Olá pessoal. A ideia desse artigo é contarmos a história por trás do deck que criamos e que dominou a última temporada do formato Modern nos campeonatos do MOL (Magic the Gathering Online) pré-lançamento de Ikoria. Então vamos lá.
Quando digo criamos estou falando de 6 pessoas citadas abaixo com seus respectivos nomes no MOL.
Ivan Pellegrino Trefiglio – Ivan_Catanduva_Br / escritor deste artigo
Igor Dutra – Idutra
Carlos Eduardo Neves Almeida – Carlos Almeida
Marlos Batista – Ulfang (campeão do Magic Fest São Paulo jogando de Tron)
Hugo Santos – Dark_Samurai
Fabiano Moreira – Plugfcm
Wallace Costa – Remf
No momento do surgimento do deck o ambiente era dominado por uma carta: Tita Primordial. E uma outra carta estava no alvo de banimento da Wizards. “Era uma Vez”.
Visto isso vamos aos principais resultados que obtivemos.
No momento que escrevo este artigo (22/04/2020), o ambiente do modern é este abaixo. Cabe destacar que este ambiente ainda é o de antes do lançamento de Ikoria que com a nova mecânica de “companheiro”, está fazendo muito estrago no formato.
Vamos agora a história por trás do deck. Tudo começou com uma lista do nosso amigo Fernando (nome no Mol: Yprincipe). O Igor e o Carlos viram a lista e resolveram testá-la. Logo depois o Remf e Eu também vimos a mesma lista e também resolvemos testá-la. E nos confrontos entre a gente no Mol acabamos nos conhecendo e veio a ideia do Igor de criarmos o grupo de Rg Midrange no Whattsapp.
A lista inicial que olhamos foi essa:
Podemos ver que nessa lista ainda constava a carta “Once Upon a Time” (Era uma Vez) que acabou sendo banida no dia 10 de março de 2020.
Ainda antes do banimento já começamos as alterações na lista diminuindo um terreno, aumentando uma cópia da nossa querida “Clotis, Deusa do Destino” (apelidada no nosso grupo de “Clovão”), diminuindo as cartas de custo seis e colocando as primeiras cópias de “Pilhagem” visto que atacava vários decks que estavam no topo no formato (Amulet Titan, Eldrazi Tron, Tron e as variações de decks com Urza. Acabei fazendo o top 8 do Ptq do Mol do dia 08 de Março sendo derrotado por um Grixis Urza na primeira partida do top 8 com a lista abaixo.
Todos estávamos treinando muito com o deck e muito confiantes para o Magic Fest São Paulo que aconteceria no dia 20 de Março e veio então o esperado banimento de “Era Uma Vez” uma semana antes do evento, que acabou sendo cancelado devido ao problema do corona vírus. A carta era muito forte pois dava consistência ao deck permitindo achar suas principais armas mais rápido. A possibilidade de sempre fazer o elfo no primeiro turno e acelerar seus drops três é o que o deck mais queria. E ela também funcionava quando era comprada no meio ou final do jogo, diferente de algumas cartas que citarei abaixo.
Após o banimento de início achamos que o deck estava morto mas como pegamos muito amor nele resolvemos insistir. As primeiras cartas que testamos foram: Hexdrinker / Simian Spirit Guide / Domri, Anarch of Bolas / Scavenging Ooze / Wrenn and Six / Birds of Paradise / Questing Beast e Bonecrusher Giant // Stomp.
O que achamos de cada uma delas:
Hexdrinker: de começo gostamos muito dela, ajudando na obtenção de vários troféus. Acabou sendo retirada do deck dando lugar para “Pilhagem” que demonstrava ser melhor para o formato naquele momento.
Simian Spirit Guide: nos possibilitava aceleramos alguns drop três e até funcionava quando vinha na mão inicial mas era uma carta muito ruim de ser comprada no final do jogo e pior ainda de ser revelado na cascata do nosso querido Elfo Tranças-de-Sangue.
Domri, Anarch of Bolas: caindo no turno 2 ele demonstrava ser muito forte, mas parecia mais uma carta de sideboard do que uma carta de main deck. E demonstrava não ser muito bom caindo com a mesa limpa, acabando por não fazer absolutamente nada.
Scavenging Ooze – no primeiro teste que fizemos o Ooze acabou não passando sendo que com o Magus da Lua na mesa não tínhamos muitas florestas para abusar de sua habilidade. Retiramos ele e voltamos quando começamos a enfrentar muitos decks que utilizavam cartas do cemitério tais como, Dredge e decks com a carta Uro, Tita da Ira da Natureza. Após os novos testes nunca mais retiramos sendo uma das principais cartas do deck. Ele ajuda muito também contra Burn e Mono Red Prowess se conseguir ficar grande no turno em que entra em jogo.
Wrenn and Six: essa carta é poderosa demais. Na minha opinião tem nível para ser banida. Mas acabou que não encaixou no nosso deck. Jogando com ela percebemos que ela é reativa e não combina com o estilo agressivo do deck. Além de que, com o Magus da Lua na mesa não conseguimos abusar da habilidade de voltar terrenos todo turno.
Birds of Paradise: foi uma das primeiras que vieram nas nossas cabeças. Perdemos “Era Uma Vez” logo pensamos precisamos de mais drops 1. Na mão inicial ela realmente gera a aceleração que precisamos mas quando ela é a última carta que você espera que caia no Elfo Tranças-de-Sangue.
Questing Beast: a partir do momento que testamos foi unanimidade a força dessa carta. Realmente gostamos muito. Todos praticamente mantivemos uma cópia. Acredito que somente o Carlos manteve duas Chandras de 4 manas.
Bonecrusher Giant // Stomp: tínhamos muita dificuldade com os decks mais agressivos, desde agros até os burns e mono reds. O acréscimo do nosso querido gigante foi essencial para virarmos essa chave. Ele atua sendo o famoso dois pra um removendo uma criatura e depois bloqueando nos dando tempo para realizarmos o nosso jogo. Lembrando que a habilidade dele que muitos esquecem (os dois danos dele possuem no texto a informação que o dano não pode ser prevenido – fazendo com que cartas como Auriok Champion e Kor Firewalker tornem-se menos efetivas contra nós).
Após os vários testes chegamos à lista abaixo e ao nosso ápice com a vitória do Carlos no Ptq do dia 29 de Março de 2020 e a obtenção da tão sonhada vaga para o Pro Tour.
Após a conquista do Carlos, já no outro dia houve outro torneio grande no Mol e já constatamos que o deck já estava sendo usado por diversos jogadores famosos e o deck apareceu com duas cópias no Top 4. Isso nos encheu de orgulho porque vimos nossas listas serem copiadas por completo. Demoramos muito pra chegar na lista correta e com várias ideias de todos. Cada um contribuiu com uma ideia de uma carta. Por exemplo, o Igor, com a ideia das 2 cópias de “Cindervines” e o Carlos com as 3 cópias de “Pilhagem”.
Pudemos ver também durante a semana vários jogadores famosos testando o deck. Pudemos ver jogadores com Seth Manfield e Zan Syed utilizando uma lista do Igor que tinha uma cópia de “Abrade” no sideboard que foi uma ideia do Hugo.
Após essa grande jornada, veio o lançamento de Ikoria com o surgimento da nova habilidade de “companheiro”. Parece meio unanimidade no público do Magic hoje que se você joga sem o seu “comandante” você está em desvantagem. Eu concordo com a tese pela razão principal que o oponente está jogando com uma carta a mais na mão. Ou então disponibilize mais cartas para que todos possam usar e deixe tudo isso mais justo. Enfim, esse é um tema que será abordado até o lançamento da próxima edição. Banir ou não banir os “comandantes”.
Nós estamos insistindo com o nosso Rg Midrange, porém, com algumas alterações para o novo metagame. Segue abaixo a lista com as nossas alterações e razões do acréscimo delas.
Resultado obtido já no novo metagame(5-0).
As principais alterações na lista foram o acréscimo de “Tireless Tracker” e “Courser of Kruphix”. Para isso retiramos as cópias de “Pilhagem” e diminuímos a quantidade de “Glorybringer”. O motivo das alterações foi pela necessidade de obter mais recursos para combater os decks com “companheiros” que já começam com uma carta a mais. E também deixar o deck mais leve. Estamos tendo dificuldades de adaptar o deck para o metagame atual mas estamos gostando dessas primeiras alterações.
Antes de colocar o plano de side, gostaria de comentar que o side é muito pessoal. Acredito que se você realmente conhece seu deck você fará as alterações necessárias de acordo com o que o oponente lhe apresentar. É claro que temos cartas que não retiramos nunca tais como “Collector Ouphe”, “Cindervines”, “Anger of the Gods” , “Relic of Progenitus” pois são cartas que funcionam contra uma grande maioria de decks do metagame. O metagame muda muito e cartas como, “Choke” e “Boil” fizeram muito sucesso na temporada passada e retiramos ela neste momento.
A planilha abaixo dá uma ideia das cartas mais utilizadas pelo deck no momento. Como indicação de artigo para leitura sobre sideboard indico este do Paulo Vitor Damo da Rosa, o PV: “There’s More to Sideboarding Than You Think”.
Eu diria que o deck joga muito bem contra Tron, Amulet, Valakut, Humanos, Infect, Jund e Boogles. E tem partidas apertadas contra: Burn, Controles e Combos.
Então é isso galera, este é o meu primeiro artigo aqui e gostaria de agradecer ao João Lucas Caparroz pela oportunidade de deixar registrado aqui esse momento que construímos. Para quem não sabe sou da mesma cidade do João e antes dele ganhar o Nacional jogávamos bastante e lembro de uma frase dele antes do Nacional confiante que estava com o Dimir a frase foi: “Ninguém treinou draft como eu treinei”!!! Dito e Feito!!! Gravei ele ganhando a final!!!
Abraços e um especial para Carlos, Wallace, Marlos, Hugo, Fabiano, Igor e o nosso querido William !!!!!
E para quem quiser acompanhar quem fez o deck nascer toda noite a partir da 1:30 procurem no twitch.tv XYZPRINCIPE nosso querido YPrincipe que aparece no topo do ranking competitivo junto com os demais brasileiros.
Abraços a todos e vamos aos treinos !!!!!
Ivan
Que isso amigo, todo mundo esquece as vezes.. não se sinta estúpido... hahaha
Nossa é verdade, que viagem. Tem a Klotis. Me senti um estúpido agora HUAHUA
Então, o Goyf tem como base cartas no grave para gerar valor, e o Klothys remove cartas do grave para gerar valor, além da Ooze (na versão antiga) o custo/benefício dele é muito baixo nesse deck, que abusa de cartas 2 pra 1!
Os meninos chegaram a testar, mas sem resultados relevantes