Olá! Na última semana, tivemos o anúncio de Banidas e Restritas por parte da Wizards, com um esperado "Sem Mudanças" para um extremamente saudável Standard e um talvez não tão esperado mas compreensível "Sem Mudanças" no Pioneer. Tudo vai vem, até chegarmos ao formato que mais gera "pano pra manga" e que será o tema do artigo de hoje, o Modern com o banimento de Era Uma Vez.
Durante as lives nos últimos dias, a recorrente pergunta era "Sandoiche, o que você acha que vai acontecer nesse anúncio? O que vai ser banido/desbanido, e em quais formatos?". E a resposta era que existia, ao meu ver, um grupo de cartas que poderiam ser banidas no Modern e seriam totalmente justificáveis: Tita Primordial, Amuleto de Vigor, Veu do Verao, Urza, Grao-lorde Artifice, Astrolabio de Arcum, Campo dos Mortos, Pacto do Invocador, Castelo de Pontegaren e Era Uma Vez todos possuem culpa no cartório, e dependeriam da forma como a Wizards encararia os bans.
Ficou bem claro que Amulet Titan com Valakut, o Pinaculo Derretido e Driade do Bosque Ilisiano estava um pouco forte demais, combinando velocidade, consistência e resiliência de forma que rapidamente dominou o metagame, chegando bem próximo de ser Tier 0 (quando é um erro não jogar com um determinado baralho em um formato, vide Caw Blade, Hogaak Vine ou Ravager Affinity). As chances de algo desse deck levar o martelo eram tidas como certas por grande parcela da comunidade, eu mesmo incluso.
Quem, então, pagaria pelos crimes do conjunto? A demora em agir para cima do Hogaak, Necropole Erguida (com o anterior e inútil ban em Ponte das Profundezas, que esteve por anos no formato e nunca foi sequer perto de preocupante), a relutância em banir Urza, Grao-lorde Artifice (a real raiz dos problemas dos baralhos interativos com sinergia de artefatos e combos como condição de vitória, onde optaram por Mox de Opala para diminuir somente a velocidade com que executa o plano) e a demora para banir o Oko, Ladrao de Coroas (dispensa explicações) mostra que banir cartas novas que ainda estão circulando em boosters de coleção recentes não é exatamente o que a Wizards mais quer fazer.
Então Driade do Bosque Ilisiano provavelmente estava fora da jogada, e até certo ponto cards que são menos nocivos ao formato como um todo como Castelo de Pontegaren estariam, em tese, seguros. Era Uma Vez até se encaixa nessa categoria, mas seu nível de poder é totalmente além, tendo o selo "mágica grátis" embutido em uma ferramenta de consistência que faz Preordenar e Ponderar, também banidos, parecerem amadores perto dos profissionais.
Amuleto de Vigor e Tita Primordial, ao meu ver, entrariam como o tipo de banimento que eles menos gostam de fazer, extinguindo arquétipos por completo, deixando os jogadores com a sensação ruim de perderem todo o seu investimento (muitas vezes, o único deck que têm para jogar). Um deck chamado "Amulet Titan" não sobreviveria de jeito maneira sem alguma delas, da mesma forma que Titan Field e RG Valakut sofreriam golpes dos quais dificilmente conseguiriam se recuperar. Hora da Promessa simplesmente não faz o suficiente, e sem um alvo forte como o Tita Primordial o próprio Pacto do Invocador perde seu apelo como parte principal do plano, ficando somente pelo aspecto "caixa-de-ferramentas".
Mas então, no que Urza, Grao-lorde Artifice e Tita Primordial se diferenciam, se ambos possuem nível de poder alto e são o símbolo capaz de criar ramificações de arquétipos em cima deles? Possivelmente para o Titã o principal fator seja a velocidade, que antes somente as mãos mais absurdas do Amulet conseguiam fazer no turno 2 e as de RG Breach no turno 3, agora eram quase sempre possíveis e consistentes para RG Valakut/Titan Field via Herbivoro Arboreo, Castelo de Pontegaren e Era Uma Vez, cartas que entraram recentemente no Modern e já chegaram contribuindo para esse famigerado Titã turno 3.
Talvez o Titã seja mais parecido com Casulo de Nascimento, também banido, no sentido em que coloca uma pressão absurdo no desenvolvimento de novos cards, já que qualquer inocente terreno que passe desapercebido pode potencializar ainda mais o gigante 6/6 atropelador, como fez Campo dos Mortos em M20. O que pesa contra seu eventual banimento é o fato de ser uma peça icônica do formato, um "garoto propaganda" dos arquétipos Big Mana para quem está chegando no Modern, da mesma forma que Tarmogoyf e Liliana do Veu representam os BGx Midrange e Mago da Conjuracao-relampago e Comando Criptico são o sustentáculo dos Ux Control.
Só que isso não impediu outros cards que "sempre estiveram por ali", como Pilhagem Infiel, Mox de Opala e Gemea Estilhacadora fossem banidos quando representaram uma ameaça à saúde do Modern, e seria inocência demais acreditar que só por esse fator o Tita Primordial estará seguro nos próximos anúncios.
Astrolabio de Arcum e Veu do Verao são outros cards que podem ter escapado por hora, mas assim como Era Uma Vez, eles fazem muito por quase nada de investimento em termos de custo de mana ou restrições de deckbuilding, sendo o artefatinho o card que chegou a estragar o Pauper e anda causando bastante estrago também no Legacy por permitir decks de 3-4 cores com bases de mana fortes repletas de básicos que contornam hates que normalmente puniriam decks coloridos e gananciosos, e a instantânea verde a punição máxima para qualquer oponente que esteja tentando jogar um Magic justo e interativo, aplicando aquele "honesto" Comando Criptico de uma mana.
Saindo um pouco dos que seguem ali sob o olhar implacável do vigia e entrando nos que foram punidos na prática: o resultado foi Era Uma Vez banido, movimento bem razoável por parte da Wizards. Quando vemos decks como Eldrazi Tron, totalmente incolores, jogando com somente uma Floresta básica e 4 Era Uma Vez pelo potencial da mão inicial, as coisas certamente estão desandando. O ponto é que a carta não era essencial para nenhum dos baralhos que utilizavam-se dela para jogar, embora certamente todos que a utilizavam foram enfraquecidos com o golpe.
Titan Field perde os seus "12 titãs", e talvez seus pilotos acabem migrando para listas mais focadas em Valakut, o Pinaculo Derretido e Montanhas ou Amuleto de Vigor. Neobrand segue combando no turno 1 quando o universo conspirar em seu favor, assim como Infect ocasionalmente mata no turno 2. As coisas voltam a normalidade para decks como Eldrazi Tron, enquanto que Mono Green Tron, 4C Traverse Shadow, Devoted Combo e RG Ponza perdem um pouco de consistência e velocidade para os turnos iniciais, além de focarem menos em criaturas e mais em seus planos "convencionais" (vide Tron voltando para mais Planeswalkers, com até mesmo Karn, o Grande Criador e RG Ponza com Lua Sangrenta ao invés de Magus da Lua).
Já o Amulet Titan merece um parágrafo à parte. Sua nova configuração de Driade do Bosque Ilisiano e Valakut, o Pinaculo Derretido foi o provável estopim para o anúncio nessa data, já que dentre os decks afetados, é um dos que nunca existiu sem Era Uma Vez, e é possível que não "rode" da mesma maneira sem o poderoso efeito de seleção para as criaturas que formam o combo. Afinal, Agitacoes do Passado somente busca o Amuleto de Vigor e os terrenos, sendo a única chance de achar um Titã via Tolaria Ocidental mas a uma eficiência completamente inferior.
Esse foi o primeiro passo dado pelo entusiasta do arquétipo Francisco Pawluszek pós-ban para continuar no plano "ValaDríade", e o ponto de partida para os que permanecerem de Amulet Titan após o banimento. Agora, se o deck vai continuar próximo do Tier 0, e como o restante do metagame vai reagir são duas perguntas que todos os que seguirão no grind dos LATAMs, lojas locais e Magic Online para as próximas semanas vão ter de acompanhar meticulosamente para buscar as respostas corretas - a tendência é que sideboards pesados como Ashiok acabem dando uma "afrouxada", e que mais decks justos de interação apareçam com um ambiente menos focado no "goldfish" de curva que Era Uma Vez incentiva a jogar.
E quanto a vocês, leitores, o que acharão do ban? Quais cards acreditam que deveriam ter sido banidos juntos, ou até mesmo desbanidos? E como enxergam a reação do metagame? Deixem suas opiniões nos comentários!
Abraços e até a próxima!
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O modern sempre morre para alguém. A diferença é que a maioria não tem empatia, falam que é choro, mas só descobre que o modern morreu como formato no dia que seu deck é banido. E você ainda fica sem entender como o seu deck tomou ban no meio de tantas estratégias degeneradas em um formato "Cheque pastor".
Esse é meu ponto chave com o modern, alguns decks simplesmente somem do mapa e você perde dinheiro, alguns desses decks tomam ban sem nem ter culpa no cartório.
Pra voltar a jogar modern eu tiro dinheiro de onde?do cu?
Nem me desfazer do deck eu consigo,niguem quer nem comprar essa bosta