Olá! Em meu último artigo aqui pela eu tratei sobre os decks que seriam tidos como o "nível 0" do formato, ou seja, as primeiras escolhas dos jogadores em um mundo novo sem Agente da Traicao, Fogos da Invencao e Companheiros prejudicados. Dentre eles, o Temur Reclamation e o Jund Sacrifice seguem dominantes, enquanto que o meu "favorito" Bant Midramp ficou um pouco para trás, seja com 60 ou com 80 cartas.
Porém, bastaram alguns poucos dias repletos de grind nas ranqueadas do MTG Arena, ligas no MTGO e torneios relevantes como o LATAM Magic Series para que novos competidores fossem emergindo para as primeiras fileiras do Standard, e são desses decks que falaremos em nosso artigo de hoje!
Começando pelo Rakdos Sacrifice, bem similar ao que o colega colunista aqui da LigaMagic Rudá dos Reis vem utilizando em seu grind de torneios e ligas no MTGO. O lado Sacrifice da estratégia compartilha de alguns cards com o Jund Citadel, porém as semelhanças param por aí. Com uma pegada mais agressiva graças a cards como Carniceiro da Horda Medonha e Escorpiao Serrilhado, aqui o objetivo é menos trocar recursos com o oponente e fazer rodar uma engenharia de comidas, e mais reduzir os pontos de vida adversários a zero rapidamente.
Graças a essa natureza, é mais difícil de punir o baralho com interações de artefatos/encantamentos como Retorno a Natureza ou Baixas de Guerra, e mesmo as remoções 1x1 rápidas que são o plano convencional dos baralhos mais lentos pode ser facilmente se tornar ineficiente se o Rakdos alinhar Forno da Bruxa, Lurrus da Toca Onirica e Chamado do Mortivago para continuar mantendo uma mesa que deve ser respondida de imediato, não dando o "respiro" que alguns baralhos precisam depois da primeira onda de respostas.
Sendo capaz de jogar bem contra as estratégias mais pesadas, o Rakdos tem como um de seus algozes o "primo com verde", que também conta com Diabo do Pandemonio para inviabilizar boa parte de seus truques, mas que com a ajuda de Ganso Dourado e demais jogadas rápidas consegue conter a investida inicial até o ponto em que Korvold, Rei Maldito pelas Fadinas e Trilha de Migalhas. Além disso, cada vez que o metagame escolhe cartas como Zona de Explosao, Fogo Draconico Escaldante e Varrer com as Chamas, a vida dele é sempre mais dificultada.
Esse é facilmente o deck que possui mais variações dentre os do Standard, com algumas listas usando Jegantha, a Fonte como Companheiro, outras ainda com Lurrus e sem Diabo do Pandemonio e outros rops 3, e ainda as versões mais agressivas com Ladrao dos Ricos e Judith, Diva do Flagelo. Andarilho das Aflicoes é outra escolha que se encaixa nas listas mais focadas na sinergia de sacrifício, sendo que essas escolhas acabam refletindo mais em qual parte do metagame o Rakdos está pretendendo atacar naquele momento.
Um dos favoritos dentre os decks "justos" e tomando o lugar do Bant como o Midramp da vez, o Sultai foi um dos grandes vencedores nessa última semana, conseguindo boas colocações nos LATAM Magic Series e nos Last Chance Qualifiers para o Players Tour, com destaque à vaga conseguida pela base da lista acima, nas mãos de Douglas Romani.
A grande força do Sultai vem de quando sua carta-assinatura, Baixas de Guerra, está bem posicionada no metagame - e apesar de termos alguns aggros no ambiente, o fato de que existem muitos decks Midramps/Sacrifices e poucos Flash/Tempo permite ao poderoso feitiço Golgari margem de jogo mesmo quando não deveria ser tão eficiente.
Com a ajuda de interações leves (Escarnio do Tirano, Dissolucao do Pensamento ) e acelerações (Uro, Tita da Ira da Natureza e Espiral de Crescimento), o plano do Sultai é sobreviver (ou limpar caminho) até o momento onde a Baixas de Guerra define a partida, ou ao menos debilita suficientemente para que as outras ameaças (Nissa, Abaladora do Mundo, Krasis Hidroide) possam dominar.
Sua natureza robusta, repleta de permanentes poderosas que geram valor aliada aos descartes leves que desmantelam o plano do oponente o tornou uma opção extremamente bem cotada em um metagame que carece de bons aggros - o seu grande e verdadeiro nêmese.
Mesmo que possa contar com os cada vez mais bem-posicionados Evento de Extincao e Grito do Carnarium, falta tanto uma remoção global que "resolve o problema" (como Estilhacar o Ceu), além de interação leve menos condicional - Ato Cruel, Escarnio do Tirano, Trofeu do Assassino e Desfigurar falham em resolver alguma ou mais de algumas ameaças críticas, possuem uma desavantagem severa ou são lentas no caso das interações de mais manas.
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O que nos leva ao Mono Red Cavalcade, a versão mais curva baixa dentre todos os baralhos agressivos, a lista acima conseguindo a vaga no LATAM Magic Series nas mãos de Guilherme Merjam/Rastaf. Ao contrário do Red Deck Wins, que conta com Anax, Temperado na Forja, Brasolamina, Gigante Esmaga-ossos // Pisar e Ladrao dos Ricos, em nenhum momento o foco aqui é a capacidade de gerar valor ou contornar jogadas adversárias - ele é sempre infligir o máximo de dano possível, na menor velocidade de tempo.
Os 16 drops 1, bem como a escolha de Chandra, Acolita da Chama e Tibalt, Instigador Dissoluto no deck principal corroboram essa escolha, sinergizando melhor com a principal carta da estratégia: Parada da Calamidade. Mesmo a escolha da "remoção" objetiva mais o dano direto, com Fogo Interior sacrificando uma das criaturas dispensáveis em prol de uma razão mais eficiente de mana investida por dano causado.
Trazer essa versão para as ranqueadas ou um torneio implica em necessariamente acreditar que o metagame não está preparado para enfrentá-la - seja porque os Midramps estão lotando de Baixas de Guerra para levar as mirrors ou porque Disputa Mistica está em um momento que se justifica no deck principal, o fato é que esse Mono Red é capaz de capitalizar punindo os que estão interessados em jogar um jogo diferente do dele, não respeitando-o com as ferramentas adequadas nas reservas.
De forma similar, o Mono Green Aggro da vez aposta na agressão como a resposta ao metagame, embora mais em fazer um "tijolo" parrudo cedo e curvar, do que em forrar a mesa com drops baixos dispensáveis. A lista acima foi utilizada por Mike Brill para um 4-0 no SCG Tour Online, bem similar ao que o streamer Crokeyz utilizou em suas lives no alto ranking do Mítico recentemente.
A sinergia de Destruidor de Gemas é incrível com todas as criaturas que interagem com marcadores +1/+1 (Yorvo, Senhor de Pontegaren, Colecionador de Peles, Serpente Litoespiral e Preservador Silvonato) criando o "megazord" tão breve o baralho possua três manas para trabalhar, e sua habilidade quando a mutação é um sucesso está incrivelmente bem-posicionada, com vários alvos relevantes no metagame.
Para contornar os decks interativos, o MGA opera com criaturas naturalmente grandes (que contornam remoções de dano e -X/-X com maior facilidade), que possuem alguma forma de proteção tornando-as mais difíceis de serem alvejadas (Serpente Litoespiral, Trol Cascacouro, Ceratopo-camaleao) e capazes de encaixar dano antes de serem respondidas (Fera das Demandas, Ceratopo-camaleao, Destruidor de Gemas). A combinação de Vivien, Patrulheira do Arco Bestial e Carneirada contorna frágeis bloqueadores que poderiam ficar no caminho, como Familiar do Caldeirao.
Basta uma mão um pouquinho mais lenta com um terreno virado meio torto e um piscar de olhos, e o Mono Green é capaz de passar por cima - com o principal fator que restringe o deck sendo o quanto seus oponentes estão respeitando-o com remoções globais e cartas na reserva como Garras Noxias.
Para os que achavam que os Companheiros não dariam o ar de sua graça nessa semana, o Azorius Yorion foi uma das estratégias bem-sucedidas nas mãos de Victor Cardarelli, ganhando a vaga para o Players Tour no último LATAM Magic Series. O grande apelo do Azorius é sua capacidade de jogar relativamente bem tanto contra os decks mais lentos, com suas anulações, Teferi, Manipulador do Tempo e a natural robustez das 80 cartas, quanto contra os decks rápidos com a ajuda de suas remoções leves, Estilhacar o Ceu, Arrasta-sonhos e Arconte da Graca do Sol.
Seu plano contra o Temur Reclamation em particular, uma das (se não a) principais forças do formato é extremamente efetivo, sendo capaz de punir todos os diferentes ângulos de ataque. Caloteiro Descarado // Pequeno Furto cobre Tufao de Tubaroes, além de possuir os próprios "sharknados" para jogar no passe. Veto de Dovin vai por cima de qualquer tamanho de Expansao // Explosao e anulações para protegê-la, enquanto possui a famigerada "trava" de Teferi + Narset. Mesmo as potenciais criaturas do side, como Emboscador da Matilha Noturna e Iniciar Plano Final acabam por cair vítimas das muitas interações leves que o Azorius carrega.
Talvez a maior fraqueza do Azorius Yorion seja a mesma que as versões mais "pra trás" de Azorius e Esper sofreram nos últimos formatos - a necessidade de alinhar perfeitamente suas respostas para o que o oponente vem a oferecer, do contrário sofre para manter a paridade na partida, seja de mana porque não possui Espiral de Crescimento e Uro, Tita da Ira da Natureza, seja de recursos porque responder no 1x1 a diversidade das ameaças do formato e sua capacidade de gerarem valor seja uma tarefa verdadeiramente hercúlea. Falta aquela jogada proativa injusta, que os outros decks do ambiente são capazes de fazer com relativa facilidade (Nissa + Krasis, Reconquista da Natureza turno 3, Familiar do Caldeirao + Forno da Bruxa, etc.).
E quanto a vocês, leitores, o que acharam dos baralhos que representam o nível seguinte do Standard depois da primeira semana pós-ban? Qual deles acha que tem mais chances de mandarem bem na sequência de torneios, com Players Tour e Mythic Championship Qualifier Weekend acontecendo no MTG Arena através do mundo? Deixem suas opiniões nos comentários!
Abraços e até a próxima!
Você sabe quantos comentários eu leio por dia e a quanto tempo de players que acham que Magic vai acabar? Quase 20 anos parceiro. Você precisa sim de dinheiro pra joga, mas quem gosta compra. E tem MUITA gente que gosta.
O jogo parece fadado ao fracasso em nosso território (E olha que estamos na moda com os pró players brasileiros no exterior), mantendo-se firme apenas nos grandes centros e devido principalmente aos formatos eternos, em especial edh, legacy e modern.
No MTGArena você pode ter todos estes decks de graça.
O futuro do Magic físico pode estar com os dias contados, a pandemia deu ênfase ainda maior ao jogo online.
Quanto a standard pós-ban, o Temur continua sendo o deck mais jogado.
Se preparar para o ambiente está bem complicado, não há um deck que consiga responder tudo, ou side para tudo, nesse atual momento é preciso escolher bem.
Sempre haverá um BANT ramp, mono red, gruul aggro ou rakdos pedindo resposta. Se você não fizer vai ser engolido. Viver sem t3feri, narset, e grave hate ta dificil.
Agora no M21 parece que teremos algumas respostas como: Containmet Priest, Scavengig Ooze e Eliminate, mas não parecem serem o suficiente.
No geral o ambiente está bem diverso e espero que se mantenha assim, sem um tier 0 como antes.