Fala galerinha, como ceis tão?
Free Spells são bem conhecidas no Magic, são elas as mágicas de custo gratuito de mana, seja real(Bijuteria de Mishra), virtual(Manamorfose, onde você recupera as manas gastas, mas só depois da mágica resolver), ou as que trocam outros recursos por mana(Golpe Visceral).
Free Spells são famosas por serem amplamente abusadas, a ponto de serem banidas de grande parte dos formatos(Oi Sonda Gitaxiana e Era Uma Vez). As Free Spells que se repõem(compram carta) também são consideradas adições “gratuitas” ao deck no quesito deckbuilding, uma vez que você não está gastando mana e ainda está comprando uma carta, como se seu deck tivesse menos de 60 cartas.
Cartas que não te limitam no deckbuilding, ou pelo menos não a ponto de ser algo negativo, podem ser consideradas free slots, já que cartas como Bijuteria de Mishra são maravilhosas e entram em praticamente qualquer deck sem esforço. Há um tipo de carta que era de graça, ou muito próximo disso, opressivas a ponto de mudarem uma regra do Magic para que elas continuem jogáveis porém mais aceitáveis. O tipo dessas cartas? Companions!
Quando lançados em Ikoria, os Companions podiam ser conjurados direto da zona de Companion(ou de companheiro, talvez, traduções são estranhas às vezes), regra moldada desta maneira para te incentivar a usá-los. O grande problema aqui é que alguns companheiros tinham um drawback muito baixo pelo upside, principalmente Lurrus da Toca Onirica e Yorion, Nomade Celeste.
Suas restrições baixas e custo adicional nulo para serem feitos da zona de Companion realmente os transformavam em recursos gratuitos, e, muito mais que 2 pra 1, eles geralmente se transformaram em 4 ou 5 pra 1 em conjunto com seus efeitos de blinks e de reanimar coisas do cemitério.
Não demorou muito para a regra mudar e um custo adicional de 3 manas genéricas ser necessário para que você coloque o Companion em sua mão antes de poder conjurá-lo, “banindo” diversas estratégias por passarem seus Companions de recurso gratuito para efeito superfaturado.
Mesmo depois desse ultra nerf, Yorion e Lurrus continuaram jogando, basicamente por serem os únicos Companions de recurso “gratuito” ou bem perto disso. O ponto de hoje é: Ainda são tão gratuitos assim?
Nosso primeiro exemplo é o clássico Rock, mas trocando os Planeswalkers por companions e Bijuteria de Mishra.
Joguei com este deck na live esses dias e foi ele que me fez querer escrever o artigo sobre Companions. Você está trocando um walker de "desvantagens"(Liliana do Véu) por uma engine de card advantage(Lurrus + Bijuteria/Spellbomb).
O fator recursivo do Companheiro é realmente interessante em algumas partidas, principalmente quando se tem Magissorvedora. A possibilidade de dar descartes antes de encaixar o Lurrus e garantir um 4 pra 1(se você considerar o Companion como 1 recurso, ou 4 pra 2 se considerar que pagar 3 manas te consome um recurso) com a Bijuteria por pelo menos um turno, gerando ainda mais vantagens com draws, informação de topos e possíveis criaturas vindas do cemitério.
À primeira vista a opção do Lurrus é claramente superior, né? Porém, jogando com o deck eu senti muita falta da inevitabilidade que uma Liliana do Veu trás para este tipo de estratégia. A possibilidade de limpar uma criatura grande, ou com algum tipo de proteção e ainda ficar com o Walker na mesa era bem interessante. Além do fato de só recorrer criaturas com o Lurrus não ter sido bom o suficiente para ganhar de controles, que a Lilica destrói sem esforços.
Num deck que não é tão agressivo como os Shadows, poder recorrer criaturas não me pareceu tão melhor que ter um Walker que come vivo outros midranges e controls.
O Grixis Lurrus, popularizado pelo Aspiringspike é beeeeem mais agressivo que a versão de Grixis Control que o Corey Burkhart jogava, com basicamente só Snapcaster Mage, Tasigur, a Presa de Ouro e Manlands de kill conditions.
A parte agressiva fica por conta de Dragao Silfide que sai de controle bem rapidamente quando é bem protegida, a ponto de causar 40+ pontos de dano em poucos ataques. Acredite já presenciei coisas parecidas e até melhores com ela.
Se ela morrer é só voltar com o Lurrus da Toca Onirica e sua engine de dano ou de block está de volta.
Qual é o problema aqui de se jogar com Lurrus?
A maior treta é não ter acesso a Walkers, principalmente Jace, o Escultor de Mentes e Ashiok, Dissolvedor de Sonhos entre main e sideboard, te dando jogadas que, não só corrigem sua mão, podem travar o jogo do oponente(+2 do Jace e estática de Ashiok) como também são considerados “free wins” em muitas situações de partida que o Grixis Control consegue esculpir graças aos seus ótimos counters e removals.
O maior problema aqui é: quando você não quer ou não pode atacar(geralmente pela abundância de removals do outro lado), depender de Lurrus é muito inferior à jogar com Planweswalkers que, mesmo que não ganhem necessariamente sozinhos, podem te gerar uma vantagem muito maior que Lurrus + Bijuteria.
O mesmo vale para outros splashes, como branco que te impossibilita jogar com Teferi, Heroi de Dominaria, uma carta que sela partidas num deck de pouca agressão, que, se substituída por Lurrus, vai ter que ser recompensada com MUITAS recursões do Gato 3/2.
O Prowess foi um dos primeiros arquétipos a continuar usando Companion mesmo depois do Nerf.
Aqui vemos uma versão sem Lurrus para habilitar Foliao do Caos, Lua Sangrenta e Tibalt, Instigador Dissoluto.
Num vácuo, o Folião é claramente melhor que o Gato, dando 3 draws e ainda ajudando a finalizar com seu corpo gigante e com Destreza. O ponto principal aqui é se você pretende recorrer criaturas “com certeza” todos os jogos, ou se prefere tentar o approach de fazer um capeta que provavelmente fecha a partida se desvirar com ele.
Para o side, a Moon te impede de jogar de Lurrus, e, como todo jogador de Modern sabe, Blood Moon é muito boa, talvez ao ponto de perder a sua oitava carta na mão inicial.
Algumas pessoas já adotaram a estratégia de jogar com Companion no g1 e tirar no g2 para subir cartas que não condizem com a restrição, o que, ao meu ver, é uma ideia muito boa.
Seu drawback por usar Lurrus, neste tipo de deck, é menor que nos que conversamos previamente, uma vez que você estaria trocando apenas draw spell por draw spell, e sendo que uma delas é garantida de estar na sua mão quando você quiser.
Claro que não deixamos de falar da grande serpente com asas, o Yorion!
Sua condição de Companheiro não é muito usual, pois te obriga ter pelo menos 80 cartas no deck, no entanto, seu upside é ter um 4/5 voador que gera MUITA vantagem quando entra em jogo, sendo, tranquilamente, 6 pra 1 quase sempre que é conjurado.
Para compensar as 20 cartas adicionais em seu deck, normalmente se usa mais efeitos de draw e mais cartas similares, garantindo que você tenha uma proporção parecida de draws vivos que um deck de 60 cartas tem.
Qual é seu maior problema? Muita gente pensa que o maior downside do Yorion está nas 20 cartas a mais do maindeck, mas não, seu drawback é nas 15 do side!
Por jogar com mais cartas no main que o usual, você deve aumentar o número de cartas reais que precisa, invés de poder jogar com 1 e 2 ofs sem problema.
Reparando no side dessa lista, vemos 2 cartas com 4 unidades cada, uma carta com 3 unidades, e todas as outras cartas, com exceção do Companion, são cartas que completam o set de cards no maindeck. Tudo isso para garantir que você terá acesso às cartas importantes ao longo do jogo, mesmo que isso limite sua versatilidade em jogar com 1 daqui ou 2 dalí que servem para diversos decks.
Aqui você ganha no "long game", onde suas cartas geram muito valor ETB e seu Companion pode ser letal, tanto no dano quanto na vantagem gerada. Apenas lembre-se que isso tudo vem com um custo real de deckbuilding e que te limita bastante à quantidade e qualidade de cartas diferentes na sua reserva.
O artigo não é uma diss para Companions, longe disto, eu tenho amado jogar com Lurrus e Yorion nas lives. Eles garantem que você sempre vai ter o que fazer, mesmo sem cartas na mão.
O importante é entender que eles não são mais tão “gratuitos” que quando saíram, onde a regra permitia conjurá-los direto da zona de Companheiro. Hoje em dia eles custam seu Mana Cost + 3, o que geralmente quer dizer que você terá que fazer isso ao longo de 2 turnos, ou decidir se fará seu amiguinho companheiro ou vai passar aberto com algum tipo de interação. Claro que em muitos games é óbvio que fazer o bixo do side é muito melhor que passar aberto, mas são nos jogos mais apertados onde sua decisão realmente pode ser a diferença entre vida ou morte.
Tudo isso além do fato já citado de eles te geram uma restrição de deckbuilding, tanto no main quanto no side, e, no field errado, te faltar uma Liliana, Blood Moon, ou mais versatilidade no side realmente pode atrapalhar seu torneio.
O deckbuilding, como sempre falo, é uma das partes mais importantes do torneio. Não troque as mãos pelos pés achando que, só por ter Companion o seu deck é claramente melhor que os outros. Melhor que gerar vantagens é ter cartas que realmente conseguem te ganhar uma partida. Com isso em mente, monte seu deckinho, jogue e se divirta, que é a parte mais importante do Magic!
E claro, antes de me despedir eu queria falar sobre meu canal na Twitch e no Youtube, onde faço Gameplays semanalmente de Modern, Legacy e um pouquinho de Historic. Dá uma moral lá!
Deixe aqui em baixo as perguntas relacionadas à Magic que vocês gostariam de ver em um Orelha Responde 2 que logo logo ele será postado. Um abraço do Orelha!
Esse lance de não serem gratuitos eu falava na época que inventaram de meter Jegantha de companion no Bant spirits do pioneer. A carta ao acrescentava absolutamente nada ao gameplan do deck, pelo contrário, era só um bichão besta que quando tivesse mana pra fazer, já teria vencido o jogo pela eficiência de mana do deck. A galera na época insistia que "não tem motivo pra não colocar, a inclusão é grátis", e eu teimava que não era grátis pq na melhor das hipóteses vc tava trocando um slot útil de side pra botar um bicho que vc sequer quer ter oportunidade de fazer (pq o deck tem coisa muito melhor pra fazer com essa mana). Na pior das hipoteses, vc não podia usar opções úteis como Brazen Borrower e Settle the Wreckage, que em determinadas matchups nas quais tinham utilidade, eram infinitamente melhores do que o alce que faz mana.
Hoje, quem quer uma pegada aggro e recursiva, vai de Lurrus. A Liliana é para outros decks, inclusive ela não dá inevitabilidade. E agora, com MH2, os tempos são outros. Modern é um Legacy nerfado basicamente, o negócio é ficar de olho nos decks do Legacy para ver como se comportam no Modern.