Hora do Pauper - Artefato é o novo Azul
Avaliando a evolução do metagame após os últimos banimentos
19/05/2022 10:05 - 7.564 visualizações - 5 comentários
E aí, galera, tudo bem? Aqui quem vos escreve é o Heli e hoje venho fazer uma análise sobre como o metagame do formato vem evoluindo. No dia 07/03 tivemos uma atualização da lista de banidas e restritas (aqui) onde Rele Galvanico e Discipulo da Camara foram banidos e Mapa da Expedicao retornou ao formato, sendo o primeiro desbanimento do formato. Nos dois primeiros casos, não chegou a ser uma surpresa, já que, ao banir Atogue, foi evidenciado que as versões de Affinity estavam sufocando a diversidade do Pauper. No caso do Mapa, mesmo sabendo que ele potenciaria o Tron, o impacto real ainda estava incerto.
Em menos de dois meses o Pauper recebeu dois anúncios de banimentos que visavam consistência e falta de interações do Affinity, Tron e Storm. Quando isso aconteceu, fui enfático em dizer que não concordava com as opiniões escolhidas (e continuo não concordando), porém tenho que admitir que o metagame respondeu de forma positiva. Meu ponto de discordância não são as escolhas, mas simplesmente o método adotado para o controle das oscilações. Não quero me alongar nisso, então vamos pensar nas consequências das alterações feitas pelo PFP.
Por muitas vezes nos últimos meses o formato ficou sufocado, não conseguindo superar os mesmos problemas de sempre. Entretanto, as atuais mudanças forçaram os jogadores a reinventarem as listas, reaprendendo a encarar velhos conhecidos. É interessante acompanhar essa evolução, pois as diferenças entre os decks mais jogados e os menos jogados não representam as suas reais capacidades ou taxas de vitórias. Segue abaixo alguns números dos Challenge do MTGO com os 10 decks mais jogados:
Para quem possa não ter lido em outros artigos, esses dados vêm de um trabalho feito pela própria comunidade coletando os dados de cada evento. É um projeto criado pelo jogador Pproteus (aqui) e hoje é basicamente a única referência para dados sobre o metagame do formato, já que ele pega todos os decks jogados e não somente o top32. Filtrei os dados dos eventos após o último banimento até o Challenge do dia 07/05. Vemos que todos os eventos desde então foram vencidos por algum desses dez decks. Por mais que alguns números pareçam díspares, vejo que nem sempre eles resumem o momento que o formato está vivendo. Sempre existiu um abismo entre os dois ou três decks mais jogados do formato e isso vem diminuindo gradativamente. Affinity ainda é muito resiliente e, mesmo com banimentos tão representativos, o deck ainda tem mostrado sua força. Entretanto, sua predominância já não é tão evidente e incontestável.
Um ponto interessante para se analisar é que o deck sofreu uma redução em sua taxa de vitórias, ou seja, os banimentos afetaram diretamente a força do deck. A lista que eu apresentei mostra exatamente as mudanças que a build precisou fazer para continuar gerando bons resultados. Ela se adaptou para ser um deck midrange/control, reincorporando o Azul. Já que sua grande sinergia e recursão são amplas, ele consegue exaurir os recursos de seus oponentes, enquanto tira pontos de vida preciosos com os ataques do Impositor Myr. Tendo um pacote desses, porque não adicionar algumas anulações? E assim foi feito. O novo Affinity ainda é um deck extremamente resiliente, forçando boa parte do metagame a ter entre quatro e seis slots de sideboard para lidar com ele.
Falando em resiliência, o UB Fadas ainda persiste como uma boa opção para o metagame. Mesmo com uma estratégia já conhecida e sem grandes adições recentes, o deck consegue se manter como um dos decks mais jogados por ter respostas contra várias estratégias.
A Divida com os Kami arrumou seu espaço no maindeck exatamente para lidar com um tipo de permanente que faz ambas as cores sofrerem. Por ser uma mágica instantânea, acaba sendo versátil o suficiente para ser uma boa resposta e que se encaixa perfeitamente em um metagame onde as melhores criaturas possuem corpos melhores do que as do UB.
Quando o assunto é criaturas relevantes, as versões de Boros estão passeando. Falcao Cintilante e Pescador Celeste Kor formam uma dupla quase perfeita dentro do metagame atual, considerando a quantidade de pedras que compram cartas que temos disponíveis. Em Março eu fiz um artigo (aqui) comentando um pouco mais sobre esse deck e o quanto o Sintetizador Experimental tem se mostrado uma das cartas mais fortes do Pauper.
O que mais me surpreende nesse deck é sua amplitude. O antigo Boros Monarca acaba servindo como referência para as construções atuais, já que a interação com artefatos ainda é sinergia principal do deck. Atualmente, as versões conseguem oscilar entre agressividade e recursividade com uma resiliência que impressiona. Além disso tudo, o deck tem a disposição ótimas remoções e um sideboard excelente.
Até agora, os decks comentados procuram lidar com o plano de jogo do oponente, além de oferecer boas opções para vantagem de cartas. O velho conhecido GW Auras continua firme como um opção agressiva, que visa definir o jogo no menor tempo possível. É um plano relativamente simples, mas que se mostra eficiente atualmente.
Duas cartas estão aparecendo nas listas: Comungar com Espiritos e Companheira Espirituosa. A primeira acaba sendo uma forma de oferecer recursos ao deck e a segunda é uma criatura que se repõe além de também ser um encantamento, o que pode ser relevante já que o deck conta com Mascara Ancestral.
Falando em opções explosivas, não poderia faltar o clássico Mono Red Burn. Nada de tão significativo surgiu para o deck, mas o Epicurista Voldaren se mostrou uma boa opção. Além de ser uma forma simples de causar dano, a ficha de sangue consegue te fazer trocar uma carta morta ou terreno por algo que te faça ganhar o jogo
Esta é a primeira parte dessa atualização do metagame. No próximo artigo quero abordar os outros cinco arquétipos e fechar essa análise do momento em que o formato se encontra. E vocês, o que acham do atual metagame? Está saudável ou não? Os banimentos realmente foram eficientes? Deixem seus comentários! Galera, vou ficando por aqui e espero que tenham gostado da análise. Um abraço a todos e até mais!
Heli Mateus ( helimateus)
Heli Mateus conheceu o Magic em 1998, mas começou a jogar em 2015 quando conheceu oformato Pauper. Hoje é entusiasta do formato e produtor de conteúdo, principalmente como
podcaster sendo cohost do RakdosCast.
Comentários
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(Quote)
- 19/05/2022 17:22:20
A única carta que realmente acho desbalanceada no metagame atual é Deadly Dispute. Tirando ela, acredito que o formato está muito diverso e interessante.
(Quote)
- 19/05/2022 12:43:17
Deck tier por 350,00. Muito legal ver que existe um formato em que isso eh possivel.
(Quote)
- 19/05/2022 11:57:07
Excelente artigo Heli. Apesar de não concordar com alguns banimentos, acho que o formato está saudável agora e muito divertido. Vida longa ao pauper
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