Ikoria já está válida e testar novas edições é sempre muito bom. Entre novas mecânicas, novos planeswalkers e um inteiro universo para explorar, eu resolvi focar em uma carta.
Existe um conceito em deckbuilding que chama “bandeira”, basicamente são cartas que podemos construir em volta e assim criar uma estratégia. Um exemplo recente foi o Urza, Grao-lorde Artifice, que pede uma série de artefatos na mesa para ser mais efetivo e consegue ser a base para vários decks. Ikoria tem várias “bandeiras” e a que mais gostei de trabalhar em volta nessa primeira semana foi Cancao da Criacao.
Colocar terrenos adicionais na mesa nos diz que queremos isso cedo, mas descartar a mão nos diz que queremos isso no late game. Esse é o desafio para fazer Song of Creation jogar e a solução encontrada foi na habilidade mais interessante dessa carta.
“Toda vez que você joga uma mágica, compre dois cards”.
Por mais que essa habilidade nos diga que jogar com essa carta no late game será melhor, já que manteremos um fluxo de card advantage sem perder muito ou pouco recurso. Ela também abre para um novo modo de explorar esse encantamento, porque se toda mágica nos fará comprar, podemos aproximar o encantamento de Relance da Natureza, feitiço famoso no antigo Extended por fazer muito no Elfball, um combo aggro que podia vencer fazendo uma quantidade absurda de criaturas no começo do jogo ou encaixando a boa e velha Metralha. Cancao da Criacao é similar, se conseguirmos acelerar para chegar no seu custo podemos criar uma storm de cartas de custo baixo e assim comprar todo o deck.
De custos baixos o Modern está cheio, Mox Amber, Explosivos Fabricados, Calice do Fluxo Perene e Bijuteria de Mishra são ótimas e são apenas as opções mais funcionais para um plano desse tipo. Para acelerar a mana e garantir que teremos como fazer Metralha após comprar todo o baralho, Espirito-Guia Simio e Precentora Selvagem, e porque não, assim como o Ad Nauseam, Pentaprisma.
Podemos começar com algo assim:
Quase um Belcher, nosso único foco é o combo e inclusive usamos poucas cantrips, sendo que Comungar com os Deuses seria a melhor entre as nossas opções. Na base de mana, coloquei as que me permitem combar o mais rápido possível, apesar de que Astrolábio também ajuda bastante e não pode ser ignorado em sua versatilidade, ainda que ele pedisse que usássemos mais básicos. Eu prefiro Astrolábio à Serum Visions, mas por hora essas 60 me parecem ok.
Mas se tenho tantos artefatos, eu posso ir mais além nessa brincadeira e colocar um dos grandes monstros de Modern Horizons, Urza, Grao-lorde Artifice.
Aqui entramos em outra ideia de deckbuilding, usando o combo de Ruptura do Submundo e Mox, a Canção aqui vira uma das engines para combarmos mais rápido, tornando cada peça do deck uma possível cantrip para começar a combar, conforme o encantamento de Ikoria esteja na mesa.
Eu gosto dessa engine porque ela é menos all in, e graças à Ruptura do Submundo, ela sofre menos para o efeito de descarte, já que podemos retomar o jogo.
As listas mais recentes de Urza usam Uro, Tita da Ira da Natureza e estão em algo mais midrange. Cancao da Criacao pode ser uma adição interessante ao baralho, tornando ele mais complicado de bater em jogo grind, para referência, essa é a lista atualizada.
Song seria uma das engines para adicionar aqui, provavelmente usando menos cópias do que 4, já que necessitamos menos dela, mas que ainda pode ser aproveitada bem no baralho para que nosso fluxo de card advantage funcione sempre.
Ikoria veio com muitas novidades e com o lançamento dela no Magic Online, vou adorar testá- la em vários formatos.
Até mais!
Ruda
![](http://repositorio.sbrauble.com/arquivos/up/artigos/redator/1532516485_1359.jpg)
Com Metralha, a ideia é colocar o encantamento na mesa e ir baixando artefatos custo zero, comprar e baixar praticamente o deck todo e fazer a Metralha pra mais de 20 de dano, visto que ela é copiada para cada mágica feita anteriormente.