E aí, galera, tudo bem? Aqui quem vos escreve é o Heli e hoje venho fazer uma análise das mudanças que o ciclo de portões da edição Commander Legends: Batalha por Portal de Baldur estão fazendo no formato. Claro que é cedo para dizer que são opções definitivas, mas também não sei o quanto meu amigo Ricardo Mattana estava certo ao chamar de “delírio coletivo” o uso desses terrenos. Tenho que admitir que, durante um tempo, compartilhei desse pensamento. Quando as primeiras listas começaram a aparecer, transpareciam aquela aura de teste, onde várias peças juntas parecem não fazer sentido. Entretanto, as coisas começaram a mudar e as listas estão se aprimorando, a ponto de redesenhar decks clássicos do formato.

 

Antes de vermos listas, vamos analisar os portões em si. Foram sete terrenos lançados, sendo que cinco deles são similares. Esses cinco portões geram uma mana com até duas opções de cores, sendo uma fixa e a outra o jogador escolhe quando o terreno entra em campo. Acaba que esses terrenos em si não são diferentes das Thriving lands que saíram em Jumpstart. O Portao do Deposito entra desvirado, gera mana incolor, pode ser usado como filtro e pode gerar tesouros em conjuntos com os outros portões, mostrando-se uma opção bem interessante para gerar várias cores de mana. Porém, o grande motivo de todos esses terrenos serem interessantes é o Portao do Basilisco. Entrando desvirado e gerando uma mana incolor já facilita seu uso, porém sua habilidade ativada de pagar duas manas e dar +X/+X para uma criatura, onde X é o número de portões que você controla, é surpreendentemente boa! Mesmo que sua ativação só possa ser feita em velocidade de feitiço, não chega a ser um problema, pois exige uma resposta instantânea do seu oponente. É claro que um número elevado de portões potencializa as ativações, porém dois ou três já trazem um resultado bem incisivo, agredindo muito bem os pontos de vida dos oponentes.

 

 

    

 

 

Importante reforçar que já temos terrenos com o subtipo “portão”, sendo os originais lançados em Retorno a Ravnica. Mesmo não sendo necessários, podem ser uma opção viável caso você queira mais manas daquelas cores em específico. Sobre o design desses novos portões, mais precisamente do Portao do Basilisco, eu fiquei intrigado. Esses terrenos normalmente são voltados ao limitado, visando corrigir as questões de mana do formato, especialmente nesse limitado adaptado ao Commander. Considerando esse cenário, não vejo decks rodando muito mais do que três desses terrenos, sendo que o do Basilisco não seria uma escolha óbvia por gerar apenas mana incolor. Será que Pauper influenciou minimamente? Eu sei que estou sendo bem otimista, afinal são sete anos dedicados ao formato, então sempre tenho esperanças.

 

 

As mudanças começaram a ser notadas no Challenge do dia 02/07, no qual o jogador com o nick Zoohn abriu 5-0 no suíço e terminou 8-0, vencendo o evento com uma lista de Esper Bully Gates! Vejam a lista:

 

 

O Falcao do Esquadrao é sempre uma boa saída no Bully por sua evasão e vir em múltiplos, além de ter uma sinergia absurda com a Tempestade Cerebral. O Gato Sagrado ressurgiu nessa lista sendo uma criatura que, além de necessitar de duas remoções, ainda pode te dar pontos de vida essenciais em algumas partidas. É claro que o Guardiao do Pacto das Guildas ainda é a melhor criatura para jogos, porém esse deck apresenta um pelo pacote de proteção a esse plano de jogo. Tendo um playset de Contramagica, o deck gera um bom número de recursos com a combinação de Analise Profunda e A Era Moderna. Jornada a Lugar Nenhum se mostra bem posicionada no atual metagame e a Dadiva de Orzhova é aquela adição marota que deve te trazer muitas alegrias. O pacote de treze portões parece estar na medida, corrigindo a base de mana e ainda propiciando uma boa ameaça pelo Portao do Basilisco. No sideboard a maior surpresa fica pelo uso do Agente Deteriorado, que não tenho certeza em qual partida seja a melhor – talvez em jogos onde seu oponente tenha bons bloqueadores e/ou poucas remoções.

 

Durante a pesquisa para esse artigo, encontrei duas listas lançadas no MTGGoldfish antes desse Challenge, mas sem vínculo com eventos. No dia 26/05 o jogador Kinka subiu uma lista de Boros Bully e em 22/06 o Watz subiu uma lista de Infected Gates, vejam:

 

 

 

A lista de Boros Bully mantém a mesma base já conhecida, mexendo apenas nos terrenos não básicos, substituindo pelos portões. Agora o deck do Watz merece reconhecimento por criar um 4C Infect com portões! É claro que não vejo o deck como jogável, porém eu acho sensacional quando os jogadores pensam fora do convencional e buscam criar formas diferentes de usar novas adições. O formato está precisando de ideias assim, que forcem o metagame a se reinventar.

 

Considerando esse cenário de inovação, o jogador 420dragon deve ter se sentido inspirado pela lista do watz e criou o seguinte: