O Senhor das Cartas
Minha preciosaaaaaaaa cartaaaaaa.
Por
16/10/2021 10:05 - 6.466 visualizações - 59 comentários

Olá galera, hoje desejo uma nova história (ou será velha?). Aqui estamos no reino encantado da loja perdida. Ali forças locais e ocultas nos contam uma nova história. A jornada do herói nos prova uma nova tentação: qual o preço e as consequências por algo?


... era uma vez numa lojinha em local não muito distante...

 

- Molinari, de novo essas histórias chatas, muda de assunto!
Calma, você verá! Se acalme.


Ali na lojinha nesse reino imaginário havia chegado uma coleção nova de Magic. O povo do condado (desculpa o ato falho), ou melhor da loja, saiu comprando vários boosters. Era quase uma pequena máfia que comprava as cartas. Seria isso mesmo? 


Alfredo, vamos assumir como seu nome imaginário (e é mesmo imaginário), quando chegou na loja haviam poucos boosters já à venda. Comprou alguns e daí ficou feliz e frustrado.


“Não veio aquela carta que eu tanto queria, o que farei agora?”.


Ele perguntou a todos ali na loja quem tinha a tal carta. Ouviu falar de um dealer da loja que tinha 2 ou 3, talvez. E um outro rapaz que a tinha tirado uma num booster. Ele tinha de comprá-la.


“Minha carta preciosa, preciso tê-la”. Foi amor à primeira vista. Alfredo sofria pelo seu desejo.

 

- Molinari, que é isso, conto ou depoimento? Seja mais direto. Não estou entendendo onde deseja chegar.
Calma. Você verá. É mais simples que parece.

 

Alfredo não dormia direto. Só pensava na carta. Ele passou dias sofrendo. Jogava pensando na carta.


Tentou comprar a tal carta com o dealer, mas o preço era muito alto. Mesmo durante o trabalho pensava na carta. Nada se podia falar relacionado a algo que lembrava da carta que ficava mais nervoso. 


Descobriu outro rapaz que tinha a carta. Ele havia vendido para o dealer. O sofrimento somente aumentou.

 

- O louco meu! O cara podia comprar online e se livrar do Dealer. Sei lá.
Não é bem assim. Espere e veja.


Alfredo, se enfureceu e saiu em uma jornada online para comprar online a tal carta. 


Perdeu alguns dias avaliando as opções de compra. A busca era quase uma obsessão.  

 


“Minha carta preciosa, preciso tê-la”. Alfredo sofria pelo seu desejo, que voltava cada vez pior.


Chegou o grande dia de seu pagamento. Comprou a carta com entrega de SEDEX. Prazo era uma semana. 


Cada dia a espera da carta era como se fosse ganhar na loteria. Alegria contida no fim. Pedira logo o set com quatro cartas. A espera parecia sofrimento também. Ele monitorava o andamento da entrega pelo código de rastreio. Não havia erro. Era certo!


“Minha carta preciosa, eu a terei”. Já havia virado uma pequena obsessão. 


- Molinari, pronto. O cara comprou a carta e tudo se resolveu.


O grande dia da entrega chegou, mas a carta não chegou. Ele ficou nervoso e ficou quase à beira de um ataque nervoso.


Ligou para loja. Eles iram verificar.
E nada de carta chegar. Nada. Nadinha. Meu Deus!


No dia seguinte ligou para a loja e nada. Brigou ao telefone. Mas aceitou o argumento da loja. “O correio está avaliando, e amanhã devemos ter uma resposta”. 


Dormiu mal e nervoso. A ansiedade era enorme.


“Minha carta preciosa, preciso tê-la”. A frase se repetia mentalmente de forma quase indefinida.


Ao ligar para loja no dia seguinte veio a resposta: a mercadoria foi roubada. Xingou Deus, o mundo, o universo e a mãe de alguém.


O universo estava contra ele, mas ele pensava: “minha carta preciosa, eu a terei”. 

 

- Molinari, não é fim do mundo, ele pode comprar a carta de novo. 
Sim. Também acho, mas cada um tem uma reação. 


Reclamou na loja. A compra foi feita sem seguro. Saiu no prejuízo. Nada podia fazer. Será?


Comprou em outra loja com seguro. A carta iria chegar logo. Estava feliz de novo. “Minha carta preciosa, eu a terei”. O pensamento não saia de sua cabeça.


Mas a carta não chegou. A loja “deu cano”. Ligou, reclamou, xingou. De nada adiantou. Sofria. Queria. Era obsessão. 


“Eu terei minha carta, minha preciosa”. Não dormia direito. Não comia direito. Já estava agressivo com várias pessoas. A ausência da carta que nunca teve o fazia sofrer. 


Resolveu voltar no dealer. Era uma saída rápida. “Vou pagar o preço que tiver de pagar, minha preciosa, eu a terei.”.


Voltou no dealer e ele respondeu: “Carta já foi vendida”.


Ficou triste, cabisbaixo. Não sabia o que fazer. E agora? “Minha carta preciosa, eu a terei, vou dar um jeito”.

 

- Molinari, o cara tem dado muito azar, parece conto de terror.
Pode até ter um toque de terror, mas é para pensar, sacou?


Ele descobriu o nome do cara para o qual a última carta do dealer foi vendida.


Por azar ou sorte ele jogou na FNM com a pessoa. E pior, o cara usou a carta. Ele quase se concentrava toda vez que via a carta.


Ao fim dos games (que deu empate) de Alfredo contra o dono da tal carta, ele perguntou se ele poderia vender, nem que fosse uma. O rapaz falou que ia pensar.

 

 Falou que pagava o preço que ele pagou com 30% a mais. Insistiu propondo 50% a mais. Ele reafirmou que iria pensar e, que ao fim do FNM ele responderia.

 

- Molinari, acho que agora ele arruma essa carta maldita!
Também acho. Será que todo azar foi embora?


Ao fim do FNM, o rapaz disse: “não, tenho ciúme das minhas cartas e não vou vender nada”.


Ele ficou triste, mas aceitou. “Minha preciosa”, seu pensamento era somente isso. Era um loop infinito quase sempre com a mesma frase. Na confusão de ir embora do FNM, ou na saída da loja, algumas pessoas deixam mochilas abertas ou esquecem coisas ou deixam cair algo. 


Ao sair da loja, alguns metros distantes da loja, Alfredo viu um envelope aberto no chão. Viu algumas cartas saírem desse pacote e estranhou. “Vou pegar e devolver na loja”. Estava molhado por fora o envelope. Curioso e abriu. A carta, a sua preciosa estava lá. Emoção e medo.


“Minha carta preciosa, minha preciosa! Preciosa. My precious!”. Sua mão tremeu de emoção. Quase chorou. Era emoção e medo de perdê-la. Alegria. Felicidade. Eram todas as emoções juntas.


Será que ele devolve? Até que ponto podemos ir? Será que a sua obsessão vence ou fazer o certo? Se bem que dizem que achado não é roubado, ou não?

 


Aqui eu paro AQUI o conto. Ele virará ladrão e ficará com a carta achada ou não? Ou devolve e tenta comprar? Você decide o final. Até que ponto podemos ir por algo no Magic? 

 

- Molinari, cruel. As pessoas vão decidir? Sério? Você é louco.
Sim e não. Final não tem, ou será precisa ter? Uma crônica não precisa ter sempre um final.


Conto algumas outras histórias e reflexões no meu romance nerd, “Comportamento Aleatório”. Quem leu gostou e tem na Amazon e na Altabooks (aqui tem 3 capítulos free para ler em pdf). Até breve. 


Obrigado galera e “vamo” que “vamo”.

( lm7k)
Comentários
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(Quote)
- 15/02/2022 17:48:51

o cara cometeu um erro de digitação mano, que comentário infeliz, se atenha ao conteudo

(Quote)
- 25/10/2021 18:30:03
"practiticar" ?
Olha o nível dos autores de texto da Liga! kkkkkkk
Semianalfabeto. Brasil!
Certeza que é lulista.

(Quote)
- 25/10/2021 16:43:31
Galera no proximo dia 28/10 as 20hs terá uma live no meu canal falando de meu livro e muito mais:

Canal == https://m.youtube.com/c/dualidadetecnerd

Publicação no Instagram sobre a live == https://www.instagram.com/reel/CVIucICAoVS/?utm_medium=copy_link
(Quote)
- 25/10/2021 16:43:06
A voce que le meus artigos.. Obrigado. A voce que le e pensa, reflete sobre eles, muito obrigado. A voce ri do mal de desdenhar, muito obrigado. Voce está dando audiêncoa.
(Quote)
- 25/10/2021 16:41:00
A imagem de verdade vem a tona. A mal escrita vem do mal e do mau de quem escreve. Escrevo honestamente. Vamos contribuir.
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