Olá! Costumeiramente durante as lives recebemos bastante perguntas sobre como começar no MTG Arena ou de quais são as melhores formas de otimizar o "grind" - maximizando os recursos obtidos através do investimento de tempo na plataforma para ir aumentando sua coleção. O intuito do artigo de hoje é compartilhar algumas informações que fui adquirindo desde que comecei a jogar no MTG Arena e estando todo dia ali nas "trincheiras".
A Minha Trajetória
Do momento da escrita desse artigo, a minha coleção é composta por 4 de cada rara, incomum e comum de todas as edições vigentes no Standard, além de 4 de cada Mítica de Lealdade em Ravnica e Guerra da Centelha, com mais os playsets de todas as "jogáveis" no formato. Além disso, possuo também mais de 80 curingas raros, 15 míticos, 36.000 gemas e 10.000 gold. Parece muito, mas nem sempre foi assim.
A minha conta foi criada em Dezembro de 2018, logo, não participei do Beta Fechado e somente recebi alguns decks de iniciante. Decidi, então, comprar um Kit de Boas-Vindas por 5 dólares, me permitindo jogar alguns drafts que conjuntamente à conclusão das missões diárias me permitiu montar meu primeiro deck, à época um Izzet Phoenix focado nas partidas BO1 (sem sideboard). Cheguei a brincar um pouco com o baralho, e embora fosse uma opção competitiva, o flerte com o deck Tier 1 da época (Golgari Midrange) era real.
Mas, como eu não tinha muitas cartas de Ixalan, o primeiro degrau foi montar um Golgari Undergrowth sem a base de mana completa, um deck que não era sequer Tier 2 na época, mas usava menos cartas raras que seu "primo" Tier 1. Com esses dois decks, eu conseguia fazer todas as missões diárias, regra n° 1 para conseguir "farmar" gold e que por mera birra eu custava a seguir todos os dias. Com isso, pouco a pouco eu conseguia jogar mais drafts e abrir mais boosters, até eventualmente fechar o baralho que eu realmente queria jogar.
O grande "ponto de virada" na minha coleção, entretanto, foi com Lealdade em Ravnica. Começando de um código de pré-release que dava direito a um Draft Melhor de Três, consegui ir pouco a pouco aumentando minha quantidade de gemas, de curingas e obtendo os novos cards. Bastante disciplina e bons resultados nos eventos me permitiram terminar o Sultai Midrange, que foi o baralho sensação da época.
Com uma "gordura" acumulada, meu plano passou a ser sempre utilizar as gemas extras das edições anteriores (obtidas através de Drafts Ranqueados por Gold, esse farmado em Eventos Construídos) para passar uma semana jogando Selado/Draft da nova coleção antes de entrar no Standard, além de comprar sempre o Passe de Maestria básico (sem avanço de nível) por 3.400 gemas. Adotando esse modus operandi, consegui sempre ter o máximo de cartas através de pacotes, economizando curingas. Em Trono de Eldraine, por exemplo, entrei na edição com 27.000 gemas, gastei cerca de 10.000 entre eventos e Passe de Maestria, e depois de fechar a coleção, avancei até 45.000 gemas com a entrada de Theros Além da Morte.
Porém, eu não sou tolo ao ponto de acreditar que a minha história inspire algum tipo de delírio motivacional nos leitores, do estilo "ele começou do zero e hoje chegou aí, por mérito próprio, logo você também pode!". Eu pude trilhar esse caminho por focar totalmente nas lives, jogando pelo menos 5-6 horas por dia, e já contando com uma bagagem de anos de experiência grindando nos torneios de Magic que me permitiam conseguir um índice de vitórias acima da média nos eventos, potencializando o meu retorno sobre o investimento.
Mas dadas as devidas proporções, é sim possível atingir objetivos sendo um jogador "free-to-play", podendo ser montar um deck competitivo, atingir aquele sonhado Mítico e/ou fechar coleções inteiras, desde que se empregue uma determinada quantia de esforço e disciplina proporcional - ou seja, para quem só quer montar um deck do metagame e fazer um pouquinho de gold, 1h por dia pode ser suficiente, mas quem quer chegar até o Top 1200 do Mítico saindo do zero talvez tenha de jogar as mesmas 5-6h diárias que eu faço nas streams.
Atente-se às Oportunidades de Ativar Códigos
Essa dica é bem simples, mas muitos jogadores acabam por nem sempre ativar todos os códigos gratuitos na Loja como PlayTheros e afins. É possível encontrar uma lista deles com uma rápida busca no Google, e embora não pareça muita coisa, quando estamos começando, qualquer percentual de curinga a mais já ajuda bastante.
Outra forma de ganhar códigos é acompanhar live streams de Magic, incluso as que acontecem no perfil da LigaMagic Bolts (twitch.tv/ligamagic) e no meu perfil pessoal (twitch.tv/sandoiche), onde com frequência ocorrem sorteios de códigos de boosters no MTG Arena dentre os espectadores.
Torneios de organização independente também ocorrem com bastante frequência, e eles costumam ter premiações em dinheiro, material ou códigos (todos que podem ser, direta ou indiretamente, revertidos em melhorias para a sua conta). Muitos desses torneios são gratuitos e acontecem com uma frequência razoável; geralmente basta seguir produtores de conteúdo, lojas, streamers e afins nas redes sociais para ficar por dentro de quando e como acontecerão.
Jogar Draft vs. Abrir Boosters
A pergunta de ouro das lives: draft ou boosters? Um draft custa 5.000 golds, oferece sempre um booster "de loja" de premiação e mais três boosters que são usados para os picks. Se considerarmos somente a rara/mítica do booster, temos aí 4 raras por 4.000 golds, mais o potencial de abrir outras raras que venham de segundo pick em diante, a chance de vir dois boosters na premiação mesmo não fazendo as sete vitórias, e o fato de que os três boosters do Draft têm mais comuns/incomuns em comparação ao booster de loja, contribuindo mais para o preenchimento do baú.
O único fator que se contrapõe a todas as potenciais vantagens do Draft é que esses boosters contam somente o da premiação para a "roletinha dos curingas", o que atrapalha um pouco quem quer uma carta específica para fechar um deck imediatamente, mas de maneira geral ainda não creio ser o suficiente para fazer comprar boosters na Loja ser mais vantajoso.
Todavia, fazer somente 0 ou 1 vitória no Draft significa que a quantidade de gemas da premiação não consegue "compensar" a diferença de gold de comprar na Loja, portanto para "valer a pena", o mínimo seria conseguir 3-4 vitórias, com idealmente 5-6 para que a inscrição fique no zero a zero na relação gold/gema pago/premiado. Esses números podem ser bem complicados para o jogador iniciante, que talvez não tenha tanta intimidade com as peculiaridades do formato Draft, e perca as três partidas bem cedo.
Só que aí entramos no paradoxo: se esse jogador nunca começar a jogar, ele nunca vai aprender e ficar melhor. Então, a recomendação para quem está começando é a seguinte: escolha um deck competitivo que seja mais fácil de montar (geralmente o Mono Red é uma opção viável em todos os formatos do Standard através das eras) e o faça com a primeira leva de curingas, boosters e códigos que uma conta iniciante recebe. Com esse deck completo, fazer gold no jogo vai ser muito mais eficiente, e a partir daí sim vale ocasionalmente o jogador se aventurar nos drafts para ir aprendendo e melhorando, muitas vezes só o mínimo necessário para juntar gemas para o próximo Passe de Maestria, ou até mesmo podendo jogar cada vez mais drafts para fechar coleções.
Ranqueado vs. Evento Construído
Para quem não está interessado no circuito profissional do Magic com Mythic Invitational Qualifiers e Mythic Challengers, a relação de investimento vs. retorno do modo Ranqueado é bem baixa. Gasta-se muito tempo "grindando" e exige um índice de vitórias alto chegar no Mítico, e a quantidade de premiação não é tão mais alta que um ranking consideravelmente mais baixo como o Ouro ou o Platina. Qualificar-se para os eventos supracitados então é ainda mais díficil, podendo resultar numa desnecessária frustração para quem ainda não se estabeleceu por completo no MTG Arena - não é fácil terminar no Top 1200 do Mundo, especialmente com os cortes para vagas acontecendo todos os meses ao invés de bimestral/trimestral.
Portanto, a minha recomendação para quem ainda está tentando montar uma coleção é jogar o ranqueado somente enquanto avançar for conveniente, encaixando-se na rotina de missões diárias ou enquanto as vitórias estiverem vindo com relativa facilidade, garantindo assim alguma recompensa ao final do mês e focar mais nos Eventos Construídos para ir fazendo gold e novas cartas para a coleção, tanto no BO1 para quem ainda não conseguiu montar o sideboard e/ou se sente mais confortável nessa modalidade, como no BO3 para quem já possui as 75 completas e quer se aventurar no modo o qual os torneios são disputados, reduzindo a variância.
E quanto a vocês, leitores, como foram montando suas coleções no MTG Arena? Alguma dica interessante que queiram compartilhar? Compartilhem suas experiências e opiniões nos comentários!
Abraços e até a próxima!