Olá! Depois de quase um mês "preso" em exatas 75 do Mono Green Food, passado o Top 8 do LATAM pude retornar aos trabalhos no Standard de forma mais "solta", e mesmo que alguns baralhos como Gruul Adventures e Dimir Rogues ainda estejam altamente presentes, o metagame segue evoluindo, e é bastante importante para aqueles que seguirão o caminho do grind nesse final de 2020/começo de 2021 manterem-se antenados nas tendências do ambiente - algo inerente de um Standard saudável, onde cada semana os principais baralhos e as tecnologias para combatê-los vão se revezando.
Começando pelo meu estimado Mono Green Food, algo que fez-se necessário de adaptar em relação ao metagame é aumentar a quantidade de Forno da Bruxa, alinhando melhor contra a interação de cartas como Gigante Esmaga-ossos // Pisar e Caloteiro Descarado // Pequeno Furto, além de decks como Dimir Control que ganharam bastante força após o Zendikar Championship.
Cariatide Ilisiana é outra novidade que joga de forma bastante inteligente com o restante do baralho - é uma criatura tanto para acelerar um dos QUATRO O Grande Circulo como para manter o gás depois que ele já está na mesa, assim como é um 1/1 para a Fera Apaixonada // Desejo do Coracao atacar. Outra tecnologia desse evento é a adoção de Ermos Rastejantes dividido com Enclave dos Vinculadores, oferecendo aquele importante ângulo de ataque mais agressivo (especialmente para enfrentar decks interativos e/ou com Ugin, o Dragao Espirito).
O plano de sideboard também evoluiu, com Esmorecer tomando o espaço de Brontodonte Destruidor para interação instantânea. Como a dependência em Trilha de Migalhas diminuiu (apenas três cópias), Carneirada também ganha espaço na reserva, interagindo com criaturas-chave como Terror dos Picos e sinergizando muito bem com o atropelar do Rei Trol Glutao para dar alcance no dano direto fechando partidas. Garruk, Liberto é a forma de atacar por cima de criaturas incômodas no bloqueio como Fera Apaixonada // Desejo do Coracao e Gigante do Pe de Feijao // Pegadas Ferteis, além de aumentar a mesa contra os controles sem comprometer tantos recursos junto da Vivien, Protetora dos Monstros. Dessa forma, o Mono Green Food consegue assemelhar-se mais a um Stompy tomando uma postura mais agressiva pós-side, ao invés de tentar resolver Ugin, o Dragao Espirito e apostar na vantagem de cartas contra baralhos cheios de Negar no pós-side.
A diminuição no "ódio" aos Ladinos com cada vez menos cartas de escapatória nos grimórios e reservas significou que era a hora do Dimir Rogues fazer um glorioso retorno. O nosso Hall of Fame e campeão mundial PVDDR popularizou a base acima no Zendikar Championship, voltando com Lurrus da Toca Onirica para vantagens na pseudo-mirror contra Zareth San, o Trapaceiro e com a ajuda de Mentes em Unissono para gerar valor com velocidade, dando ainda mais redundância ao baralho e permitindo jogar com menos espaços "mortos" em seu deck principal.
No mais, o plano segue o mesmo. Triture o adversário até ativar as sinergias de Entrar na Historia e Afogar no Lago, e então esmague o adversário fazendo cartas com eficiência muito acima da curva delas.
Outro baralho que cresceu muito nessas últimas semanas é o Dimir Yorion. Apostando menos nas "gracinhas" com efeitos quando entram em jogo que seus "primos" com branco, essa versão nada mais é do que um Dimir Control convencional que utiliza-se tanto das 80 cartas para ser robusto nas partidas interativas ao acomodar mais cartas importantes (como as 4 cópias de Ugin, o Dragão Espírito e Ermos Rastejantes, além da presença de Agarrar-se ao Po/Negar já no deck principal).
Nesse Standard de muitas trocas de recursos e jogos disputados, parece que acumular cartas adicionais e rampar para a recompensa máxima do formato funciona muito bem. O "kit" Tomo da Mente Labirintica/Simulacro Solene/Ugin, o Dragao Espirito está em alta, exemplificado também pelo Rakdos Midrange que alcançou o Top 8 no LATAM nas mãos do brasileiro Mario Palma e até outros baralhos mais "crus" como o Big Red. O Dimir nada mais é que uma casa que consegue interagir bem em outras frentes com as anulações, remoções abrangentes e o valor extra gerado pelo Yorion, Nomade Celeste.
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A queda notável do Esper Doom em termos de fatia do metagame, por exemplo, deve-se muito à ascenção das duas listas Dimir acima - tanto o Rogues quanto o Control Yorion são péssimas partidas para o deck que tenta gerar valor residual com permanentes pesadas na mana e lentas em velocidade feitiço.
Algumas mecânicas que a Wizards lançou nesse último ano foram tão fortes e opressivas que mesmo banidas/nerfadas continuam a dar o ar de sua graça. O Temur Obosh Adventures consegue ser a fusão de dois desses elementos: os remanescentes do baralho baseado no banido Trevo da Sorte e todo um rol de permanentes/mágicas de custo ímpar que encaixam no jogo do Obosh, o Furapresa.
Jogando com Ultimato da Genese, o plano quase sempre acaba sendo acelerar essa jogada poderosa, para com sorte revelar Terror dos Picos + outras criaturas e acabar o jogo imediatamente, ou no mínimo gerar uma mesa e valor que são impossíveis do oponente acompanhar.
Entretanto, ao contar com outras formas de vantagem de cartas, notadamente Estalajadeiro de Beiramuro, O Grande Circulo e Vivien, Protetora dos Monstros, além das próprias criaturas com aventuras serem um 2x1 embutido, a versão de Temur acima consegue apresentar planos alternativos muito mais viáveis que o Ramp convencional, com cartas que não interagem tanto como Cultivar e Cobra de Lotus. Graças a essa versatilidade, o baralho tornou-se bastante popular nas ranqueadas e eventos do MTG Arena, e segue destacando-se bem recentemente.
E para fechar a conta, temos ele, o ainda principal baralho do Standard, com a base que a Autumn Burchett pilotou com maestria durante o último Zendikar Championship. Vale ressaltar, porém, ainda estar longe de ter números que o credenciaram a um banimento, o que mostra bastante do quão saudável o formato está no momento.
Sendo um baralho inicialmente agressivo de Brasolamina, mas que consegue morfar de forma efetiva para um Midrange através do valor que as aventuras e O Grande Circulo são capazes de gerar, o Gruul Adventures é um dos favoritos para aqueles que querem chegar no formato, pegar o melhor deck, ir masterizando até aprender os detalhes de postura, sideboard e então chegar com chances de faturar um caneco ou avançar bem na ranqueada.
As grandes tecnologias da semana no baralho são: a adoção mais universal de Quebra-escudo de Brasoreth // Exibicao em Batalha, criatura capaz de responder os vários artefatos problemáticos que estão vendo jogo (Tomo da Mente Labirintica, O Grande Circulo, Brasolamina, Forno da Bruxa) e de progredir o jogo com o Estalajadeiro de Beiramuro; mais cópias de Fera das Demandas, criatura que vêm ficando cada vez mais bem posicionada no formato devido à necessidade de ajustar algumas remoções (Sumir para lidar com Ermos Rastejantes, por exemplo) e de sua evasão estar mais relevante do que nunca contra Simulacro Solene, Ashiok e afins; e a presença de mais A Guerra Acrosana, com uma cópia já no deck principal e mais no sideboard, sendo capaz de tanto punir a mirror quanto o Mono Green Food, uma partida bastante complicada para o Gruul.
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Esses são os baralhos que têm ditado as ações do Standard nessas últimas semanas, e que devem estar no radar de qualquer um que tenha pretensões de chegar forte no formato nesses próximos dias. Alguns outros decks, como Mono Red, White Weenie e até Golgari Adventures andam ensaiando um crescimento ou retorno para as cabeças, mas ainda seguem com uma representação muito baixa de metagame para se credenciarem ao posto atualmente - quem sabe nos próximos dias?
E quanto a vocês, leitores, concordam com as escolhas de baralhos da semana? Quais das tecnologias adotadas por eles são "a boa" para se sobressaírem? O que esperam do desenrolar desse formato, que ainda parece ter bastante lenha para queimar mesmo já estando relativamente perto do lançamento de Kaldheim? Deixem suas opiniões nos comentários!
Abraços e até a próxima!