Estava aqui, pensando sobre o que falar em meu próximo artigo, quando escuto uma palavra que entrou para o cotidiano do brasileiro: vírus. Pensando sobre doenças, vírus e pandemias, decidi escrever sobre a maior pandemia que o Multiverso já presenciou.
Hoje, meus caros, falaremos sobre Phyrexianisation.
Essa palavra nova, Phyrexianisation, traduzida ao pé da letra seria algo como “tornar-se Phyrexiano.” Essa foi, e ainda é, a maior pandemia que o Multiverso enfrentou. Essa pandemia iniciou-se com a queda do Império Thran e a fuga de Yawgmoth para Phyrexia. Lá, o médico tornou-se um deus e Phyrexia se transformou no primeiro plano metálico.
Todos sabemos que as powerstones tiveram papel principal em todo esse processo. Sem elas, seria impossível toda essa ascensão de Yawgmoth, porém, além das powerstones, o Óleo Brilhante foi responsável pela proliferação dessa pandemia, hoje conhecida como Phyresis.
O Óleo Brilhante, em outras palavras, seria o “sangue” do Pai das Máquinas. É através dele que sua vontade soberana corre na veia de cada Phyrexiano. Quase impossível de se resistir à sua vontade, todo aquele que se corrompe com o Óleo Brilhante começa a se tornar um Phyrexiano. É o processo de transformar um ser vivo, em uma criatura artefato cuja vontade estará submetida a de Yawgmoth.
Perceberam que eu disse “quase”? A menção do quase foi proposital, isso porque durante a Invasão Phyrexiana, a general Tsabo Tavoc conseguiu capturar o benaliano, Gerrard Capasheno, e nele injetar o Óleo Brilhante. Gerrard lentamente começou a sentir amor e devoção por sua “mãe”, Tsabo, e começou a sentir o mesmo que ela: raiva e devoção absoluta. A Phyrexianisation de Gerrard teve início, contudo o salvador de Dominária conseguiu escapar da contaminação, graças ao seu amor por Hanna e a ajuda do grande grumete, Squee, que emprestou uma espada para o mestre de armas, rompendo de vez com a influência do Óleo Brilhante.
A Phyresis é a evolução da antiga doença Thran, Phthisis, que fora aprimorada por Yawgmoth quando este ainda era um médico do império. A Phthisis, cujo termo em português é Tísica, é relacionada a qualquer doença que provoca definhamento evolutivo no organismo.
Então, Phthisis a doença causada pela radiação das powerstones, foi a porta de acesso à divindade de Yawgmoth. Prometendo cura, o médico Thran criou uma doença que imortalizaria os Thran.
Ele apenas deixou de mencionar como seria essa imortalidade.
E nas entranhas de Phyrexia, mais precisamente na Quinta Esfera, no Mar Fervente de óleo brilhante, onde os Sacerdotes do Tonel utilizavam da substância para criar os Newt na Quarta Esfera, surgiu o sangue vivo de Yawgmoth.
Os Newt eram a forma primária de um Phyrexiano que eram armazenados em campos repletos de tanques de óleo brilhante.
Milênios se passaram em Phyrexia e, finalmente, as hordas de Yawgmoth estavam prontas para espalharem sua doença pelo Multiverso. A Invasão Phyrexiana foi um dos grandes arcos do Lore do Magic e é nessa narrativa que presenciamos o poder da doença Phyrexiana.
Para o povo élfico, imortais e belos, Yawgmoth preparara algo especial. Elfos derretiam como se fossem geleia quando eram alvos das bombas de praga. Yawgmoth desenvolveu uma praga específica para eles. Os humanos, pobres mortais, definhavam em pouco tempo ao toque de Phyresis.
Até mesmo um reles arranhão em contato com a praga era suficiente para contaminar o corpo todo. Foi em uma situação assim que Hanna, navegadora do Bons Ventos, foi contaminada. Na luta contra cruzadores Phyrexianos, um estilhaço de uma bomba de praga acertou o Bons Ventos. A navegadora teve apenas um arranhão, mas foi o suficiente. Com o tempo o arranhão começou a devorar sua carne. Nem mesmo a magia de cura de Orim conseguia deter o avanço da praga até que ela finalmente veio a padecer nos braços de Gerrard.
Mas sempre há esperança para aqueles que não desistem.
Orim estava estudando a Phyresis enquanto cuidava de Hanna. Numa das batalhas do Bons Ventos, eles transplanaram para Rath e foi lá que ela teve seu insight. A curandeira Samita percebeu que, se as bombas de praga não afetavam os Phyrexianos, é porque algo no organismo deles os deixava imune. Eles capturam alguns deles para que Orim fizesse seus experimentos e após longas horas de pesquisas, ela conseguiu aquilo que nem mesmo Urza Planinauta conseguiu, desenvolver uma vacina para a infestação da Phyresis. A vacina impedia que a doença afetasse o corpo deixando-o imune.
Infelizmente, já era tarde demais para Hanna. A vacina de Orim apenas ajudou a retardar um pouco sua disseminação, mas não impediu a morte da companheira.
Dominária, o centro do Multiverso, conseguiu criar uma cura para Phyresis, todavia parece que esse conhecimento se perdeu ao longo das eras ou talvez esteja guardado em alguma das Academias Tolarianas espalhadas pelos continentes. O tempo nos dirá, mas enquanto isso, visitaremos outro plano que não teve a mesma sorte de Dominária.
Phyrexianisation de Mirrodin
Após a derrota de Phyrexia o Multiverso estava livre dessa contaminação, ou foi isso o que todos pensaram.
Karn ascendeu a planinauta e agora tinha o poder de um deus – lembrando que isso foi antes da Emenda – e então, o golem de prata decidiu criar um plano de metal, utópico, para que a vida proliferasse sobre sua superfície metálica. O que ele não sabia era que em seu interior, traços do Óleo Brilhante eram carregados por onde quer que transplanasse.
Uma das funções do Óleo Brilhante, além de impor a vontade de Yawgmoth, é iniciar a Compleation. A Compleation, não confundir com a palavra completion, é o estado de maturidade e perfeição Phyrexiana. É quando o ser vivo abandona todos os traços orgânicos deixando apenas metal no lugar. Este é o momento em que o Óleo Brilhante atinge seu estágio final na vítima, transformado de uma vez por todas em Phyrexiano. Entretanto, o ser ainda mantém as memórias e a personalidade.
A palavra Compleat é um termo inglês arcaico que significa “ter todos os elementos ou habilidades necessários ou desejados”. Não é um erro de ortografia da palavra “complete”.
Na carta Phyresis que coloquei acima, ao final da frase, vocês podem perceber o uso do termo Compleat.
Neste caso, como Karn já era todo de prata, sua contaminação levou anos para ocorrer por causa da centelha e da Mightstone e Weakstone que herdara de Urza. Embora o Óleo
Brilhante nunca o afetara diretamente, esses elementos sempre fizeram parte do seu corpo, desde sua criação, pois sua vida surgiu da morte de outro Phyrexiano.
O coração que Urza implantou no golem fora o coração de Xantcha, um Phyrexiano que nasceu com defeito (tentou ter vontade própria) e fora resgatado por Urza se tornando uma grande companheira do planinauta. Embora Xantcha não fosse essencialmente maligna, o Óleo Brilhante corria em seu coração e foi essa mácula que trouxe ruína à Mirrodin.
Karn criou seu próprio plano e o deixou aos cuidados do Memnarca - a encarnação senciente do Mirari - cujo dever era cuidar e supervisionar Argentum. Karn partiu para treinar Jeska e enquanto o Memnarca aprendia e conhecia tudo sobre o plano, o contato com um óleo misterioso o transformou para sempre.
Após o contato com Óleo Brilhante, Memnarca ficou ensandecido. Sua primeira ação foi renomear Argentum para Mirrodin e depois iniciar sua busca para adquirir uma centelha de planinauta - parece familiar? O Memnarca fora a primeira vítima do Óleo Brilhante em Mirrodin abrindo as portas para a infecção de um mundo inteiro. Embora ele tenha sido derrotado por Glissa e cia. os rastros mortais do Óleo Brilhante continuaram a se espalhar pela terra.
A queda de Mirrodin começou e o surgimento de uma Nova Phyrexia teve início.
O Mar de Mercúrio, um grande corpo de metal líquido em Mirrodin, embora o mar se assemelhasse ao mercúrio, na verdade era um líquido sobrenatural. Ilhas de metal sólido, provavelmente estanho, surgiam do mar em formações estranhas. O Óleo Brilhante foi misturado ao metal líquido, criando um fluido que rapidamente corroía os organismos e artefatos vivos, suas peças de reposição posteriormente foram usadas para a criação de coisas novas. Apesar disso, os membros da Máquina do Progresso construíram um laboratório "subaquático" cujo intuito era projetar monstros marinhos.
A corrupção alcançara o Núcleo de Mirrodin. Também chamado de Tav Rakshan (Salão do Sol Eterno) pelos leoninos, era um enorme espaço globular dentro de Mirrodin, utilizado pelo Memnarca para controlar o mundo exterior. O Núcleo de Mirrodin só podia ser abordado através de cinco lacunas, uma em cada terra de Mirrodin. As lacunas eram túneis gigantescos que levavam ao centro oco de Mirrodin. Era através de cada túnel que os cinco sóis se projetavam para a superfície do plano.
Cada sol possuía uma nome:
● O sol branco era Bringer;
● O sol azul era Eye of Doom;
● O sol preto era Ingle;
● O sol vermelho era Sky Tyrant;
● O sol verde era Lyese cujo nome fora dado por Glissa em homenagem à sua irmã Lyese Sunseeker;
No centro do espaço globular, suspenso no ar, havia um círculo ofuscante de luz brilhante. Esta esfera de pura mana era conhecida como o núcleo da mana. O Núcleo de Mirrodin fornecia uma visão brilhante e de outro mundo, com superfícies metálicas brilhantes em todos os lugares, refletindo a intensa luz do Núcleo de Mana. Viviam nele centenas de criaturas e construções de artefatos do Memnarca e era nele que também se encontrava a antiga fortaleza do Memnarca, Panopticon, também conhecida como Cidadela de Aço Negro.
Além disso, em seu Núcleo haviam torres Micossintetizadoras cujo surgimento era um mistério para todos. Todavia, o que ninguém sabia era que essas edificações surgiram graças ao Óleo Brilhante que estava infectando Karn. A micossintetização foi o primeiro passo para a Phyrexianisation de Mirrodin.
Os mirranianos foram conquistados, mas essa invasão começou de dentro para fora. Seu próprio povo começou a se tornar Phyrexiano destruindo, aos poucos, o que sobrara de Argentum. Quando a contaminação já estava quase que totalmente acabada em Karn, ele se retirou para a Cidadela de Aço Negro e dali em diante o contágio se espalhou para formar a Nova Phyrexia. Durante seu tempo como Pai das Máquinas, o Panopticon foi convertido em seu trono, protegido pelos sacerdotes de Elesh Norn, instruindo-o a ser a cabeça de Phyrexia e mantendo-o na linha.
Enquanto o domínio de Nova Phyrexia se espalhava, Phyrexianos abriram buracos no núcleo de Mirrodin, corrompendo até o âmago do plano de metal e aquilo que trazia um brilho reluzente, se tornou uma das três esferas de Nova Phyrexia.
O sangue de Yawgmoth, o Óleo Brilhante, viajou de Phyrexia para Dominária e de Dominária para Mirrodin. Onde ele falhara uma vez, agora recuperava o tempo perdido criando novos lacaios e serviçais para que um novo Pai das Máquinas se assente ao trono.
A contaminação de um trouxe a ruína de uma civilização inteira. A Grande Pandemia planar não somente devastou um plano, mas trouxe de volta à vida seres que estavam nas memórias de um povo.
Memórias há muito esquecidas. Enterradas sob perdas. sangue e agora, sobre a superfície escura e gélida de terras devastadas, mais uma vez o sangue de Yawgmoth aguarda para assolar os planos do Multiverso.
Enquanto tivermos Django e Brandon como escritores, teremos esperança. Esse Lore de Ikoria ficou interessante e já tem em português.
Se Urza quiser, não! Eu tenho medo de ver como vai ser o Karn invadindo Nova Phyrexia para usar o Sylex. Aquilo por si só já é um baita erro de script.
nem te conheço mas ja te amo