Olá pessoas! Bom dia, boa tarde e boa noite. Continuarei aqui com o segundo capítulo da Saga que comecei com o artigo anterior. Hoje vou falar de dois decks pré construídos pelos nossos amigos Magos do Litoral. Joguei uma liga com cada um desses decks e vou falar hoje do Lotus Field Combo e do Azorius Spirits.

 

- Azorius Spirits 

O resultado da liga não foi bom, fiz um deplorável 1-4: perdi 0-2 para GW humans, 0-2 para Mono U spirits, 1-2 para WR heroic, 1-2 para Bant Spirits e ganhei de 2-0 apenas de um oponente de Jund Sac.

 

A construção do deck deixa muito a desejar, um exemplo claro disso é ter perdido para a versão monoblue do deck. Talvez seja por causa da maneira como esses produtos são feitos, ou talvez porque a Wizards não tenha pensado muito na hora de fazer o baralho, mas um exemplo é a carta Mausoleum Wanderer, que deveria estar presente em 4 cópias no deck. Além disso, Lofty Denial não é o tipo de carta que você quer usar no Pioneer e Spell Pierce não é bom o suficiente hoje em dia.

 

Fiquei impressionado com o poder de Shacklegeist, é uma carta fantástica com jogadas de tempo maravilhosas: você impede seu oponente de atacar por 1 ou 2 turnos, monta uma mesa, faz um lord e ataca por letal com evasão.

 

A ideia do deck é excelente, mas acredito que esta lista não a executa bem. Mesmo na versão UW, ainda faltam 2 Spell Queller e 2 Mausoleum Wanderer, além de uma base de mana sem terrenos que entram virados. Minha sugestão é a versão BANT do deck, que usa Collected Company como bomba. Apesar da baixa popularidade no momento, ela tem colocado alguns jogadores no top 8 de Pioneer Challenges no MTGO e tem uma match excelente contra vários decks do formato (controles, Monogreen Aggro, Monoblack Vampires).

 

Mesmo discordando da não-inclusão de Shacklegeist nessa lista, vou compartilhar com vocês uma lista BANT que premiou recentemente em um Challenge. Achei a inovação de Katilda interessante, uma criatura com lifelink melhora ainda mais o aspecto tempo do deck. Talvez eu substituísse algum número de Skyclave Apparition por Shacklegeist, para aliviar um pouco a curva e conseguir atacar melhor, o plano de usar 4 cópias de Skyclave Apparition me parece reativo demais.

Para quem quiser continuar na versão UW e economizar uma boa grana, aqui está uma versão excelente do deck (que também premiou em um challenge do MTGO) que custa mais uns 400 reais além do investimento no deck pré construído. Esta versão UW é bem interessante pois joga “pra frente”, com (quase) as melhores cartas das cores. Vou discordar do uso de 4 Lofty Denial e da tentativa de Splash para colocar Jegantha, a Fonte como Companion, eu acho que o deck fica muito melhor se tiver acesso a Skyclave Apparition.

Em relação à dificuldade, achei esse um pouco mais difícil do que o monored: uma das maiores dificuldades está em quando atacar e quando usar as criaturas para a habilidade do Shacklegeist. Outras dificuldades incluem saber quando fazer bicho ou segurar o counter, bem como o sequenciamento de lands (dificuldade essa que não existe se todos os terrenos entram em pé).

 

Sobre a força, acho que a versão precon do Red é melhor do que a versão precon do Azorius Spirits. E ainda digo mais, o megazord na sua última forma (ou seja, o deck completo), se colocarmos Boros Burn vs Bant Spirits, na minha concepção, o Boros Burn leva a luta (não tô falando que ele tem uma boa match contra o Bant Spirits, tô falando que ele está melhor posicionado no meta).

 

Sobre o preço, é um dos melhores, com um pequeno-grande acréscimo de 400 reais, você consegue montar uma versão UW bem posicionada para jogar campeonatos competitivos.

 

- Lotus Field Combo 

Que canseira. Precisa de um tipo bem especial de pessoa para jogar bem com esse deck, e eu não sou esse tipo. O deck é bom? Sim. Dificil? Muito. Vale a pena? Aí é você quem vai decidir. O deck não tem um combo infinito, ele gera muita mana, muita mana mesmo, e tenta ganhar o jogo se aproveitando disso. O melhor (ou pior) de tudo, é que nenhuma das condições de vitória do deck estão no deck! Elas estão no sideboard.

 

Ah, antes de continuar eu preciso confessar um pecado, eu não joguei com a lista exata, removi um Thought Distortion do sideboard e coloquei um Ugin, the Spirit Dragon no lugar, achei necessário ter uma condição de vitória alternativa a Approach of the Second Sun.

 

Vou tentar explicar um pouco do funcionamento do deck. Você precisa de Lotus Field, Thespian's Stage e Hidden Strings. Lotus Field não faz nada sozinho, não gera card advantage ou mana advantage, mas é essencial para que o deck funcione. Com Lotus Field na mesa você baixa Thespian's Stage, copia Lotus Field e boom, você pulou do turno 4 para o turno 6 e ganhou +2 de card advantage. Hidden Strings é, nesse deck, o melhor ritual já impresso (estou disposto a apostar que, no futuro que nos aguarda, com mais cartas quebradas, não existirá ritual melhor que esse). Hidden Strings desvira duas Lotus por 2 manas, isso significa que a carta adiciona 6 manas, isso é uma vantagem de 4 manas, Black Lotus se encolhe perante tanto poder.

 

Beleza, eu tenho um monte de mana, e agora? Comprar cartas, muitas cartas! E para ganhar o jogo? Fae of Wishes // Granted (procure uma carta não-criatura no seu side) ou Mastermind's Acquisition (procure uma carta no deck ou no side), pegue sua escolha entre Ugin ou Approach of the Second Sun e seja feliz. É assim que o deck funciona.

 

E o resultado do deck na liga que você jogou? Fiz 2-3, fiquei bem triste, entre perder para Eidolon e não saber pilotar o deck direito, foi mais uma derrota para mim e para o time dos decks pré-construídos da Wizards. Perdi para Fenix 1-2, Burn 0-2 e UB Control 0-2 (com Narset e Day's Undoing de maindeck). Ganhei contra Azorius Control duas vezes de 2-0.

 

Eidolon é uma carta excelente, assim como o Boros Burn full power é um deck excelente, principalmente quando seu oponente resolve duas Damping Sphere no jogo 2. É uma match difícil, e a sorte não ajudou. Acredito que se eu tivesse jogado melhor, poderia ter ganho a match contra fênix, as interações que o fênix tem no jogo 1 não são boas contra o Lotus, e o Lotus não se importa com a card advantage que o fenix gera, nem com o clock lento que o deck tem. Contra o UB Control, não tive muito o que fazer, o deck dele gerava mais valor, e anulava as mágicas importantes que eu tentava fazer.

 

Todos os jogos contra o UW foram demasiado tranquilos. Como eu disse, Thespian's Stage gera +2 de card advantage, além de te colocar 2 turnos para frente, e o melhor de tudo é que não toma counter. Chega um momento do jogo que você tem mais manas do que seu oponente, e você faz mais mágicas no turno do que seu oponente consegue counterar, e aí você ganha. Além do Thespian Stage, temos o Pore Over the Pages e Dig Through Time que geram card selection e +1 de card advantage. Granted e Mastermind's Acquisition vão buscar a sua condição de vitória, ou um Thought Distortion para você fazer seu oponente de Azorius buscar ajuda psiquiátrica pelo dano causado.

 

Não vou conseguir comparar a força desse deck com a força dos outros, simplesmente porque eu acho que eu não consegui entender completamente qual a verdadeira força dele ou como jogar adequadamente com ele. O que eu vou dizer é que ele é o mais próximo da sua versão final, entre todos os decks pré-construídos, ele é o que precisa de menos modificações para se comportar como um deck completo. Na verdade, abaixo está uma lista que fez 5-0 em uma liga do MTGO, e a diferença de preço é de 450 reais, além do mais, a maior parte dessa grana está nos terrenos. 

Em conclusão, até agora esses produtos parecem ser uma boa compra, mas não parecem ser ideais para jogar da maneira como foram construídos, alguns ajustes são necessários se você não quiser tomar uma surra em um ambiente competitivo. No próximo artigo eu vou trazer o Orzhov Auras, e falar um pouco mais sobre esse formato que é o Pioneer. Até a próxima pessoal!