Separe aquela roupa de alta costura, ou um soco inglês bem eficiente, e venha defender sua família mafiosa preferida no mundo de Magic, pois nessa semana teremos o pré lançamento de Ruas de Nova Capenna! Uma coleção estruturada em combinações de 3 cores e muito Halo (aproveitem e deixem nos comentários como vocês dizem “Halo”, eu falo “ralo”).

 

Neste meu artigo vou abordar como poderíamos jogar com cada família, e antes darei uma geral na velocidade deste selado e suas bases de mana. Então vamos lá! Só lembrando que para conferir a galeria de cards, acesse este link, e para entender melhor as mecânicas da coleção, este link. 

 

 

● Turno 1, mana, vai!

 

 

Será? O que posso dizer com certeza sobre Ruas de Nova Capenna é que se trata de um selado lento, porém isso não significa que no primeiro turno não exista criaturas ou outras coisas para se conjurar. Esta coleção traz criaturas de custo 1 em todas as cinco cores, mesmo assim quase nenhuma é muito impactante.

 

As melhores criaturas desse custo, na minha opinião, são Vigarista Hipnotico e Sabujo Dourado. Sendo o primeiro um ótimo defensor inicial (pela resistência 2), que vai podendo crescer e garantir cards extras na mão, e o segundo a criatura mais agressiva de custo baixo que há na coleção (a qual será um inferno para oponentes caso ela caia no turno 1 em campo, difícil de bloquear pelo ameaçar e difícil de matar pela iniciativa).

 

 

Porém percebam que mesmo assim, ambas têm um quê de jogar a longo prazo. O vigarista sendo ótimo para controle de mão e bloqueio até que ele seja oportuno para atacar, e o cão acelerando o jogo e corrigindo um turno de mana colorida. 

 

Além de cards desse tipo, que valham a pena serem conjurados no início, corrijam ao máximo a mana. Pois o ideal é que no turno 3 vocês possuam pelo menos 1 fonte de mana colorida correspondente a cada cor da família e, assim, conjurar os cards multicoloridos delas (claro supondo que o deck tenha 3 cores e que vocês joguem ao redor de uma das cinco famílias. Outras opções, como decks de duas cores, eu vou comentar mais ao fim do artigo).  

  

 

Nos turnos iniciais é ótimo jogar um dos terrenos dos ciclos que pertencem tanto o Circuito de Corridas quanto o Vitrine dos Obscura, ou ainda um terreno raro do novo ciclo de triomas. Assim vocês já garantem aquela preparação delícia para os turnos seguintes. Lembrando ainda que, por exemplo, se eu estou jogando de Obscura, mas possuo um Teatro dos Maestros, o qual também me dá acesso à Pântano e Ilha, eu também o adicionaria ao deck sem dúvidas. 

  

 

Além dessa estratégia, usar os cards do ciclo de exílios da mão também funciona muito bem! Os Bandidos Mascarados, e seus outros quatro similares, permitem uma ação significativa de correção e ainda podem entrar em campo mais tarde. E se vocês ainda não garantiram nada impactante nos turnos um e dois, o terceiro turno deve trazer algo que ferva! Pois agora, em teoria, podemos começar a conjurar os cards multicoloridos das famílias. E então, vamos falar delas.

 

 

  
 

Os mediadores trouxeram a novidade dos Marcadores de Escudo, os quais deixam suas criaturas mais difíceis de serem mortas. Então um Protetor do Voo Acrobatico, por exemplo, pode chegar no susto, bloquear e ainda sair vivinho para atacar depois. Mas o segredo dessa família é usar marcadores em geral: Ao combinarmos o Falco Spara, Tecedor de Pactos ou o Anjo da Metropole com Esgrimista Celebre, por exemplo, temos um motor praticamente constante de novos cards (sim, a Esgrimista Celebre é dos Cabaretti, mas estando nas cores, as Famílias vão se entrelaçar, e isso é ótimo!!!). 

  

 

Não por coincidência, as cartas que eu selecionei de exemplos iniciais para jogar nas cores do Mediadores custam todas 4 manas. Eu escolhi uma média fácil de se observar e comparar como o custo deles é relativamente alto para um poder e resistência que não acompanham esses custos. No caso, eles ganham em habilidades. Ou seja, Mediadores em geral possuem a média de poder e/ou resistência mais baixos, mas são evasivos e difíceis de matar, Esmurrador Rhox com atropelar e Agente do Aliscudo dando voar para outra criatura resumem bem isso.

  

 

Escudos também são ótimos caso a decisão seja uma postura mais defensiva e crescer o jogo até invocar bombas, o ponto principal para não se perder durante a partida é sempre comparar poder e resistência do que está em campo, e qual a melhor hora de atacar ou bloquear com ou sem escudo. Nesse sentido, truques de combate caem como uma luva aos Mediadores. Revelacao de Poder é um exemplar que beneficia a habilidade principal da família e Recusar-se a Ceder pode facilmente salvar alguém que tenha a resistência mais baixa.

  

 

Por fim, se vocês estiverem enfrentando mediadores, procurem a brecha nos escudos. Usem criaturas mais fracas para quebrar o marcador ou habilidades e mágicas que causam dano repetidas vezes. Foquem em remoções de “stasis”, ou seja, aqueles encantamentos que impedem ataque e bloqueio, ou viram a criatura e ela não desvira. Forçar sacrifícios também é uma ótima alternativa que passa pelos escudos. E assim, eliminam-se as ameaças Mediadoras uma por uma.

 

 

  

 

Cabarettis querem a casa cheia! Muitas e muitas criaturas! E com isso, trazendo a habilidade menos complicada entre as famílias: Aliança, onde basta apenas uma criatura entrar em campo, sendo ela ficha ou não, para desencadear os efeitos interessantes dessa habilidade. Seguindo a lógica do que vimos anteriormente, muitas das criaturas Cabaretti também começam com resistência e/ou poder baixos para o custo, e isso será uma constante geral em todas as cores, com uma exceção ou outra. Portanto, as habilidades de cada criatura devem ser aproveitadas ao máximo!

 

Recepcionistas do Baile, por exemplo, é super versátil, com custo baixo e que pode ficar monstruoso com apenas algumas criaturas entrando em campo. Rocco, Chef dos Cabaretti pode puxar uma outra criatura direto do grimório, desencadeando mais e mais efeitos de Aliança! Cidadãos também estarão muito presentes em decks com verde e branco, sendo super bem aproveitados nessa família, já que ela ama fichas de criaturas!

 

Queridinha das Massas melhora os cidadãos, além de criar mais ao atacar. Enquanto um Chefe Guerreiro da Oficina, diretamente emprestado dos Rebiteiros, pode usar o Blitz para aquele ataque inesperado, fornecer card e vida extra e ainda deixar uma ficha 4/4 de presente, desencadeado mais Alianças ainda.

 

  

 

Ou seja, essa família pede criaturas constantemente. Mantenha seu arsenal de invocações todo turno, com Turba em Formacao, por ex, ou criando fichas de criaturas. E procure se beneficiar de habilidades que resolvam mais de uma vez por turno, como a do Solista Fumegante, a qual lhe permite atrair uma criatura adversária a um destino trágico, além de impedir bloqueios e ajudar a esmagar oponentes usando um exército Cabaretti!

 

  

 

Para diminuir os riscos de perder combustível, procurem usar cards 2 em 1: Que sejam uma criatura com algum efeito que viria num feitiço, por exemplo como o Pisoteador de Topiaria, ou então outro tipo de mágica que ainda garanta fichas, como Libacao Luxuosa, a qual é um truque de combate e ainda cria um pacato cidadão. Assim vocês mantêm o jogo de vocês girando, e sempre garantindo pelo menos uma criatura entrando e desencadeando Aliança.

  

 

Ao enfrentar Cabarettis, usem sua vida como recurso deixando passar um dano ou outro e evitem trocas de combate, pois provavelmente a mesa inimiga terá mais criaturas, o que nos força a economizar as nossas. Minhas remoções eu guardaria diretamente para criaturas com Aliança, forçando que oponentes conjurem mais e mais mágicas com Aliança, sem usufruir totalmente de suas habilidades. Remoção em massa também funciona super bem aqui!

 

 

  

 

Essa é a família do ataque surpresa: O oponente acha que tá tranquilo, que a gente não tem criaturas..e PÁ! Vem um dano bem dado na fuça! Outra coisa interessante também, é que muitos custos de Blitz são menores do que o custo do card, o que ajuda a manter uma posição agressiva com baixo gasto de mana. Pugilista Pugnaz pode entrar no turno quatro (ou antes com ajuda de aceleração de mana) e é um 4/4 onde provavelmente nenhuma outra criatura desse tamanho, ou maior, já teria entrado em campo. Além disso, ele ainda deixa um diabinho. :) 
 

Apesar de que ao usar o Blitz nós compramos um card quando a criatura morre, essa habilidade deve ser usada nos momentos certos, pois imaginem o seu Pugilista sendo bloqueado por uma ficha 1/1 ou uma criatura com escudo! Desperdício total. Combinar essas cartas com outras que recompensam sacrifício é um dos melhores jeitos de se tirar proveito do Blitz. Por exemplo, Domínio dos Rebiteiros cria um motor de recuperar criaturas e comprar mais cards (porque aí posso usar Blitz mais à vontade e com mais segurança), Chefe da Forja dá aquele dano extra por turno e Fogo Neles pode ser usado na segunda fase principal (aquela depois do ataque) para terminar o serviço, uma vez que os Maestros nos permitem sacrificar uma criatura para copiar o feitiço, melhor ainda se a gente sacrificar uma a qual já teria de ir embora mesmo.

  

 

Por um lado o Blitz permite ataques surpresa e compras de cards, por outro nós devemos usar nossos recursos constantemente para pagar por essa habilidade + outras coisas, além de lidar com bloqueios. Para contornar isso, principalmente vermelho e verde ajudam a pagar custos criando várias fichas de tesouro, como no card Ladra de Joias, que ainda é uma 3/3 por apenas 3 manas e eficiente tanto para ataques agressivos quanto bloqueio. Ou para lidar com aquelas criaturas e/ou fichas pequenas que iriam causar aquele desperdício mencionado antes, elimine tudo com cards como Bordoeira Noturna.

  

 

Oponente com poucos pontos de vida? Usem queimas para finalizar o jogo ou eliminar criaturas, Chamar um Profissional pode dar aqueles 3 pontos de dano finais, ou matar criaturas que inclusive tenham Escudo, pois o fato de impedir que o dano seja prevenido vai fazer com que o Escudo seja removido, mas não funcione. E Operadora do Plasma impede bloqueio, liberando ainda mais caminho para o ataque final.

  

 

Ao enfrentar Rebiteiros, mantenham a guarda alta e tente sempre deixar uma criatura para bloqueio, além de checar os pontos de vida constantemente para terem certeza que vocês aguentam, digamos, uns 7 pontos de dano vindo de repente. 

 

 

 

 

Maestros são os artistas do assassinato, inclusive usando o sacrifício de seus próprios lacaios para potencializar suas mágicas com Baixa. Com esse perfil mais calculista e frio, essa é a família que exigirá um maior controle de campo e redundância de recursos, pensar bem qual criatura sacrificar, e como, qual mágica compensa repetir e o porquê. Depois que um Maestro exaurir os recursos dos oponentes e controlar o jogo, hora de partir pra agressão e vencer!
 

Desenterrar o Cadaver é um card que usa o cemitério como recurso, e você ainda pode sacrificar uma ficha de diabinho, por exemplo, para copiar a mágica e trazer outra criatura à mão. Imaginem que a gente volte uma Cormela, Ladra de Glamour, por exemplo, e depois quando ela morrer a gente volte Desenterrar o Cadaver. É quase um ciclo infinito.
 

Mas para estar seguro enquanto a gente faz isso, precisamos controlar os recursos oponentes e ter vantagem com os nossos. Explosao de Cadaveres é uma remoção em massa, que nos dá um pouco mais de tranquilidade para ir montando nosso palco dos Maestros, e a Obscura Silenciadora de Raffine pode ser usada para filtrar a mão, encher o cemitério e ainda ser sacrificada para a Baixa, desencadeando sua própria habilidade e matando uma criatura inimiga. 

 

 

Opções para um excelente proveito da habilidade dos Maestros são usar cards que nos deem tempo de jogo e compras, como Incomodo do Terraco, ou então roubar uma criatura inimiga e sacrificá-la ao invés da nossa. Emprego Involuntario + Baixa pode simplesmente virar um jogo inteiro (lembrem-se de atacar antes, se for possível).

  

 

Entre todas as famílias, uma montagem de deck com Maestros provavelmente trará mais mágicas que não sejam só de criaturas, então a gente tem que aproveitar ao máximo as que tivermos e procurar ao máximo versatilidade nas cartas. Fingir a Propria Morte, por exemplo, pode ser tanto um truque de combate ou algo que ajuda a copiar mágicas com uma Baixa mais alta, e em qualquer opção, ela ainda traz a criatura de volta e gera um tesouro. Ob Nixilis, o Adversario é um planeswalker com Baixa! Se geralmente já é difícil de lidar quando um deles cai em campo, imaginem dois caindo ao mesmo tempo!

  

 

Essa família vai tentar controlar o jogo e os recursos inimigos, para depois vencer rindo. Para jogar contra os Maestros, pressionem o ataque e tente vencer rápido. Cuidado com remoções globais e guardem as suas para alguma bomba, pois provavelmente as criaturas menores serão sacrificadas para Baixa. E, última dica, procurem adquirir tantos recursos (compra de cards, por exemplo) quanto os Maestros têm acesso.

 

 

  

 

Os Obscura, assim como os Maestros, também seguem uma linha mais de controle, portanto ambos devem ser mais lentos no jogo do que as outras 3 famílias. Porém, no caso aqui, o foco está em informação na mão usando Acobertar, e versatilidade: Punguista Psiquico pode acobertar e ficar um pouco mais forte quando entra. Também devolver algo para mão de seu dono, tanto à nossa, se a gente quiser aproveitar um efeito de campo novamente, quanto algo à mão inimiga, ganhando tempo. 

 

Para aproveitar ao máximo Acobertar, vamos criar mecanismos que se complementam. Por exemplo, o Amuleto dos Obscura é super versátil, mas vamos imaginar que eu "acobertei" com o Punguista e descartei um Ladrao Lesto, eu posso então usar o Amuleto no turno adversário para trazer ele de volta. Ou seja, Acoberto, ganho card novo na mão, descarto o Ladrão, trago ele de volta do cemitério de surpresa e em velocidade de mágica instantânea, e ainda posso eliminar algo da mão inimiga até acabar a partida!

  

 

Um outro card que deixa a habilidade da família mais poderosa ainda é a Queza, Augure das Agonias. Em controle, a gente precisa de tempo e recursos, Acobertar + Queza garante card na mão, vida a mais para nós e vida a menos para oponentes. Descartar cards que possam ser usados do cemitério, também é uma ótima opção. O Escaravelho de Halo pode ser descartado e depois gerar um tesouro quando o exilamos, enquanto Lacaio Descartavel nos garante uma ficha imbloqueável.

  

 

Alguns cards azuis e/ou pretos, como Jornalista Bisbilhoteira, são melhores conforme o cemitério enche. Então não hesite em Acobertar e descartar outros tipos de cards que não só terrenos. Além disso, um Animais de Estimacao Exoticos é um exemplo que se beneficia dos marcadores +1/+1 (entre outros) que suas criaturas ganham no processo. Além de tudo isso, branco, azul e preto em Capenna são as cores combinadas com o maior número de remoções da coleção, então use e abuse delas!

  

 

Ao enfrentar Obscuras, cuidado com criaturas imbloqueáveis e evasivas. Ao mesmo tempo que comprar e descartar cards será uma vantagem para eles, será também uma fonte de informação para nós. Pedir para consultar o cemitério oponente é absolutamente normal e deve ser feito quando enfrentamos Obscura, pois lá poderá estar muita informação importante que nos ajudará a tomar decisões no jogo. E cuidado com remoções (incluindo encantamentos de “stasis”), Obscuras provavelmente terão várias!

 

 

 

 

Concluindo o artigo, só quero pontuar que ninguém é obrigado a manter as cores da família que escolheu. Há uma variedade de correções de mana e cards multicoloridos que nos permitem fazer desde decks de 2 cores até de 5! Claro que quanto mais cor, mais complicado fica a montagem, mas é muito interessante misturar as famílias e habilidades, e eu procurei trazer no artigo como elas podem se complementar. 

 

Já um deck de 2 cores teria menos opções bombásticas, mas ele ainda é viável. Enquanto à montagem dos decks, curva de mana variada e com bom fluxo é sempre a melhor sugestão. E para 3 ou mais cores, eu manteria de 17 a 18 terrenos

 

Enfim, essa coleção promete selados bem coloridos, e claro que se houver mais sugestões ou complemento das análises, fiquem à vontade para adicionar nos comentários (além de me escrever como vocês falam “Halo”).

 

Cuidem-se, bons jogos, e até o próximo artigo!

 

Felipe (Atarka)