O Standard tem dois momentos catárticos, quando a rotação vai acontecer e damos adeus a várias cartas e quando a rotação acontece e temos um rio de novidades, das cartas novas às antigas que precisamos reavaliar. Esses momentos sempre me marcaram bastante por me fazerem pensar como usei alguma carta até então e como vi o desenvolvimento de alguma estratégia.
O texto de hoje e o próximo estão abordando essa virada do formato. Hoje eu vou falar sobre cartas que me marcaram e que irão embora, seja as que vão deixar muita saudades,as que gostaria de ver em outros formatos, ou aquelas que eu odiava ver do outro lado e querendo ou não, mudavam a maneira que jogávamos o Standard.
Apenas lembrando que nessa rotação irão embora Zendikar Rising, Kaldheim, Strixhaven e Dungeon and Dragons: Adventures in the Forgotten Realms. Ficando Innistrad: Midnight Hunt, Innistrad: Crimson Vow, Kamigawa: Neon Dinasty e Streets of New Capenna.
Começando por aquelas que deixaram um quentinho no peito.
Lançada em Zendikar Rising, Aspirante a Luminarca foi instantaneamente colocada em toda estratégia agressiva que usava a cor branca. Ela quebra a paridade de poder das criaturas e te ajuda a empurrar mais dano a cada combate. Obrigando o adversário a respondê-la o quanto antes. Inclusive, ela tomou nerf para formatos digitais, desencadeando no final do turno, não influenciando no combate tão rápido. Mas ela não está aqui só pelas suas qualidades em decks agressivos. Aspirante a Luminarca também bateu carteirinha em várias listas midrange, sendo o drop agressivo que o deck queria para usar suas remoções em uma abordagem mais tempo, abrindo caminho para uma mesa que crescia todo turno, algo parecido com o que midranges fizeram com Tarmogoyf por muito tempo.
Essa vai deixar muita saudade, ainda que já apareça em outros formatos, como Pioneer e Historic, justamente quebrando a paridade das mesas e empurrando cada vez mais dano.
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4. Modal
Essa posição não ficou exatamente para uma carta, mas para todas que tem essa habilidade. As cartas modais foram lançadas em Zendikar Rising e são um dos melhores designs já feitos no Magic. Modal é uma mágica que de um lado é um terreno e de outro uma mágica/criatura. Essa mecânica é maravilhosa porque ataca diretamente no pior problema do Magic, mana. Eu gosto muito de como trabalhar seus terrenos enquanto recurso é uma arte e é uma das grandes qualidade de bons jogadores. Mas é também o que pode gerar não-jogos de Magic e uma das situações mais frustrantes que um jogador pode passar. Modal dribla isso, se vem cedo, pode ser um terreno e evita que eu não tenha recursos, se vem tarde, é uma mágica. Eu perdi a conta de quantos jogos dei keep em mãos “ruins” que ficaram ótimas por conta de alguma Modal, ou jogos que eu perderia por flood e que ganhei por vir uma mágica Modal. Mamute de Kazandu foi a que mais usei e estará para sempre em meu coração.
Essas mágicas tem uma habilidade tão forte que jogam bastante em outros formatos, inclusive sendo o catalisador dos banimentos de Espiao de Balaustrada e Informante do Submundo no Pioneer, em um deck que millava a si mesmo.
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Uma das cantrips mais fortes do Magic atual não poderia ficar de fora da minha lista. Por mais que eu normalmente tenha jogado contra ela, essa staple também me deu vários dias felizes, especialmente no Grixis Vampires. Diego Ganev e Bruno “Oreia”, dois jogadores que recomendo muito conhecer, definiram a carta como um “Revirar o Tempo que não precisa de set up”, com as devidas proporções, a carta cava fundo, gera card advantage e não precisa de um cemitério para ser feita por duas manas. Iteracao Expressiva foi a melhor carta de 2021 que não estava em Modern Horizons 2, ainda que tenha tido um impacto parecido com o dessa coleção.
Iteração Expressiva foi banida no Pioneer, pagando pelos pecados de Esquadrinhar e tem um impacto gigante em todos os formatos que é válida. Sendo uma das grandes staples que passou pelo Standard.
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2. Manlands
Chegando perto da nossa primeira colocação eu vou novamente usar a cartada de colocar um “grupo”. O Sanduba tem um artigo fantástico sobre porque os manlands (terrenos que viram criatura) são tão fortes e eu recomendo muito a leitura. Mas basicamente você driblar um flood com terrenos que tem utilidade é uma das melhores maneiras de combater a variância no Magic. Fora isso, todos os manlands de Dungeon and Dragons: Adventures in the Forgotten Realms viram algum jogo, claro que Covil do Bugurso foi muito além e até hoje joga muito bem, mas em algum grau todos jogaram simplesmente por serem boas cartas. Eu não imagino meus decks Pioneer sem eles e serão staples eternas.
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Desde o primeiro dia que essa carta foi válida eu usei ela. Primeiro no Gruul, depois no Izzet Dragons e conforme ia passando o tempo eu continuava usando o Dragao da Ponte Dourada. Neste momento do Standard, ele está no melhor deck do formato, Jeskai Hinata e é uma parte importante do deck, justamente pelo o que o fez uma carta tão incrível, clock e tempo advantage. É a clássica carta que quando você desvira com ela, você provavelmente vai ganhar e pela habilidade de gerar Tesouros quando é alvo, ele é uma carta bem fácil de proteger. Em um universo onde meu oponente não anule o Dragão, ele simplesmente é dificílimo de ser batido e cada turno te deixa mais na frente. Primeiro com Brasolamina, depois com counters e agora com Magma Opus, foi muito bom aproveitar seu potencial, velho amigo, e nos veremos algum dia.
Curiosamente ele não vê muito jogo fora do Standard, o que é uma ótima notícia para quem quer adquirir um. Mas eu considero a carta fortíssima e acredito que pode jogar em alguma versão de Big Red ou mesmo se o Jeskai Hinata conseguir se adaptar a outro formato.
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Esses foram os que sentirei falta. Porque agora eu listarei outro Top 5, não necessariamente em ordem, dos que estou feliz de ver indo embora.
Falei do Jeskai Hinata e meu deus como odeio Magma Opus. Graças a Hinata, Coroada pela Aurora é possível fazer Magma Opus por apenas duas manas e de preferência logo em sequência a lenda. A explosão de mana que essa jogada permite, gerando muito card advantage e colocar o oponente muito à frente gera uma série de jogadas frustrantes. Provavelmente se eu jogasse mais de Jeskai adoraria a carta, mas estando sempre do outro lado, fica meu ódio especial a essa que ainda consegue ver jogos em outros formatos e que ainda deve me perseguir nos meus pesadelos.
Arconte de Emeria é outro que tem meu ódio quando está do outro lado (apesar que esse usei muito também). Naya Runas foi meu deck favorito do Standard e o Arconte de Emeria chegou a ser usado de main deck em listas de Esper justamente para parar a ousadia e alegria das Runas. Arconte faz um pequeno lock na partida, premiando quem consegue jogar no turno do oponente, conseguindo assim gerar tempo advantage de dobrar mágicas. Para piorar, ele ainda tem a habilidade quase secreta de taxar terrenos não básicos quando entram em campo, dando um Time Walk. Vai tarde.
O Livro dos Feitos Exaltados tem meu desgosto em uma categoria específica. Eu odeio cartas que são boas apenas quando seu oponente é incapaz de interagir. E geram todo um burburinho em volta, um hype sem qualquer justificativa, que acaba sempre em uma grande onda de pedidos de ban. O Livro dos Feitos Exaltados é a definição de tudo o que falei, e esse hype inclusive eclipsou o fato dela gerar fichas, que é uma bela habilidade. Confesso que peguei birra com a carta pelos inúmeros posts falando que ela devia ser banida em todos os formatos. Magic tem várias cartas boas e esperar o metagame acontecer para analisá-las é uma das melhores coisas do jogo.
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Não gostar de uma carta por muitas vezes passa por experiências ruins que temos com elas e com certeza você já perdeu um jogo para um Caranguejo-das-ruinas. UB Rogues foi um dos melhores decks do seu Standard e muitos jogos desse deck passavam pelo Caranguejo-das-ruínas deixando o set up pronto para as cartas do deck darem spike. Nesse sentido eu acho a carta fantástica, é um drop 1 que te acelera para nos turnos 3 e 4 você ter muita vantagem na qualidade das cartas. Ainda sim, tomar vários desse e só ver seu deck indo embora é bem irritante e perder de Mill está entre as piores sensações que já tive.
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A última carta é uma que tenho uma relação complexa e que pensei muito, porque ou ela viria nessa lista de “odiadas”, ou na lista de “amadas”. Lolth, Rainha Aranha demorou um pouco para ver jogo, sendo uma das cartas mais importantes do Mono Black Control com Sangue na Neve. Nessa eu odiava jogar versus Lolth, Rainha Aranha, porque ela fazia o deck se debater por muito tempo, até chegar o O Massacre do Gancho de Carne. Na versão com branco era a mesma coisa, a aranha segurando o jogo enquanto as remoções cantavam. Mas o mundo gira e eu comecei a jogar de BW Midrange no Alchemy, assim que o formato foi lançado, me colocando dessa vez atrás da planeswalker. E a confiança que ela me passa, podendo segurar o jogo e ganhar todo um turno no combate, é maravilhosa. Em O Guia do Mochileiro das Galáxias, uma arma é descrita como “ela foi desenhada para deixar claro que existe um lado para se estar dela”, Lolth, Rainha Aranha é um caso parecido. Amo comigo e odeio do outro lado.
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Com certeza tem várias cartas que entram nessas categorias que falei hoje, e convido você a falar as suas também, até porque considero bem pessoal.
No próximo artigo vou falar sobre cartas que podem ver jogo no próximo Standard.
Até mais!
Ruda
Saudades all spells no pioneiro :( |
Chooora
Saudades all spells no pioneiro :( |
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