Olá companheiros de vício, esse é o terceiro e último artigo de uma série falando sobre os decks pré construídos do Pioneer. No meu primeiro artigo, eu falei sobre o Mono Red e no segundo artigo falei sobre o Espiritos e Lotus Combo, nesse artigo vou falar sobre o Orzhov Auras.
Aproveitando a deixa, vamos aproveitar para dar uma olhada nesse link aqui e conferir na LigaMagic em quais lojas você pode comprar esse produto :D
Vamos começar com a lista, coisa simples, coisa básica, faça um bicho, coloque um monte de aura nele e bata com uma criatura gigante. Alseid of Life's Bounty e Selfless Savior estão aqui para proteger suas criaturas, tente não colocar suas auras nesses bichos, mas, claro, se não tiver opção, coloque nesses mesmo. Hateful Eidolon garante que você não vai levar "card disadvantage" quando tomar remoção (pode até gerar card advantage se você tiver 2 ou mais em jogo) enquanto que Sram, Senior Edificer é responsável por gerar a card advantage do deck. É fundamental que você tenha uma criatura na mão inicial, junto com Ethereal Armor ou All That Glitters, essas são as principais auras do deck, já que elas permitem que sua criatura seja enorme, enquanto que as outras apenas dão um leve bônus.
A curva ideal do deck é você fazer Hateful Eidolon, seguido de Ethereal Armor e Gryff's Boon, vai ser bem difícil um oponente conseguir ganhar a corrida contra um 4/4 com evasão e lifelink. Além do mais, a essa altura, as remoções baseadas em dano provavelmente não vão conseguir lidar com o bicho.
O resultado com o deck foi surpreendente melhor que os anteriores, foi a única liga que eu fechei com mais vitórias que derrotas. Fiz 3-2: 0-2 BR, 2-1 Boros aggro, 2-0 Monogreen, 2-0 UW Control, 1-2 RG Transmogrify. Acredito que o resultado tenha sido positivo por eu ter enfrentado mais decks rogues (Boros Aggro) e boas matches (monogreen não interage com o que o auras faz e UW control interage mal).
O deck é relativamente fácil de pilotar e possui uma força equivalente aos outros. No geral, os produtos parecem bastante balanceados entre si, o que é uma excelente vantagem deste produto. Acredito que um torneio (e aí fica a sugestão para as lojas do Brasil) onde o jogador compra um deck desses para jogar seria bastante interessante.
O problema desses decks é que falta uma inserção de cartas raras (e consequentemente dinheiro) para as listas ficarem otimizadas. Eu não entendo direito a política da Wizards de impressão de cartas e como eles tomam a decisão de quais cartas imprimir e quais não. Para esse produto em particular, acredito que a quantidade de raras é adequada, mas a escolha das raras não foi a melhor para maximizar a força dos decks.
Saindo de linhas gerais e voltando para o deck Orzhov Auras, atualmente o deck não está bem posicionado, as remoções no pioneer são muito eficientes e, mesmo que você tenha card advantage, a grande perda de tempo de colocar um monte de auras em um bicho para ele tomar uma remoção é muito prejudicial. Dito isso, nada impede de você levar o deck para um FNM e ter um bom resultado com ele. Além do mais, pela sua linearidade e simplicidade, é um bom deck para você emprestar para um amigo e introduzi-lo ao Pioneer.
Kamigawa trouxe uma carta que parece bastante interessante para essa estratégia; Light-Paws, Emperor's Voice. Ainda não testei a carta, mas a idéia de colocar All That Glitters e tutorar uma Ethereal Armor me parece bastante forte. Além da raposinha, o deck poderia muito bem usar os outros terrenos BW duais, como Brightclimb Pathway e Godless Shrine. No sideboard, trocar os Duress por Thoughtseize parece ser a melhor pedida.
O sideboard é auto-explicativo, a única mensagem que quero deixar é uma que vale para sua vida de jogador de Magic: não invente de sidear um monte de cartas. Na verdade, a melhor dica que eu tenho para você é, se limite a um máximo de 5 cartas do sideboard por partida. O motivo é que, o maindeck está construído, redondo e maravilhoso para executar muito bem um plano específico de jogo. Quando você tira cartas do seu maindeck para colocar cartas do sideboard, você está diminuindo suas chances de executar seu plano de jogo para conseguir interagir com seu oponente. Não adianta você se tornar tão reativo que você fica com cartas mortas na mão ou não consegue fechar um jogo (isso acontece muito com jogadores de Burn que trazem o sideboard inteiro) porque comprou um Path to Exile ao invés de comprar o Lightning Bolt.
O Mundo do Pioneer
Quero aproveitar o gancho e falar sobre o formato Pioneer de uma forma mais geral. Veja só, enquanto os decks Modern tier 1 mais baratos estão custando por volta de 3 a 4 mil reais, a variação de preço no Pioneer é muito mais convidativa para não-milionários, com decks tier 1 custando na faixa de 800 a 1500 reais.
É muito mais razoável você construir uma boa pool de decks Pioneer para poder jogar do que ter múltiplos decks Modern. Claro, Modern é bastante popular, divertido e saudável (sim, sim, eu sei que tem gente que vai discordar), o Modern não vai desaparecer e muito menos será substituído pelo Pioneer. Acontece que, se você costuma ser o viciado em Magic da sua loja local (em Presidente Prudente esse viciado se chama Chico) que ama jogar Magic e possui uma infinidade de decks para incentivar outros jogadores, é muito mais fácil fazer isso com Pioneer do que com Modern.
Para quem está em cima do muro, não fique, ninguém vai julgar a sua curiosidade se você for experimentar um pouquinho do Pioneer. Jogue Pioneer e se jogue, não tenha medo de gostar, pode ser uma primeira de muitas aventuras, ou apenas uma experiência para você entender o que é e o que não é para você.
Em uma troca de elogios que não foi combinada nos bastidores, eu recomendo a leitura do artigo do grande Sanduba, aonde ele fala sobre o futuro do Pioneer. Vale a pena conferir a opinião dele sobre o formato.
Sobre o meta do Pioneer, aqui está um pouco do que você pode esperar:
● Aggro: Burn, Heroic, Spirits, UW Scissor, BW Auras
● Midrange: BW Vampires, Monogreen, Big Green, UB Rogues, BR Mid
● Control: UW Control, UB Control, 5c Niv
● Combo: Fenix, Jund Sac, Lotus Field Combo, Naya Winota
● Fenix, Burn, Heroic, Spirits, UW Control, BW Vampires, UW Scizor, Monogreen, BW Auras, Big Green, UB Control, 5c Niv, Jund Sac, BR Mid, UB Rogues, Naya Winota, Lotus Field Combo
Como você pode ver, existe variedade entre os principais arquétipos, e o Pioneer convida os pioneiros a desbravar o formato e tentar inovar. Eu espero que as lojas brasileiras deem mais atenção ao Pioneer, até mesmo fazendo seus próprios circuitos ou torneios locais, quem sabe até a LigaMagic <3 pode anunciar algo aí nesse ano que coloque o formato nos holofotes.
Conclusão
Quando eu comecei essa série, eu tinha a ideia de responder algumas perguntas sobre esse produto, e eu acho que, depois de experimentar cada um dos decks, consigo responder essas perguntas com uma boa base. Vale a pena a compra? Depende, se você está começando agora no Pioneer, sim, vale bastante a pena. Apesar de não serem altamente competitivos, os decks são sólidos e tão bem montados quanto o possível, só não são melhores por falta de cartas raras que a Wizards decidiu não colocar no produto. Além do mais, exceto pelo Lotus Combo, todos os decks tem um plano de jogo bastante simples e fácil de entender, o que faz que o jogador iniciante tenha uma excelente experiência com o produto. Se você já tem uma pool Pioneer ou já conhece bem o formato, a melhor aposta é comprar as cartas individualmente (através da LigaMagic :D)
E aí, o que você acha da direção que a Wizards deu para este produto?
Eu aceito estar errado, não joguei com o Light Paws e não sei como o deck está jogando hoje em dia, meu pensamento é que o pioneer tem remoções eficientes e esse deck é fraco para remoções.
Concordo que ele é um dos melhores para jogar da forma como está montado, pq as alterações são na base de mana mesmo.