Olá! Os spoilers de Throne of Eldraine já começaram, o que já acelera o coração dos ávidos criadores de decks, assim como o espírito gestor dos que estão pensando em rotação. Porém, muitos jogadores ainda estão 100% na ativa no Standard trilhando o árduo caminho do grind em preparação para grandes eventos como o Brazil National Tour ou atrás de uma boa colocação no Ranking Mítico no mês de Setembro para se classificar para o Mythic Championship Qualifier Weekend.
Apesar do foco para o Modern, em meu último artigo aqui na LigaMagic o desbanimento de Rampaging Ferocidon também foi tratado, e agora já temos uma amostragem maior de resultados para ver como o metagame vem caminhando com o novo (velho?) dinossauro encaixando-se nas estratégias.
Para quem apostava em Jund Dinosaurs, essa não foi a casa com os melhores resultados. Em compensação, como esperado, o Ferocidon marcou presença entre MDs e SBs de Boros Feather e Mono Red, até mesmo divergindo a build do Mono Red para algo mais "para frente", só no plano dos bichinhos+burn sem Experimental Frenzy fazendo Top 8 no MCQ do Magic Online.
A mera existência do card hateando Scapeshift e Vampires ajustou também o restante do formato. Boros Feather finalmente conseguiu um hate que se encaixa no seu plano agressivo contra Scapeshift,= e com sua boa partida contra Vampires, cresceu bastante em números. Sem a combinação de resiliência e velocidade que esses decks impuseram ao ambiente, outros decks que ignoram os efeitos do dino chegaram com mais força: Kethis, a Mao Oculta e Simic Nexus são dois exemplos no espectro "combo", tendo o Kethis faturado o Fandom Legends dessa semana nas mãos do Kanister, enquanto que o Esper Control voltou com tudo para contra-atacar o aumento de Feathers e Mono Reds, agradecendo o fato de Field of the Dead estar menos presente.
Mas, e se fosse possível "unir" o melhor de dois mundos? Um baralho ramp, compartilhando dos pontos fortes do Bant Scapeshift, mas que fosse mais resiliente ao Rampaging Ferocidon, já que não precisa colocar 20 criaturas na mesa de uma só vez? Melhor ainda se ele tiver um "plano combo", capaz de roubar partidas difíceis se a sorte estiver conspirando a favor.
Inicialmente no campo das "groselhas que o Ali Aintrazi joga" e um dos baralhos que cheguei a testar na live, estava algo que poderia preencher esse requisito: o Golos Nexus. Essa primeira versão me pareceu um pouco mais "crua", menos tunada, mas com bastante potencial ao aproveitar a base ramp com Field of the Dead para um jogo que evolui de forma mais gradual, sem expor-se ao excesso de hates que o Scapeshift sofria.
O plano do deck é bem simples: rampe como se não houvesse amanhã no começo, até atingir a quantidade crítica de 7 terrenos de nomes diferentes para triggar os Fields. A partir daí, começa o jogo de valor, contando com a card advantage gerada por Golos, Hydroid Krasis ou mesmo um Nexus of Fate "surpresa", ganhando alguns combates extras com as fichas. Se por ventura o oponente sobreviver a esse estágio de midgame, é que entra o real late game do baralho: encaixar ativações de Golos cavando atrás de uma sequência de Nexus of Fate. Não precisa ser um loop infinito: geralmente o segundo turno extra já costuma fechar a conta, considerando que cada terreno coloca vários zumbis em jogo e com mais manas e mais cartas, fica mais fácil fazer ainda mais terrenos e ainda mais zumbis.
Considerando especificamente essa versão: Risen Reef é uma das melhores cartas de M20, mas sem outros Elementais para fazer companhia fica bem mais fraco. Da mesma maneira, Massacre Girl não é o sweeper mais confiável do mundo, deixando a desejar quando o oponente consegue jogar em volta dela (digamos, distribuindo bem os marcadores do Sorin/Vivien ou descendo um Legion's Lieutenant/Trostani Discordant). Ou então quando os bichos são grandes demais para morrerem no trigger, caso do Jund Dinosaurs ou Boros Feather. Outra coisa que incomodava era o fato do deck ser bem mais lento para enfrentar outros combos, sofrendo basta nte nas mãos de um Simic Nexus da vida ou mesmo de uma abertura forte do próprio Scapeshift.
O sideboard do baralho, apesar de interessante, acabou deixando a desejar nos meus primeiros testes. Narset fazia pouco sentido, e outros cards do sideboard não eram talvez os mais adequados para as tarefas dependendo do adversário. Com isso, acabei deixando o deck de lado, ao invés de investir tempo trabalhando nele.
Vida que seguiu. Até que no sábado dia 31/08 eu participei da quinta e última etapa da Liga Impetus, um torneio com inscrição gratuita no Magic Arena valendo premiação em dinheiro, com o meu costumeiro Orzhov Vampires. Durante o suíço, eu fui derrotado pelo Victor Cardarelli jogando com uma versão bem peculiar de Golos Nexus, e mesmo ganhando dele quando nos encontramos novamente no Top 8, sua lista me chamou bastante atenção.
A única alteração que eu fiz foi acrescentar o Trostani Discordant ao invés de um Pelakka Wurm do sideboard, mas de resto, são as mesmas 74. Essa é a base que a Autumn Burchett usou em um dos Fandom Legends recentes, e gostei bastante da presença de Teferi, Time Raveler como uma forma de hatear decks como Simic Nexus e manter outros como Esper Control, Boros Feather e Bant Scapeshift jogando mais honesto. Além disso, o Teferi ajuda a ganhar tempo contra aggros até deixar os Fields ativos, e responde hate cards incomôdos como Blood Sun, Alpine Moon e Tocatli Honor Guard para fazer o "big turn" criando múltiplos zumbis, que seguido de um Nexus of Fate sacramenta a partida. Time Wipe é um sweeper mais seguro que a Massacre Girl, tendo também sua sinergia com os bichos do deck que fazem seus efeitos de entrar em jogo novamente. E tanto os Baffling End como os Deputy of Detention do sideboard eram remoções mais rápidas e versáteis do que as suas opções pretas - lembrando que o deck precisa somente ganhar tempo para ir "over the top" com Zumbis e Nexus, ao invés de tentar adquirir controle absoluto da partida.
Alternando entre essa lista e o Vampires, alcancei rapidamente o Ranking Diamante após o reset da temporada, porém, ao mesmo tempo comecei a sentir a necessidade de fazer mais algumas alterações para acompanhar o restante do metagame, chegando na lista que chamo de "3.0".
Na lista 2.0, por vezes faltavam fontes azuis ou até mesmo verdes em momentos cruciais, e não tinha tanta necessidade de terrenos vermelhos ou pretos, mesmo que ativassem o Golos, já que geralmente bastava resolver um simples Circuitous Route para sanar a questão. Portanto, esses terrenos foram reduzidos a somente um Golgari Guildgate + Izzet Guildgate buscáveis e um Temple of Epiphany + Temple of Silence "não-buscáveis", enquanto que um segundo Breeding Pool e primeiros Blossoming Sands+Simic Guildgate foram adicionados. Field of Ruin também entrou como um segundo terreno incolor e forma de hatear mirrors, mas que também pode corrigir a mana colorida numa emergência.
Arboreal Grazer, por mais que cumpra seu papel de rampar cedo e travar o chão (e o ar!), é uma carta de Magic bem fraca, e acabou sendo cortada em prol de Baffling End main deck - um respeito a existência dos Rampaging Ferocidon, embora seja uma remoção genérica que acerta várias criaturas importantes, como Adanto Vanguard, Feather, the Redeemed, Kethis, the Hidden Hand e Risen Reef.
No sideboard, com a diminuição das fontes pretas, Unmoored Ego acabou indo embora, sendo substituído por um Negate que arredonda o sideboard contra Controles e Combos ao mesmo tempo. Os slots adicionais ganhos movendo Baffling para o MD se tornaram mais redundância em Deputy of Detention e Ashiok, dois cards pensando nas mirrors e pseudo-mirrors, além do Kethis Combo. Tolsimir, Amigo dos Lobos é novamente o respeito ao Ferocidon, mas que também funciona contra Vampires e outros aggros colocando bastante mesa. E a entrada do Ugin, the Ineffable por ser tanto um card que gera valor para enfrentar partidas de atrito, tanto uma forma adicional de responder Ashioks e Blood Suns da vida. Fora que eventualmente sua habilidade estática vai permitir um Golos+Ativação por "somente" dez manas para viver o sonho!
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Para finalizar, vou deixar um breve guia de sideboard, lembrando que ele serve como base, eu mesmo não sigo à risca essas sugestões dependendo de como o meu oponente joga, sideia ou a versão específica do deck que ele esteja utilizando:
Kethis Combo:
-4 Teferi, Time Raveler, -1 Hydroid Krasis , -2 Circuitous Route
+2 Ashiok, Dream Render +3 Deputy of Detention +1 Baffling End +1 Devout Decree
Orzhov Vampires:
-3 Nexus of Fate, -4 Teferi, Time Raveler, -1 Circuitous Route
+2 Devout Decree, +1 Baffling End, +3 Deputy of Detention, +2 Tolsimir, Friend to Wolves
Esper Control:
-3 Baffling End -2 Time Wipe
+2 Ugin, the Ineffable, +2 Agent of Treachery, +1 Negate
Mono Red:
-4 Nexus of Fate, -4 Teferi, Time Raveler
+2 Devout Decree, +1 Baffling End, +3 Deputy of Detention, +2 Tolsimir, Amigo dos Lobos
Bant Scapeshift:
-3 Baffling End, -2 Time Wipe, -2 Circuitous Route
+3 Deputy of Detention, +2 Ashiok, Dream Render, +2 Agent of Treachery
Boros Feather:
-4 Nexus of Fate, -2 Circuitous Route
+3 Deputy of Detention , +2 Devout Decree, +1 Baffling End
Bant Ramp:
-1 Nexus of Fate, -1 Circuitous Route, -4 Teferi, Time Raveler
+1 Baffling End, +3 Deputy of Detention, +2 Ugin, the Ineffable
Simic Nexus:
-3 Baffling End, -2 Time Wipe, -1 Hydroid Krasis, -1 Nexus of Fate, -1 Circuitous Route
+1 Negate, +3 Deputy of Detention, +2 Ugin, the Ineffable, +2 Agent of Treachery
Jund Dinosaurs:
-4 Nexus of Fate, -1 Circuitous Route, -1 Arch of Orazca
+1 Baffling End, +3 Deputy of Detention, +2 Devout Decree
E quanto a vocês, leitores, como andam encarando o metagame pós-Ferocidon? E quanto ao Golos Nexus, alguma versão em particular que gostaram mais? Quais mudanças fariam na lista e nos planos de sideboard? Deixem suas opiniões nos comentários!
Abraços e até a próxima!