Joga Magic seguindo o calendário de MCQs gera situações curiosas. Normalmente eu jogo Standard e é esse o formato que foco para análises e desenvolvimento, por mais que ocasionalmente Limited e Modern possam aparecer, meu foco é sempre no T2. Mas a agenda de MCQs nos faz dar aquela variada e em um momento bizarro da vida, eu estou mais jogando Modern e o Sandoiche jogando Standard, gerando quase um mundo paralelo. Mas ironias a parte, normalmente quando jogo Modern eu procuro “explorar” o formato com algo que eu gosto e geralmente isso significa algum BGx. Faz muito tempo desde que comecei a jogar com esse tipo de estratégia, passando por Jund, BG e Abzan, sendo que cada um tinha sua vantagem em sua época.
Por que Jund?
Por mais que um core de cartas acompanhem cada cor, tem sempre a carta central que realmente te faz jogar com aquele deck. No Abzan era Lingering Souls, e agora é Wrenn and Six.
O quão dinâmica é essa carta é o que me apaixona nela. Remoção, base de mana, Card Advantage, ela serve para tudo, fazendo um turno mais cedo que o normal a curva de vantagens que o deck consegue. Descarte, Wrenn, Liliana of the Veil e Bloodbraid Elf são uma curva bem difícil de segurar e essas vantagens são o que me atraem nela, sendo um dos pilares para o porque do Jund estar jogando novamente.
Quando a elfa voltou eu fiquei bem animado, mas não me parecia que ela estava no melhor ambiente possível. No entanto, usar 4 hoje em dia me parece essencial, temos matchs mais focadas em grind e o corpo da ela também protege muito bem nossos planeswalkers. Claro que Lightning Bolt e Comando de Kolaghan são ótimas cartas, mas W6 e BBE são espetaculares para jogos grind e Jund tem um potencial ótimo para vencer esse tipo de partida agora.
Onde estamos na Necrópole?
Falar de Modern significa falar de Hogaak, e a match do Jund versus esse baralho é um dos motivos para estar feliz com essa estratégia. Jund tem ótimas opções para segurar o early game do Hogaak, não necessariamente matando algo, onde inclusive Fatal Push e Raio fazem um bom trabalho, com exceção do Big Guy, que pede um Trofeu do Assassino , mas principalmente por conta dos descartes. Quebrar a engine do Hogaak e atrasá-lo um turno que seja é uma ótima arma para vencer o deck, lembrando que o jogo longo costuma ser mais nosso do que deles, porque o nosso deck gera valor com facilidade. Graças ao London Mulligan, nossos oponentes estão cada vez mais para “mãos curvadas” e nossos descartes tendem a quebrar isso melhor, então na match contra Hogaak eu costumo mulligar agressivamente para uma mão que quebra o early game e que depois meu Lodo posso fazer o resto. Liliana jamais, nenhum modo dela consegue ser relevante de verdade e preciso de um cenário dos sonhos para funcionar.
O pós side é o conjunto de Leyline e o descarte para tirar a resposta deles, e a partir dai, temos um deck que troca muito mal com o nosso. Acho importante ressaltar que Leyline é o melhor hate versus Hogaak, qualquer outro tem falhas e apenas servem como paliativo, mesmo a Nihil Spellbomb de main é mais focada em atrapalhar o jogo do que realmente resolver. Sobre mulligans, Leyline, descarte e alguma fonte de card advantage são as três cartas que quero na mão, mãos de 5 são realmente funcionais nesse mundo e conseguir a mão ideal é fundamental para vencer a match.
Metagame
Jund vive um momento bom porque ele volta a ser a melhor opção para grindar com o oponente, boa parte das vezes que o seu adversário tenta trocar com você ele tende a perder. A exceção, óbvio é o famigerado Tron, que joga maior do que nós e que sai completamente da nossa capacidade de troca. Nessa match o mulligan é vital, buscar uma mão com descarte, clock e disrupt é uma das formas de tentar vencer a partida, sendo que pós side ganhamos algumas melhores de disrupt, na forma de Fulminator Mage. Claro que ainda sim, é nossa pior match. Para todas as outras, Jund força bem seu jogo e consegue ganhar a partida longa, recompensando um jogo “justo”.
Caso fosse jogar hoje, essa seria minha lista. Confidente Sombrio não tem me agradado porque na mirror Wrenn and Six simplesmente domina a mesa em cima dele e o metagame é basicamente vários Raios, Trophy e Pulse não são exatamente cartas iguais na sua abordagem, mas acabei por tirar o slot do Pulse para usar dois Trophy e ter uma resposta para Hogaak e ainda fazer algo versus Tron no Game 1. Não gostei de Hexdrinker, a carta é bem ruim quando vem no Bloodbraid e acabou sendo muito mais um winmore. No side, Vraska entra no slot para planeswalkers que me ajudam no grind, Chandra e até mesmo Liliana, the Last Hope, seriam opções parecidas, mas como mirror de midrange pe basicamente dominar a mesa, o “decay” da Vraska tem me ajudado mais.
Minha dica para quem gosta da estratégia e que abordá-la nos MCQs é foque nos seus descartes, eles são a jogada mais injusta do Jund e o London Mulligan tornou eles incrivelmente melhores, com todo mundo mulligando atrás de mãos perfeitas. Mesmo se o Hogaak for banido, eu ainda imagino Jund sendo ótimo e um baralho maravilhoso pelos próximos meses.
Até mais!
Ruda