Loko for Oko - Sultai Food no Standard
Loko for Oko, Soy Oko Por Ti América, Oko is Broko... o Planeswalker e as estratégias de Food são praticamente o único assunto do atual Standard, sendo o deck que dominou a última leva de decklists da Divisão da Magic Pro League e as do Mythic Championship Qualifier Weekend no MTG Arena. Sando..
04/11/2019 10:05 - 7.588 visualizações - 9 comentários

Olá! Essa semana que passou logo após o Mythic Championship Qualifier Weekend (MCQW) do MTG Arena e o envio das decklists da divisão da Magic Pro League foi recheada de Standard, ou talvez melhor dizendo, recheada de Oko, Ladrao de Coroas. Porém, como foi anunciado pela própria Wizards que respeitaremos a data da próxima banlist em 18/11, teremos o Mythic Championship VI e o Magic Fest São Paulo com a mesma disponibilidade de cartas de agora: LOKO FOR OKO é o nome do jogo, gostemos ou não!


Como já era de se esperar após o banimento de Campo dos Mortos, a dominância do Oko se estabeleceu de fato. Se no Mythic Championship V tivemos uma certa variedade, entre listas Simic com Krasis Hidroide, sem Krasis, com Vivien, com Caloteiro Descarado // Pequeno Furto e listas Bant com Assistente de Detencoes ou sem Lobo Mau no game 1, o padrão entre as variedades de Comida nos dois dias entre a atualização do banimento no Arena e o MCQW em si passou a ser a versão Sultai. A lista a seguir foi a que eu utilizei no torneio:

 

 
29/10/2019
R$ 847,21
R$ 1.502,43
R$ 3.070,32
 
29/10/2019
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Criaturas (19)
 
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Planeswalkers (12)
   
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Mágicas (4)
  
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Terrenos (25)
9,78
47,31
7  
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1  
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42,00
0,85
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37,90
60 cards total

Sideboard (15)
 
33,37
  
0,06
2  
  
0,05
   
0,07
   
0,75
   
1,25

 

Apesar de esperar enfrentar outros Sultais, eu não coloquei a mirror como prioridade máxima já encaixando as Garras Noxias no deck principal, como muitos fizeram - geralmente nesses eventos grandes, com muitas rodadas, os jogadores trazem baralhos diferentes, fora da curva, e eu queria estar o mais bem preparado para a possível selva. Herbivoro Arboreo, Fera das Demandas e Garruk, Cacador Amaldicoado foram o respeito tanto às estratégais mais agressivas quanto para as mais reativas - o Herbívoro é um ótimo bloqueador para praticamente tudo nas curvas baixas além de segurar alguns evasivos incômodos, como Rankle, Mestre das Pecas; a Fera é um ótimo atacante para planeswalkers incômodos como Teferi, Subjugador do Tempo  e Narset, Rasgadora de Veus, enquanto que o Garruk levava o late game sozinho e punia oponentes que tentassem manter a mesa sob controle com remoções globais.


Já no sideboard, optei por Negar ao invés de Golpe Desdenhoso em respeito ao Teferi e Clarim Ensurdecedor, já que após a saída de Golos, Peregrino Incansavel do Tier 1 não haviam tantas criaturas de custo alto que eu gostaria de anular ao invés de remover com Garras Noxias e similares.


O metagame que eu acabei enfrentando no primeiro dia acabou sendo parecido com o que eu esperava, mais voltado para a "selva" do que um mar infinito de Oko, Ladrao de Coroas . Meu desempenho no torneio foi de 6-2, ficando a uma vitória de passar para o segundo dia. Esses foram os pareamentos:

 

Rakdos Aristocrats - Vitória 2x0
Rakdos Aristocrats - Derrota 1x2
Sultai Food - Vitória 2x0
Bant Food - Vitória 2x0
Sultai Food - Vitória 2x1
Esper Control - Vitória 2x1
Jeskai Fires Cavaliers - Vitória 2x1
Selesnya Adventures - Derrota 1x2

 

Não usar Garras Noxias no deck principal me ajudou em metade das partidas (Rakdos, Rakdos, Esper e Jeskai, considerando que contra esses dois decks destruir o Teferi é pouco relevante já que ele é fácil de ser atacado e interage mal contra a Druida do Paraiso), enquanto que o acesso a alguns cards versáteis do sideboard como Brontodonte Destruidor me foi bem importante respondendo Forno da Bruxa e Fogos da Invencao.


Nas mirrors e pseudo-mirrors, a lista se saiu bem, mesmo entrando as Garras somente no pós-sideboard. Uma das coisas mais importantes nesses jogos acaba sendo curvar forte para a Nissa e outras jogadas fortes primeiro, e embora a remoção preta seja relevante como contra-medida, desenvolver o seu próprio jogo acaba sendo o "plano A" desejável.


Já as minhas derrotas que culminaram na eliminação ocorreram em duas partidas extremamente próximas - contra o Rakdos Aristocrats da segunda rodada a combinação de sidear muito "pro chão" com Fera Apaixonada // Desejo do Coracao para conter a agressão inicial acabou não sendo a mais acertada, já que o deck conseguia também me grindar nos recursos combinando Ceifador da Meia-noite, Diabo do Pandemonio  e Sacerdotisa dos Deuses Esquecidos e foi o que aconteceu quando estabilizei a mesa. Quando cheguei no late game, algumas compras de terrenos a mais da minha parte permitiram que ele se sobrepujasse nos recursos.


Na partida contra o Selesnya Adventures tive um game 1 onde ele perdeu terrenos por alguns turnos, mas conseguiu ganhar muita vantagem com o Estalajadeiro de Beiramuro, e em um determinado ponto do jogo eu tive a possibilidade de ir pro emblema do Garruk junto com a Vraska, Rainha Golgari, ficando com menos mesa, mas criaturas mais poderosas, ou tentar controlar mais com múltiplas fichas e a remoção do -3 da Vraska. Acabei indo pela segunda rota, mas fui punido por um Tribunal do Conclave no Garruk. Com o passar de alguns turnos, mesmo o valor gerado por Krasis Hidroide não conseguiu competir com múltiplas Marcha das Multidoes e Loxodonte Venerado, e ele levou o primeiro jogo forrando a mesa.


Garota-massacre foi o nome do segundo jogo, carregando sozinha a vitória. No terceiro jogo, ele veio absurdamente forte, com múltiplas criaturas e Loxodonte no turno 3 e 4, contra uma mão minha um pouco mais lenta de Fera Apaixonada // Desejo do Coracao e Oko, Ladrao de Coroas, mas com Garota-Massacre engatilhada. Porém, meu oponente acertadamente faz a leitura do possível massacre no turno 5, e força os ataques de um jeito que sou obrigado a bloquear com a ficha 1/1 Humana para não tomar letal mesmo estando a quase 20 de vida, ignorando o meu Oko, e impossibilitando a Garota de começar a sequência de mortes, já que ele só tinha criaturas com mais de dois de resistência graças aos consecutivos elefantes.


Essa foi uma partida onde não ter acesso à Garota-Massacre ainda no primeiro jogo custou caro, e talvez mesmo mais remoções globais no sideboard como Sentir/Sentido poderiam ter feito a diferença - mas foi o tipo de coisa que com dois dias de treino somente realmente não consegui "tunar" a minha lista do jeito que talvez fosse mais ideal e acabei punido por estratégias de criaturas pequenas.


A evolução do arquétipo Sultai Food, entretanto, continuou acontecendo. O deck dominou o segundo dia do MCQW e as vagas no Top 16, com uma lista fazendo 15-0 bem próxima a essa daqui:

 

Sultai Food Noxious ELD
 
29/10/2019
R$ 857,24
R$ 1.527,61
R$ 3.194,93
 
29/10/2019
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Criaturas (18)
 
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Planeswalkers (10)
   
34,75
   
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Mágicas (8)
  
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Terrenos (24)
47,31
5  
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1  
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2  
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9,00
42,00
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60 cards total

Sideboard (15)
 
33,37
  
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1  
  
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0,30
   
0,75
   
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6,29
 
4,09

 

Garras Noxias e Garota-massacre entram no deck principal a fim de combater mirrors e estratégias de criaturas pequenas, além da troca dos Templos por Passagem Fabulosa. Perde-se a vidência para arrumar aquela zica/flood, mas por outro lado ganham-se terrenos que entram desvirados em estágios mais avançados do jogo, muitas vezes importantes para arredondar uma Krasis Hidroide ou dobrar jogadas envolvendo Nissa. O interessante é que mesmo nas partidas onde Garras Nóxias seria um card morto, ainda é possível transformar uma criatura do oponente em um Alce 3/3 verde para, então, destruí-la, dessa forma tentando extrair algum mínimo valor.


No sideboard, ao invés de Liliana, General da Horda Medonha  e Baixas de Guerra (essa facilmente respondida por Veu do Verao), optei por manter um Garruk pela sua polivalência nas partidas não-mirror e um Ugin, o Inefavel  como permanente geradora de valor que não é removida por Garras Nóxias, além de interagir melhor que ambos seus colegas de curva seis contra outros Planeswalkers e Fogos da Invencao , com a essência do side seguindo a mesma.


De maneira geral, o deck é bem amarrado, e não existem muitos slots para serem mexidos sem descaracterizar a mecânica de Comida. Ganso Dourado, Lobo Mau e Oko, Ladrao de Coroas são os enablers/payoffs de comida, Era Uma Vez arredonda a consistência, enquanto Nissa, Abaladora do Mundo e Krasis Hidroide garantem o jogo longo e power level alto. Druida do Paraiso  oferece redundância na base de mana junto ao Ganso. Os poucos slots flexíveis acabam sendo ali nas Massacres e Vraskas, que andam bem posicionadas ao destruir Krasis e Oko principalmente, além de sinergizar muito bem com o próprio Oko sacrificando comidas para comprar cartas.


Nesse sentido, o baralho remete muito ao antigo (e eventualmente banido) Temur Energy do Standard de Kaladesh-Ixalan: usando o que há de mais eficiente, poderoso e capaz de gerar valor no game 1 e abusando de uma mecânica extremamente parasítica que foi "puxada" ao extremo, e arredondando a estratégia com um sideboard tunado para cada um de seus possíveis predadores em dados momentos do formato. A situação chegou a tal ponto que alguns jogadores vêm utilizando nas ranqueadas uma variação ainda mais agressiva de Sultai Food, pensando cada vez mais na mirror e em combater Garras Nóxias no jogo 1:

 

 
29/10/2019
R$ 944,36
R$ 1.649,56
R$ 3.400,06
 
29/10/2019
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Padrão
Cor
Custo
Raridade
Visual
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CMC
Comprar Deck
Gerar Imagem
Criaturas (16)
 
4,31
  
0,45
   
3,56
4  
   
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Planeswalkers (10)
   
34,75
   
6,00
   
5,88
Mágicas (10)
 
33,37
  
4,90
  
0,06
Terrenos (24)
47,31
6  
0,00
1  
0,00
2  
0,00
9,00
42,00
37,90
60 cards total

Sideboard (15)
2  
 
0,04
 
33,37
  
0,79
  
0,06
2  
  
0,05
   
0,07
   
0,75
   
1,25
   
41,55

 

E esse é o mundo no qual vivemos atualmente - Veu do Verao no deck principal ao invés das Garota-massacre. E o pior de tudo, por mais absurdo que seja, não parece exatamente "errado", ao considerar as circunstâncias e escolhas de remoções/interações existentes no formato. Eu cheguei a jogar algumas partidas com essa lista na stream, e fiquei surpreso como mesmo nas partidas onde a carta é totalmente morta (Mono Red, por exemplo), o restante do baralho consegue contornar usando-se do power level relativamente mais alto de outras cartas, com Lobo Mau, Krasis Hidróide, Nissa e Oko compensando o "mulligan virtual".


Confesso que, apesar desse metagame adoecido, estou curioso para ver quais serão os próximos passos das listas de Sultai. Afinal, a base do baralho é engessada, e as interações específicas de sideboard já estão sendo levadas ao extremo, com cada vez mais hate no G1. Ao olhar as listas, não existe espaço para encaixar mais coisa sem comprometer slots importantes, tanto os de consistência para exeutar bem a estratégia ou da própria interação. Onde é, então, que entrariam mais cards como Veu do Verao, Rajada de Eter e Disputa Mistica? Aguardemos as cenas dos próximos capítulos no Standard Loko For Oko, que será no Mythic Championship VI em Richmond e no Magic Fest São Paulo!


-


E quanto a vocês, leitores, como enxergam a presença do Oko no Standard? Quanto ao Sultai, qual versão julgam mais interessante? Onde é que devemos "traçar a linha" das interações e hate cards ainda no G1? E como imaginam que os jogadores do MCVI e do MF-SP vão tentar contornar a manada de Alces e Comidas? Deixem suas opiniões nos comentários!


Abraços e até a próxima!

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Matheus Akio Yanagiura ( sandoiche_13)
Matheus Akio Yanagiura, mais conhecido como Sandoiche, é jogador profissional, escritor e streamer de Magic: the Gathering, produzindo conteúdo com foco para o competitivo do jogo desde 2012. Membro da equipe de e-Sports LigaMagic Bolts desde sua formação inicial, dentre seus resultados destacam-se a classificação para o Neon Dynasty Championship, o título do ManaTraders Series Legacy, o vice-campeonato da Twitch Rivals e o Top 8 do Magic LATAM Challenge, além do bi-campeonato do Circuito LigaMagic Modern e Top 16 Grand Prix São Paulo 2018 no Magic Tabletop.
Redes Sociais: Twitch, Facebook, Instagram, Twitter
Comentários
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(Quote)
- 05/11/2019 10:44:34

Começa a reparar, se o cara vomita 5 criaturas, várias vezes você consegue lidar, se ele vomita 3 PW seguidos, nem com 8 noxius você escapa.

(Quote)
- 05/11/2019 09:19:29


Pode crer... E sua projeção faz sentido tbm. A Nissa de 5 manas pra mim é bem problemática tbm...

No fim, os PWs são tão puxados que os decks ficam voltados a uma estratégia de acelerar o uso deles e mata a diversidade do magic..

Curiosamente, se não me engano a última vez que o Standard estava absurdamente diverso e você conseguia buildar varios decks competitivos diferentes foi antes da entrada de War of the Spark e seus 36 planewswalkers...

(Quote)
- 05/11/2019 08:04:09
PW são o câncer do Magic.
(Quote)
- 04/11/2019 14:31:28

Concordo totalmente.
E olha que lançaram uma wrath contra planeswalker, mas ela simplesmente não está adiantando...
Eu espero que em Theros tenhamos hate de PW mais incisivos.

(Quote)
- 04/11/2019 14:25:00

Também acho que o ponto é esse monte de PW, por isso mesmo tenho dúvidas se a coisa se resolve só banindo Oko.

Oko é bem desequilibrado, mas só ele não é o problema, diferente de Campo dos mortos que não podia ficar no meta por que não tinha como responder, Oko tem algumas respostas.
O problema é:

ou Ganso - Oko - Lobo/Vraska - Nissa
ou Dríade - Oko - Lobo/Vraska - Nissa

Você gasta tanto recurso para lidar com metade dessa cadeia, que quando chega a Nissa o jogo acabou, e no G2 o cara puxa o Véu do side e piora mais ainda.

Mesmo que banam o Oko, eu não duvido nada que o meta migre para tentar rampar:
ou Ganso - Teferi - Nissa.
ou Dríade - Teferi - Lobo/Vivien, Champion of the Wilds/Gideon - Nissa

É PW demais.

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