Meu primeiro evento em loja foi Extended. Era o formato onde minhas cartas se encaixavam, eu gostava de jogar com Elfo Vigia dos Pinheiros e Simbiota de Wirewood, e tinha o sonho de ter algumas cópias de Convocadora da Garra no sideboard para enfim vencer Colera de Deus. Eram tempos mais simples, eu sei. Era sobre ir todo sábado na loja depois do almoço e jogar até ficar de noite. Eu raramente premiava, mas Magic era aquilo pra mim.
O Extended foi meu primeiro formato, e nele “comecei” também minha relação com os ditos formatos Eternals, por mais que o Extended tivesse uma rotação própria (era um número fixo de blocos, mas um número maior que o Standard), ele ainda me permitia jogar com cartas mais antigas.
Essa época que descrevi foi em 2005, eu só voltaria a pensar em cartas antigas em 2011, quando a WOTC extingue o Extended e lança o Modern, um formato sem rotação, mas onde eu poderia jogar com cartas antigas novamente, infelizmente não jogaria com meus amados elfos, mas conheceria novos baralhos e novas estratégias, começando inclusive minha relação com decks como o BG e o poderoso Tarmogoyf. Desde então minha relação com o Modern foi bem intensa, tive épocas de odiar o formato e seus PPTQs, outras em que eu masterizei ao máximo o Abzan Midrange e até aquelas em que conheci o Hardened Scales e um novo tipo de jogo. Talvez por ter uma relação tão próxima ao formato eu tenha sempre acompanhado de perto Modern Masters, 1 e 2, e foquei bastante na última vez que Modern Horizons foi lançada.
Se teve algo que aprendi sobre o Modern nesses 10 anos é que masterizar arquétipos é uma arte e o melhor caminho para vencer, durante os primeiros meses de Modern Horizons eu foquei basicamente em dois decks, Jund, graças Wrenn and Six, e Urza, que com Mox Opal fazia coisas realmente insanas. E focar em um deck no Modern é muito recompensador. Não é sobre entender o formato, mas sim como ele interage com o seu deck (e seu deck com ele). Dizem que o conhecimento é a única coisa que você nunca perde, e por mais que tenham se passado anos desde que joguei com esses decks, muita da expertise ainda fica e usá-la para cartas novas é uma vantagem.
Com o lançamento de Modern Horizons 2, novamente temos que sentar e entender novas cartas e hoje falarei sobre três decks que usei bastante no Modern e pequenas novidades que estarei testando na primeira semana do formato.
Jund sempre foi um dos decks que mais gostei de jogar. Passei um bom tempo jogando de BG, depois de Abzan e com o unban de Bloodbraid Elf eu entrei de vez no Jund, sendo que Wrenn and Six apenas sepultou o gosto pela coisa. MH2 nos trouxe alguns brinquedos novos. Vi algumas pessoas animadas com Grief e Dauthi Voidwalker, eu gosto das cartas, mas Grief é no máximo um side muito agressivo contra combos ou qualquer coisa onde meu disrupt vence o jogo e Dauthi Voidwalker até é uma carta interessante, já que é um hate com pernas, mas considero um hate lento, que precisa de outro para ele dar suporte e que é absurdamente frágil em um formato onde Raio é a carta mais jogada.
No entanto, o Bloodbraid Marauder é alguma coisa. Cascade é uma mecânica incrível em decks midranges, junta tempo e card advantage em apenas uma carta e no Modern usar a sua mana bem é essencial. A carta também abre caminho para uma lista baseada em Delírio, cheia de cantrips e uma nova roupagem.
Nos meados de 2017 o Abzan Delirium foi um deck; usando Atravessar Ulvenwald e Esfolador Macabro, a estratégia teve seus momentos e sua build conseguia ligar o Delírio e assim fazer de Atravessar Ulvenwald um tutor poderoso para uma toolbox de criaturas e terrenos. Nessa lista eu tento aplicar a mesma ideia, dai o side com Carcereiro Yixlid e Magus of the Moon, além de Pantano de Bojuka.
Com Safra Abundante, Atravessar Ulvenwald, Ignoble Hierarch e mais draws, a ideia é usar menos terrenos, além de Wrenn and Six colaborar também. Não usar Esfolador Macabro seria ter mais espaço para algo mais agressivo, no caso, Tarmogoyf.
No side eu queria destacar Quebrar o Gelo, essa carta é um hate real contra Tron, Claro que muita gente gostou de Obsidian Charmaw, a carta atrasa o Tron e ainda é um clock, mas ela é muito pior na draw simplesmente porque o tron já estará fechado. Eu gosto de hates de duas manas (e que sempre sejam duas manas, sem depender de play/draw ou de eu fazer um dork) e que colocam o tron realmente para trás.
Um último adendo, eu considero Tourach, Dread Cantor um card bem interessante pro Jund, apenas não encontrei exatamente a melhor lista pra ele.
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Seguindo, vamos com outro deck que sempre gostei bastante, e que ganhou uma das cartas que mais me animou em MH2, Imperial Recruiter.
Corneteiro da Milicia é uma das cartas do Humans usada para gerar card advantage e com sorte achar a peça certa. Bom, Imperial Recruiter leva isso para outro nível. Agora fica bem mais fácil montar o deck com uma toolbox, inclusive Sanctum Prelate entra exatamente nessa ideia, para aqueles que como eu que gostavam de Calice do Vacuo e agora tem a opção de usar uma versão com pernas e que ainda pode ser tutorada. Outro alvo novo para o recruta é Sanctifier en-Vec, um hate para cemitério que comecei a testar e estou gostando bastante.
Ainda falando de Imperial Recruiter, eu adoro pensar nesta carta com Companhia Agrupada e a situação indecente onde acho dois Imperial e tutoro mais duas cartas. De fato, conversando com o Bruno Ramalho (aka Oreia), foi esse tipo de situação que me fez não querer colocar Imperial Recruiter na lista de cartas para reprint no meu artigo de wishlist.
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Hoje, o melhor deck de Companhia Agrupada do Modern é o Heliod Combo. A consistência do deck é muito fora da média e essa é uma lista colocando vermelho e porque não, mais consistência ainda.
Capitao-patrulheiro de Eos tinha dupla função de "tutorar" Balista Ambulante e ainda te proteger de remoções durante o combo. Eu abri mão da maioria deles para tutorar mais peças e assim ser mais resistente à interações do oponente, além da sonhada ´Companhia Agrupada que coloca duas criaturas na mesa e duas na minha mão. Para o side, Magus da Lua pode ajudar e aproveitar o splash, e ainda tem mais opções para o Imperial Recruiter.
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Modern Horizons está uma daquelas edições que tenho até dificuldade de saber onde começar, estas três listas são apenas a ponta do iceberg, esse será um mês de muito Modern nos meus artigos aqui na liga e na minha stream na twitch www.twitch.tv/Rudareis.
Até mais!
Ruda
Tá na mão
https://www.reddit.com/r/ModernMagic/comments/nvbktq/mtgo_league_50_results_06082021/?utm_medium=android_app&utm_source=share
Tem desde decks novos, tipo o Hell's Kitchen, até decks revividos ou decks que sofreram umas mudanças sem se tornarem outros.