Ponderar – Muito mais do que uma carta!
A importância de saber ponderar.
28/04/2021 10:05 - 5.665 visualizações - 8 comentários

Fala galera! Tudo certo? 

 

Depois de dois lançamentos importantes no último mês, suponho que muita gente ainda esteja curtindo o hype, e com certeza esperando um artigo sobre as cartas de Power level mais elevado que chegaram pro commander. 


Apesar disso, hoje resolvi quebrar o costume e trazer aqui um artigo mais curto porém muito relevante dentro do Magic, especialmente em suas variantes competitivas.

 

Mas antes de qualquer coisa, se você gosta de commander competitivo e se interessa pelo nosso conteúdo, não se esqueça de dar uma checada nas redes sociais da cEDH Brasil e também acompanhar a extensão da nossa coluna na Twitch.tv/papo_cedh


Então sem mais delongas, vamos ao que interessa!

 

                                            

Seria incomum dentro do mundo do Magic conhecer alguém que não soubesse do que se trata a carta Ponder. Afinal de contas, estamos falando de uma das cantrips mais conhecidas e mais utilizadas de muitos formatos. 


Mas apesar de “Ponder” ser uma palavra que está sempre na boca dos jogadores, nem todo mundo sabe o que Ponderar realmente significa. 


E segundo o dicionário Aurélio de língua portuguesa, ponderar é:

 

PonderarPensar excessivamente acerca de; Refletir; Avaliar, analisar e examinar detalhada e minuciosamente algo;

 

Surpreendente, não? Ou batido para alguns.


Mas onde isso se encaixa no nosso tão querido joguinho? 

 

Principalmente para novos jogadores, o ato de baixar terrenos e pagar os custos pra ver suas cartas favoritas em jogo é o que parece mais essencial numa partida de magic, principalmente se tratando de commander, onde é extremamente comum ver o famoso “Mana vai” até que o turno 8 chegue pra que você coloque aquele Terra Stomper na mesa. 


Mas conforme o tempo passa, ou aumentamos o Power level das partidas, a cautela passa a ser fundamental antes de qualquer decisão, a fim de otimizar as jogadas para não haver brechas. 


Então passada essa introdução, gostaria de utilizar alguns exemplos de situações onde “ponderar” é a melhor opção.

 


- Counters

 

O tipo mais odiado de cartas por muitos jogadores, e até pelos que usam. 


Durante minha jornada no mundo do cEDH aprendi muito sobre a utilização dos counters da maneira mais eficiente possível: Apanhando!

 

Ter em sua mão o poder de decidir a resolução da mágica do seu oponente por 1 ou 2  mana é sempre muito tentador, e acaba sendo o maior inimigo dos jogadores de primeira viagem. 


Isso porque é comum ver jogadores caindo nos famosos baits onde um anula mal colocado abre a porta para a verdadeira ameaça no jogo. E falando principalmente do Commander, saber lidar com 3 oponentes deixa as coisas ainda piores, pois a ordem de prioridades entra de forma pesada nessa equação.

 

Explicando de uma forma simples, só podemos jogar mágicas instantâneas ou em instant speed (flash) quando estamos com a prioridade, que é passada para o próximo jogador assim que você tenha concluído as suas ações. 


Caso uma mágica seja colocada na pilha e o jogador não tenha retido a prioridade, essa rotação irá recomeçar do jogador de partida, que terá a opção de responder ou passar novamente ao jogador seguinte. 


Para ilustrar um pouco melhor sobre a prioridade e as fases de cada turno vou deixar uma imagem de de autoria do Humberto Heitor para o blog “Regras de Magic” de 2015 (utilização livre mantendo os respectivos créditos ao autor)

 

 


Isso afeta diretamente na hora de colocar seus counters em jogo, já que quando alguém conjurar uma mágica, se você for o próximo na fila de prioridade e estiver com uma resposta, você tem duas opções: 


- Anular a mágica, gastando mana é um recurso importante da mão sem saber se seus oponentes seguintes também teriam resposta. 


- Passar a prioridade para que seu oponente resolva o problema sem que você precise gastar seus recursos. 

 

Obviamente que não há nenhuma forma de adivinhar se os outros jogadores teriam formas de interação com a mágica da pilha, e é aí que a ponderação entra em jogo. 


Inúmeras vezes vimos situações onde o segundo, antes de ter a prioridade lança aquele “ANULO!” de boca cheia, deixando seus oponentes gratos por não precisarem quebrar a cabeça sobre gastar recursos importantes. Mas e o contrário? 


Muitas vezes dissimular faz parte do jogo para que ele continue, omitindo informações e deixando que as ameaças atinjam os jogadores além de você, os obrigando a interagir com a pilha para que o jogo não acabe.


Claro que quando sugerimos isso é bom ter sensatez e fazer uma leitura da partida, sempre se atentando a detalhes como o uso de tutores pelos oponentes, ou mas deixadas em pé. Até porque esperar que alguém com 0 cartas na mão tenha alguma resposta não vai ajudar em nada.

 

Outro ponto importante quando estamos lidando com counters é saber o que estamos enfrentando para evitar situações de kingmaking, que é colocar alguém numa posição privilegiada por conta de uma de nossas ações. 


Você pode ler um pouco mais sobre isso no meu artigo onde explico um pouco sobre o conceito de Blue Shell (Blue Shell & cEDH | Artigos LigaMagic | LigaMagic); 

 

E aproveitando esse tópico gostaria de deixar uma questão muito discutida aqui. 


Sabendo que 2 dos seus oponentes estão a um passo de ganhar, e que apenas você possui uma única resposta, você prefere parar o primeiro a tentar e deixar que o segundo ganhe, ou prefere apenas deixar que o jogo acabe para não “escolher” nessa decisão? 


Deixem nos comentários suas opiniões!

 


- Tutores

 

Essas cartas têm a mais importante função dentro de qualquer formato onde jogam, sendo responsáveis por dar consistência para a estratégia te dando acesso direto à peça desejada no momento, mas eles não servem só pra isso. 

 

Não é difícil ver jogadores optando por uma progressão “cega”, onde o restante do jogo é deixado de lado para que ele consiga desenvolver seu objetivo primário, mas devemos ponderar até que ponto isso não é prejudicial. 

 

Podemos começar fazendo uma análise simples do ambiente, levando em consideração cada comandante presente na mesa e como eles iniciaram a partida. 


Isso porque enfrentando um farm por exemplo, talvez não seja a melhor ideia tentar pegar uma das três peças que seu combo precisa, e sim algo que te coloque numa posição de igualdade possibilitando interações. 


Assim como enfrentar um Stax também seja necessário uma certa frieza na hora de buscar por uma remoção. 

 

Por mais que exista o argumento de que “se eu ganhar o jogo logo não preciso me preocupar com o oponente”, estamos falando de commander, que tende a manter um jogo igualitário na disposição de recursos, o que quer dizer que seus oponentes terão provavelmente, assim como você, pensado em parar a sua possível investida para a vitória. E assim como os counters, por mais que ter o poder de escolha em mãos seja algo tentador, utilizar com sabedoria é muito mais eficaz do que apenas usar por que se pode usar.

 

 

- Remoções 

 

Remover permanentes, sejam elas criaturas, artefatos, terrenos ou encantamentos sempre é algo extremamente útil em qualquer situação, já que lidar diretamente com o problema pode ser decisivo. Mas é justamente esse fator decisivo que faz com que remover algo precise de um pouco de atenção. 

 

Incontáveis foram as vezes onde vi remoções sendo utilizadas para tirar algo que estava incomodando por motivos pessoais, ou como represália a algo que aconteceu antes na partida. 


Por favor, não sejam esse tipo de jogador!

 

Análise de ameaças é um ponto fundamental que aprendemos quando começamos a jogar magic, e serve para diferenciar uma verdadeira ameaça de algo que mesmo sendo uma pedra no sapato, não chega a ser um problema. 


Se ver numa situação onde você tem em mãos uma Swords to Plowshares e um Gilded Drake, e seu oponente possui um Hushwing Gryff em campo te faz pensar sobre o que eu estou falando. 


Apesar de parar o seu Gilded drake, que não é legal pra você, o grifo impede outros problemas muito maiores, como por exemplo Dockside Extortionist e Thassa's Oracle, que são cartas utilizadas com freqüência por jogadores do cEDH


Então analisando essa situação, talvez não valha a pena utilizar sua remoção numa criatura apenas por que ela te traz uma limitação, já que ela pode estar sendo um problema muito maior para outro jogador. 

 

Além disso, ter em sua a possibilidade de utilizar essa remoção em outro momento oportuno faz dela muito melhor, principalmente num passe para seu turno, onde seus oponentes ainda teriam que lidar com o problema. 

 

O mesmo se aplica a situações onde nos vemos diante de criaturas que fazem pressão na mesa, mas que não nos afetam diretamente. 


Talvez remover esse tipo de ameaça seja mais útil para seu oponente, o poupando de gastar um recurso que muitas vezes ele não iria querer gastar naquele momento. 


Por isso é sempre muito importante saber identificar o peso que um problema tem para cada um dos jogadores separadamente. 

 

Enfim, por hoje é só. 


Apesar de ter sido um artigo bem menor do que o que é de costume, esse é um assunto do qual eu já gostaria de ter abordado antes. 


Espero que tenham gostado, e que seja útil de alguma maneira. 


Lembrem-se sempre de ponderar suas jogadas e fazer com que seu jogo seja sempre o mais otimizado dentro do possível! 


Vejo vocês na próxima. Um grande abraço!

 

 


                                                                                               Por Jefferson (Jeff) Babosa

Jefferson C Faria Barbosa ( D3AD)
Jefferson Barbosa, mais conhecido como Jeff, conheceu Magic em Lorwyn e desde então vem aprofundando seu amor por card games. Desde sempre se considerando um amante do competitivo, participou da criação do grupo cEDH Brasil e vem criando conteúdo sobre formatos multiplayer em projetos conjuntos e independentes!
Redes Sociais: Twitch, Facebook, Instagram
Comentários
Ops! Você precisa estar logado para postar comentários.
(Quote)
- 29/04/2021 08:54:01
Excelente artigo! E como falta aprendizado na hora de escolher a decisão certa a melhor hora de responder às ações dos outros jogadores na mesa e a razão para cada vez mais se ver jogadores correndo pra ganhar em vez de tentar controlar pra depois tentar ganhar
(Quote)
- 29/04/2021 06:31:49
Com a minha incrível habilidade de ponderar errado eu provavelmente iria impedir o jogador C que tentaria impedir A e B de ganhar e perderia o jogo. 😭😭
(Quote)
- 28/04/2021 20:21:29
se o primeiro for tentar ganhar impeço, e espero que o segundo erre o combo ou algum outro jogador tenha uma resposta específica. Deixar ganhar é muito mole
(Quote)
- 28/04/2021 19:35:56

É inevitável kkk pqp magic é muito foda

(Quote)
- 28/04/2021 16:55:06
Excelente artigo! Analisar ameaças não é fácil é uma coisa que muitos jogadores de EDH aqui da cidade tem dificuldades de mensurar.

"Sabendo que 2 dos seus oponentes estão a um passo de ganhar, e que apenas você possui uma única resposta, você prefere parar o primeiro a tentar e deixar que o segundo ganhe, ou prefere apenas deixar que o jogo acabe para não "escolher" nessa decisão?"

Essa questão de "estar a um passo de ganhar" é muito abstrata, na minha opinião. A menos que de alguma forma eu tenha visto as cartas na mão do meu oponente, um conjunto de sinais de que uma jogada decisiva vai acontecer às vezes enganam. Um jogador que baixa Heliod não necessariamente vai vir com a Ballista em seguida. É o ESPERADO, mas será que está na mão dele? Se não, será q ele tem como tutorar? O primeiro jogador está DE FATO fazendo uma jogada decisiva q vc precisa responder, ou seja, algo de concreto está acontecendo e pode acabar com o jogo. O segundo tem grandes de vencer, mas se não existe certeza, então eu sempre opto por parar quem está gerando a ameaça de vitória mais imediata e concreta (isso considerando q eu não tenho a mínima chance de ganhar, claro).
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