando”.
Odeio ficar ironizando. O meu deck era um mono White com o combo no meio. Estava muito torto o deck.
Estava quase perdendo quando o combo veio. Executei o combo. Mas o oponente continuou batendo.
1 de vida.
-100 de vida.
-550 de vida
-5.000 de vida.
-25.000 de vida (isso mesmo)... Loucura, loucura!!!
O oponente tinha milhares de criaturas e só atacava. Batia... Batia...
Não ironizo nunca o meu oponente. Odeio fazer isso. Até que...
Ele me agradeceu, e pouco antes de acabar o deck, desistiu.
Foi uma vitória com uma carta injusta, ou forte demais. O que decidi: nunca mais jogar com o combo em homenagem ao meu oponente. Não quero ganhar assim.
Essa partida foi similar a uma que joguei no magic de mesa, usando o Platinum Angel anos antes. Na época ganhei, mas o anjo era mais fácil de matar por conta da quantidade de opções existentes. Para destruir um terreno(Faceless Haven), a quantidade de opções é muito menor. Com o anjo eu ainda continuei jogando, ganhei e perdi. Foram partidas justas.
- A partida quase perdida na real.
Era um FNM, mais um de muitos na minha vida e naquele dia eu estava com um deck maluco. Nem me lembro exatamente qual era o deck, mas eu estava feliz. O deck era meio lento e tinha uma curva de mana ‘torta”. Não tive tempo de ajustar o deck e o que mais importa era se divertir.
Game 1. Em 6-7 turnos eu estava com 1 de vida, derrota certa. Mas de alguma forma eu consegui neutralizar meu oponente.
Ficou com 19 de vida...
Depois 15...
Depois 10...
Depois 5...
Parei e olhei para meu oponente e disse:
-Eu acho que consegui empatar o jogo.
Ficamos 1 de vida cada um.
Se ele conseguisse me atacar, ganhava. Do contrário, eu ganhava.
Neutralizei ele mas não conseguia atacar. Eu não estava de controle, era um RG torto.
Resolvi atacar! Ataquei e ganhei.
Ele me olhou incrédulo e disse:
-Caraca, não acredito. Você estava com 1 de vida.
No game seguinte ele ganhou e acabou o tempo da partida. Eu ainda estava em choque depois de ter ganho a primeira partida de forma épica. Isso me desconcentrou para o segundo game.
Foi um a um no fim. Mas aquele game foi inesquecível. Acreditei. Acreditei. Estava perdido. Quase perdido.
E agora o que pensar?
Aprendi que ter calma e controlar as emoções em excesso podem ajudar.
É sempre bom pesquisar e ter opções no deck.
Nunca ache que a partida está ganha antes de acabar de fato.
E acima de tudo aprendi que mesmo na vitória é necessário ter dignidade. Valorizar a sua vitória seja por sorte ou não é importante, mas não me dá o direito de humilhar meu oponente.
Mesmo estando com 1 de vida você pode e deve acreditar. Vida é recurso dependendo de como você a utiliza.
Jogue feliz. Estar com o 1 de vida não é o fim do mundo, ou será? Desesperar jamais.
Resolvi testar. Joguei na criatura equipada e o oponente ainda vivo com -11 de vida. Mal a mágica resolveu e o avatar dele explodiu no Arena, eu fiquei muito feliz com essa jogada e não ter me desesperado.
Ler me fez lembrar de quando voltei a jogar, era kaladesh pra frente o standard, e estava de uw cycling, sem Teferi e com Lyra no lugar, uma vez peguei um mono red que me levou a 1 de vida, baixei a Lyra, e virei o jogo porquê ele não conseguiu me matar.
Como meu pai dizia, nunca desista, disse uma ovelha no meio de 50 lobos XD. Brincadeira, a partida só acaba quando termina, não desista nunca!