Olá, caros planinautas, como estamos prestes a retornar à Dominária, decidi então aproveitar que nosso querido Jodah, Arquimago do mesão, dará as caras para contar um pouco sobre seu passado. Sua história pode ser encontrada na
trilogia dos livros The Ice Age Cycle aqui na Ligamagic.
- THE GATHERING DARK
Jodah nasceu no ano de 413 AR – de acordo com a Contagem Argiviana – algumas gerações após a Explosão Ruinosa de Urza culminando na Guerra dos Irmãos. Sua ascendência era rica, pois provinha de uma linhagem de sangue direta de Urza e Mishra. Essa linhagem familiar veio com a sobrevivente Kayla Bin-Kroog – esposa de Urza – e começou a se estabelecer após o encerramento da guerra. Sua família obtinha sua riqueza com a agricultura na província de Give, antiga Argivo, porém, a explosão do Sylex desencadeou o início da Era das Trevas em Dominária.
A Era das Trevas (Dark Age) antecedeu a Era Glacial e foi marcada pelo declínio dos verões, início do frio e pelo fanatismo religioso que se estabeleceu em Terisiare: a magia e o artifício eram proibidos. O povo temia que um novo Urza ou Mishra se levantasse e devastasse a terra em busca de recursos, devido a isso, os artífices foram caçados e o uso de magia proibido. Foi um período de ignorância, medo e pavor para o povo de Terisiare.
Dentre os membros da família de Jodah, havia o mago Jarsyl. Ele foi o primogênito de Harbin – o suposto filho de Urza ou Mishra – e tataravô de Jodah. Diz a lenda que ele encontrou um portal planar para Phyrexia e nunca mais foi visto após atravessá-lo. No entanto, de uma forma inexplicável, pedaços de seu diário escrito em Phyrexia sobreviveram. Suas anotações acabaram sendo usadas pelo Conclave dos Magos, uma cidadela construída onde anteriormente ficava o Mosteiro de Gix – um mosteiro que abrigava humanos conhecidos como Irmandade de Gix; veneravam Phyrexia e foram responsáveis pelo declínio do império de Mishra.
Com a aproximação da Era Glacial, as plantações começaram a minguar. A riqueza da família de Jodah começou a declinar e eles se viram forçados a abandonar sua propriedade quando ele ainda era jovem. A princípio, Jodah apenas manipulava o mana branco e após iniciar seus estudos com o mago Voska – que controlava o mana vermelho – recebeu o lendário espelho mágico.
- A IGREJA DE TAL
Para entendermos um pouco mais do contexto da coleção The Dark (coleção onde se passou os eventos da Era das Trevas), precisamos entender como surgiu a inquisição religiosa daquele tempo.
A Era das Trevas não foi somente marcada pelos dias mais escuros, literalmente, mas também pela inquisição e purificação que surgiu com a Igreja de Tal, caçando os magos pelo continente. Essa religião foi marcada pelo notório pavor e ódio pelos praticantes de magia e artifício cujo símbolo eram explosões de sol gêmeas. Seu código era: Suffer not a magician to live.
Embora tenha surgido em Terisiare, parece que a igreja expandiu suas crenças através dos Domínios (Os Domínios são uma região geográfica vagamente definida em Dominária, que inclui o continente de Aerona e o arquipélago a leste e é separado de Corondor pelo Mar Ocidental) já que encontramos textos sobre seus escritos religiosos, conhecido como O Livro de Tal.
De acordo com estudiosos de Novo Argivo, a igreja teve início como uma religião em Yotia, antes da Guerra dos Irmãos cuja adoração era voltada para o deus do sol. Com a devastação após a guerra, o povo voltou-se para a religião em busca de respostas e em meados de 430 AR., Tal regia com mão de ferro as cidades-estados da época. Essa religião testemunhou a desolação causada pela guerra de Urza, sem contar que havia rumores que a destruição de Argoth fora causada por magia; isso bastou para que o lema “Suffer not a magician to live” se tornasse o arcabouço da crença e embora não possua uma tradução oficial, a ideia seria algo mais ou menos assim: não permita que um mago viva.
A igreja cresceu e estabeleceu seu poder pelo continente e no Oriente. Nascia a fusão entre Igreja e Estado em Terisiare, fazendo com que a Igreja de Tal tivesse influência ao ponto de estabelecer a lei em algumas cidades. Leis que nasceram de sua doutrina religiosa e fundamentalismo que se espalhava entre os adeptos, criando uma doutrina moral estrita e de perseguição aos magos, artífices e outras crenças.
A Igreja de Tal e seus zelotes tinham tanto poder e influência que conseguiram exterminar o Conclave dos Magos. O uso de magia e artifício era praticado em segredo pelas pessoas e o Conclave funcionava como abrigo para os praticantes. Além deste, houve também a Cidade das Sombras em Lat-Nam, porém com menos estrutura. O Conclave dos Magos foi destruído por um ataque surpresa da Igreja de Tal combinado com a fúria de Lorde Ith.
Era dito que o Conclave dos Magos era cercado pelo labirinto de Ith – uma forma protetiva contra invasões – mas Ith acabou sendo selado dentro da cidadela o que provocou sua fúria. Com o fim do Conclave dos Magos, os sobreviventes viajaram para a Cidade das Sombras.
Com o fim da Era das Trevas, a igreja descobriu que praticava magia sem saber. Seus seguidores descobriram que diversas orações litúrgicas, na verdade, eram feitiços brancos e após isso, a mão de ferro da igreja afrouxava-se. Houve maior tolerância aos praticantes de magia e os líderes da igreja ajudaram a sociedade de várias maneiras, antes que essa religião chegasse ao seu fim com o advento da Era Glacial.
Voltando a Jodah
Ele e seu antigo mentor, Voska, foram caçados pela Igreja e capturados, mas Jodah conseguiu escapar e ficou à deriva, vagando pela região na esperança de se reencontrar com seu mestre. Durante suas andanças, ele teve que se esconder de um grupo de goblins e mergulhou em uma fonte há muito abandonada. Suas águas mágicas retardaram seu envelhecimento e levou anos até que alguém percebesse isso.
A peregrinação de
Jodah acabou quando ele soube da execução de
Voska pela Igreja. Ele decidiu partir para a
Cidade das Sombras, acompanhado da maga, Sima. Mas durante a viagem, Jodah foi capturado por um grupo de tritões que posteriormente, o trocaram por um artefato. Os tritões encontraram-se com o
Rag Man (Trapeiro) e trocaram Jodah pelo elmo do coral. O
Trapeiro o levou por um caminho seguro até o Conclave dos Magos. Sem entender todos esses eventos, Jodah estava feliz por ter se encontrado com um grupo de magos que poderiam ensiná-lo. Nessa época, o
Conclave dos Magos era liderado por
Mairsil, o Impostor, que testou
Jodah antes que este fosse aceito na escola.
Sem que soubesse, Jodah agora fazia parte de uma trama maior. O Trapeiro havia sido enviado por Lorde Ith, ex-governante do Conclave que fora aprisionado por Mairsil sobre um poço sem fundo dentro do Conclave. Parece que a fama da família de Jodah o precedia, pois até mesmo Mairsil pensou em usá-lo para abrir um portal planar para as Terras Sombrias – um local supostamente visitado por Jarsyl – que Mairsil acreditava que poderia adquirir poder neste lugar.
Mas a trama foi interrompida pelo ataque surpresa da Igreja de Tal. Ao lado de Sima, que o rastreou após ser sequestrado, Jodah foi levado pelo Trapeiro até a prisão de Ith. Jodah libertou o velho arcanista, mas agora este estava ensandecido pelo tempo de aprisionamento em sua cela. Entrando numa fúria assassina, Ith matou Mairsil e o Trapeiro, porém foi detido por Jodah, que usou seu espelho para que Ith voltasse a si.
Embora o ataque tenha sido contido e as forças da Igreja repelidas, o Conclave estava em ruínas. Lorde Ith decidiu vagar pela terra ao invés de reconstruí-lo enquanto os demais magos partiram com Jodah e Sima para a Cidade das Sombras.
- THE ETERNAL ICE
Os anos se passaram e Jodah tornou-se uma pessoa de extrema influência na Cidade das Sombras, eventualmente recebeu o título de arquimago e casou-se com Sima. No entanto, nada na vida de Jodah era simples e fácil; após se tornar “eterno”, ganhando a longevidade pelas águas da fonte, aqueles que viviam ao seu redor morriam enquanto ele continuava a existir. Por não ser um planinauta e sim um simples humano, sua mente começou a perecer e a tristeza e desespero tomaram conta dele.
Na busca por manter sua sanidade, Jodah começou a armazenar suas memórias em seu espelho, drenada de seu apego emocional. Era uma forma de limpar sua mente. Por viver por tanto tempo, ele recebeu o título de Arquimago Eterno e continuou supervisionando a Cidade das Sombras até se transformar na Escola do Ilusionismo.
A Era Glacial teve início e os milênios se passaram. Neste interim, Jodah fora sequestrado pelos primos Gerda Äagesdotter, seu segundo em comando na escola, e Gustha Ebbasdotter a maga real Kjeldorana. Tomados pela inveja de seu poder e iludidos pelas palavras de Lim-Dûl, o Necromante, Jodah foi entregue ao necromante que confundiu o cérebro dele usando pólen de Fyndhorn. Lim-Dûl fez com que ele acreditasse ser uma criatura invocada (lembre-se que nessa época, Magic ainda tinha a ideia de confrontos de magos e que as invocações traziam criaturas de outros planos para obedecer às vontades dos magos. Isso foi um conceito que permaneceu por um bom tempo durante o Lore do jogo e o forçou a realizar pesquisas de magia para ele; seu alvo era especificamente o plano andarilho de Shandalar e formas de derrotar planinautas.
Jodah acabou sendo salvo por Jaya Balard, que na época era ainda uma maga inexperiente. Logo após isso, mais uma vez, Jodah foi sequestrado! Isso aconteceu antes que terminasse seu ritual de purificação das memórias, o que começou a deixá-lo louco. Jaya então decidiu invocar Freyalise – que na época era tida como deusa – e pediu para que o curasse, criando assim uma dívida entre os dois e a planinauta.
Os planos de Lim-Dûl foram descobertos e Jodah, junto com Jaya, partiram para Kjeld para convencer a elite governante do iminente perigo. Todavia, a tarefa não foi fácil, pois os Kjeldoranos não acreditavam que o necromante fosse, de fato, uma ameaça. Alguns até acreditavam que ele poderia ser um poderoso aliado contra os Balduvianos – uma tribo de bárbaros que Jodah acreditava que deveriam se unir ao império de Kjeldor.
A tentativa dessa aliança seria um fracasso se não fosse pela ganância do próprio Lim-Dûl. A influência do necromante havia chegado à Ordem de Stromgald, um movimento político de Kjeldor cujo nome deriva do lendário cavaleiro Márton Stromgald. Sua criação partiu de um ex-cavaleiro Kjeldoriano, Avram Garrison, e apregoavam interesses políticos que temiam a vontade enfraquecida do rei Darien. No entanto, sob essa máscara de mentira, as raízes da Ordem eram malignas. Além de Avram, a Ordem tinha sido criada com a ajuda de Lim-Dûl que pretendia aplicar um golpe de Estado, assassinando Darien e acelerando a vitória do necromante com o enfraquecimento da estrutura política da nação.
Mas o golpe falhou! Graças à intervenção oportuna de Jodah, Jaya, Gustha e Varchild, o golpe falhou, mas a ameaça convenceu o rei Darien da verdade nos avisos de Jodah. Quando a próxima primavera surgiu, o conflito veio à tona numa batalha entre as hordas de mortos-vivos de Lim-Dûl e a aliança Kjeldorana-Balduviana. Foi nessa batalha que Jodah enfrentou Lim-Dûl, onde a verdade acabou se revelando.
Lim-Dûl não passava de uma marionete. Após a morte de Mairsil, ele havia aprisionado sua essência dentro de seu anel de rubi (onde eu já li isso antes?) e após anos, fora encontrado pelo ex-soldado, Lim-Dûl. O necromante era na verdade uma amalgama ambulante, cuja fonte de poder provinha de outro ser, ainda pior do que Mairsil: Leshrac, Andarilho da Noite.
A vingança de Jodah teve que esperar, pois Leshrac surgiu durante o confronto. O planinauta estava descontente como o necromante havia desperdiçado seus exércitos em Kjeld, pois o alvo do planinauta era Shandalar. Leshrac cortou o vínculo com Mairsil quando cortou o braço do necromante, depois o levou para Phyrexia para ser recriado.
A nação de Kjeldor respirava aliviada agora, contudo, ainda havia outro inimigo mortal: o gelo. Após eras, Freyalise decidiu que era hora de pôr um basta na Era Glacial e iniciou os preparativos para a Mágica Universal. Indo atrás de Jodah, ela exigiu seu espelho como forma de pagamento por ter curado-o. Após a utilização do espelho, a planinauta o devolveu, porém Jodah sentia que ele havia sido alterado e por um tempo, ele não voltou a usá-lo.
Aquele era o fim da Era Glacial e após o feitiço, Leshrac, Tevesh e Lim-Dûl partiram para Shandalar.
- THE SHATTERED ALIANCE
Vinte anos após o Degelo, Jodah foi visitado novamente por Jaya, que trouxe a ele uma mão enrugada e decepada: a mão de Lim-Dûl com o dedo anelar faltando. Temendo que Mairsil encontrasse um novo hospedeiro ainda mais poderosos, o dois partiram para reencontrar o dedo faltante. Durante essa missão, Jodah mais uma vez forjou uma aliança entre Kjeldor e Balduvia, mas dessa vez contra a general Varchild, que agora era uma renegada. A aliança foi selada através de uma fusão dinástica entre o casamento de Lothar Lovisason, filho de Lovisa Coldeyes, e Alexandrite, filha do rei Darien.
Teve início a era de Novo Argivo.
A busca por Mairsil os levou à cidade-estado Soldevi. Um povo de mecanicistas que amavam artefatos e realizavam escavações em busca de maquinários antigos. Mas onde há artefatos, sempre há aqueles que os veneram. Jodah se deparou com os Adnatos Soldevianos – um culto religioso que aspirava à completação - e descobriu que eles tinham acesso às Bestas de Guerra Phyrexianas que foram escavadas nos sítios de escavação.
Logo após a descoberta,
Jaya Ballard esfaqueou
Jodah, revelando que ela era a nova hospedeira de
Mairsil. Os adnatos usaram o sangue de
Jodah – devido ao vínculo distante com
Urza, inimigo mortal de
Phyrexia – para ativar as bestas de guerra, que assumiram as bestas de vapor
Soldevianas. As bestas ganharam vida, mas
Soldevi foi devastada e as máquinas de
Arcum Dogson, foram culpadas pelo massacre; após a assolação da cidade-estado, as máquinas se teletransportaram para a
Escola do Ilusionismo devastando o local também.
Sem opções, Jodah teve que usar seu antigo espelho. O artefato foi capaz de amplificar sua magia e curá-lo, mas ele descobriu que Freyalise havia alterado o espelho. A planinauta percebeu que alguém próxima a ela tinha a centelha e acreditou que fosse Jodah. Mas como Jodah sempre teve uma atitude irreverente com planinautas, ela encantou o espelho para que desencadeasse a centelha de quem o usasse. Mas Jodah nunca teve a centelha e conseguiu escapar do feitiço.
Agora, o arquimago eterno se deparava com uma Jaya extremamente poderosa. Após um intenso duelo, Jodah esmagou o espelho no rosto de Jaya. A energia do feitiço de Freyalise foi liberada, queimando a essência de Mairsil e Lim-Dûl, desencadeando a centelha de Jaya.
Depois de ascender como planinauta, Jaya ajudou Jodah a derrotar as bestas que destruíram a Escola do Ilusionismo. Jodah decidiu, como Ith antes dele, que a reclusão da Escola não tinha sido o caminho certo e optou por não reconstruí-la. Com os magos sobreviventes viajando para outros continentes e Jaya atravessando os planos, Jodah optou por espalhar rumores e mentiras sobre si mesmo para se esconder atrás de mitos e lendas.
Depois do fim da Era Glacial, Jodah desapareceu e fez algumas aparições esporádicas. Dizem que ele se encontrou com Urza, após este retornar para Dominária com o início do Degelo. Urza queria a ajuda dele, mas Jodah percebeu que o planinauta estava ensandecido – o retorno de Urza é mencionado no livro Planeswalker sendo a última vez que esteve em Dominária durante a batalha de Argoth.
Jodah não apareceu durante a Invasão Phyrexiana, mas é dito que estava vivo.
Ele finalmente retornou durante os eventos de Caos Planar. De alguma forma, provavelmente por vidência, ele descobriu que Jhoira chegaria a Urborg e a esperou lá. Quando eles se conheceram, ele se ofereceu para ajudá-la em sua busca para impedir a deterioração do continuum espaço-tempo de Dominária. Ele havia criado um novo espelho que era uma cópia perfeita do que havia recebido de Voska quase 4.000 anos antes. Ele finalmente deu este espelho para Freyalise, esperando que ela pudesse usá-lo para curar o mundo como ela havia feito antes, mas Freyalise descartou o item, alegando que não poderia fazer o trabalho. Embora ele não tenha se juntado a ela durante todos os eventos de Caos Planar, eles começaram um relacionamento que não deu certo.
Após a Emenda de Dominária, Jhoira foi atrás de Jodah e disse que ele era um Jodah diferente do qual havia lido, o que foi confirmado pelo próprio Jodah. Por ser “eterno” surgiram lendas ao redor dele, uma delas alegando que houve vários Jodah, e que eles apenas tomavam o nome para si como um título. A confirmação de Jodah em Caos Planar deixa uma interrogação sobre se este Jodah que atualmente conhecemos é o mesmo Jodah de 4000 anos antes, ou um Jodah de outra linha temporal.
Atualmente, o
Arquimago Eterno se esconde através das lendas de seu nome e reside em
Tolaria Ocidental, evitando se intrometer nos assuntos do plano, optando pela reclusão.
Bem, isso até agora...